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Uma Geografia. Uma Fotografia: Sugar Beach

Sugar-Beach

A experiência que tive ao entrar em Sugar Beach, foi quase equivalente a sair do mundo. O ambiente era relaxado; o resort onde fiquei instalado (Driftwood Vilage), estava super bem concebido e não era muito dispendioso; existia um dormitório muito confortável, em que as camas eram praticamente de casal; a comida era deliciosa; e o staff impecável. Em Sugar Beach a areia era castanha escura ou se preferirem tinha um tom açúcar mascavado, por esse motivo a sua temperatura era quase sempre elevada. Por sua vez, a água do mar apesar de não ter aqueles tons de múltiplos azuis e verdes, que geralmente são visíveis em praias de areia branca e onde existem corais, era transparente, super límpida e tinha uma temperatura agradável. No areal existiam múltiplos coqueiros e palmeiras, e existiam mais dois ou três pequenos resorts com bungalows. Durante aqueles dias, escrevi e publiquei no blog, dormitei em hamokspasseei pela praia, joguei voleibol ao final da tarde, vi o pôr do sol enquanto jogávamos e depois do jogo terminar corria para e pelo mar, que era praticamente plano e raso e ao correr para o infinito, sentia-me livre! As noite também eram divertidas e animadas, uma vez que havia sempre uns torneios de snooker e bebíamos quase sempre umas cervejitas, em amena cavaqueira. Numa das manhãs, também fizemos um passeio de snorkeling para ver um navio afundado, a apenas cinco metros de profundidade. A água era cristalina e límpida, havia uma excelente visibilidade e foi possível ver corais e peixes de muitas cores ricas e variadas. Uma vez que a vida era relaxada e fácil – boa comida e cama; sossego e conforto; muitas e animadas conversas – não tinha vontade de partir e aqueles três dias ficar-me-ão para sempre na memória. Antes de seguir para a ilha de Apo, tive de perguntar-me algumas vezes: “Sugar Beach. Posso cá ficar para sempre? ”

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Sugar Beach. Posso Cá Ficar Para Sempre?

A experiência que tive ao entrar em Sugar Beach, foi quase equivalente a sair do mundo. O ambiente era relaxado; o resort onde fiquei instalado (Driftwood Vilage), estava super bem concebido e não era muito dispendioso; existia um dormitório muito confortável, em que as camas eram praticamente de casal; a comida era deliciosa; e o staff impecável. Em Sugar Beach a areia era castanha escura ou se preferirem tinha um tom açúcar mascavado, por esse motivo a sua temperatura era quase sempre elevadita. 😛 Por sua vez, a água do mar apesar de não ter aqueles tons de múltiplos azuis e verdes, que geralmente são visíveis em praias de areia branca e onde existem corais, era transparente, super límpida e tinha uma temperatura agradável. No areal existiam múltiplos coqueiros e palmeiras, e existiam dois ou três resorts com bungalows.

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Progressivamente, fui conhecendo pessoas que estavam hospedadas no resort: a Babe (filipina que pertencia ao staff); Fabian (suiço), Nie Ying (chinesa); Octavie e Morgany (francesas); Luke e Alexa (casal de ingleses)… e foi aqui que me despedi de Daniel (“Jesus Cristo”) e de Zaskia. Durante aqueles dias, escrevi e publiquei no blog, dormitei em hamoks, passeei pela praia, joguei voleibol ao final da tarde, vi o pôr do sol enquanto jogávamos e depois do jogo terminar corria para e pelo mar, que era praticamente plano e raso e ao correr para o infinito, sentia-me livre! 😀 As noite também eram divertidas e animadas, uma vez que havia sempre uns torneios de snooker e bebíamos quase sempre umas cervejitas, em amena cavaqueira.

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Numa das manhãs, também fizemos um passeio de snorkeling para ver um navio afundado, a apenas cinco metros de profundidade. A água era cristalina e límpida, havia uma excelente visibilidade e foi possível ver corais e peixes de muitas cores ricas e variadas. Para além disso, também existiu uma tentativa de esquema por parte duns nativos que se fizeram passar por “guarda-costeira” e que tentaram “sacar-nos” uma taxa imaginária! Felizmente sem sucesso! 🙂 Uma vez que a vida era relaxada e fácil – boa comida e cama; sossego e conforto; muitas e animadas conversas – não tinha vontade de partir e estes três dias ficar-me-ão para sempre na memória. 😉 Antes de seguir para a ilha de Apo com a Nie Ying, tive de perguntar-me algumas vezes: “Sugar Beach. Posso cá ficar para sempre? ” 😀

