Em Ubud – pode encontrar mais aqui – que é considerado o centro espiritual de Bali, visitei o santuário sagrado da floresta dos macacos que está repleto de símios impertinentes e agressivos – como qualquer local da Ásia em que os macacos convivam com os turistas -, vi bonitos e serenos templos, lojas de artesanato – esculturas em pedra e madeira, pintura, mobiliário, decoração, quinquelharia – e os terraços de arroz que não se revelaram nada de extraordinário, mas nos quais tive a felicidade de observar uma cerimónia em que estudantes envergavam coloridos e tradicionais trajes balineses.
Etiqueta: Hinduísmo
Uma Geografia. Uma Fotografia: Mengwi
Depois da deceção que tivemos na visita ao templo de Ulan Danu em Bedegul, regressámos a Denpasar. Durante a viagem e nas imediações da vila de Mengwi, visitámos o bonito Pura Taman Ayun – pode encontrar mais aqui. Aí, pudemos observar um templo inserido numa área ajardinada bem cuidada repleta de árvores, flores e rodeada de água, construções em pedra e tijolo alaranjando, estátuas de deuses e guardiões e este artista que pintava serenamente…
Uma Geografia. Uma Fotografia: Bedegul
Nos dias que estive em Bali na companhia de Manu, fui duas vezes até Bedugul – pode encontrar mais aqui – em busca do templo Ulun Danu. Na primeira tentativa estava um nevoeiro tão espesso, que se revelou impossível fazer a visita. Na segunda, tivemos mais sorte mas o local revelou-se uma enorme deceção, que o Manu resumiu na perfeição: “este templo não merecia uma visita, quanto mais duas!”. Porém, como nem tudo em viagem se resume felizmente, a visitas a templos e palácios, à medida que viajámos para norte tivemos a felicidade de encontrar verdes arrozais, observar os estéticos e imaculados trajes tradicionais e a bonita arquitetura balinesa, em que as casas tem tantos elementos associados ao hinduísmo que se chegam a confundir com a incrível quantidade de templos existentes, mas principalmente, pudemos contactar pela primeira vez com os educados e simpáticos balineses, fora da profana zona de Kuta.
Bailados e Danças em Yogyakarta
Às 11.30, estava de regresso ao hostel onde fiz finalmente o check-in e o meu primeiro passo foi tomar, finalmente um banho 😛 e lavar roupa. Durante a tarde, para além de repousar da ascensão, comecei a informar-me sobre tours para o vulcão Bromo e eventualmente para o vulcão Ijen (informação dada por Doni, aquando da minha estadia em Sintang), porém havia duas questões importantes. A companhia escolhida tinha de apanhar-me na cidade de Surakarta – meu próximo destino – e quando o tour terminasse, deixar-me em Surabaya – donde partiria para a ilha de Sulawesi.
Nesse sábado à noite, na zona do templo de Prambanan assisti a um espetáculo de bailado/ballet Ramayana e o mesmo valeu bastante a pena. 🙂 A sua beleza residiu principalmente nos gestos dos bailarinos, ora delicados e precisos (que algumas vezes parecem robóticos), ora mais enérgicos. A iluminação, os trajes, a voz do narrador em sânscrito e o som dos instrumentos musicais, à semelhança da performance de Wuyang Kulit, ajudaram à difusão da magia e voltei a ser transportado para o mundo místico dos deuses hindus. 🙂
No último dia em Yogyakarta, visitei o bonito Keraton (palácio do sultão), onde tive a oportunidade de ver mais um espectáculo de dança javanesa (quatro performances de dança mais curtas, com diferentes bailarinos) e o agradável museu de Sonobudoyo. Antes de voltar ao hostel onde tive uma tarde tranquila (arrumar a mala, organizar as fotografias e descansar…), voltei a comer pizza passados vários meses, mas no final fiquei ligeiramente desiludido com o sabor da Pizza Hut. Enfim, nada como a comida indonésia tradicional! 😉
Yogyakarta. Cultura Javanesa
Depois da noite passada no comboio – onde fui dormindo aos bocados – cheguei a Yogyakarta às 6.30. Depois de percorrer parte da cidade, encontrei o Edu hostel, possivelmente um dos melhores hostels de toda a viagem (bem decorado; staff eficiente e prestável; bons serviços; zona de estar confortável – puff´s, sofás, televisão, wifi; cama com um bom colchão, ar condicionado e água quente). Pedir mais era de facto difícil! 😀
Depois de guardar a bagagem, parti de autocarro para o templo hindu de Prambanam e pelo caminho conheci um rapaz indonésio com quem entrei no complexo. Graças a esse facto, tive conhecimento da gritante diferenças de preços paga pelos turistas ocidentais em relação aos nativos (de 30.000 IDR, o preço passa para 210.000 IDR, “apenas” sete vezes mais!!) e fiquei a saber que quem faz a exploração deste templo, bem como o de Borobudur é uma empresa privada! Diga-se, que esta situação é demonstrativa da corrupção existente na Indonésia, uma vez que temos o património público a ser explorado em benefício de privados. Uma vergonha!
