Ato V – Rumo a Norte e à Bruma
Depois de tantas emoções nos dias anteriores, neste dia parti rumo a Norte. Primeiro, fui a pé até ao terminal de Balu, onde tentei apanhar um bemo (autocarro) para Lempo. Porém, as coisas não correram muito bem uma vez que o motorista informou-me que se quisesse seguir, teria de pagar o veículo todo, pois não havia mais passageiros. Percebi o argumento, mas o valor pareceu-me excessivo, por isso decidi aguardar… no entanto, algum tempo passou e ninguém apareceu.
Comecei a pensar em alternativas, fui a um posto de ojeks perguntar o preço para seguir para Lempo e o valor mais baixo que consegui já era menos de metade, do valor do carro. Ok! A solução, já se começava a avistar. Porém, como ainda não estava satisfeito, fui seguindo a pé com o intuito de pedir boleia. A verdade é que não me sentia muito otimista, mas passados dez minutos, já estava numa carrinha das obras em cima de umas sacas de cimento, a caminho do Norte. 😉 Como o destino final da carrinha era Pallawa, tive que desmontar e ficar à espera num cruzamento, de qualquer modo, neste momento estava bafejado pela sorte e assim, logo de seguida apanhei um bemo montanha acima e aos zigue-zagues até Batu Tumanga. No caminho, apesar do espesso nevoeiro deu para observar uma bonita paisagem, de verdes arrozais em socalcos.
Quando cheguei a Batu Tumanga como estava muito, muitooooooooooo nevoeiro, decidi seguir diretamente para Lokkomata e num instante, cheguei ao local onde se podem encontrar túmulos dentro da rocha. Aí, fruto da bruma fiz uma curta visita ao local e quando estava a caminho de Pana apanhei nova boleia, desta feita de mota. Na pequena povoação, visitei mais uns túmulos – para bebés – cravados numa enorme parede de rocha. Este local, fruto da mescla perfeita de rocha e vegetação parecia saído do mundo perdido ou de um Indiana Jones. Espetacular! 🙂 Para além da visita, foi na aldeia que conheci o simpático e afável Mr. Papakiki com quem bebi um café e estive uns momentos a conversar, em amena covaqueira. De Pana, sempre em descida cheguei primeiro à vila de Tikala e finalmente a Rantepao. Ao longo do caminho a viagem foi agradável e por volta das 14.00 já estava de regresso ao centro da cidade, já fora do reino da névoa, num ambiente quente e solarengo.