A experiência que tive ao entrar em Sugar Beach, foi quase equivalente a sair do mundo. O ambiente era relaxado; o resort onde fiquei instalado (Driftwood Vilage), estava super bem concebido e não era muito dispendioso; existia um dormitório muito confortável, em que as camas eram praticamente de casal; a comida era deliciosa; e o staff impecável. Em Sugar Beach a areia era castanha escura ou se preferirem tinha um tom açúcar mascavado, por esse motivo a sua temperatura era quase sempre elevada. Por sua vez, a água do mar apesar de não ter aqueles tons de múltiplos azuis e verdes, que geralmente são visíveis em praias de areia branca e onde existem corais, era transparente, super límpida e tinha uma temperatura agradável. No areal existiam múltiplos coqueiros e palmeiras, e existiam mais dois ou três pequenos resorts com bungalows. Durante aqueles dias, escrevi e publiquei no blog, dormitei em hamoks, passeei pela praia, joguei voleibol ao final da tarde, vi o pôr do sol enquanto jogávamos e depois do jogo terminar corria para e pelo mar, que era praticamente plano e raso e ao correr para o infinito, sentia-me livre! As noite também eram divertidas e animadas, uma vez que havia sempre uns torneios de snooker e bebíamos quase sempre umas cervejitas, em amena cavaqueira. Numa das manhãs, também fizemos um passeio de snorkeling para ver um navio afundado, a apenas cinco metros de profundidade. A água era cristalina e límpida, havia uma excelente visibilidade e foi possível ver corais e peixes de muitas cores ricas e variadas. Uma vez que a vida era relaxada e fácil – boa comida e cama; sossego e conforto; muitas e animadas conversas – não tinha vontade de partir e aqueles três dias ficar-me-ão para sempre na memória. Antes de seguir para a ilha de Apo, tive de perguntar-me algumas vezes: “Sugar Beach. Posso cá ficar para sempre? ”
Etiqueta: Hostels
No último dia passado com Francis, acabámos por visitar a bonita cascata de Kawasan que apesar de cheia de pessoas acabou por ser um passeio agradável, uma vez que à paisagem verde e serena, juntou-se a água fresca de várias lagoas e riachos que desembocavam na grande cascata. O dia seguinte foi passado em praias, de manhã, rumei a sul e visitei a praia de Lumbung e de tarde rumei a norte e visitei a praia mais famosa da zona, a White beach. Neste périplo entre praias conheci um ojek simpatiquíssimo – Mr. Rodolfo – e a verdade é que nos demos tão bem que acabei por combinar com ele todas as viagens desse dia. Durante o dia, torrei ao sol, atualizei o caderno, fui ao mar inúmeras vezes e fiz snorkeling. No último dia em Moalboal fiz dois mergulhos, o primeiro na ilha do Pescador, onde fui recebido por uma parede vertical, de aproximadamente cem metros de profundidade e repleta de corais bastante vivos e coloridos, e onde senti algum nervosismo, ao lembrar-me de corrente brutal e descendente de Batubalong em Komodo. E o segundo já ao largo de Panagsama, onde tive um encontro com uma escola de milhões de sardinhas! BRUTAL! ABISSAL! MONUMENTAL! Espirais, círculos, arcos e nuvens… um verdadeiro turbilhão! Um dos melhores mergulhos da minha vida! Na despedida de Moalboal comecei a jantar sozinho, mas à semelhança de dias anteriores acabei acompanhado, desta feita por Zaskia com quem fiquei a conversar animadamente durante um par de horas. Foi nesse momento, que combinámos partir no dia seguinte para a ilha de Los Negros…
Uma Geografia. Uma Fotografia: Boracay
