Depois da longa e memorável travessia até Sabang, este era o dia em que visitaríamos o famoso rio subterrâneo de Puerto Princesa (apesar de estarmos em Sabang, este é nome oficial! 😉 ) e para mim o mesmo começou bem cedo, uma vez que acordei antes do nascer do sol, tendo a oportunidade de ver o dia clarear e de observar, uma suave neblina. Depois do pequeno-almoço, o nosso grupo dirigiu-se para a zona do cais, onde se pagava o bilhete de entrada no parque natural e o barco.
Ao embarcarmos fiquei surpreendido, pois vi que a bordo, para além do nosso capitão estava um casal de americanos (pergunta retórica, se o barco foi pago por seis pessoas, porque motivo embarcaram oito? Pois é caro leitor, isso mesmo! As terras do oriente são pródigas em “maroscas”, umas mais evidentes e claras, outras mais obscuras). O dia estava solarengo e de banca, partimos para as imediações do rio subterrâneo. À medida que nos afastávamos da vila, pudemos apreciar a beleza da costa: as colinas e montanhas, a vegetação, o mar de múltiplos azuis e verdes, as rochas negras de calcário, semelhantes ao que vira anteriormente em Mulu. Devido a esta paisagem natural, a viagem foi de facto fascinante. 😀
Quando chegámos à costa, desembarcámos num bonito areal e depois de dois ou três minutos a andar num trilho rodeado de uma vegetação densa e luxuriante, apanhámos um novo barco, desta feita um pequeno bote de madeira. Desde o local onde se embarca neste barquito, até à entrada da caverna, a água é super cristalina e tem uma cor espetacular, uma mescla de verdes esmeralda e azuis. O rio tem oito quilómetros de comprimento, mas nestes passeios turísticos nem sequer se chega a percorrer metade do mesmo e apesar do passeio ter sido engraçado, graças ao nosso guia, politicamente incorrecto, não posso dizer que tenha sido mágico. Bonito e divertido, sim, mas não mais do que isso. Inclusivamente, posso afirmar que depois do regresso à vila/aldeia de Sabang, o melhor desta visita foram mesmo as travessias de banca naquele lindíssima paisagem.
Depois de regressarmos, Maiju e Steow partiram para El Nido enquanto eu, o Denis, o Yannick e a Aline fomos fazer um trekking até à nascente do rio subterrâneo, com Bob (o guia local que conhecêramos na noite anterior) e Maria (uma amiga dele, de Manila). Todos juntos, fizemos uma viagem de um quarto de hora num apinhadíssimo tuk-tuk, até ao local onde começaria a nossa caminhada. No início do trilho, vimos verdes campos, colinas de rocha a emergir do solo e agradáveis montanhas. Depois embrenhámo-nos por uma selva, não demasiado densa, mas muito bonita, repleta de árvores com formas bastante originais, riachos e formações rochosas. Até que chegámos a um local que se assemelhava a uma colina, e com cuidado começámos a trepar, pois a mesma era bastante íngreme e as rochas muito afiadas.
Quando chegámos ao topo, estanquei maravilhado, estávamos numa entrada de uma gruta que parecia saída dum mundo perdido e primitivo! No ar podia-se observar uma ligeira névoa, fruto do ar saturadíssimo e da humidade reinante e tal como em Mulu quase que acreditei em dinossauros! 😀 Depois de uns minutos de contemplação, descemos com cuidado – fruto do piso bastante escorregadio – até ao interior da gruta e daí pudemos observar toda a beleza da entrada, mas do interior para o exterior e todas as rochas e plantas que aí habitavam. Espetacular! Memorável! 😀 Novamente, pé ante pé subimos até à entrada e voltamos a descer a íngreme colina.
Pela selva, regressámos ao local onde começáramos o trekking três horas antes, com os olhos, o coração e alma cheios! 😀 O regresso a Sabang, foi feito novamente num tuk-tuk apinhadíssimo e desconfortável, mas com um estado de espírito leve e alegre. Já na vila, demos um mergulho naquele mar de múltiplos azuis, que mais parecia uma sopa e deitado a flutuar naquele líquido quente, vi o dia a desfilar na minha mente qual uma película perfeita. De manhã a foz, à tarde a nascente. Em Sabang, o dia do rio! 😀