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Bukittinggi e Arredores

Depois da viagem inesquecível e de aterrar no aeroporto de Padang, apanhei uma carrinha para a cidade de Bukittinggi, onde cheguei já de noite. Depois de arranjar poiso na agradável Hello Guesthouse, conheci Manu, um rapaz espanhol que também estava a viajar a alguns meses na Ásia e com naturalidade começámos a falar sobre pequenos tudos e pequenos nadas, e uma vez que estávamos pela primeira vez no hemisfério sul fizemos uma pequena experiência sobre o efeito de coriolis. A verdade é que nos entendemos tão bem que combinámos ir juntos a um lago – danau Maninjau – e a um vulcão – Gunung Marapi – que ficavam nas imediações da cidade, quando ele regressasse do lago de Singkarak.

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Em Bukittinggi ademais de comer deliciosos martabaks tal como em Berastagi – e pequenos-almoços, fui acordado todas as noites as quatro da manhã com cânticos, não de uma, mas de duas mesquitas! 😛 E passeei na caótica e animada zona do mercado, em Kato Gadang  uma antiga muralha – em Siank Canyon rio entre vales – e no Panorama park, do qual tive uma visão mais elevada sobre verdes vales e montanhas.

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Para além de percorrer a cidade, fui até à vila de Batu Sangkar  a cerca de quarenta quilómetros de distância e coração da etnia matriarcal/patriacal dos Minangkabau – onde visitei o bonito palácio do rei em Pagaruyung, mas principalmente onde tive a oportunidade de conhecer Revi Suhendi, um ojek – condutor de táxi-mota – extremamente amistoso e caloroso que me levou a “passear” em redor da vila. Desse modo, tive a oportunidade de observar a bonita paisagem campestre e muito verde, cheia de plantações, arrozais e afáveis camponeses e no final do nosso pequeno tour, Revi ofereceu-me um refresco e meio maço de tabaco! Na despedida tirámos um retrato juntos e fiquei a saber que amigo, na língua Indonésia se diz SUKA! 😀

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Outra das visitas que fiz, aliás que tentei fazer, foi ir até ao vale de Harau, nas imediações da cidade de Payakumbuh. Porém o que à primeira vista parecia simples, revelou-se uma tarefa impossível devido aos múltiplos problemas que tive com os transportes: bilhetes hiper-inflacionados, longas discussões de preços, múltiplas conexões e desconexões, carrinhas/autocarros a cair aos bocados e longuíííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííííssimas esperas, tudo somado resultou num passeio surreal passado na Indonésia, mais precisamente em Sumatra, onde a lógica se torna ilógica e o caos passa a comandar as situações do quotidiano. Neste dia esperei, irritei-me, praguejei, ri-me e aprendi uma lição: em Sumatra há que ter tempo para viajar e uma paciência de Jo, ou nas palavras mais sábias e perfeitas de Saramago: “Afinal, há é que ter paciência, dar tempo ao tempo, já devíamos ter aprendido, e de uma vez para sempre, que o destino tem de fazer muitos rodeios para chegar a qualquer parte”.

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Em trânsito: Odisseia para Pulau Tanahmasa

Prólogo

Quando estive em Georgetown, fui convidado por Luke a visitá-lo na ilha (pulau) de Tanahmasa. Esta crónica relata a viagem, aliás a odisseia que foi trilhada.


Na ilha de Samosir, o dia acordou prateado e em Tuk-Tuk apanhei um ferry para a tristonha vila de Parapat. Do cais, segui andando de mochila às costas até encontrar a estrada principal e após um pequeno compasso de espera, passou uma carrinha que “supostamente” estava a caminho de Sibolga. Pelas estradas esburacadas de Sumatra, segui empacotado no meio de sacas e caixas, até à pequena vila de Parsea Jaya, onde todos os outros passageiros saíram e daí segui até Siborong-Borong, sozinho com o motorista, qual co-piloto de um carro de ralis. Durante esse “troço”, fizemos sinais de comunicação, fumámos, vi uma frase que é o resumo perfeito da condução Indonésia: “I do my best, God do the rest!” (eu faço o meu melhor, Deus faz o resto) e assisti in-loco à bestialidade da corrupção da polícia quando fomos mandados abrandar e o senhor agente depois de receber em mão uma notinha, lá nos mandou seguir… 😦

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Na cidade de Siborong – Borong a carrinha estancou e fui mandado sair da mesma. Com alguns sinais e poucas palavras, lá consegui perceber que naquele local iria mudar de veículo e passados vinte minutos de espera, seguimos viagem. Durante o trajeto, assisti a mais corrupção “policiana”, mandei uns quantos saltos, fruto da estrada estar completamente partida em alguns troços e voltei a sentir na pele a imaginação laosiana, uma vez que a carrinha que tinha inicialmente capacidade para doze pessoas, chegou ao destino com dezasseis! 😛