Amanhã ilha de Boracay, marcou oficialmente o meu início nas Filipinas e antes de chegar sabia que a mesma era super turística – confesso que isso me preocupava um pouco, uma vez que receava encontrar uma miniatura de Bali, mas sem a possibilidade de escapar para zonas tranquilas, uma vez que a ilha tinha uma dimensão bastante reduzida. Felizmente essa idea pré-concebida não se veio a materializar e de Boracay vou guardar vários momentos no coração e na memória: a muito movimentada e turística White Beach com areia em pó, mar de águas frescas – quando comparando com a Indonésia… – e azuis lindíssimos, palmeiras e inúmeras embarcações tradicionais; o “meu” paraíso “privado” e tranquilo de águas de infinitos azuis e verdes, Puka Beach, localizada no norte da ilha; as múltiplas festas; as deambulações pelas praias e pela ilha que me deram a oportunidade de ver quão simpático e caloroso o povo Filipino pode ser – mesmo numa ilha tão turística como Boracay; a extraordinária panorâmica do ponto mais elevado da ilha, o monte Luho; as múltiplas e fabulosas refeições num restaurante super escondido; o fabuloso hostel MNL – sem dúvida um dos melhores hostels de toda a viagem… mas de Boracay, a ilha do party Bum, o que guardarei com mais carinho serão sempre as múltiplas pessoas com quem me cruzei e que conheci, tanto os simpáticos nativos, entre eles Jason, como os turistas: o argentino Matias; a chilena Sofia; os canadianos Justine e Derek; a sul coreana Yang; as alemãs Ann e Yann, o americano Tadd, o israelita Denis, as belgas Kathlynee e Sonya, o espanhol Carlos, a chinesa Ni Ni, os inúmeros ingleses “loucos”, mas principalmente o colombiano Filipe –– com quem estive durante mais de duas horas, sentados no mar a falar sobre a Austrália – os fantásticos brasileiros Bruno e Bárbara, o porreiríssimo alemão Alex, o médico inglês, John com quem falei inúmeras vezes, durante horas e que me fez ficar com vontade de ir até à ilha de Palawan e a simpatiquíssima chinesa Jessie. Uma autêntica sociedade das nações…
A experiência que tive ao entrar em Sugar Beach, foi quase equivalente a sair do mundo. O ambiente era relaxado; o resort onde fiquei instalado (Driftwood Vilage), estava super bem concebido e não era muito dispendioso; existia um dormitório muito confortável, em que as camas eram praticamente de casal; a comida era deliciosa; e o staff impecável. Em Sugar Beach a areia era castanha escura ou se preferirem tinha um tom açúcar mascavado, por esse motivo a sua temperatura era quase sempre elevadita. 😛 Por sua vez, a água do mar apesar de não ter aqueles tons de múltiplos azuis e verdes, que geralmente são visíveis em praias de areia branca e onde existem corais, era transparente, super límpida e tinha uma temperatura agradável. No areal existiam múltiplos coqueiros e palmeiras, e existiam dois ou três resorts com bungalows.
Progressivamente, fui conhecendo pessoas que estavam hospedadas no resort: a Babe (filipina que pertencia ao staff); Fabian (suiço), Nie Ying (chinesa); Octavie e Morgany (francesas); Luke e Alexa (casal de ingleses)… e foi aqui que me despedi de Daniel (“Jesus Cristo”) e de Zaskia. Durante aqueles dias, escrevi e publiquei no blog, dormitei em hamoks, passeei pela praia, joguei voleibol ao final da tarde, vi o pôr do sol enquanto jogávamos e depois do jogo terminar corria para e pelo mar, que era praticamente plano e raso e ao correr para o infinito, sentia-me livre! 😀 As noite também eram divertidas e animadas, uma vez que havia sempre uns torneios de snooker e bebíamos quase sempre umas cervejitas, em amena cavaqueira.
