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Em “Torajilândia”

Ato VI – Dia de Surpresa? Dia de…

No meu último dia em Tana Toraja, apanhei um bemo para Lemo e enquanto caminhava para o local dos túmulos, encontrei crianças vestidas com trajes tradicionais e instantaneamente pensei: “outro funeral!?”, mas depois de ver dois jeeps enfeitados com flores, respondi automaticamente em pensamento: “Naaaaaaaa… casamento!” Sorri, uma vez que no dia anterior tinha estado a falar sobre o assunto. Tirei um retrato às crianças e segui andando. No local dos túmulos fiz uma visita agradável, mas não vi nada que não tivesse visto anteriormente, “apenas” a uma escala maior. De qualquer modo, a paisagem era realmente bonita e ao abandonar o local senti-me satisfeito. Quando estava a regressar à estrada principal para ir até Landa, voltei a passar pelas crianças e a parar para lhes tirar mais umas fotografias. Nesse momento, fui convidado por um membro da família a assistir ao casamento e foi me dito para dirigir-me à igreja/capela da vila. Do nada, estava a caminho de um casamento em Tana Toraja! 😀

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A cerimónia durou hora e meia e tratou-se de uma cerimónia protestante, simples mas bonita, falada em dialeto local. O padre/pastor era bastante carismático e pôs quase toda a plateia a escutá-lo com atenção, enquanto os noivos estavam bastante felizes mas nervosos. 🙂 Depois da cerimónia, fui convidado a juntar-me à parte dos “comes e bebes” e fiquei admirado com a quantidade de pessoas que estava presente, parecia que toda a aldeia tinha sido convidada! 😉 Aí, vi o desfilar de um loooooooongo cortejo de casamento, o ambiente da festa, as danças e as dançarinas, o bolo a ser cortado pelos noivos – que nessa altura já envergavam trajes tradicionais – os múltiplos retratos com os convidados – iguais em qualquer parte do mundo – e comi uma vez mais a deliciosa, comida tradicional de Tana Toraja. Assistir a tal momento e ver um casamento por terras do Oriente, fez-me sentir um privilegiado e deixou-me realmente feliz! 😀

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Em jeito de súmula, nos cinco dias que estive em Tana Toraja tive o prazer de confraternizar com pessoas super hospitaleiras e genuínas, tendo o privilégio de observar um pouco as suas tradições. No meio daquela paisagem bela: arrozais, montanhas e vales, florestas de bambu, sol, nevoeiro, chuva, muitas nuvens… encontrei cavernas cheias de túmulos, caixões e ossos… um funeral com sacrifícios de búfalos e porcos, trajes, música e cânticos tradicionais, um casamento… na despedida, senti-me realmente uma pessoa com sorte! 😀 Na Indonésia, ilha de Sulawesi, em “Torajilândia”, fiquei com a certeza que nesta tribo o funeral é o mais importante de todos os rituais. Mais importante que o casamento. Mais importante que o nascimento. Este é o reino, onde os mortos são mais importantes do que os vivos.

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Em “Torajilândia”

Ato V – Rumo a Norte e à Bruma

Depois de tantas emoções nos dias anteriores, neste dia parti rumo a Norte. Primeiro, fui a pé até ao terminal de Balu, onde tentei apanhar um bemo (autocarro) para Lempo. Porém, as coisas não correram muito bem uma vez que o motorista informou-me que se quisesse seguir, teria de pagar o veículo todo, pois não havia mais passageiros. Percebi o argumento, mas o valor pareceu-me excessivo, por isso decidi aguardar… no entanto, algum tempo passou e ninguém apareceu. :/

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Comecei a pensar em alternativas, fui a um posto de ojeks perguntar o preço para seguir para Lempo e o valor mais baixo que consegui já era menos de metade, do valor do carro. Ok! A solução, já se começava a avistar. Porém, como ainda não estava satisfeito, fui seguindo a pé com o intuito de pedir boleia. A verdade é que não me sentia muito otimista, mas passados dez minutos, já estava numa carrinha das obras em cima de umas sacas de cimento, a caminho do Norte. 😉 Como o destino final da carrinha era Pallawa, tive que desmontar e ficar à espera num cruzamento, de qualquer modo, neste momento estava bafejado pela sorte e assim, logo de seguida apanhei um bemo montanha acima e aos zigue-zagues até Batu Tumanga. No caminho, apesar do espesso nevoeiro deu para observar uma  bonita paisagem, de verdes arrozais em socalcos.

