Depois de regressar do grande embuste, voltei ao meu hostel de Lijiang, o Garden Inn. À semelhança do hostel de Ping Yao, este é completamente voltado para o interior e dominado pelo seu grande pátio. Porém aqui, o centro é dominado por uma mesa de snooker. À sua volta, mas ainda distantes, existem mesas, cadeiras e bancos de madeira, cadeirões de verga que permitem às pessoas repousarem e muitas plantas. Num pátio semi-interior localizam-se algumas das casas de banho e a zona para “tratar” da roupa (lavá-la e secá-la). Os quartos localizam-se no pátio principal em edifícios de dois andares e de arquitectura chinesa tradicional, o que confere ao espaço uma aura mágica, principalmente ao anoitecer e nas horas em que o pátio fica iluminado pela luz mortiça das suas lanternas. 🙂
Neste hostel espectacular, fiquei mais duas noites e quase três dias e aqui com tranquilidade, organizei a minha vida para o meu futuro sem a presença protetora de Xiaoling. Durante esse tempo, aproveitei para lavar roupa e limpar as mochilas e as botas, continuei e acabei de organizar as fotografias que foram perdidas quando o computador “brekou” em Chengdu, avisei backpackers que iam a caminho do Tiger Liping Gorge para o embuste que os esperava, comprei o meu bilhete de comboio, marquei o hostel de Dali, tentei organizar um pouco o meu percurso para a fase “pós-Dali”, enviei e-mails, escrevi para o blog… e ao saber da existência de um festival em Xishuangbanna, o Poshuiejie, fiquei a matutar se iria ao mesmo.
Antes de partir para Dali, tive a minha última refeição com o Xiaoling – que ficou em Lijiang à espera de uma amiga – e ao despedir-me dele agradeci-lhe com sinceridade, todo o bem que me fez e as boas experiências que me proporcionou enquanto estivemos juntos. 🙂 Na imensa e deserta estação de comboios – será que estava mesmo na China!? – esperei pelo meu meio de transporte e enquanto escrevia no meu diário fui observado atentamente e com curiosidade por uma senhora idosa e pela sua neta. Ao despedir-me de Lijiang e desses dias tranquilos, não pude deixar de sorrir. 🙂