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Crónicas Fotografia

Yogyakarta. Cultura Javanesa

Depois da noite passada no comboio – onde fui dormindo aos bocados – cheguei a Yogyakarta às 6.30. Depois de percorrer parte da cidade, encontrei o Edu hostel, possivelmente um dos melhores hostels de toda a viagem (bem decorado; staff eficiente e prestável; bons serviços; zona de estar confortável – puff´s, sofás, televisão, wifi; cama com um bom colchão, ar condicionado e água quente). Pedir mais era de facto difícil! 😀    

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Depois de guardar a bagagem, parti de autocarro para o templo hindu de Prambanam e pelo caminho conheci um rapaz indonésio com quem entrei no complexo. Graças a esse facto, tive conhecimento da gritante diferenças de preços paga pelos turistas ocidentais em relação aos nativos (de 30.000 IDR, o preço passa para 210.000 IDR, “apenas” sete vezes mais!!) e fiquei a saber que quem faz a exploração deste templo, bem como o de Borobudur é uma empresa privada! Diga-se, que esta situação é demonstrativa da corrupção existente na Indonésia, uma vez que temos o património público a ser explorado em benefício de privados. Uma vergonha!

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Relativamente ao complexo de templos propriamente dito, o principal deles é de facto impressionante em termos de área e construção “sólida”, porém tendo em conta a minha visita ao “triângulo” da Tailândia (Sukhothai, Ayutthaya e Phimai) não posso dizer que tenha ficado deslumbrado. Tal, não quer dizer que não valha a pena visitar o local, apenas que não houve nenhuma “magia” associada. Continuei a minha deambulação pelo complexo e quando estive sozinho no Wat Sewu (segundo maior templo budista do país, depois do de Borobudur) e na zona do museu, senti então uma atmosfera tranquila e serena. 🙂

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Quando voltei ao centro da cidade, fui deixado na rua mais turística da cidade, a Jalan Malioboro. Aí almocei um excelente Bakso (sopa com “almôndegas”), fui interpelado à vez e por três indivíduos que pela conversa me pareceram burlões e quase no final visitei o museu Vredeburg (antigo forte holandês e que na atualidade é o museu da história da Independência da Indonésia). Daí segui para as imediações da Masjid Gedhe Kauman e do Keraton (palácio do sultão) que tentei visitar, mas que já estava fechado.

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Depois de jantar dirigi-me para o museu Sonobudoyo, para assistir a um espetáculo de marionetas (Wuyang Kulit) e antes do início pude admirar o trabalho dos artesãos quem fazem aquelas pequenas obras de arte (marionetas feita em pele e pintadas com cores muito vivas). A verdade é que fiquei de tal modo, impressionado, que fui “levado” a comprar uma delas, pensando que quando chegasse Portugal a ia colocar num quadro. 🙂 Dirigi-me então para o interior da sala onde assisti pela primeira vez a uma performance de Wuyang Kulit e depois do que vi, posso afirmar que mesmo não percebendo nadinha de sânscrito, gostei bastante do ambiente envolvente (o som dos instrumentos de percurssão, as vozes femininas e a do narrador, os gestos lentos e delicados do “jogo” de sombras e a possibilidade de ver o lado reverso) e fui transportado para um mundo mágico, mítico e mitológico de Deuses e Deusas do Oriente.  

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Crónicas Em trânsito

Em trânsito: Bukittinggi – Kuta. A Beleza do Improviso

Depois das emoções vividas no Gunung Marapi ficámos a repousar durante o dia em Bukittinggi, até porque tudo indicava que no dia seguinte nos iríamos separar. A mim, esperava-me um longuíssima viagem para a vila de Kersik Tua nas imediações do vulcão mais alto da Indonésia, o Gunung Kerinci  3805 m – e o Manu queria ir até à ilha de Siberut, no arquípelago das Mentawai. Porém nesse dia, fiquei a saber que tinha havido um terremoto nas imediações da zona do vulcão e o meu plano ruiu literalmente, uma vez que tentar a ascensão poderia revelar-se perigoso, devido ao risco de erupção.