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Quando cheguei a Batu Tumanga como estava muito, muitooooooooooo nevoeiro, decidi seguir diretamente para Lokkomata e num instante, cheguei ao local onde se podem encontrar túmulos dentro da rocha. Aí, fruto da bruma fiz uma curta visita ao local e quando estava a caminho de Pana apanhei nova boleia, desta feita de mota. Na pequena povoação, visitei mais uns túmulos – para bebés – cravados numa enorme parede de rocha. Este local, fruto da mescla perfeita de rocha e vegetação parecia saído do mundo perdido ou de um Indiana Jones. Espetacular! 🙂 Para além da visita, foi na aldeia que conheci o simpático e afável Mr. Papakiki com quem bebi um café e estive uns momentos a conversar, em amena covaqueira. De Pana, sempre em descida cheguei primeiro à vila de Tikala e finalmente a Rantepao. Ao longo do caminho a viagem foi agradável e por volta das 14.00 já estava de regresso ao centro da cidade, já fora do reino da névoa, num ambiente quente e solarengo.

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Em “Torajilândia”

Ato III – O Funeral. A Tarde e a Noite 

Pessoas vestidas de preto, logo de seguida um tendong (búfalo) a ser desmembrado e cortado, e no segundo andar de uma construção de madeira, um caixão. Estava num funeral! Fiquei estupefacto. E ao olhar para a minha roupa envergonhado, pois estava vestido com uma t-shirt vermelha. Rapidamente e apesar do calor vesti o meu corta-vento, que apesar de não ser preto, sempre tinha uma cor mais neutra e pus o keffiyeh a tapar as pernas, qual um sarong. Com essa indumentária, avancei funeral adentro e a primeira coisa que reparei foi na consistência pastosa do sangue que estava espalhado pelo solo. Discretamente, tentei colocar-me num local mais afastado do centro, fazendo a partir daí as minhas observações, mas nessa altura um rapaz convidou-me a entrar numa das múltiplas construções de madeira existentes, mais pequenas. Aí, juntamente com outras pessoas jovens, troquei umas palavras em bahasa, bebi um café, oferecemos cigarros uns aos outros e fiquei sentado, até ao momento que houve o sacrifício de outro búfalo, e eles disseram que eu podia tirar fotografias.

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Enquanto várias pessoas atavam o búfalo com uma corda e o fizeram deitar no chão, tentei colocar-me o mais próximo possível sem atrapalhar. À minha frente, uma faca afiada penetrou a carne do animal, o pescoço foi cortado e num segundo, a traqueia foi dilacerada, o sangue começou a jorrar aos brobotões, acumulando-se e fazendo espuma. De vez em quando o animal mexia-se silenciosamente, os olhos foram perdendo brilho e luz, a vida foi abandonando o seu corpo e a sua morte serviu para honrar o ancião falecido.

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Voltei então ao local, onde tinha deixado a minha mala, o rapaz que me tinha convidado a entrar, apresentou-se como Julius e disse-me para segui-lo. No meio de uma alegre e ruidosa multidão segui até ao meio de um arrozal, onde assisti durante uns momentos a uma luta de búfalos. Porém, a verdade é que de luta, houve pouco ou nenhuma, pois os animais, depois de duas ou três cornadas ou paravam, ou um deles fugia! Os búfalos pareciam uns autênticos pacifistas. 🙂 Voltámos então ao recinto central e nessa altura o Julius informou-me que iria regressar a Rantepao, mas que se quisesse assistir ao funeral no dia seguinte, podia ficar a dormir ali mesmo (os funerais tradicionais geralmente duram três dias, o dia seguinte seria o segundo dia de festividades e o mais importante). Perguntei se não atrapalhava, e como ele disse que não, aceitei o convite. Estava muito feliz, não só tinha encontrado um funeral, como sido convidado para assistir ao mesmo! 😀

