Categorias
Crónicas Fotografia

Malapascua & Gato

Depois de reencontrar Francis e dele decidir que direção queria tomar, apanhámos três jeepneys para chegar à estação de autocarros norte. Aí, almoçámos e comemos um gelado antes de partirmos em direção à pequena vila portuária de Maya. A quente e apertada viagem de cinco horas, foi trilhada numa estrada com “alguns” buracos e passada a dormitar. Quando chegámos, já não existiam barcos para fazer a travessia para a ilha de Malapascua e sem nada podermos fazer, ficámos num cafunfinho, onde tentámos dormir o melhor possível. 😛

A Maya (1)

IMG_1110 (FILEminimizer)      IMG_1112 (FILEminimizer)

Assim que o primeiro barco partiu (8.00) arrancámos para a ilha de Malapascua e o nosso primeiro passo foi procurar a escola de mergulho Fun & Sun com quem já tinha mergulhado na ilha de Coron e que me tinha deixado excelentes indicações de qualidade e de profissionalismo. Durante o dia deambulámos pela minúscula ilha, observámos as águas verdes e azuis cristalinas, algumas zonas de praia de areia branca, pequenas aldeias, os simpáticos nativos (principalmente as sorridentes crianças), alguns estragos provocados pela passagem do super tufão e relaxámos na área comum da nossa escola de mergulho enquanto esperávamos pelo entardecer. No primeiro mergulho (Ligthouse), vimos uma longa “dança” de acasalamento de raríssimos peixes-mandarins, sobre a incidência de luzes vermelhas e sensuais; tive o meu primeiro encontro com cavalos marinhos; vimos lulas a brilhar, havendo uma delas que se enamorou da luz da nossa lanterna e a seguiu “cegamente” e uma lula praticamente microscópica, engraçadíssima… 🙂

B Malapascua (3)       IMG_1178 (FILEminimizer)

IMG_1117 (FILEminimizer)     IMG_1119 (FILEminimizer)

IMG_1124 (FILEminimizer)     IMG_1128 (FILEminimizer)

No segundo dia, às 5.00 já estávamos a caminho do nascer do sol e do nosso encontro com os magníficos tubarões Thresher em Monad Shoal. Neste local, enquanto estávamos agarrados à parede e a uma distância considerada ecologicamente aceitável, vimos em simultâneo três destes magníficos animais a deslizar suavemente no grande azul. Poder observar a sua suavidade e graciosidade e num ápice, ver a mudança de direção brusca e aceleração brutal, fez-me tomar verdadeiramente consciência dos seus instintos predatórios letais. Os seus olhos eram redondos e grandes, a sua pele cinzenta e brilhante, mas a característica mais diferenciadora e fascinante, era a sua barbatana caudal longuíssima e que os distingue de todos os outros tubarões. Um encontro apaixonante e adrenalizante! 😀

IMG_1139 (FILEminimizer)     IMG_1154 (FILEminimizer)

IMG_1164 (FILEminimizer)      IMG_1186 (FILEminimizer)

Terminado o mergulho regressámos a Malapascua e depois do pequeno-almoço, partimos novamente, desta feita para a pequena ilha de Gato. Ao largo deste ilhéu, fizemos mais dois mergulhos brutalíssimos e que em termos de mundo macro foram de classe mundial. Em Gato, vi pela primeira vez alguns peixes e crustáceos raríssimos e espetaculares: um minúsculo peixe sapo branco, que mais parecia um coral; três ornate ghost pipe fish; um engraçadíssimo cuttlefish; um sweetlips microscópico; um boxfish amarelo e minúsculo; vários tipos de camarões (cleaners, um pequeno mas poderosíssimo mantis e vários harlequin, quais pequenas e delicadas flores); diferentes tipos de caranguejo, entre eles um pequeno spider crab; uma cobra do mar, um peixe-pedra; moreias; diferentes nuddiebranchs e alguns tubarões (white teep reef e bambo). Ainda em Gato, estivemos dentro de uma caverna/túnel que percorria a pequena ilha de ponta a ponta e na saída da mesma, vi tal como em Sipadan a luz a penetrar na escuridão! E a revelar-nos um mundo de reflexos, brilho e luz. Espectacular! 😀 Em Malapascua e Gato, quatro mergulhos. Quatro mergulhos de sonho! Cem por cento de eficácia. Muito divertimento a bordo e vários momentos National Geographic. 😀

B Malapascua (21)     B Malapascua (20)

IMG_1197 (FILEminimizer)      IMG_1199 (FILEminimizer)

IMG_1208 (FILEminimizer)

Categorias
Crónicas Em trânsito

Em trânsito: Longa Jornada para Cebu

Depois das emoções passadas na ilha de Coron e arredores, a ilha de Cebu e ponto de encontro com o meu amigo Francis, era o meu próximo destino. Como tinha dois dias até à sua chegada, o meu objetivo passou por tentar gastar o mínimo dinheiro possível na travessia. Ainda em Coron, apanhei um pequeno barco que levou sete horas para chegar a San Jose, na costa oeste da ilha de Mindoro. Assim que atracámos – eu, Maiju e Steow – apanhámos uma carrinha que nos levou até Calapan, já na costa norte da ilha, onde chegámos já de noite, depois de uma viagem de cerca de cinco horas. Essa vila, marcou a minha separação de Maiju e Steow, uma vez que na manhã seguinte eles seguiram para Puerto Galera e eu apanhei um barco para o porto de Batangas, já na ilha de Luzon.