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Já em Sibolga e graças ao telemóvel de um rapaz indonésio – Ronald – contactei Beng Beng, um amigo de Luke, que durante o dia se tornou no meu “anjo da guarda” e que para além de me ajudar a comprar o bilhete para o ferry, foi meu condutor na cidade. Depois de me despedir de Beng Beng com um forte abraço e uma hora antes da partida – 20.00 – estava a entrar no ferry para a ilha de Nias, rodeado de crianças que queriam guiar-me até ao meu assento, para depois tentar vender-me comida e água de forma insistente. Nesse momento só queria que me deixassem em paz! E a minha expressão devia transmitir esse sentimento. Depois de colocar a bagagem no meu espaço da plataforma, uma rapariga indonésia que estava ao meu lado sorriu e depois de ouvir algumas crianças a gritar: “Hei Mister! I love you!”, comecei aos poucos a sorrir e a “máscara” da cara séria caiu por terra.

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Durante a viagem noturna, dormitei algumas horas, escrevi no caderno, vi as plataformas encherem de pessoas e bagagens e senti aquele ambiente barulhento, quente e fumarento a tomar conta do espaço. Tal como o Luke me tinha “avisado”, esta viagem só por si, já é uma experiência! 😉 Cheguei à ilha de Nias – cidade de Gunung Sitoli – ainda o dia não tinha nascido e ainda antes de sair do ferry, já tinha arranjado uma carrinha para Teluk Dalam, uma pequena vila piscatória, na parte sul da ilha. A viagem durou cerca de duas horas em ritmo prega fundo e durante a mesma, foram-me oferecidos cigarros pelo motorista e por passageiros, vi centenas de crianças em uniformes a caminho da escola e uma paisagem que misturava selva, plantações e praias e senti-me bastante FELIZ pois naquele momento sabia que iria conseguir apanhar o barco para a ilha de Telo. 🙂

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À semelhança do que aconteceu em Sibolga, em Teluk Dalam tive que esperar pela partida do barco e durante esse tempo a minha prioridade foi tentar avisar o Luke que estava a caminho, uma vez que da ilha de Telo para a ilha de Tanahmasa, não há transportes! E o caminho apenas pode ser feito pequenas embarcações privadas. Tentei ligar-lhe. O telemóvel estava desligado! Tentei ir a um cyber café. Não havia internet! Decidi então, enviar-lhe uma SMS e como uns minutos depois ele acabou por responder, relaxei a “molécula” pois soube que na ilha de Telo, ele estaria lá para me receber. Depois de aproximadamente três horas em waiting mode, estava finalmente de partida e num pequeno barco fiz uma travessia que durou cerca de seis horas. Durante a viagem, dormitei um pouco, escrevi no caderno, tirei fotografias à paisagem e às pessoas, observei os nativos e a pesca de um atum, falei com um rapaz que trabalhava num resort da ilha e pensei várias vezes que estava a chegar, antes de realmente chegar! Pois estava no meio do arquipélago de Batu e não conseguia identificar onde se localizava o meu destino. 😛

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Na chegada, o Luke estava à minha espera e depois de nos abraçarmos, dirigimo-nos para o seu bote a motor. A looooooooooooooooooooonga odisseia  quatro barcos e duas carrinhas – estava a chegar ao seu final e bastou apenas mais meia hora de viagem, através de uma paisagem de manguezais, nuvens e reflexos cor de prata e cinza no oceano, para chegarmos ao nosso destino. Às 18.00, já no lusco-fusco estava a desembarcar na praia, tinha acabado de chegar ao paraíso escondido de Tanahmasa 😀

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P.S. – Contactos de Beng Beng em Sibolga. E-mail: beng2nge@yahoo.co.id; Telemóveis: +62 81361077406; +62 81262265233.

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Berastagi & Gunung Sibayak

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Nos dias em que estive em Berastagi e à semelhança de Medan, fui entrevistado umas quantas vezes; vi igrejas, mesquitas, camponeses e cenouras… muitas cenouras 😛 ; visitei a zona do mercado, onde encontrei uma grande variedade de frutas e produtos desconhecidos, sentindo o calor e simpatia dos “nativos”; subi à colina de Gundaling de onde observei a panorâmica da vila e já no topo, uma visão magnífica de… neblina e trevas! Berastagi também marca o meu primeiro encontro com o delicioso martabak de chocolate e amendoins. Huuuuuuuuuumm! 😀

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Já nas imediações da vila, na companhia de duas raparigas francesas e de um guia, tive a minha primeira oportunidade de escalar um vulcão ativo, mas adormecido, o Gunung Sibayak e diga-se que o trekking não desiludiu. Nadinha! 🙂 O nosso primeiro “passo” foi apanhar um pequeno autocarro – no qual observei, o motorista que fumava qual um dragãozinho – para as imediações da cascata de Sikulikap e depois de a contemplarmos a partir de um miradouro elevado, começámos a nossa ascensão.