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Desse modo fiquei na companhia da família de Julius, entre eles o simpático Jacobs. As horas foram passando, eu fui comendo (primeiro arroz com peixe frito, depois arroz com babi (porco) assado dentro de bambo, vegetais e búfalo grelhado – em sabor parecia borrego, mas a carne era mais tenra); bebendo cafés e tua  vinho tradicional indonésio; falando em bahasa com as pessoas presentes e inglês com o Jacobs; observando o ambiente envolvente: o som de alguns foguetes, os homens envoltos em sarongs negros, a sonoridade profunda do mamodang (cântico fúnebre em honra dos mortos); fumando e apreciando a grande oportunidade que estava a ter para aprender mais sobre os Tana Toraja. Cerca das 22.00 deitei-me para dormir bem forrado e com a capa da chuva a servir de “cobertor” (como a capa era praticamente impermeável e não transpirável, o calor concentrava-se), sentindo-me um privilegiado com tanta “fortuna” e boa sorte. 😀

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Em “Torajilândia”

Ato II – Rumo a Sudeste e à Magia

No dia anterior, tinha decidido que no primeiro dia a “sério” seguiria para Norte, mas como nessa direção, o tempo estava meio encoberto e cinzento, mudei de ideias e parti rumo a Sudeste. Antes de sair do centro da cidade, muni-me de água e comida e de mochila às costas, segui andando. O primeiro local que visitei foi Kerassik e encontrei-o um pouco ao acaso, uma vez que não havendo separação física, pensei que ainda estava na cidade de Rantepao. 🙂 Aí, vi pedras que pareciam minin megalitos e umas casas tradicionais. Continuei a andar por uma estrada de alcatrão, numa paisagem dominada por verdes arrozais e rapidamente cheguei a Bantu Pune, onde encontrei casas tradicionais que pareciam bastante antigas – telhados cheios de vegetação – uma zona cerimonial no topo de uma colina e na base da mesma, caixões suspensos com ossos a aparecerem pelas frinchas e buracos da madeira já podre. Diferente! Estranho! Belo! A magia da morte em “Torijilândia” começava a revelar-se.

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Sempre a andar e mantendo-se a paisagem de arrozais em redor, continuei até Ke´te Kesu, que segundo a informação que tinha lido era um dos locais mais completos e fascinantes em Tana Toraja. A verdade é que Ke´te Kesu, não desiludiu! Nada mesmo! Primeiro deambulei em redor do seu bonito enquadramento natural: o lago, as palmeiras, as árvores, os trilhos verdes, as colinas e as grutas. Seguidamente, visitei a área das casas tradicionais, onde numa loja de artesanato local, apaixonei-me pelo trabalho efetuado por uma idosa artesã e sai de lá com três placas de madeira, gravadas e pintadas à mão com motivos típicos. 🙂 Daí fui até à zona das colinas, onde à semelhança de Bantu Pune vi múltiplos caixões suspensos e esqueletos, mas depois encontrei muito mais “representações” dos mortos: figuras de “anciões” esculpidos em madeira, uma gruta/túmulo onde repousava um caixão, túmulos escavados na rocha e “jazigos” gigantes e coloridos. Enfim, muita diversidade que me fez ficar, cada vez mais fascinado com a cultura desta tribo. 😀

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Pela estrada fora, cheguei a Sullukan onde falei com um nativo muito simpático que me deu umas pequenas explicações sobre os Toraja e sobre o que acabara de observar, e depois parti em busca de Pala Tokke, uma colina cársica já afastada da estrada principal, rodeada de belos e idílicos arrozais onde no topo encontrei mais caixões, esqueletos e ossadas. O caminho para La´bo e Randan Batu, continuou a levar-me por uma paisagem de arrozais, colinas cobertas de vegetação e pequenas aldeias com casas tradicionais. Quando estava quase, quase a chegar à povoação de Sangalla falei com uns nativos que me informaram que Suaya, o meu próximo destino, ainda ficava a dez quilómetros de distância, por esse motivo e pelo avançar do relógio, acabei por negociar a “travessia” com um ojek.