Na curta travessia entre ilhas – aproximadamente hora e meia – recebi informações de como chegar ao aeroporto de Manila da maneira mais económica e consequência disso a minha manhã foi completamente preenchida com viagens de autocarros e jeepneys: Batangas – Alabang – Zapote – Baclaran. Quando cheguei ao terminal 3 do aeroporto, o relógio batia o meio-dia e sem a viagem marcada e com o encontro com o Francis ao “virar da esquina” tive que me sujeitar aos “elevados” preços da companhias aéreas. :/

Durante a tarde e como apenas tinha o voo às 22.30, aproveitei para marcar todas as ligações aéreas que me faltavam até ao final da viagem e assim evitar mais surpresas desagradáveis com aumentos repentinos de tarifas, assim: Manila – Kuala Lumpur (que ficou mais barato que o voo interno entre Manila e Cebu! Devido a ter sido marcado com mais de um mês de antecedência); os voos de ida e volta Kuala Lumpur – Yagon e o voo de regresso a Portugal que teria duas escalas, uma em solo asiático e outra já em solo europeu (Kuala Lumpur – Guangzhou – Paris – Lisboa). Estava assim definida, a data para o meu regresso. Nunca, durante toda a viagem soube com tanta antecedência, quais os meus destinos… mas nesta situação, não existiam muitas alternativas, a partir deste momento e no prazo de dois meses, estaria em Lisboa.

Quando aterrei em Cebu-Mactan, era meia noite e pouco, mas como o Francis apenas chegava por volta do meia dia e um quarto, passei a noite no aeroporto em modo de espera. Durante essas doze horas, para além de dormir o que o corpo deixou, organizei as fotografias de Coron, enviei e-mails e aproveitei para escrever para o blog. Tic- tac… tiiiiiiiiiiiiiiiic-taaaaaaaaac… tiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiic-taaaaaaaaaaaaaaaaac, o tempo passou e o Francis, chegou. 😀 

Categorias
Crónicas Em trânsito Fotografia

Coron. Mergulho nas Trevas

De El Nido parti com a Maiju e o Steow em direção à ilha de Coron. Durante as oito horas que durou a travessia marítima, observei a bonita paisagem que nos rodeava (as múltiplas ilhas, o céu azul, as nuvens brancas, o sol radioso e escaldante, o mar de infinitos azuis e verdes…) e falei com os meus companheiros de viagem durante algum tempo. Já na pequena vila e capital da ilha, ficámos hospedados na agradável Marley´s Guesthouse, onde conhecemos um staff impecável que nos contou histórias impressionantes do super tufão – que apesar da longa distância percorrida, ainda chegou a atingir Coron – e que partilhou connosco o seu gosto por música ritmada e tribalista. 🙂

IMG_0910 (FILEminimizer)     IMG_0912 (FILEminimizer)

IMG_0949 (FILEminimizer)

IMG_0938 (FILEminimizer)

Nos arredores da ilha, tive dois dias de mergulho intenso num ambiente pesado e sombrio de navios japoneses afundados durante a Segunda Guerra Mundial e aí senti um nervoso acrescido por ter entrado pela primeira vez debaixo de água, em espaços realmente confinados. Neste mundo submerso, senti o lado “negro” do mergulho, principalmente no navio Irako onde atingi a minha profundidade máxima (trinta e oito metros e meio). Porém, mesmo naquele mundo de trevas, existia luz e sempre que esta penetrava pelas frinchas e buracos existentes naquelas estruturas de aço gigantes, parecia que estava numa catedral sub-aquática! Fenomenal! Inesquecível! 😀 Para além disso, observar “algo” feito pelo homem, onde se pode ver vestígios da sua presença (as cargas inalteradas dos navios afundados) e onde ainda existem componentes que funcionam (tais como válvulas e torneiras…) é algo de inolvidável. Ao largo de Coron, foi ainda possível mergulhar nas águas escaldantes (38 ºC) de um lago de água doce. Aí, vi de forma perfeita as linhas térmicas onde a água mudava drasticamente de temperatura, sentindo em simultâneo metade do corpo quente e metade fria! Tirei as barbatanas e fiz “escalada” sub-aquática, atravessei troncos de árvore qual equilibrista e em slide, e senti possivelmente o que sente um astronauta ao pisar solo lunar.

IMG_0961 (FILEminimizer)      IMG_0965 (FILEminimizer)

IMG_0972 (FILEminimizer)     IMG_0977 (FILEminimizer)

Em Coron, para além desses mergulhos míticos, tive serões animados, regados a rum e cola, na companhia dos meus companheiros de viagem e de dois engenheiros Irlandeses (Donald e Richard); vi procissões noturnas onde as velas dos fiéis iluminavam e espalhavam uma luz mortiça pelas ruas escuras da vila; visitei de barco uma praia de sonho, rodeada de rochas mágicas, negras como o breu e repleta de águas cristalinas e transparentes que brilhavam como safiras e esmeraldas; tive um delicioso jantar festivo onde o caranguejo e o camarão foram reis e senhores; e tive um reencontro com o passado

IMG_0988 (FILEminimizer)      IMG_1003 (FILEminimizer)

IMG_1004 (FILEminimizer)      IMG_1029 (FILEminimizer)