Às 7.00, acordei a pensar nas minhas opções e cheguei à conclusão que podia voar de Padang diretamente para Jakarta – ilha de Java – ou alternativamente ir até ao lago Kerinci e voar de Jambi para o mesmo destino. A verdade é que ao pequeno-almoço ao falar com o Manu, surgiu uma terceira opção, partir com ele para a ilha de Siberut, porém e antes de sairmos da guesthouse, recebemos a informação que apenas teríamos barco dali a dois dias. Plano afundado! 😦 Sem a possibilidade de ir a Siberut, o Manu decidiu que iria para Bali e eu fiquei de o acompanhar até ao aeroporto de Padang.

A verdade é que durante a viagem, comecei a pensar, a pensar… e quanto mais pensava mais motivos válidos encontrava para ir para Bali com o Manu! Assim que tive certezas, transmiti-lhe a minha ideia e ele ficou radiante por continuarmos juntos durante mais uns dias. 😀 Já no aeroporto comprámos os nossos bilhetes e aguardámos durante umas horas pelo embarque. Porém e antes de o fazermos, tivemos de pagar uma taxa que o governo da Indonésia cobra a todos os passageiros para voar – voos nacionais ou internacionais! – o denominado “assalto” legal!

Para chegar à ilha de Bali, tivemos de efetuar dois voos, fazendo escala em Jakarta e se do primeiro não há referências especiais, o segundo permitiu-me ver o radioso despontar do dia, campos verdes – ficando com a ideia que a ilha de Java é um território bastante fértil – montanhas e florestas na névoa, o impressionante cone do vulcão Bromo rodeado de nuvens, um mar de nuvens brancas e douradas, montes azul petróleo, o céu a ficar ligeiramente rosado, azulado e prateado, o oceano de múltiplos azuis e verdes, e observar a curta distância que parece separar as ilhas de Java, Bali e SulawesiNa chegada ao aeroporto de Denpassar, vi uma mistura de azuis e reflexos espelhados na água e pensei que tão bela como aquela paisagem, só a liberdade do improviso! 😀

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Reflexões

Aprendizagens Made in Tailândia

Depois de chegar a Pulau Pangkor e de “meditar” sobre a atribulada viagem, resolvi fazer uma pequena súmula sobre a Tailândia. A famosa terra dos sorrisos está claramente dividida em duas e a fronteira encontra-se em Bangkok, a capital. Se no norte, ainda somos tratados com um certo respeito, no sul não passamos de um porta-moedas andante. :/

Durante os dias que estive no país, não houve uma única viagem que possa ser considerada “normal”! E no sul, o “sistema” montado em torno dos transportes parece uma malha de aço! Aqui não vale a pena inventar. Os transfers entre a Tailândia continental e as ilhas que envolvam múltiplos meios de transporte – autocarros, carrinhas, barcos, ferries, tuk-tuk´s… – serão sempre mais baratos se comprados numa agência, em vez de fazer a viagem troço a troço e comprar os bilhetes por nossa conta, tal não significa que todas as agências vendam os transfers aos mesmos preços, valendo sempre a pena indagar.

O famoso “sistema” é de tal modo complexo e intrincado que durante quase todas as viagens os comprovativos/recibos de compra desaparecem no bolso de alguém e são trocados por outros papéis e autocolantes. Com esse simples gesto, desaparece a evidência da existência de turistas no sul do país. :/

Para além do que referi nos parágrafos anteriores, fiquei com a certeza que um local/paisagem podem ser o paraíso mas que os habitantes podem arruinar a experiência, ou alternativamente torná-la maravilhosa – que não foi o caso! 😦 E na despedida da terra dos sorrisos, fiquei com a sensação de não querer regressar! Pelo menos ao sul e às suas mafiosices constantes!

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Crónicas Em trânsito Reflexões

Em trânsito: Bangkok – Koh Tao. Máfia Legal

Na estação de comboios de Bangkok, tanto no dia em que comprámos o bilhete, como no dia em que partimos da cidade, houve sempre um funcionário “diligente” a querer vender-nos um bilhete para um barco rápido e para os transfers entre a estação de comboios e o cais. Aliás, no dia da compra esse bilhete até estava combinado com o bilhete de comboio. :/

Chegar à ilha de Koh Tao revelou-se um verdadeiro e exasperante quebra-cabeças. Depois da viagem de comboio noturna – que desta feita não teve surpresas, “chocantes”, pois comprámos um bilhete para segunda classe – chegámos à cidade de Chumphon onde nos deparámos e enfrentámos o maior lobby, aliás máfia legal que já vi(mos) até ao momento na viagem. :/ Mas vamos aos factos…

Os nossos problemas começaram logo ao sair da estação, pois ao perguntar a um condutor de tuk-tuk quanto ele cobrava para nos levar até ao cais, ele perguntou-nos pelo bilhete do barco rápido! Respondemos-lhe que não o tínhamos e ele disse-nos para o comprarmos na estação de comboios, fizemos sinal que não e ele devolveu-nos o mesmo. “Ridículo!” (pensei na altura).