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Em Suaya, logo na entrada da zona turística, o porteiro cobrou-me metade do bilhete e ficou com o dinheiro (corrupção direta), ao invés de eu receber um papel e de pagar para os cofres de alguém (corrupção indireta). Nestes casos, nada a apontar. Ganho eu. Ganha o trabalhador, que tem um salário baixíssimo. Perde o estado podre e corrupto da Indonésia, que ensinou aos seus habitantes como se “deve” fazer. No local, encontrei uma enoooooorme parede de rocha, com inúmeras estátuas de madeira e com túmulos escavados ao longo de grande parte da superfície. Brutal! 🙂 Dessa parede, continuei a andar despreocupadamente, até que comecei a ver muitas, muitas pessoas e algumas trajas vermelhas e pensei: “comício político!?”. Passei, por uma banca que parecia ser um piquet de controlo e as pessoas a sorrir, a fazerem-me sinal para avançar. Dei mais uns passos e começo a ver 

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Em “Torajilândia”

 Ato I – Em Rantepao e Arredores

No meu primeiro dia em Tana Toraja, uma das tribos mais interessantes e singulares da Indonésia, comecei o mesmo com um agradável pequeno-almoço no terraço da guesthouse (Wisma Monton), donde se via a paisagem na direção Norte. Já nas ruas da cidade, o meu primeiro passo foi tentar arranjar um mapa da área, para me poder orientar e tentar falar com alguém ligado ao turismo para saber mais detalhes acerca da zona onde me encontrava. Ainda no interior de Rantepao, falei com um agente que me arranjou um mapa e me informou acerca de preços de trekkings, guias e veículos privados, e como achei tudo demasiado dispendioso decidi fazer as visitas por conta própria (apenas precisava de ler a informação que tinha no laptop, com mais atenção e escrever as diferentes rotas). De qualquer modo, continuei a andar na estrada principal em direção a Sul e depois de cruzar um arrozal em direção a Este, tive a minha primeira experiência dentro de uma pequenina aldeia, onde vi com atenção os famosos telhados em forma de cornos de búfalos (os animais mais sagrados para os Tana Toraja) ou de cascos de navios (os antigos antepassados, que segundo a mitologia Toranja se acredita terem vindo do mar).

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Da aldeia, continuei em direção a Sul por uma pequena estrada de terra batida e como vi umas colinas que me pareciam interessantes parti ao seu encontro. Enquanto houve trilho tudo correu bem, o problema foi quando este acabou! A partir daí, só escalando rochas e atravessando vegetação muito densa! Depois de alguns minutos a andar para trás e para a frente, desisti! “Naaaaa… não me vou por aqui em aventuras parvas.” De qualquer modo, consegui encontrar um trilho que me levou a uma cota mais elevada, e tal foi suficiente para ter uma pequena visão do alto (apenas se viam árvores em meu redor e colinas calcárias acima do ponto onde me encontrava). Continuei a seguir a pequena estrada, encontrando um ajuntamento de casas onde fui convidado a tirar fotografias. Pela primeira vez, vi muitos cornos de búfalos (vinte e três!) pregados a um poste em frente a uma das casas, e percebi que aquela era a casa dominante e do poder. Durante meia hora, estive com os nativos a beber café e a tentar comunicar (palavras simples de bahasa indonésia e gestos 🙂 ) e com um deles regressei a Rantepao de jeep. 😉