Relativamente ao complexo de templos propriamente dito, o principal deles é de facto impressionante em termos de área e construção “sólida”, porém tendo em conta a minha visita ao “triângulo” da Tailândia (Sukhothai, Ayutthaya e Phimai) não posso dizer que tenha ficado deslumbrado. Tal, não quer dizer que não valha a pena visitar o local, apenas que não houve nenhuma “magia” associada. Continuei a minha deambulação pelo complexo e quando estive sozinho no Wat Sewu (segundo maior templo budista do país, depois do de Borobudur) e na zona do museu, senti então uma atmosfera tranquila e serena. 🙂
Quando voltei ao centro da cidade, fui deixado na rua mais turística da cidade, a Jalan Malioboro. Aí almocei um excelente Bakso (sopa com “almôndegas”), fui interpelado à vez e por três indivíduos que pela conversa me pareceram burlões e quase no final visitei o museu Vredeburg (antigo forte holandês e que na atualidade é o museu da história da Independência da Indonésia). Daí segui para as imediações da Masjid Gedhe Kauman e do Keraton (palácio do sultão) que tentei visitar, mas que já estava fechado.
Depois de jantar dirigi-me para o museu Sonobudoyo, para assistir a um espetáculo de marionetas (Wuyang Kulit) e antes do início pude admirar o trabalho dos artesãos quem fazem aquelas pequenas obras de arte (marionetas feita em pele e pintadas com cores muito vivas). A verdade é que fiquei de tal modo, impressionado, que fui “levado” a comprar uma delas, pensando que quando chegasse Portugal a ia colocar num quadro. 🙂 Dirigi-me então para o interior da sala onde assisti pela primeira vez a uma performance de Wuyang Kulit e depois do que vi, posso afirmar que mesmo não percebendo nadinha de sânscrito, gostei bastante do ambiente envolvente (o som dos instrumentos de percurssão, as vozes femininas e a do narrador, os gestos lentos e delicados do “jogo” de sombras e a possibilidade de ver o lado reverso) e fui transportado para um mundo mágico, mítico e mitológico de Deuses e Deusas do Oriente.
Reflexão Balinesa
Bali é uma das mecas do turismo na Ásia e quem visita a Indonésia, dificilmente não pára aqui. Existem factores incontornáveis que explicam o sucesso da ilha como destino turístico:
- A ilha é profundamente marcada por uma espiritualidade hinduísta e isso é notório a todos os níveis – culturais, religiosos, comportamentais… -, fruto dessa premissa a ilha tem um ambiente singular no enorme conjunto de ilhas que formam a Indonésia;
- em termos de área, quando comparada com outras ilhas do país – Java, Sulawesi, Sumatra, Kalimantan… – é minúscula e muitas das estradas estão em excelentes condições, desse modo, percorrer a ilha é fácil e relativamente rápido;
- o aeroporto de Denpassar, está ligado via low-cost à Austrália – país riquíssimo e com elevado poder económico – e outros destinos asiáticos – Singapura, Kuala Lumpur, Bangkok…;
- existe um marketing poderoso à volta do nome Bali, que vende a ilha como “pãozinho quente”;
Quanto à minha experiência pessoal, fiquei com a certeza que quanto mais afastado de Kuta estive melhor me senti. O ambiente de Kuta – tal como em muitos locais da Tailândia – gira à volta do que a grande maioria dos ocidentais procura – é triste, mas é a realidade – animação noturna, bares e álcool, sexo e prostituição e praia para assarem que nem camarões, procurando a maioria das vezes, o que já têm nos seus países mas a preços mais baixos.