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O trekking fez-se por uma encosta coberta de selva: lama e zonas barrentas, vegetação cerrada, muitos obstáculos e troncos caídos, períodos de chuva leve e uma temperatura agradável, assim foi a nossa ascensão. Quando chegámos à zona da cratera, nuvens corriam velozmente no céu, mudando rapidamente a nossa perceção, sendo a paisagem um misto de cinzentos, verdes e fumos. Passados apenas dez minutos de aí termos chegado, começou a chover torrencialmente.

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A partir desse momento tudo mudou, tornando-se a paisagem surreal: as rochas de múltiplas cores – cinzentas, esverdeadas, avermelhadas -, a formação de rios e cascata no meio do trilho, o contraste entre o vulcão “fumante” e o dilúvio! Belo e memorável. 😀 No meio daquela tempestade, fomos andando o mais rápido que conseguimos e quando chegámos à estrada o nosso guia contactou um amigo para nos ir buscar.

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Passados vinte minutos chegou uma pequena carrinha com um sorridente Rastman a bordo, Smiley o nosso “taxista” era  relaxado, simpático e muito “boa onda” e levou-nos até às hot springs, lá do sítio. Foi aí que o nosso trekking teve o seu final perfeito, todos de molho numa piscina a fumegar, a chuva a cair e o Gunung Sibayak no horizonte. 😉    

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A Organizada Singapura

Na fronteira entre a Malásia e Singapura, fui chamado à zona da alfândega para declarar bens. :/ A saber, uns maços de tabaco que foram comprados na ilha de Langkawi por cinco dólares e que nesse momento foram avaliados em cinquenta! 😛 Claro que face à situação criada, transmiti aos funcionários da alfândega que não estava interessado em pagar aquela taxa “absurda” e que podiam destruir os mesmos. Assim foi a minha entrada no pequeno país.

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Percebi então, que Singapura era necessariamente diferente dos países anteriores e não me enganei. Durante os dias que estive nesta Big Town Country houve características que sobressaíram: a limpeza, a organização, a meticulosidade, a eficiência, a riqueza… à medida que fui circulando no país/cidade, vi muitos cartazes de proibições – algumas delas bizarras, como o caso das pastilhas elásticas?! – e por esse motivo batizei Singapura, de Fine Country  o país das multas. 😛 Ao mesmo tempo observei um paradoxo interessante, o governo taxa de forma pesadíssima o tabaco, proíbe as pastilhas elásticas mas simultaneamente permite a prostituição! Enfim… há negócios que serão sempre inatacáveis.

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Na cidade voltei a encontrar o Rudy e com ele tive um jantar extraordinário: o delicioso e famosíssimo caranguejo picante de Singapura, lulas, ostras, arroz, doce de manga, água de coco e no final uma conta brutal, que ele fez questão de pagar! Merci, mon amie. 😀

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Nos dias que estive em Singapura, deambulei livremente e visitei a vibrante e colorida Little India; a zona de Chinatown, que me pareceu demasiado plástica e pouco autêntica; a moderna zona do centro financeiro onde quase “parti o pescoço”, de tanto olhar para cima 😀 ; os maravilhosos parques e jardins; a curiosa e “macabra” How Par Villa, onde muitos pais mostram aos filhos o que lhes pode acontecer se forem “más pessoas” – zona dos infernos chineses, extremamente gráfica e explícita – 😛 e a hiper turística ilha de Sentosa, onde se localiza o parque temático da Universal Studios e umas praias que até podiam ser agradáveis, mas com a linha do horizonte coberta de cargueiros, perdem todo o encanto.

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Para além das deambulações na cidade, mudei o “paradigma” do meu caderno e deixei de escrever nele como sendo um diário; continuei a provar deliciosa comida e relaxei no magnífico hostel – Green Kiwi  onde numa noites, tive um serão bastante animado e engraçado a jogar jenga – peças de madeira, que formam uma torre e que têm de ser removidas uma a uma, até alguém fazer a torre cair – com um grande grupo de australianos e canadianos. 🙂 A a ilha de Sumatra estava a um curto voo de distância…

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Chás & Raflésias

Nas Terras Altas do Cameron, na zona central do país, senti uma frescura que poucas vezes sentira até esse momento e quando saí da carrinha parecia que tinha regressado à Europa. 🙂 Durante os dias que estive na região a paisagem revelou-se uma caixinha de surpresas: colinas cobertas de estufas – couves, alfaces, morangos – verdíssimas e lindíssimas plantações de chá, vastas florestas de pinheiros… 😀