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Novamente no centro da cidade, parti para a colina de Singk (a colina com uma cruz no topo) donde pude avistar a cidade de Rantepao (mesquitas, igrejas, casas…), os muitos arrozais que a “cercam”, o rio, as verdes colinas e montanhas em redor. Todo o cenário natural, torna esta área da tribo Tana Toraja um local muito aprazível e agradável. Da colina, também observei dois grandes ajuntamentos de casas tradicionais e uma segunda colina, um pouco mais a Norte que parecia um miradouro interessante. Nesta altura o céu que tinha estado muito azul, estava agora muito carregado e assim estuguei o passo para ver se conseguia fintar a chuva. Nesses ajuntamentos, ao ver uma casa com uma quantidade de cornos absurda, percebi que aquela casa era de uma família muitoooooooooooo rica e poderosa (sendo os búfalos, os animais mais sagrados para os Toraja e os mais dispendiosos, cada par de chifres pregado aos postes, mede a riqueza e o poder da família) e fotografei a orgulhosa proprietária. 🙂 Daí, segui para a colina de Tambolang, onde me cheguei a irritar com uns miúdos que pediam dinheiro (devo referir que na Ásia, se existe coisa que mexe negativamente com as minhas entranhas, é ver crianças que não passam fome a pedir e saber que tal processo nasce da ideia/preconceito criado que os bule (homem branco) são todos ricos :/ ) e donde vi a chuva a aproximar-se a todo o vapor, as diferentes transições de cor e luz no céu e pus as pernas a mexer para escapar da intempérie. 🙂

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No Templo de Borobudur ao Amanhecer

Eram 3.30 quando cheguei à estação de comboios de Yogyakarta e na saída da mesma, apanhei um ojek até ao Edu hostel. Quando entrei, a receção estava fechada, tentando por esse motivo convencer os seguranças a fazer o tour para Borobudor nessa madrugada, pagando à posteriori aos rececionistas. Quando a carrinha apareceu para vir buscar outros hóspedes, perguntei à guia se ainda havia espaço e se podia seguir com eles, ao que ela respondeu que não havia qualquer problema. Assunto resolvido! 🙂

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Assim, eram 5.00 quando parti para o templo de Borobudur, feliz por ter conseguido fazê-lo. Durante a viagem, a noite começou a perder intensidade, as cores do céu ganharam fulgor, a forma do Merapi tornou-se imponente e viam-se arrozais no meio da neblina. Belo! Às 6.15 estava a entrar na área do templo, já com um ikat à cintura, a luz era dourada e suave, e o céu azul. Estava de facto um dia radioso! 🙂

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Durante duas horas, ainda na companhia de poucos turistas, andei a cirandar em redor deste magnífico templo. Visto de frente, encontramos uma estrutura piramidal, construída em patamares com incontáveis estátuas de Buda a contemplarem-nos. A paisagem envolvente é muito agradável: bastante verde, árvores e montanhas em que existem dois cumes em destaque o Gunung Merapi e o Gunung Merbabu, coroados com uma ligeira névoa nos cumes. Fruto de umas nuvens “fabulásticas” e do céu azulíssimo, o templo estava altamente fotogénico e o melhor momento da visita, aconteceu quando cheguei ao topo e me deparei com “sinos” (que tinham no seu interior estátuas de Buda, quais ovos “kinder surpresa”) dispostos em alinhamentos circulares e progressivamente concêntricos em redor de uma estupa maior e central. No final da visita, fiquei muito feliz por ter regressado a Yogyakarta e visitado o templo de Borobudur, o maior, o mais imponente e impressionante templo budista de todo o país. O templo entre cumes e vulcões. 😀

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P.S. – À semelhança do que ocorre no templo de Prambanam, o preço para visitar Borobudur está altamente inflacionado para turistas ocidentais, mas fica o AVISO que existe a possibilidade de comprar um bilhete conjunto para estes templos, a um preço mais razoável (não se vê nenhum aviso, mas se perguntarem por essa possibilidade, verão que os ingressos vos serão vendidos).

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Bali Days

Fruto do que fomos lendo e ouvindo, chegar a Bali nunca foi um sonho para nós. Aliás, posso até dizer que quando aterrámos na ilha, não estávamos com grandes expetativas, antes curiosos com o que iríamos encontrar. A nossa primeira experiência ocorreu logo na saída do aeroporto quando ao apanhar um táxi para o hostel, vimos que não existiam taxímetros, apenas preços tabelados inflacionados e inegociáveis, o monopólio do taxista a funcionar. :/

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Uma vez que em Bali, os transportes públicos estão escondidos dos olhares dos turistas, para percorrer a ilha e sairmos da zona da “Oura” – Kuta – todos os dias alugámos uma scotter, que o Manu conduzia no trânsito semi-caótico -principalmente, até sairmos das zonas mais densamente habitadas de Kuta e Denpassar – e eu seguia à pendura a “ler” o GPS e a tentar dar indicações.