Numa daquelas noites festivas, ao sair dum bar na companhia de Arnold  gerente de um resort que trabalhava na ilha – encontrámos um nativo, que o conhecia e que nos convidou a ir até ao cemitério, para fazer uma homenagem fúnebre. Arnold imediatamente e de uma forma rude, declarou que não ia, mas eu naquele momento senti algo que me impeliu a acompanhar o nativo. Comprei umas velas, ele umas cervejas, montámos um tuk-tuk e quando estávamos prestes a partir, o Arnold acabou por se dignar a acompanhar-nos. Na escuridão da noite, seguimos estrada fora e depois de uma viagem que não sei precisar quanto demorou chegámos à entrada do cemitério. Aí, passo a passo e silenciosamente, penetrámos naquele espaço vasto, negro e sereno, até chegarmos à campa. Assim que chegámos, Arnold deitou-se na campa do lado e adormeceu pesadamente. O seu ressonar competia em decibéis, com a pirosa música de discoteca que era projetada pelo seu telemóvel.

IMG_1042 (FILEminimizer)      IMG_1056 (FILEminimizer)

IMG_1047 (FILEminimizer)      IMG_1061 (FILEminimizer)

Como estátuas de mármore e alheios a esse facto, acendemos uns cigarros e as velas, abrimos as cervejas e fizemos uma homenagem fúnebre e sentida à sua esposa e ao seu filho – que tinham falecido há um ano. Depois desse momento, dentro de mim, algo se quebrou. Repentinamente, lembrei-me do meu pai e das saudades que sentia dele. Longe de Portugal, longe de todas as pessoas que conhecia, um pouco tocado pelos copos bebidos e sem filtros e barreiras de espécie alguma, comecei a chorar… De joelhos agarrado àquela campa, larguei um peso que carreguei durante quase dezassete anos. Chorei, chorei, chorei. Chorei baba e ranho. Chorei durante largos minutos e não houve nenhum travão que parasse as lágrimas. Apenas quando senti uma leveza a ressoar dentro de mim, parei. Nesse momento, passei as mãos pelos olhos, desajoelhei-me e abracei o nativo. Naquele cemitério perdido das Filipinas, dois “orfãos” de lados opostos do nosso planeta, foram irmãos durante momentos. Juntos partilharam uma dor comum. A dor da perda e juntos reencontraram um calor e uma luz humana, que aqueceu e iluminou a escuridão da noite e o frio da morte…

IMG_1076 (FILEminimizer)      IMG_1087 (FILEminimizer)

IMG_1091 (FILEminimizer)

IMG_1098 (FILEminimizer)

Categorias
Crónicas Em trânsito Fotografia

El Nido. Regresso às Phi Phi?

Depois da visita ao rio subterrâneo de “Puerto Princesa”, parti com o Denis mais para Norte, em direção a El Nido, onde chegámos depois duma viagem de aproximadamente seis horas, numa estrada bastante esburacada. Na chegada, deparámo-nos com calor… bastante calor. Um calor, abafado e pesado que se colava ao corpo. Nesse primeira tarde em El Nido, para além de visitarmos a agradável praia de Las Cabañas (onde comecei a observar melhor, a beleza daquela paisagem natural), reencontrámos Justine (uma Canadiana que conhecêramos em Boracay), Steow e Maiju, e comecei de algum modo a sentir-me farto de Denis, das suas “luas” e vontades. Apesar desse detalhe, o dia terminou em beleza fruto dum jantar (regado a “batidos” de manga com rum) e de um serão animado, com música ao vivo no bar de reggae da praia. 😀

IMG_0781 (FILEminimizer)      IMG_0784 (FILEminimizer)

IMG_0786 (FILEminimizer)     IMG_0793 (FILEminimizer)

No dia seguinte, acordei bastante cedo e mudei-me para o Austria´s hostel onde deixei a bagagem e daí segui até ao hotel de Derek e Justine, o local onde combinámos encontrar-nos para fazer um tour pelas múltiplas ilhas que ficam ao largo de El Nido. Apesar do preço do tour (combinação dos tours A + C), não poder ser considerado uma bagatela (cerca de 25€), posso afirmar que valeu cada cêntimo investido e algumas das paisagens que tive a felicidade de observar, ficarão para sempre como um dos grandes momentos desta viagem! 😀

IMG_0809 (FILEminimizer)     IMG_0812 (FILEminimizer)

IMG_0813 (FILEminimizer)    IMG_0814 (FILEminimizer)

Em El Nido, tal como nas Phi Phi, ihas calcárias emergem do mar, mas aqui o seu número para além de mais elevado é mais dramático, uma vez que existem ilhas de faces completamente escarpadas, formações bizarras e zonas que recordam os famosos pináculos de Mulu, mas com rochas negras como o breu! Durante o dia, navegámos de ilha em ilha, fazendo snorkeling  peixe-leão bebé, muitos peixes coloridos, algum coral e muitas, muitas alforrecas que provocavam desconforto e sensações de picadas na pele; visitando praias de sonho: praia escondida – baía escondida no oceano, rodeada de rochas belas e surreais; praia da estrela – mini praia onde almoçámos um delicioso e farto repasto: peixe grelhado, dois tipos diferentes de salada, camarão, porco grelhado, arroz, ananás! 😀 ; praia secreta – para encontrar a mesma tivemos de nadar em pleno mar, penetrar numa abertura na rocha e aí deparámo-nos com areal que estava completamente rodeado a 360º por rochas negras e afiadas e que apenas podia ser vista do ar. Monumental! Arrebatador! E a praia dos sete comandos – última visita do dia e local onde o motor da nossa banca “morreu” 😛 e nadando em lagoas – lagoa grande, lagoa pequena e lagoa azul – de infinitos azuis e verdes no meio do oceano?! 😀 . Foi sem dúvida, um dia de sonho que acabou em beleza quando ao final da tarde reencontrámos Yannick e Aline, ficando o grupo novamente reunido! 😀