Seguimos de mochilas às costas caminhando por Chumphon na tentativa de apanharmos um meio de transporte (autocarro, tuk-tuk, táxi…) para o cais tudo servia desde que o valor que nos pedissem não fosse “estapafúrdio”. Já na avenida principal da cidade, fomos perguntando por barcos, ferries, cais… mas ninguém parecia muito interessado em ajudar-nos, nem sequer os condutores de tuk-tuk, que costumam ser muuuuuuuuuuuuuuito voluntariosos e “altruístas”, queriam nada connosco. Estranho! :/ Parecia que tínhamos uma doença altamente contagiosa e perigosa.

Até que um tuk-tuk parou perto de nós e quando dissemos a fórmula mágica: “Pier, ferry, Koh Tao”, pegou no telemóvel, começou a fazer uma chamada e depois passou-mo para a mão, encostei-o ao ouvido e disse: “Yes?”. Na resposta: ”Lomprayah assistance. Today you still have a boat at 1PM. Do you want to buy the ticket?”, tirei o telemóvel do ouvido, devolvi-lho e fiz sinal ao motorista que não. Estava chocado! :/ E contei o episódio à M.

Tudo começava a fazer sentido, a companhia Lomprayah controlava todo, ou quase todo mercado e estendia os seus tentáculos desde Bangkok – no momento da compra de um simples bilhete de comboio – até aos transportes locais de Chumphon! Quando um peixinho sai da rede, convém apanhá-lo o quanto antes e este “pescador” estava a revelar-se implacável e a encostar-nos ao fundo…


 Notas Finais

Nunca tinha visto, nada assim! Uma empresa, com a conivência das autoridades, a tomar conta duma cidade e ter o monopólio de um negócio, que neste caso é o negócio de transportes, entre Bangkok e as ilhas da costa Este: Koh Tao, Koh Pha-ngan e Koh Samui. Impressionante! 😦

Depois de encostados ao fundo, tivemos mais umas horas de odisseia em Chumphon e arredores. No final acabámos por chegar a Koh Tao… no famoso barco rápido, da Lomprayah! Mas pagando mais e perdendo mais tempo do que se o tivéssemos feito em Bangkok! Caricato! Mas serviu de aprendizagem!

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Crónicas Dicas

Esquema Dourado Made In Xangai

À saída do parque fui interpelado por três jovens que me perguntaram se lhes podia tirar uma fotografia e a seguir continuámos na conversa enquanto nos dirigíamos ao Champs Elysées de Xangai. Segundo eles o museu da cidade  que era o meu destino – estava com umas filas bastante grandes e era melhor fazer um compasso de espera, antes de ir para lá. Antes de entrarmos nos Champs Elysées – centro comercial, pedi para lhes tirar uma fotografia e depois da mesma seguimos pelos corredores. Só quando comecei a entrar num local mais pequeno, comecei a estranhar o ambiente e quando vi os meus ”três amigos” a sentarem-se numa mesinha com chávenas de chá à frente, tive a certeza absoluta onde estava e com quem estava! E pensei: “Filhos da P$%€! Não acredito nesta m£§%@! Outra vez?!”. Claro que nesse momento e instantaneamente disse que tinha que ir e abandonei o local qual relâmpago. No caminho ainda houve um ligeiro momento no qual pensei voltar atrás e confrontar estes mafiosos e dizer-lhes na cara: “Eu sei perfeitamente quem vocês são e o que fazem!”. Mas logo de seguida pensei que não pretendia meter-me em chatices e que queria ultrapassar a situação o mais rapidamente possível.

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Durante o caminho de regresso ao parque recordei Pequim, o profissionalismo destes gangues e no à vontade que demonstram a enrolar a vítima e a distraí-la com conversa, para além de revelarem uma enorme capacidade de adaptação e de criação de empatia com a mesma. :/

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Crónicas Dicas Fotografia

Tigres e Escoceses

Ato VI – O  Grande Embuste!

