No dia anterior quando conheci o Alex combinámos jantar em Pequim, a ementa essa já estava previamente escolhida – Pato à Pequim. “Hoje” era o dia. De manhã trocámos e-mails a combinar o local e o horário e agora restava esperar que ele não falhasse, uma vez que não havia telemóvel da minha parte que nos pudesse valer (ainda com problemas).
À hora marcada lá estava eu sob o pórtico de entrada em Qianmen e fui esperando, esperando, esperando e quando estava quase para me ir embora (a pensar ok, não tinha de ser) o Alex apareceu, dizendo: “Puxa, não percebi que o local do encontro era aqui, ainda bem que vim para a superfície”. Imediatamente começámos a andar e a falar sobre as nossas experiências do dia anterior, eu da minha quase “fatalidade” e ele dos amigos que acabaram por cair no esquema das casas de chá, para além de serem enganados na base da Muralha quando pediram um chá.
Da rua Qianmen passámos para umas ruas laterais mais pequenas e que “cheiravam” a restaurantes de boa comida e não excessivamente dispendiosos. Enquanto procurávamos o nosso poiso continuámos a conversar, acerca da Muralha e do que tínhamos feito durante estes dois dias. Passados 15-20 minutos de busca escolhemos o nosso restaurante, fizemos o nosso pedido e começamos a beber as nossas cervejas. A partir desse momento, foi sempre a abrir em boa língua de Camões ou de Vinicius de Moraes. E meus amigos, nada como encontrar uma pessoa do nosso idioma para a conversa fluir. Se ambos gostarem de praguejar, melhor ainda. Nos entretantos, o Pato chegou e à medida que foi sendo devorado (refira-se que o sacaninha era bastante gostoso), a cerveja escorregou e a conversa seguiu expressiva “pra cacete”. O jantar foi avançado e o Pato mudou de nacionalidade, passando de Chinesa (mais especificamente Pequinesa) para Brasileira, tal a expressividade durante o repasto.
Após o jantar o Alex, meteu na cabeça que queria ir beber uma cerveja comigo e começámos a nossa cruzada em busca do Sagrado Bar. Andámos às voltas pela área e não vimos nenhum local que se assemelhasse a um bar e enquanto o Alex insistia que na zona do hotel dele havia bares, o facto de eu depois não ter metro para voltar faziam-me não querer ir. A verdade é que na busca pelo bar fomos andando, andando e quando demos por nós estávamos na estação de metro mais próxima do meu hostel (Wangfungji). Neste momento, virei-me para ele e disse: “Tens duas opções. Na primeira apanhas o metro e segues até ao teu hotel; na segunda vens até ao meu hostel que tem bar, mas nessa situação tens de voltar de táxi. Como queres fazer?”. Ele acabou por optar pela segunda opção e passados 10 minutos estávamos sentados com uma caneca de Draghtbeer à frente.
Após uns momentos a falar e a beber, um americano, uma americana e uma mexicana que estavam sentados na nossa mesa meteram conversa connosco e a partir daí o nosso idioma mãe foi abandonado para continuarmos num idioma mais “democrático”, o sacrossanto Inglês. A restante noite continuou animada, à volta de canecas de draghtbeer e de palavras até o bar do hostel fechar e nós sermos semi-expulsos de lá. No final da noite o Alex acabou por ter sorte porque ganhou companhia para o táxi e eu só tive de me deslocar até à minha câmara para dormir o sono dos bravos.