IMG_0841 (FILEminimizer)

IMG_0843 (FILEminimizer)     IMG_0846 (FILEminimizer)

IMG_0854 (FILEminimizer)

No terceiro dia, o tempo esteve bastante cinzento e a manhã foi lenta e arrastou-se. Durante a tarde eu, o Denis, o Yannick e o Steow, pegámos numa melancia, alugámos uns caiaques e partimos à descoberta. Numa massa negra, vasta e serena remámos durante uma hora até à ilha de Cadlao que fica em frente à vila de El Nido e aí visitámos duas praias, a praia do paraíso – onde tudo em nosso redor era verde e selvagem e a praia “inominável” – na qual estivemos deitados dentro de água enquanto chovia torrencialmente. Nessa altura senti uma felicidade pura, fruto da comunhão com a natureza!. No regresso, em que já estava “fartinho” de remar, eu e o Denis conseguimos virar o caiaque um par de vezes em pleno oceano, rir-nos da nossa falta de perícia e quando chegámos a terra observámos que o meu dry bag, afinal não era assim tão dry! 😛 – o que valeu é que no seu interior, não havia nada realmente importante.

IMG_0860 (FILEminimizer)     IMG_0869 (FILEminimizer)

IMG_0872 (FILEminimizer)     IMG_0889 (FILEminimizer)

No último dia em El Nido, como o tempo foi melhorando progressivamente, acabámos por alugar umas scooters e partir para a bonita praia de Nacpan, que fica a norte da vila. Nessa praia de longo areal, localizada numa baía perfeita de coqueiros e de um mar sem corais, pude pela primeira vez na Ásia, cavalgar ondas com o corpo! Regressando aos meus tempos de adolescência, na praia da Foz (do Arelho) e da Nazaré! Enfim, divertimento em estado puro! 😀 Ao mesmo tempo que pensava: “Boys will be Boys“. 😉 Ao serão, reencontrei Tadd (americano de Boracay) e com ele estive a falar sobre o meu próximo destino, a ilha de Coron e casa de múltiplos navios japoneses afundados durante a segunda Guerra Mundial! 🙂

IMG_0902 (FILEminimizer)     IMG_0905 (FILEminimizer)

IMG_0908 (FILEminimizer)

El Nido, foi um local especial! Foi associar uma beleza natural estonteante e inebriante, ao convívio com um grupo de  boas pessoas. 😀 Foi com um enorme prazer que partilhei o meu tempo com elas, num local que conserva um certa pureza (talvez o que as ilhas Phi Phi eram há quinze/vinte anos). O único senão, de toda esta perfeição foi sentir uma certa pressão por não publicar nada no blog, desde então. 😉

Categorias
Crónicas Fotografia

Sabang. O Dia do Rio

Depois da longa e memorável travessia até Sabang, este era o dia em que visitaríamos o famoso rio subterrâneo de Puerto Princesa (apesar de estarmos em Sabang, este é nome oficial! 😉 ) e para mim o mesmo começou bem cedo, uma vez que acordei antes do nascer do sol, tendo a oportunidade de ver o dia clarear e de observar, uma suave neblina. Depois do pequeno-almoço, o nosso grupo dirigiu-se para a zona do cais, onde se pagava o bilhete de entrada no parque natural e o barco.

IMG_0566 (FILEminimizer)     IMG_0571 (FILEminimizer)

IMG_0579 (FILEminimizer)

Ao embarcarmos fiquei surpreendido, pois vi que a bordo, para além do nosso capitão estava um casal de americanos (pergunta retórica, se o barco foi pago por seis pessoas, porque motivo embarcaram oito? Pois é caro leitor, isso mesmo! As terras do oriente são pródigas em “maroscas”, umas mais evidentes e claras, outras mais obscuras). O dia estava solarengo e de banca, partimos para as imediações do rio subterrâneo. À medida que nos afastávamos da vila, pudemos apreciar a beleza da costa: as colinas e montanhas, a vegetação, o mar de múltiplos azuis e  verdes, as rochas negras de calcário, semelhantes ao que vira anteriormente em Mulu. Devido a esta paisagem natural, a viagem foi de facto fascinante. 😀

IMG_0584 (FILEminimizer)     IMG_0661 (FILEminimizer)

Quando chegámos à costa, desembarcámos num bonito areal e depois de dois ou três minutos a andar num trilho rodeado de uma vegetação densa e luxuriante, apanhámos um novo barco, desta feita um pequeno bote de madeira. Desde o local onde se embarca neste barquito, até à entrada da caverna, a água é super cristalina e tem uma cor espetacular, uma mescla de verdes esmeralda e azuis. O rio tem oito quilómetros de comprimento, mas nestes passeios turísticos nem sequer se chega a percorrer metade do mesmo e apesar do passeio ter sido engraçado, graças ao nosso guia, politicamente incorrecto, não posso dizer que tenha sido mágico. Bonito e divertido, sim, mas não mais do que isso. Inclusivamente, posso afirmar que depois do regresso à vila/aldeia de Sabang, o melhor desta visita foram mesmo as travessias de banca naquele lindíssima paisagem.