Quando chegámos à Tina´s Guesthouse, bebemos finalmente a nossa cerveja sossegados e ficámos a conversar sobre o ocorrido. Durante a conversa, chegámos à conclusão que parte da informação recebida em Lijiang e antes de começarmos o trilho era em parte faliciosa e que a beleza natural do local não merecia um esquema destes! :/ Na despedida, trocámos e-mails e um abraço sentido e eu fiquei com uma certa pena das nossas rotas não coincidirem. Haveria de ter sido engraçado, viajar com este Escocês! 😀 Já no autocarro, a caminho de Lijiang vi o rio e a garganta mais de perto e com outra atenção e só então percebi, que o clímax do Tiger Liping Gorge se encontra no Upper Gorge. Aí, SIM! O rio mostra toda a sua força, presença, raça e carácter! E fiquei a matutar na seguinte questão: quem chega ao Tiger Lipping Gorge transportado por um autocarro da Tina´s Guesthouse é automaticamente levado a fazer o trekking e a seguir montanha acima em direção ao Middle Gorge e ao embuste! :/

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Relativamente ao trekking não tenho nada a opôr, o mesmo é excelente e oferece-nos uma palete de paisagens vasta, rica e distinta. Porém e remetendo-me apenas à informação, ou melhor desinformação providenciada pelos hostels/guesthouses/hotéis de Lijiang, impedir as pessoas de ver o verdadeiro Gorge, o Upper Gorge, só me faz sentir irritado e enganado, pois está-se a deturpar a realidade do local apenas com o objetivo de ganhar dinheiro e enriquecer à conta de um embuste. 😦 Por este motivo, se de algum modo, puder alertar todos os outros turistas/backpackers/viajantes para esta situação ou situações semelhantes noutros locais do planeta, será isso que farei! Afinal vivemos em comunidade e sociedade e se todos juntos podermos “quebrar” os “maus” sistemas que nos rodeiam diariamente, tanto melhor! 😉

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Tigres e Escoceses

Ato V – O Tigre “Embusta” a Presa

“Reza a lenda” que houve uma família que construiu o caminho até ao rio e pelos vistos agora, essa família é dona dessa terra! Isto dentro da reserva natural!? Estranho!? Naaaaaaaaaaa… 😛 os factos começaram a cheirar a marosca fedorentaPara aumentar a “piada desta história, inicialmente na zona da “portagem” cobraram-nos 15Y por pessoa e depois de uma recusa, no minuto seguinte o valor já era 10Y por cabeça… por uma questão de PRÍNCIPIO resolvemos não pagar um centavo e logicamente a entrada foi-nos barrada.

IMG_5982 (FILEminimizer)Porém, os chineses desconheciam a resilência da Tag TeamTUGA-SCOTCH e com base nesta permissa partimos em busca de um caminho alternativo, e a verdade é que em menos de um minuto já estávamos num trilho marcado em rota descendente. Cinco minutos volvidos encontrámos mais um ponto de controlo – nesse momento tivemos a certeza que íamos bem encaminhados – e apesar dos avisos sonoros, ou seriam grunhidos!? 😛 Seguimos em frente. Passados poucos minutos encontrámos uma zona de descanso com chineses lá sentados e tentámos perguntar-lhes se estávamos perto, mas não nos responderam e quando seguimos, começaram a acenar e a dizer: “Danger! Danger!” Quando estávamos quase, quase a concretizar o nosso objectivo, esbarrámos num obstáculo que se veio a revelar intransponível, uma escada completamente abrupta e vertical com cerca de quinze metros de altura. Tínhamos a noção que bastava um movimento em falso para nos estatelarmos lá embaixo. Carregados com mochilas e com um estado de espírito pouco sereno resolvemos não arriscar, afinal daquele ponto avistávamos o rio e diga-se em abono da verdade que este, estava muito longe do rugir de um verdadeiro tigre, assemelhando-se mais a pequeno gatinho. 😛

IMG_5983 (FILEminimizer)Para “lixar” a cabeça dos chineses mafiosos resolvemos esperar quinze-vinte minutos antes de voltarmos a aparecer – o nosso objetivo era faze-los pensar que tínhamos chegado ao rio – e quando finalmente esse tempo passou, voltámos para trás apenas com um objetivo em mente, beber uma cerveja fresca sossegados na Tina´s Guesthouse. Claro que no caminho de regresso tivemos de voltar a passar pelo checkpoint e os chineses que inicialmente nos acenaram que não, que não podíamos seguir em frente, agora pediam-nos dinheiro! A falar em espanhol segui em frente e quando um chinês berrou mais alto: “MONEY!”, virei-me para ele com cara de poucos amigos e fiz-lhe um manguito de dedo em riste. Quase no topo do trilho esperei pelo Andy que tinha ficado uns metros para trás e quando voltámos a falar, relatou-me que o chinês tinha ficado completamente possuído! A parte final do trajeto foi feito pela estrada de alcatrão e antes da despedida definitiva do Tiger Liping Gorge aproveitámos para tirar fotografias à paisagem e à casa “portagem” dos mafiosos.