Numa das manhãs, também fizemos um passeio de snorkeling para ver um navio afundado, a apenas cinco metros de profundidade. A água era cristalina e límpida, havia uma excelente visibilidade e foi possível ver corais e peixes de muitas cores ricas e variadas. Para além disso, também existiu uma tentativa de esquema por parte duns nativos que se fizeram passar por “guarda-costeira” e que tentaram “sacar-nos” uma taxa imaginária! Felizmente sem sucesso! 🙂 Uma vez que a vida era relaxada e fácil – boa comida e cama; sossego e conforto; muitas e animadas conversas – não tinha vontade de partir e estes três dias ficar-me-ão para sempre na memória. 😉 Antes de seguir para a ilha de Apo com a Nie Ying, tive de perguntar-me algumas vezes: “Sugar Beach. Posso cá ficar para sempre? ” 😀
Moalboal Days
Já na praia de Panagsama, ficámos alojados no Breeze Apartelle e depois de um ligeiro acerto de preço este local revelou-se perfeito… o quarto era enorme, pintado de amarelo girassol vivo, a casa de banho luxuosa q.b., havia água quente e a internet era rápida! Um mimo. 🙂 Durante a tarde cirindámos por inúmeras escolas de mergulho da zona e depois de vermos o pôr do sol regressámos à nossa “suite”. Banho tomado, seguimos para um restaurante mexicano, onde tivemos um bom jantar e um serão bastante agradável. Terminado o repasto, seguimos para o recinto da fiesta e aí por 65P (1.10€) por pessoa, bebemos rum com cola até ficarmos num estado de espírito… animado! 😛 Por volta da uma e tal dirigimo-nos à zona da “pista” de dança que estava minada de ladyboys e adolescentes! Um sonho, portanto! 😛 A verdade é que apenas às 3.00 chegámos ao quarto, onde aterrámos quais aviões.
Depois da fiesta brava, do dia anterior resolvemos abortar a ideia de mergulhar – sabe-se lá porquê 😉 – e como o Francis estava de abalada, tive de abandonar o nosso belo poiso (snif, snif) e mudar-me para o simpático Moalboal Backpacker Lodge. No nosso último dia juntos, acabámos por visitar a bonita cascata de Kawasan e a verdade é que a tarde passou num ápice. O local, apesar de cheio de pessoas acabou por ser um passeio agradável, uma vez que à paisagem verde e serena, juntou-se a água fresca de várias lagoas e riachos que desembocavam na grande cascata. Já em Moalboal e dentro do autocarro, despedimo-nos com um forte abraço e “prometemos” manter-nos em contacto. 🙂 Quando regressei ao hostel, conheci Léo (brasileiro de Porto Alegre), Sérgio (francês e luso-descendente), Vanessa (alemã de Colónia) e Daniel (alemão de Estugarda) com quem acabei a jantar e a ter uma conversa longa e espetacular sobre a vida, viagens e mergulho. 😀
O terceiro dia foi passado em praias, de manhã, rumei a sul e visitei a praia de Lumbung e de tarde rumei a norte e visitei a praia mais famosa da zona, a White beach. Neste périplo entre praias conheci um ojek simpatiquíssimo (Mr. Rodolfo) e a verdade é que nos demos tão bem que acabei por combinar com ele todas as viagens desse dia. 🙂 Durante o dia, torrei ao sol, atualizei o caderno, fui ao mar inúmeras vezes e fiz snorkeling. Este acabou por ser um dia mais tranquilo e quando regressei a Panagsama voltei a jantar com o Daniel.
No último dia em Moalboal fiz dois mergulhos na companhia de Daniel. O primeiro na ilha do Pescador, onde fui recebido por uma parede vertical, de aproximadamente cem metros de profundidade e repleta de corais bastante vivos e coloridos, e onde senti algum nervosismo, ao lembrar-me de corrente brutal e descendente de Batubalong em Komodo. E o segundo já ao largo de Panagsama, onde tivemos um encontro com uma escola de milhões de sardinhas! BRUTAL! ABISSAL! MONUMENTAL! 😀 Espirais, círculos, arcos e nuvens… um verdadeiro turbilhão! Um dos melhores mergulhos da minha vida! 😀 Depois de tanta emoção aquática, ficámos um par de horas na escola de mergulho – Cebu Divers – a falar com outros mergulhadores. Durante a tarde para além de continuar na conversa, acabei de atualizar o caderno e no regresso ao hostel reencontrei Daniel, Vanessa e Zaskia (rapariga de ascendência alemã/filipina) que chegara no dia anterior. Na despedida de Moalboal comecei a jantar sozinho, mas à semelhança de dias anteriores acabei acompanhado, desta feita por Zaskia com quem fiquei a conversar animadamente durante um par de horas. Foi nesse momento, que combinámos partir no dia seguinte para a ilha de Los Negros…
Boracay. Party Bum!