P1040711 (FILEminimizer)     P1040716 (FILEminimizer)

IMG_0594 (FILEminimizer)    IMG_0604 (FILEminimizer)

IMG_0647 (FILEminimizer)

Depois de regressarmos, Maiju e Steow partiram para El Nido enquanto eu, o Denis, o Yannick e a Aline fomos fazer um trekking até à nascente do rio subterrâneo, com Bob (o guia local que conhecêramos na noite anterior) e Maria (uma amiga dele, de Manila). Todos juntos, fizemos uma viagem de um quarto de hora num apinhadíssimo tuk-tuk, até ao local onde começaria a nossa caminhada. No início do trilho, vimos verdes campos, colinas de rocha a emergir do solo e agradáveis montanhas. Depois embrenhámo-nos por uma selva, não demasiado densa, mas muito bonita, repleta de árvores com formas bastante originais, riachos e formações rochosas. Até que chegámos a um local que se assemelhava a uma colina, e com cuidado começámos a trepar, pois a mesma era bastante íngreme e as rochas muito afiadas.

IMG_0672 (FILEminimizer)    IMG_0682 (FILEminimizer)

IMG_0685 (FILEminimizer)    IMG_0688 (FILEminimizer)

IMG_0699 (FILEminimizer)

Quando chegámos ao topo, estanquei maravilhado, estávamos numa entrada de uma gruta que parecia saída dum mundo perdido e primitivo! No ar podia-se observar uma ligeira névoa, fruto do ar saturadíssimo e da humidade reinante e tal como em Mulu quase que acreditei em dinossauros! 😀 Depois de uns minutos de contemplação, descemos com cuidado – fruto do piso bastante escorregadio – até ao interior da gruta e daí pudemos observar toda a beleza da entrada, mas do interior para o exterior e todas as rochas e plantas que aí habitavam. Espetacular! Memorável! 😀 Novamente, pé ante pé subimos até à entrada e voltamos a descer a íngreme colina.

IMG_0714 (FILEminimizer)     IMG_0747 (FILEminimizer)

IMG_0751 (FILEminimizer)

Pela selva, regressámos ao local onde começáramos o trekking três horas antes, com os olhos, o coração e alma cheios! 😀 O regresso a Sabang, foi feito novamente num tuk-tuk apinhadíssimo e desconfortável, mas com um estado de espírito leve e alegre. Já na vila, demos um mergulho naquele mar de múltiplos azuis, que mais parecia uma sopa e deitado a flutuar naquele líquido quente, vi o dia a desfilar na minha mente qual uma película perfeita. De manhã a foz, à tarde a nascente. Em Sabang, o dia do rio! 😀

IMG_0759 (FILEminimizer)     IMG_0760 (FILEminimizer)

IMG_0763 (FILEminimizer)

Categorias
Crónicas Em trânsito Fotografia

Em trânsito: Boracay – Sabang. Travessia para Palawan

Depois do party Bum de Boracay, eu e o Denis tentámos seguir para a ilha de Coron, via San Jose (ilha de Mindoro), porém como apenas tínhamos barco dali a três dias, optámos por seguir para Iloilo no extremo sul da ilha de Panay e aí apanhar um barco para Puerto Princesa, já na ilha de Palawan. Contudo, depois de uma viagem bem apertada de aproximadamente sete horas, fomos informados já no cais, que barcos só no dia seguinte! :/ Foi assim que fomos obrigados a ficar vinte e quatro horas em modo de espera, na pouca interessante Iloilo.

IMG_0485 (FILEminimizer)

IMG_0478 (FILEminimizer)     IMG_0480 (FILEminimizer)

A travessia marítima para Puerto Princesa durou aproximadamente trinta e oito horas, porém o tempo até passou bastante rápido, fruto de termos conhecido algumas pessoas, com as quais passámos bastante tempo – Isabela (senhora Filipina), Steow (inglês), Maiju (Finlandesa), Yannick e Aline (um casal belga); de dormirmos duas noites a bordo; e da agradável paragem que fizemos na bonita ilha de Cuyo  aproximandamente oito horas – que psicologicamente fez uma enorme diferença positiva! 😀 Durante a travessia, para além de dormir e passar bastante tempo a conversar com as pessoas, aproveitei para atualizar o caderno e comi pela primeira vez uma famosíssima iguaria Filipina, o Balut  ovo cozido com um embrião de pato, parcialmente desenvolvido – conseguindo fazer rir alguns Filipinos com o meu entusiasmo e enojar o Steow com o que acabara de comer. 😛

    IMG_0495 (FILEminimizer)     IMG_0499 (FILEminimizer)

P1040661 (FILEminimizer)    P1040663 (FILEminimizer)

IMG_0508 (FILEminimizer)     IMG_0520 (FILEminimizer)

Quando chegámos a Puerto Princesa, já na ilha de Palawan, o grupo manteve-se unido (exceto a simpática Isabela) e junto seguiu para Sabang. Essa viagem, que durou apenas duas horas e uns pozinhos, foi uma das mais loucas e memoráveis até à data, pois todos sem execeção fomos sentados/deitados no tejadilho do jeepney (autocarro típico das Filipinas)! 😀 A partir desse espaço aberto em andamento, pudemos começar a observar a beleza da ilha (selva verde e densa) e já nas imediações de Sabang, vi bastantes arrozais viçosos, e colinas a emergir do solo, recordando imediatamente a paisagem maravilhosa e singular de Yangshuo/Xin Ping na China.