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Nos dias que estivemos na ilha, fomos duas vezes até Bedugul em busca do templo – pura – Ulun Danu. Na primeira tentativa estava um nevoeiro tão espesso, que se revelou impossível fazer a visita. Na segunda, tivemos mais sorte mas o local revelou-se uma enorme deceção, que o Manu resumiu na perfeição: “este templo não merecia uma visita, quanto mais duas!”. Por sua vez a visita ao bonito Pura Taman Ayun, nas imediações da vila de Mengwi valeu muito mais a pena.

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Num dos dias, fomos até Ubud que é considerado o centro espiritual de Bali e aí visitámos o santuário sagrado da floresta dos macacos, que tem um nome muito longo e pomposo para atrair as pessoas para uma armadilha turística, cheia de macacos impertinentes e agressivos – como qualquer local da Ásia em que os macacos convivam com os turistas -, vimos bonitos e serenos templos, lojas de artesanato: esculturas em pedra e madeira, pintura, mobiliário, decoração, quinquelharia, e terraços de arroz que não se revelaram nada de extraordinário, quando comparados com os majestosos de Ping´an, mas nos quais tivemos a felicidade de observar uma cerimónia em que estudantes envergavam tradicionais trajes balineses.

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Mas as melhores recordações que guardo de Bali, foi partilhar o meu tempo com o Manu, ver verdes arrozais, à medida que seguíamos para norte; comer um magnífico porco no espeto de pele estaladiça! Uma delícia! 😀 , ir um dia ao Burger King “matar saudades”, observar os estéticos trajes tradicionais e a bonita arquitetura balinesa, em que as casas tem tantos elementos associados ao hinduísmo que se chegam a confundir com a incrível quantidade de templos existentes, contactar com os educados e simpáticos balineses – quanto mais fora de Kuta, melhor! –  e presenciar algumas das tradições, “procissões”, rituais e cerimónias religiosas profundamente embebidas no Hinduísmo.

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O Início de uma Amizade em Maninjau  

Como previamente combinado, depois do Manu regressar do lago de Singkarak partimos para o danau Maninjau, o único lago em Sumatra que “corre” para oeste e que à semelhança do todo-podereso Toba é vulcânico.

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Para chegar a Bayur, uma pequena vila nas imediações do lago demorámos mais tempo a esperar que o autocarro arrancasse – duas horas -, que a fazer o percurso e enquanto esperávamos, eu atualizei o caderno, o Manu atualizou o blog, comprámos bolos e Salak – fruta da serpente – para ir comendo e fomos falando. A viagem de aproximadamente quarenta quilómetros, durou hora e meia e quase, quase na chegada tivemos de fazer quarenta e quatro curvas, em sentido descendente! Nesse momento a paisagem era uma visão de prata dominada pelo lago azul escuro, pelas nuvens brancas que corriam entre as colinas e montanhas e por alguns arrozais em socalcos.

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Depois de almoçarmos e de falarmos com o dono de um pequeno restaurante, arranjámos já na saída da vila e junto ao lago um “chalé” com janelas a toda a volta e que antes de abrirmos as janelas, cheirava ligeiramente a mijo de gato. Perfeito, ou quase! 😛 Da nossa varanda, a paisagem era de facto bela, nuvens cinzentas muitas espessas e o lago com uma cor verde azeitona profunda.

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Como tínhamos ao nosso dispor umas canoas, a primeira coisa que fizemos foi vestir os calções de banho e tentar ir dar uma voltinha, porém as canoas de madeira tradicionais eram temperamentais e “equilibristas” e como em poucas remadas consegui afundar uma delas, rapidamente ganhei uma viagem de regresso até à margem a empurrá-la – tudo isto com o Manu a bater palmas. 😉 A temperatura da água era perfeita, fruto do aquecimento vulcânico e tal como no mar havia zonas mais quentes e zonas mais frias. Aliás, enquanto estivemos no lago um dos nossos rituais era mergulhar no mesmo, assim que acordávamos, tendo uma imensa sensação de frescura e liberdade.