Antes de chegar à ilha de Boracay, sabia de antemão que a mesma era super turística e confesso que isso me preocupava um pouco, uma vez que receava encontrar uma miniatura de Bali, mas sem a possibilidade de escapar para zonas tranquilas, uma vez que a ilha era bastante pequena. Por outro lado, queria um pouco de animação e festa, algo que não encontrava há meses, foi assim que fruto de uma “pééééééssima” estadia acabei por ficar seis noites! 😀
Mas de Boracay, a ilha do party Bum, o que guardarei com mais carinho será sempre as múltiplas pessoas que conheci, tanto os simpáticos nativos, entre eles Jason, como os turistas: o argentino Matias; a chilena Sofia; os canadianos Justine e Derek; a sul coreana Yang; as alemãs Ann e Yann, o americano Tadd, o israelita Denis (com quem acabei por sair de Boracay), as belgas Kathlynee e Sonya, o espanhol Carlos, a chinesa Ni Ni, os inúmeros ingleses “loucos” 🙂 , mas principalmente o colombiano Filipe –– com quem estive durante mais de duas horas, sentados no mar a falar sobre a Austrália – os fantásticos brasileiros Bruno e Bárbara, o porreiríssimo alemão Alex, o médico inglês, John com quem falei inúmeras vezes, durante horas e que me fez ficar com vontade de ir até à ilha de Palawan 😀 e a simpatiquíssima chinesa Jessie. Uma autêntica sociedade das nações! 😀
Jakarta Days? Waiting Days
Regressado de Kalimantan, voltei a Jakarta para resolver assuntos pendentes: a máquina fotográfica, que se avariou em pleno Danau Sentarum, e fazer a aplicação do visto de Myanmar. Desse modo, os cinco dias que fique na caótica capital indonésia foram principalmente, dias de espera.
Nesses dias, a máquina voltou a ficar operacional, podendo desta vez tirar algumas fotografias na cidade; o visto demorou quatro dias úteis a ficar pronto, mas esse assunto também ficou resolvido – até ao fim da viagem, as burocracias ficaram oficialmente encerradas; visitei alguns centros comerciais; voltei a comer deliciosa e barata comida indonésia; escrevi textos para o blog; conheci um espanhol que trabalha na DESIGUAL, como responsável pela montagem de lojas na Ásia – Victor com que fui até ao gigantesco centro comercial de Manga Dua à procura de fios elétricos “alternativos” para decorações; passeei sem pressas; ao pensar na minha rota, desisti de ir até ao paraíso de mergulho de Bunaken, uma vez que as Filipinas já começavam a “avistar-se”; testei diferentes rotas e voos; atualizei a folha de despesas; lavei roupa e voltei a partir para Yogyakarta. O templo de Borobudur estava à minha espera e desta feita sem mais erupções! 😀
Depois da “sova” infligida pelo Merapi, acordei cedo e empacotei a mochila pronto para fazer o check-out e seguir para a zona do templo de Borobudur, porém quando fui à janela… a cor do céu e da cidade estava estranha! Pus os óculos e interroguei-me, “tempestade de areia? na Indonésia?” Naaaaaaaaa… cinza! A cidade estava coberta de cinza de um vulcão, que tinha entrado em erupção no leste da ilha!
Desse modo, desisti de ir até Borobudur, aliás tal, nem sequer era possível pois o templo tinha sido encerrado. O ambiente e a cor da cidade eram doentias e mesmo dentro do hostel havia muitas pessoas com máscaras postas! Durante o dia, aproveitei para limar algumas arestas pendentes de alguns textos do blog e escrevi novas crónicas. Ao fim do dia, recebi a informação que o templo iria permanecer encerrado durante duas semanas!! E se até esse momento estava com dúvidas do que iria fazer, a partir daí tudo na minha mente ficou claro e límpido! Voltaria a Jakarta e assim que conseguisse voaria para Pontianak em Kalimantan (Bornéu Indonésio). À hora do jantar, sai pela primeira vez do hostel nesse dia e o ambiente que encontrei nas ruas foi algo de fantasmagórico.