Depois de sair do “inferno” de Kuta, o ambiente da ilha melhora exponencialmente à medida que nos afastamos e rumamos em direção a norte. Como em todo o lado, quanto mais afastados dos centros turísticos estamos, melhor somos tratados pelas locais e cada vez menos vistos como um cifrão andante.
Depois de percorrer um pouco de Sumatra onde a maioria das pessoas eram extremamente genuínas e calorosas, chegar a Bali e conhecer os balineses comparou-se a comer comida sem sal. Sem dúvida, que eram corteses e polidos a maioria das vezes, mas simpatia pura? Poucas vezes a senti!
Com base nestas considerações, guardarei na memória Bali como uma ilha agradável, culturalmente interessante e que merece ser visitada por alguns dias, mas que não deixou muitas saudades, nem tão pouco uma marca impagável no meu coração.
Bali Days
Fruto do que fomos lendo e ouvindo, chegar a Bali nunca foi um sonho para nós. Aliás, posso até dizer que quando aterrámos na ilha, não estávamos com grandes expetativas, antes curiosos com o que iríamos encontrar. A nossa primeira experiência ocorreu logo na saída do aeroporto quando ao apanhar um táxi para o hostel, vimos que não existiam taxímetros, apenas preços tabelados inflacionados e inegociáveis, o monopólio do taxista a funcionar.
Uma vez que em Bali, os transportes públicos estão escondidos dos olhares dos turistas, para percorrer a ilha e sairmos da zona da “Oura” – Kuta – todos os dias alugámos uma scotter, que o Manu conduzia no trânsito semi-caótico -principalmente, até sairmos das zonas mais densamente habitadas de Kuta e Denpassar – e eu seguia à pendura a “ler” o GPS e a tentar dar indicações.
Nos dias que estivemos na ilha, fomos duas vezes até Bedugul em busca do templo – pura – Ulun Danu. Na primeira tentativa estava um nevoeiro tão espesso, que se revelou impossível fazer a visita. Na segunda, tivemos mais sorte mas o local revelou-se uma enorme deceção, que o Manu resumiu na perfeição: “este templo não merecia uma visita, quanto mais duas!”. Por sua vez a visita ao bonito Pura Taman Ayun, nas imediações da vila de Mengwi valeu muito mais a pena.
Num dos dias, fomos até Ubud que é considerado o centro espiritual de Bali e aí visitámos o santuário sagrado da floresta dos macacos, que tem um nome muito longo e pomposo para atrair as pessoas para uma armadilha turística, cheia de macacos impertinentes e agressivos – como qualquer local da Ásia em que os macacos convivam com os turistas -, vimos bonitos e serenos templos, lojas de artesanato: esculturas em pedra e madeira, pintura, mobiliário, decoração, quinquelharia, e terraços de arroz que não se revelaram nada de extraordinário, quando comparados com os majestosos de Ping´an, mas nos quais tivemos a felicidade de observar uma cerimónia em que estudantes envergavam tradicionais trajes balineses.
Mas as melhores recordações que guardo de Bali, foi partilhar o meu tempo com o Manu, ver verdes arrozais, à medida que seguíamos para norte; comer um magnífico porco no espeto de pele estaladiça! Uma delícia! 😀 , ir um dia ao Burger King “matar saudades”, observar os estéticos trajes tradicionais e a bonita arquitetura balinesa, em que as casas tem tantos elementos associados ao hinduísmo que se chegam a confundir com a incrível quantidade de templos existentes, contactar com os educados e simpáticos balineses – quanto mais fora de Kuta, melhor! – e presenciar algumas das tradições, “procissões”, rituais e cerimónias religiosas profundamente embebidas no Hinduísmo.