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Crónicas Fotografia Reflexões

Huashan a Primeira Montanha

Ato III – O Nascer do Dia, os Chineses e a Ratoeira Dourada

O Nascer do Dia

Acordei às 5.30, ainda de noite com o objetivo de ver nascer o sol e às 6.05 já estava a caminho do Pico Este (2096 m), o qual atingi às 6.20. Durante cinco/dez minutos observei o “terreno” e às 6.30 já estava instalado e pronto para o acontecimento. O sol nasceu algures entre as 6.50 e as 7.00, porém consequência das nuvens, para os espectadores de Huashan, apenas às 7.05 o astro rei se revelou. A partir desse momento e com o passar dos minutos uma luz dourada invadiu progressivamente a face oriental dos Picos Este e Sul, tornando a montanha num local mágico. Durante uma hora andei a passear no Pico Este e nesse tempo fotografei, vi um casal de “doidos” andar junto à beira de penhascos durante 5 minutos (!) :/ e estive no vai não vai para ir ao pavilhão Xia Qi Ting, o qual só é acessível se passarmos um penhasco, com uma corda de rappel.

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Os chineses

Às 8.00, uma vez que a temperatura estava a subir muito rapidamente parei para um mini-striptease e para tomar o pequeno-almoço. Nesse momento conheci dois rapazes chineses de Guangzhou, que escalaram a montanha durante a noite e iriam seguir para Xi´an nessa tarde –  tal como eu. A partir dai ficámos juntos o resto do dia: fomos até ao Pico Sul; mostrei-lhes o exterior das tendas onde dormira, voltei a encontrar as nobres gentes do dia anterior e tirei uma fotografia com/e ao “avô” – que já tinha as minhas luvas postas 😀 e eles foram meus intérpretes num agradecimento com mais palavras; visitámos o escarpado Pico Oeste e começámos a descer a montanha (10.40). Sem nos apercebermos, durante a descida (11.30) fomos levados a seguir o trilho que conduz ao portão Este e a uma ratoeira dourada! Às 14.00 estávamos no portão Este.

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A Ratoeira Dourada

A ratoeira dourada consiste em conduzir as pessoas (durante a descida), para o portão Este, em vez de as conduzir ao portão Oeste. Esta diferença à primeira vista insignificante, conduz as pessoas a um trilho – trilho dos soldados – desinteressante e monótono em que o objectivo é apenas descer degraus! :/ Porém a questão principal nem é essa e se fosse, já era grave! Uma vez que impede as pessoas de ver a verdadeira beleza da montanha durante a descida e no caso de alguns infelizes também na subida. O cerne da questão é que o portão Este fica a oito quilómetros do centro da pequena cidade de Huayin (华阴市), da estação de autocarros, da estação de comboios… enfim fica longe de tudo! E nesse momento, se as pessoas não tiverem carro – a grande maioria – é obrigada a apanhar um mini autocarro para regressar. Ou seja, sem o desejarem as pessoas são conduzidas a uma ratoeira da qual não conseguem escapar! 😦

Podíamos pensar, que ninguém é realmente obrigado a apanhar esse mini autocarro. Errado! A estrada que conduz ao centro de Huayin (华阴市) não tem bermas para peões e está cheia de curvas e contra-curvas, tornando-se um verdadeiro perigo para eventuais caminhadas! Toda esta questão, que eu considero abusiva por parte do parque natural, ganha requintes de ESCÂNDALO, quando no autocarro – operado por uma empresa independente – de regresso a Xi´an (西安) se pode ler um ALERTA  – em mandarim – que as pessoas que apresentarem o bilhete de entrada no parque natural antes de entrar nesse mini autocarro – todas as pessoas o têm – não teriam de pagar o bilhete do mesmo. Porém esta informação não existe em nenhum lugar, a não ser… já no interior de um autocarro que nos leva de regresso à grande urbe. Ou seja, o parque natural e a empresa de autocarros andam a encher os bolsos à conta das pessoas, por sonegação de informação. É legal? É…mas que não passa de um mais um esquema made in China, disso não restam dúvidas!