Às oito em ponto, do dia seguinte, estava na estação de comboios e quando tentei comprar um bilhete para Jakarta fiquei ligeiramente chocado, comboios para a capital só dali a dois dias e para Badung nessa noite. Assim, parti em busca de uma alternativa e apanhei um ojek para estação de autocarros de Ciwangan. Aí, encontrei o que procurava! Um autocarro para Jakarta às 14.00! Num cenário de crise? Perfeito! 😀 Enquanto esperava conheci duas francesas (Stéfanie de Marselha e uma amiga que vivia na Argentina) e pouco depois apareceu Eddy (um rapaz indonésio que estuda medicina na Holanda e que tinha conhecido no hostel), que se juntou a nós.
Parti de Yogyakarta, com uma hora de atraso no meio de um ambiente surreal, mas à medida que fomos percorrendo quilómetros na direção oeste da ilha, o ambiente foi-se desanuviando. Durante a viagem, estive quase sempre a dormir e os únicos momentos em que estive acordado, aproveitei para comer na companhia de Lestari, uma senhora muito simpática que estava sentada ao meu lado. Cheguei a Jakarta às 5.00 e imediatamente apanhei um ojek para o aeroporto…
Yogyakarta. Cultura Javanesa
Depois da noite passada no comboio – onde fui dormindo aos bocados – cheguei a Yogyakarta às 6.30. Depois de percorrer parte da cidade, encontrei o Edu hostel, possivelmente um dos melhores hostels de toda a viagem (bem decorado; staff eficiente e prestável; bons serviços; zona de estar confortável – puff´s, sofás, televisão, wifi; cama com um bom colchão, ar condicionado e água quente). Pedir mais era de facto difícil! 😀
Depois de guardar a bagagem, parti de autocarro para o templo hindu de Prambanam e pelo caminho conheci um rapaz indonésio com quem entrei no complexo. Graças a esse facto, tive conhecimento da gritante diferenças de preços paga pelos turistas ocidentais em relação aos nativos (de 30.000 IDR, o preço passa para 210.000 IDR, “apenas” sete vezes mais!!) e fiquei a saber que quem faz a exploração deste templo, bem como o de Borobudur é uma empresa privada! Diga-se, que esta situação é demonstrativa da corrupção existente na Indonésia, uma vez que temos o património público a ser explorado em benefício de privados. Uma vergonha!
Relativamente ao complexo de templos propriamente dito, o principal deles é de facto impressionante em termos de área e construção “sólida”, porém tendo em conta a minha visita ao “triângulo” da Tailândia (Sukhothai, Ayutthaya e Phimai) não posso dizer que tenha ficado deslumbrado. Tal, não quer dizer que não valha a pena visitar o local, apenas que não houve nenhuma “magia” associada. Continuei a minha deambulação pelo complexo e quando estive sozinho no Wat Sewu (segundo maior templo budista do país, depois do de Borobudur) e na zona do museu, senti então uma atmosfera tranquila e serena. 🙂
Quando voltei ao centro da cidade, fui deixado na rua mais turística da cidade, a Jalan Malioboro. Aí almocei um excelente Bakso (sopa com “almôndegas”), fui interpelado à vez e por três indivíduos que pela conversa me pareceram burlões e quase no final visitei o museu Vredeburg (antigo forte holandês e que na atualidade é o museu da história da Independência da Indonésia). Daí segui para as imediações da Masjid Gedhe Kauman e do Keraton (palácio do sultão) que tentei visitar, mas que já estava fechado.