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Nos dias em que estivemos em Maninjau, continuámos a comer martabaks – não tão deliciosos como em Bukittinggi; almoçámos e jantámos na Jeny´s, enquanto “pequeno-almoçámos” no pequenito café de Emiliano Chino; conhecemos Bob  um senhor australiano, já reformado e que tinha a mão esquerda amputada – que era uma pessoa impecável e tranquila; vimos a riquíssima dialéctica da paisagem junto ao lago, pois os dias amanheciam claros, radiosos e dourados e à medida que as horas passavam o céu começava a cobrir-se de nuvens e sombras, a ponto de parecer que estávamos num local, completamente distinto! 😀 Visitámos uma cascata no meio da floresta, na qual tomámos banho pelados – sensação refrescante, libertadora e de estar em comunhão com a natureza – e para lá chegar percorremos um caminho verde e lamacento, junto a um pequeno riacho 🙂 ; visitámos um pequeno mercado; andámos alguns quilómetros em redor do lago a ver a bonita e serena paisagem; estivemos a comunicar com camponeses no meio de um arrozal, graças ao i-phone do Manu – “vês, para que é que isto serve!?”, com um sorriso cómico e triunfal; e quando apanhámos um ojek para regressar, no final da viagem tivemos uma discussão com o nosso condutor, devido ao preço hiper inflacionado, na qual Manu se mostrou irredutível e decidido.

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No lago, também falei muitas horas com Manu e vi quão semelhantes somos em tantas coisas, mas principalmente ouvi parte da sua história de vida e ganhei a noção de como as pessoas podem realmente mudar. Em tempos, ele foi um homem de negócios de sucesso da classe alta, tinha um belo apartamento, um grande descapotável, uma vida super confortável em que tinha bastante dinheiro para comprar o que quisesse, fumava muito e pesava cento e vinte quilos. Aos poucos, deixou de se sentir bem com a sua vida, começou a fazer desporto, foi emagrecendo, desistiu da carreira, vendeu o carrão e começou a viajar. Hoje sabe que naquela altura não era feliz e que não é a quantidade de bens materiais ou a carreira que se tem que trazem a felicidade! Quer continuar a viajar. Obrigado pela partilha Manu, mi amigo! 😀

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Bukittinggi e Arredores

Depois da viagem inesquecível e de aterrar no aeroporto de Padang, apanhei uma carrinha para a cidade de Bukittinggi, onde cheguei já de noite. Depois de arranjar poiso na agradável Hello Guesthouse, conheci Manu, um rapaz espanhol que também estava a viajar a alguns meses na Ásia e com naturalidade começámos a falar sobre pequenos tudos e pequenos nadas, e uma vez que estávamos pela primeira vez no hemisfério sul fizemos uma pequena experiência sobre o efeito de coriolis. A verdade é que nos entendemos tão bem que combinámos ir juntos a um lago – danau Maninjau – e a um vulcão – Gunung Marapi – que ficavam nas imediações da cidade, quando ele regressasse do lago de Singkarak.

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Em Bukittinggi ademais de comer deliciosos martabaks tal como em Berastagi – e pequenos-almoços, fui acordado todas as noites as quatro da manhã com cânticos, não de uma, mas de duas mesquitas! 😛 E passeei na caótica e animada zona do mercado, em Kato Gadang  uma antiga muralha – em Siank Canyon rio entre vales – e no Panorama park, do qual tive uma visão mais elevada sobre verdes vales e montanhas.