DSCN1778 (FILEminimizer)     DSCN1783 (FILEminimizer)

IMG_0527 (FILEminimizer)     IMG_0535 (FILEminimizer)

P1040689 (FILEminimizer)      IMG_0546 (FILEminimizer)

Uma vez que imaginava uma vila “perdida” no meio da selva, fiquei admirado por ver que Sabang afinal se localizava na costa, tendo o mar azulado/acinzentado a banhá-la e múltiplas montanhas em redor. 🙂 Quando saímos do autocarro, fomos recebidos por Mr. Horward, um americano que geria o Alport Resort e que nos levou aos nossos aposentos – um quarto tão “minúsculo” que apenas tinha quatro camas de casal no seu interior e uma casa de banho ensuite. À nossa frente, tínhamos o mar e um ambiente bastante sereno! 😉 À noite, todos juntos jantámos um delicioso e gigantesco red snapper grelhado, arroz, salada e fruta; e passámos o serão com Bob, um rastamen e guia local, com quem fomos beber uma cervejas e falar com alguns nativos. O final de dia perfeito, na chegada à ilha mágica de Palawan.     

P1040700 (FILEminimizer)      P1040704 (FILEminimizer)

IMG_0550 (FILEminimizer)     IMG_0556 (FILEminimizer)

IMG_0560 (FILEminimizer)

Categorias
Crónicas Fotografia

Boracay. Party Bum!

Antes de chegar à ilha de Boracay, sabia de antemão que a mesma era super turística e confesso que isso me preocupava um pouco, uma vez que receava encontrar uma miniatura de Bali, mas sem a possibilidade de escapar para zonas tranquilas, uma vez que a ilha era bastante pequena. Por outro lado, queria um pouco de animação e festa, algo que não encontrava há meses, foi assim que fruto de uma “pééééééssima” estadia acabei por ficar seis noites! 😀

IMG_0251 (FILEminimizer)      IMG_0264 (FILEminimizer)

IMG_0271 (FILEminimizer)      IMG_0280 (FILEminimizer)

IMG_0297 (FILEminimizer)      IMG_0320 (FILEminimizer)

IMG_0335 (FILEminimizer)

A ilha apesar de muito turística, felizmente não se revelou nenhum inferno e de Boracay vou guardar vários momentos na memória e no coração: a muito movimentada (tanto de dia como de noite) e turística White Beach com areia em pó, mar de águas frescas -comparando com a Indonésia… 😛 – e azuis lindíssimos, palmeiras e inúmeras embarcações tradicionais – as bancas (algumas a vela, outras a motor); o meu paraíso tranquilo e “privado” de águas de infinitos azuis e verdes, Puka Beach, localizada no norte da ilha, onde estive três ocasiões, onde conheci uma simpática família filipina com quem almocei, uma vez e fiz alguns jogos de voleibol com os nativos ao final da tarde; as múltiplas festas, entre elas a minha primeira festa noturna numa piscina aquecida 😉 ; os passeios apelas praias e pela ilha que me deram a oportunidade de pela primeira vez, comer um delicioooooooso halo halo (gelo picado, leite condensado, açúcar e “topings”) e de ver quão simpático e caloroso o povo Filipino pode ser – mesmo numa ilha tão turística como Boracay; a extraordinária panorâmica do ponto mais elevado da ilha, o monte Luho; as múltiplas e fabulosas refeições num restaurante super escondido, que nos foi mostrado por Jason (um dos elementos do staff do MNL) 😀 ; o fabuloso hostel MNL (excelentes camas, bom pequeno almoço, terraço porreiríssimo para relaxar; o staff caloroso e atencioso que faziam sentir as pessoas como se estivessem entre amigos, enfim… mesmo “à maneira” e sem dúvida um dos melhores hostels de toda a viagem! 😀 ).

IMG_0343 (FILEminimizer)      IMG_0353 (FILEminimizer)

IMG_0361 (FILEminimizer)      IMG_0366 (FILEminimizer)

IMG_0370 (FILEminimizer)      IMG_0372 (FILEminimizer)

IMG_0379 (FILEminimizer)

Mas de Boracay, a ilha do party Bum, o que guardarei com mais carinho será sempre as múltiplas pessoas que conheci, tanto os simpáticos nativos, entre eles Jason, como os turistas: o argentino Matias; a chilena Sofia; os canadianos Justine e Derek; a sul coreana Yang; as alemãs Ann e Yann, o americano Tadd, o israelita Denis (com quem acabei por sair de Boracay), as belgas Kathlynee e Sonya, o espanhol Carlos, a chinesa Ni Ni, os inúmeros ingleses “loucos” 🙂 , mas principalmente o colombiano Filipe – com quem estive durante mais de duas horas, sentados no mar a falar sobre a Austrália – os fantásticos brasileiros Bruno e Bárbara, o porreiríssimo alemão Alex, o médico inglês, John com quem falei inúmeras vezes, durante horas e que me fez ficar com vontade de ir até à ilha de Palawan 😀 e a simpatiquíssima chinesa Jessie. Uma autêntica sociedade das nações! 😀 

IMG_0380 (FILEminimizer)      IMG_0393 (FILEminimizer)