Depois de jantar dirigi-me para o museu Sonobudoyo, para assistir a um espetáculo de marionetas (Wuyang Kulit) e antes do início pude admirar o trabalho dos artesãos quem fazem aquelas pequenas obras de arte (marionetas feita em pele e pintadas com cores muito vivas). A verdade é que fiquei de tal modo, impressionado, que fui “levado” a comprar uma delas, pensando que quando chegasse Portugal a ia colocar num quadro. 🙂 Dirigi-me então para o interior da sala onde assisti pela primeira vez a uma performance de Wuyang Kulit e depois do que vi, posso afirmar que mesmo não percebendo nadinha de sânscrito, gostei bastante do ambiente envolvente (o som dos instrumentos de percurssão, as vozes femininas e a do narrador, os gestos lentos e delicados do “jogo” de sombras e a possibilidade de ver o lado reverso) e fui transportado para um mundo mágico, mítico e mitológico de Deuses e Deusas do Oriente.
Do mundo tranquilo de Laclubar voltei a Baucau para reencontrar o Gregório como “prometido”. Primeiro apanhei um autocarro/carrinha de caixa aberta até Manatuto por entre serras, colinas, montes, florestas, plantações e ao longo da viagem, fizemos várias paragens para carregar mercadorias – lenha, vegetais, motorizadas… – e passageiros, muitos passageiros. 🙂 Já em Manatuto e na estrada principal do país, esperei que passasse um autocarro/carrinha para Baucau e à semelhança do primeiro “troço”, tive que acertar o preço do transporte sem inflações turísticas. 😛
Na cidade fiquei mais um par de dias tranquilos com o Gregório e durante esse tempo continuei a visitar a família Nicolau, a falar com pessoas muito simpáticas e hospitaleiras, dormi sestas, mostrei as fotografias que tirei previamente tanto em Baucau como em Laclubar e visitei a famosa praia de areia branca e mar de múltiplos verdes e azuis de Watabo – coco.
Daí segui para Com e a viagem durou sensivelmente três horas, no primeiro troço segui até Lautém e nessa vila apanhei um novo transporte que me levou por mais vinte quilómetros até finalizar a viagem. Durante todo o trajeto vi arrozais, aldeias, búfalos bem gordinhos, cabras e vacas, atravessei pontes, enseadas, colinas, coqueiros, campos de pasto, observei o céu azul e as nuvens brancas que corriam alegremente e senti a temperatura a ficar mais agradável à medida que me aproximava do meu destino.
Na rudimentar “estância balnear” de Com, tentei dividir o “bem” pelas aldeias e desse modo, fiquei hospedado na Kati guesthouse e tomei todas as refeições na guesthouse da Dona Rosa. Aí para além de ter tido refeições agradáveis, fui informado que apenas existia um autocarro por dia para Asalaiunu e que o mesmo era de madrugada, negociei e acabei por comprar um lindo e colorido thai, e conheci a doce e educada Agnes – neta da Dona Rosa – que me pediu dinheiro para comprar cadernos para a escola.
Em Com passeei ao longo da costa – tanto para este como para oeste da vila -, tirei múltiplas fotografias; fascinei-me com a areia muito fina, com uma zona mágica de manguezais, com aquele mar de incontáveis azuis, com o silêncio reinante em praias completamente desertas; vi múltiplos cemitérios que misturavam motivos religiosos católicos – cruzes, Nossas Senhoras, Cristos – com animistas – múltiplas ossadas de animais; observei búfalos a banharem-se em charcos de lama; fiz praia e tomei belas banhocas – tanto de mar, como de sol; atualizei o caderno; vi filmes – The Third Man e The Man who shot Liberty Valance; apanhei um par de boleias de mota e constatei que nas estradas em redor da vila circulam mais cabras, vacas, galinhas, porcos e búfalos que automóveis e motorizadas :D; e houve uma situação em que tive de furar literalmente por uma vegetação muito densa e verde de coqueiros, bananeiras, campos e cercas até chegar a uma praia deserta, estrondosa! 🙂 Nesse momento ao observar o mar apaixonei-me definitivamente por Com e pelas praias de Timor Leste.