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Para além de percorrer a cidade, fui até à vila de Batu Sangkar  a cerca de quarenta quilómetros de distância e coração da etnia matriarcal/patriacal dos Minangkabau – onde visitei o bonito palácio do rei em Pagaruyung, mas principalmente onde tive a oportunidade de conhecer Revi Suhendi, um ojek – condutor de táxi-mota – extremamente amistoso e caloroso que me levou a “passear” em redor da vila. Desse modo, tive a oportunidade de observar a bonita paisagem campestre e muito verde, cheia de plantações, arrozais e afáveis camponeses e no final do nosso pequeno tour, Revi ofereceu-me um refresco e meio maço de tabaco! Na despedida tirámos um retrato juntos e fiquei a saber que amigo, na língua Indonésia se diz SUKA! 😀

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Outra das visitas que fiz, aliás que tentei fazer, foi ir até ao vale de Harau, nas imediações da cidade de Payakumbuh. Porém o que à primeira vista parecia simples, revelou-se uma tarefa impossível devido aos múltiplos problemas que tive com os transportes: bilhetes hiper-inflacionados, longas discussões de preços, múltiplas conexões e desconexões, carrinhas/autocarros a cair aos bocados e longuíííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííssimas esperas, tudo somado resultou num passeio surreal passado na Indonésia, mais precisamente em Sumatra, onde a lógica se torna ilógica e o caos passa a comandar as situações do quotidiano. Neste dia esperei, irritei-me, praguejei, ri-me e aprendi uma lição: em Sumatra há que ter tempo para viajar e uma paciência de Jo, ou nas palavras mais sábias e perfeitas de Saramago: “Afinal, há é que ter paciência, dar tempo ao tempo, já devíamos ter aprendido, e de uma vez para sempre, que o destino tem de fazer muitos rodeios para chegar a qualquer parte”.

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Pedalando em Phonsavanh

Ato VI – Sítios número 2 & 3. A Surrealidade Continua

Após este percalço seguimos viagem e às sete e pouco avistámos a placa que anunciava “Plain of Jars Site 3”. Desmontámos das bicicletas, prendemo-las e seguimos a pé por um trilho que nos conduziu por um arrozal adentro até nos depararmos com o local arqueológico propriamente dito no topo de uma colina verdejante. Os jarros estavam dispostos no meio de árvores, havia vacas a pastar no meio deles e a paisagem circundante era magnífica: céu azul, nuvens cinza e prata, campos, colinas e montanhas verdejantes alternando o verde escuro com o verde claro e alguns retalhos castanhos! 🙂

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Depois da visita, decidimos aproveitar e tomar o pequeno almoço num pequeno “tasco” colado ao local arqueológico e quando já estávamos à mesa, apareceu então o porteiro, que nos vendeu o bilhete do local que acabáramos de visitar! Surreal! 😛 Já com a barriguita mais composta, seguimos viagem para o sítio arqueológico número 2 e o único que nos faltava, para darmos por concluída a nossa visita à Planície dos Jarros e regressarmos a Phonsavanh.

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O caminho que uniu o sítio número dois ao número três não foi o mais espetacular mas ainda deu para passar por uma manada de vacas que estava no meio da estrada, ter de desmontar várias vezes da bicicleta, ver arrozais e aldeias e visitar a cascata de Tad Lang que foi uma desilusão. Eram quase dez da manhã quando literalmente pulei a cerca para entrar no sítio arqueológico número dois, pois mesmo pagando bilhete esta era a única forma de entrar! Eu já disse que este local é surreal, não disse? 🙂

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Desta feita fiz a visita sozinho, pois o Zhou já estava cansado e depois de subir uma “escadaria” de tijolo e terra, cheguei ao topo de uma colina onde encontrei o menor número de jarros, mas os mais bizarros, com árvores a brotar literalmente do seu interior. O que se via era um jarro já completamente partido ao meio, ou em mais bocados devido à pressão exercida pelo tronco da árvore. 🙂 Na segunda colina, deste local deparei-me com mais uns jarros no meio da relva verde e de algumas árvores, mas principalmente, deleitei-me com a paisagem que se avistava do local: rios, campos, montanhas e colinas, mosaicos de arrozais, ilhas de múltiplos verdes, enfim uma belíssima panorâmica na despedida, deste local mágico que é a planície dos Jarros. 😀

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