IMG_0397 (FILEminimizer)      IMG_0402 (FILEminimizer)

IMG_0404 (FILEminimizer)      IMG_0408 (FILEminimizer)

IMG_0453 (FILEminimizer)

Categorias
Crónicas Em trânsito Fotografia

Em trânsito: Travessia para as Filipinas

Depois da travessia marítima absolutamente “fantástica” entre Makassar e Surabaya, aguardei durante dois dias e meio, pelo meu voo para as Filipinas. Durante esse tempo descansei um pouco; comprei alguns produtos de higiene pessoal que estavam a começar a escassear e um disco externo, no qual fiz um backup – isto antes do computador, ter um bug e ser novamente formatado!; desfiz e refiz a mala toda; juntei uma série de objetos – mapas, ikats e sarongs Indonésios e Timorenses, café de Java, as placas de madeira de Tana Toraja, o disco externo, pequenas rochas dos vários vulcões… – para enviar numa encomenda para Portugal, antes de sair do país (neste “processo”, foi fundamental a ajuda de um desconhecido, Mr. Benny, que andou comigo pela cidade até encontrarmos uma estação do correios, da qual eu pudesse enviar o caixote); para voltar a comer no Macdonald´s e para voar para Singapura, fechando o ciclo da Indonésia de um modo circular (quando cheguei ao país voei a partir de Singapura, no final acabei por regressar a Singapura). 🙂

IMG_0178 (FILEminimizer)      IMG_0195 (FILEminimizer)

IMG_0203 (FILEminimizer)

No moderno e organizado aeroporto de Chiangi passei toda a noite acordado, em modo de espera, pela manhã e pelo voo que me levasse ao meu novo destino. 🙂 Durante a travessia para as Filipinas vi uma paisagem azul: o céu, o mar, algumas ilhas… tudo era azul! Demasiado azul! 😛 Preenchi os papéis burocráticos da praxe, para entregar na chegada; escrevi no caderno; tirei duas ou três fotografias, aliás nove, dez, onze… a paisagem começou a “espetacularizar-se” com águas de múltiplos azuis, pequenas ilhas, bancos de corais e nuvens estupendas! 😀 Antes de chegarmos à ilha de Pannay (muito montanhosa do lado Oeste e repleta de campos verdes no lado Este), houve uma ligeira turbulência e pude ver do alto a massiva ilha de Mindanao. Na descida sobre o aeroporto de Kalibo, viam-se terrenos “alagados”, múltiplas palmeiras e na descida do avião encontrei um pequeno aeroporto e um clima tropical.

IMG_0228 (FILEminimizer)      IMG_0230 (FILEminimizer)

IMG_0232 (FILEminimizer)

Depois de recolher a bagagem, o processo de emigração foi um pouco lento mas simples, estava oficialmente nas Filipinas! 🙂 Nessa altura, como não consegui levantar dinheiro numa ATM, troquei alguns euros por pesos. Como na chegada estava cansado e não me apetecia complicações, paguei um transfer direto para a ilha de Boracay. A partir desse momento foi receber papéis, um autocolante e seguir na “manada” (sentimento do género “não quero saber das dificuldades da estrada, levem-me!”). Durante a viagem de bus até Caticlan dormitei, observei a paisagem, as casas e pensei que existiam muitas semelhanças com a Indonésia. Na chegada ao cais de Caticlan, consegui levantar dinheiro pela primeira vez no país e depois aguardei uns minutos pelo barco que me levaria até à ilha de Boracay. A curta travessia entre ilhas foi feita já com o astro rei em rota descendente. Quando cheguei ao hostel MNL era já lusco fusco. Tinha acabado de chegar à ilha de Boracay, a ilha do party BUM! 😉          

IMG_0235 (FILEminimizer)      IMG_0240 (FILEminimizer)

IMG_0246 (FILEminimizer)

Categorias
Crónicas Fotografia Reflexões

Em “Torajilândia”

Ato VI – Dia de Surpresa? Dia de…

No meu último dia em Tana Toraja, apanhei um bemo para Lemo e enquanto caminhava para o local dos túmulos, encontrei crianças vestidas com trajes tradicionais e instantaneamente pensei: “outro funeral!?”, mas depois de ver dois jeeps enfeitados com flores, respondi automaticamente em pensamento: “Naaaaaaaa… casamento!” Sorri, uma vez que no dia anterior tinha estado a falar sobre o assunto. Tirei um retrato às crianças e segui andando. No local dos túmulos fiz uma visita agradável, mas não vi nada que não tivesse visto anteriormente, “apenas” a uma escala maior. De qualquer modo, a paisagem era realmente bonita e ao abandonar o local senti-me satisfeito. Quando estava a regressar à estrada principal para ir até Landa, voltei a passar pelas crianças e a parar para lhes tirar mais umas fotografias. Nesse momento, fui convidado por um membro da família a assistir ao casamento e foi me dito para dirigir-me à igreja/capela da vila. Do nada, estava a caminho de um casamento em Tana Toraja! 😀

IMG_9979 (FILEminimizer)      IMG_9980 (FILEminimizer)

IMG_9981 (FILEminimizer)      IMG_9990 (FILEminimizer)

IMG_9999 (FILEminimizer)     IMG_0025 (FILEminimizer)

IMG_9997 (FILEminimizer)      IMG_0021 (FILEminimizer)

