Quando sai do Templo do Céu os meus pés tomaram a direção de Qianmen. Porém, ao passar por uma rua pedestre, reparei que o chão estava coberto de papéis vermelhos e cartuchos e lembrei-me que era dia do Festival da Lanterna, um dia de celebração.
Continuei a deambular e durante o trajeto optei por enveredar por uns hutongs, afinal, se ainda existe China tradicional em Pequim é dentro destes labirintos de ruelas, que ela se mantém viva. Ruela para a esquerda, ruela para a direita, quando cheguei a uma avenida à Pequinesa (larga e extensa até perder de vista) decidi consultar o mapa e a bússola. Porém… o rapaz acha que a bússola está equivocada! E se a bússola aponta o Norte numa direcção, o rapaz, olhando em volta, dirige-se para Sul convicto que está a ir para Norte. Moral da história?! Em vez de andar quinze minutos na direção certa, perde meia hora por casmurrice e aprende uma regra de ouro (coisa de senso comum, mas o rapaz precisa de exemplos práticos): “Não sei mais do que a bússola”. 😛
Chegado a Qianmen, multidões e lanternas estavam em simbiose. Se por um lado, pessoas circulavam em todas as direcções, por outro, milhares de lanternas vermelhas estavam espalhadas por todo o espaço e em cada recanto. As ruas eram um espectáculo frenético de movimento e cor. Quando a noite caiu, estando já nas imediações do hostel, fui então assaltado pela dúvida. Estaria realmente no dia do Festival da Lanterna? De um momento para o outro, só se viam foguetes a brilhar e a soltar faíscas, cartuchos de bombinhas (umas maiorzinhas) a estalar por todo o lado, enchendo as ruas dum barulho ensurdecedor e dum fumo espesso que subia pelas ruelas e vielas e me fez equacionar que este dia deveria ser rebatizado para Festival do Kabum. 😀