A cerimónia durou hora e meia e tratou-se de uma cerimónia protestante, simples mas bonita, falada em dialeto local. O padre/pastor era bastante carismático e pôs quase toda a plateia a escutá-lo com atenção, enquanto os noivos estavam bastante felizes mas nervosos. 🙂 Depois da cerimónia, fui convidado a juntar-me à parte dos “comes e bebes” e fiquei admirado com a quantidade de pessoas que estava presente, parecia que toda a aldeia tinha sido convidada! 😉 Aí, vi o desfilar de um loooooooongo cortejo de casamento, o ambiente da festa, as danças e as dançarinas, o bolo a ser cortado pelos noivos – que nessa altura já envergavam trajes tradicionais – os múltiplos retratos com os convidados – iguais em qualquer parte do mundo – e comi uma vez mais a deliciosa, comida tradicional de Tana Toraja. Assistir a tal momento e ver um casamento por terras do Oriente, fez-me sentir um privilegiado e deixou-me realmente feliz! 😀

IMG_0032 (FILEminimizer)

IMG_0033 (FILEminimizer)     IMG_0052 (FILEminimizer)

IMG_0054 (FILEminimizer)     IMG_0064 (FILEminimizer)

Em jeito de súmula, nos cinco dias que estive em Tana Toraja tive o prazer de confraternizar com pessoas super hospitaleiras e genuínas, tendo o privilégio de observar um pouco as suas tradições. No meio daquela paisagem bela: arrozais, montanhas e vales, florestas de bambu, sol, nevoeiro, chuva, muitas nuvens… encontrei cavernas cheias de túmulos, caixões e ossos… um funeral com sacrifícios de búfalos e porcos, trajes, música e cânticos tradicionais, um casamento… na despedida, senti-me realmente uma pessoa com sorte! 😀 Na Indonésia, ilha de Sulawesi, em “Torajilândia”, fiquei com a certeza que nesta tribo o funeral é o mais importante de todos os rituais. Mais importante que o casamento. Mais importante que o nascimento. Este é o reino, onde os mortos são mais importantes do que os vivos.

IMG_0089 (FILEminimizer)     IMG_0116 (FILEminimizer)

IMG_0095 (FILEminimizer)     IMG_0139 (FILEminimizer)

IMG_0142 (FILEminimizer)     IMG_0151 (FILEminimizer)

Categorias
Crónicas Fotografia

Em “Torajilândia”

Ato V – Rumo a Norte e à Bruma

Depois de tantas emoções nos dias anteriores, neste dia parti rumo a Norte. Primeiro, fui a pé até ao terminal de Balu, onde tentei apanhar um bemo (autocarro) para Lempo. Porém, as coisas não correram muito bem uma vez que o motorista informou-me que se quisesse seguir, teria de pagar o veículo todo, pois não havia mais passageiros. Percebi o argumento, mas o valor pareceu-me excessivo, por isso decidi aguardar… no entanto, algum tempo passou e ninguém apareceu. :/

IMG_9870 (FILEminimizer)     IMG_9871 (FILEminimizer)

IMG_9874 (FILEminimizer)     IMG_9898 (FILEminimizer)

IMG_9902 (FILEminimizer)

Comecei a pensar em alternativas, fui a um posto de ojeks perguntar o preço para seguir para Lempo e o valor mais baixo que consegui já era menos de metade, do valor do carro. Ok! A solução, já se começava a avistar. Porém, como ainda não estava satisfeito, fui seguindo a pé com o intuito de pedir boleia. A verdade é que não me sentia muito otimista, mas passados dez minutos, já estava numa carrinha das obras em cima de umas sacas de cimento, a caminho do Norte. 😉 Como o destino final da carrinha era Pallawa, tive que desmontar e ficar à espera num cruzamento, de qualquer modo, neste momento estava bafejado pela sorte e assim, logo de seguida apanhei um bemo montanha acima e aos zigue-zagues até Batu Tumanga. No caminho, apesar do espesso nevoeiro deu para observar uma  bonita paisagem, de verdes arrozais em socalcos.

IMG_9909 (FILEminimizer)       IMG_9936 (FILEminimizer)

IMG_9919 (FILEminimizer)    IMG_9928 (FILEminimizer)    IMG_9930 (FILEminimizer)

Quando cheguei a Batu Tumanga como estava muito, muitooooooooooo nevoeiro, decidi seguir diretamente para Lokkomata e num instante, cheguei ao local onde se podem encontrar túmulos dentro da rocha. Aí, fruto da bruma fiz uma curta visita ao local e quando estava a caminho de Pana apanhei nova boleia, desta feita de mota. Na pequena povoação, visitei mais uns túmulos – para bebés – cravados numa enorme parede de rocha. Este local, fruto da mescla perfeita de rocha e vegetação parecia saído do mundo perdido ou de um Indiana Jones. Espetacular! 🙂 Para além da visita, foi na aldeia que conheci o simpático e afável Mr. Papakiki com quem bebi um café e estive uns momentos a conversar, em amena covaqueira. De Pana, sempre em descida cheguei primeiro à vila de Tikala e finalmente a Rantepao. Ao longo do caminho a viagem foi agradável e por volta das 14.00 já estava de regresso ao centro da cidade, já fora do reino da névoa, num ambiente quente e solarengo.

IMG_9945 (FILEminimizer)     IMG_9962 (FILEminimizer)

IMG_9963 (FILEminimizer)     IMG_9977 (FILEminimizer)

IMG_9967 (FILEminimizer)