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Enquanto aí estive, tive a felicidade de fazer um tour que me levou até ao mundo da enoooooorme e parasítica raflésia – que ao contrário do Bornéu, ainda estava “viçosa”; visitei grandiosas plantações de chá – “o verde das colinas e dos arbustos de chá, associados às constantes alterações do céu, ora chuva, ora sol, ora nuvens… transformaram este lugar numa palete rica de cores. Foi de facto um momento único nesta viagem e uma paisagem diferente de tudo o que vi até aqui!” 😀 – e o seu local de expedição – fábrica da BOH; no monte mais alto da região vi apenas névoa e nevoeiro; e penetrei numa primitiva floresta Mosu  floresta secundária, que se assemelha mais a uma floresta europeia do que tropical – que estava repleta de antigas árvores, com os troncos cobertos de musgo e líquenes e que sob o espesso nevoeiro, propagava um ambiente pesado e misterioso. 🙂

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Em Tanah Rata conheci o caloroso Ivica – croata – e a simpática Maud – holandesa – e na companhia de ambos fiz uma agradável caminhada, num dos muitos trilhos viçosos da região; aprendi um pouco mais sobre a realidade da Malásia e sobre a enorme corrupção existente na classe política do país, quando ouvi a opinião do guia do tour – Bala – e de um grande agente turístico da região – Don – e despedi-me das frescas terras altas com um sorriso nos lábios. 😀

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Pulau Penang & Georgetown a Multifacetada

Da verde ilha de Langkawi segui de ferry para a ilha de Penang e na mesma, fiquei hospedado na simpática cidade de Georgetown durante cinco noites.

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Nos dias que estive na ilha visitei a sua praia mais famosa, Batu Feringgi e que se revelou uma grande desilusão – mar acastanhado, areia grossa e amarelada… :/ ; estive nas imediações do parque natural mais pequeno de toda a Malásia; deambulei no maior templo budista do sudeste asiático, Kek Lok Si, onde me diverti imensamente com a fotografia e graças a ela, sentindo uma enorme lucidez para a beleza estética do espaço, principalmente a zona da pagoda; percorri a pé grande parte da cidade de Georgetown e visitei magníficas e antiquíssimas mansões chinesas – Pinang Paranak e Cheong Fatt Tze – mesquitas harmoniosas – Kapitan Keling – ricos e dourados templos chineses – Khoo Kangsi e Teochew – e indianos, antigas construções coloniais deixadas pelos britânicos – o forte de Cornewallis, as igrejas, a torre do relógio, o edifício da câmara municipal… – ruas muito vivas, coloridas e movimentadas. 😀

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Para além disso continuei a escrever no meu caderno, até acabar de o atualizar (“Vamos lá continuar a viver mais experiências para te continuar a deixar desatualizado! E depois ter de voltar a parar um pouco para te atualizar, escrever e dizer o que vi, o que senti, o que penso, o que quero sentir! És o meu contra-ponto ao movimento, tu és o meu porto de abrigo! Obrigado, por existires”); relaxei no pequeno e tradicional café de bairro de Sin Guat Keng; continuei a deambular pelas ruas da cidade; comi a deliciosa e viciante comida que se consegue encontrar espalhada por toda a cidade – a comida em Georgetown é tão famosa que Malaios de outros pontos do país, visitam a cidade apenas para fazer um roteiro gastronómico! 😀 ; e conheci Luke, um carpinteiro australiano que estava a acabar de construir uma “catedral” em Pulau Tanahmasa  nas imediações da ilha de Sumatra na Indonésia  com as próprias mãos. “Catedral” essa que servirá de casa e de meio de subsistência para o futuro (pequeno resort de surf) e que no final da nossa conversa, me convidou a visitá-lo. Merci Luke! 😉

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O Globo de Perhentian

Na altura que cheguei a Perhentian Kecil o fim de temporada estava ao virar da esquina. Desse modo, encontrei a ilha em processo bastante rápido de encerramento, com a maioria dos restaurantes, escolas de mergulho e até alojamentos fechados. Porém e devido a tal facto, a quantidade de mochileiros era muito mais reduzida e a verdade é que durante o dia e nalgumas pequenas festas de praia acabou por gerar-se um ambiente mais íntimo e familiar. 🙂

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Nesses cinco dias, conheci pessoas de diferentes nacionalidades – alemães, britânicos, americanos… – acabando por criar uma rotina de deliciosos jantares de BBQ, muita conversa e alguma festa; ainda fui a tempo de fazer um mergulho nas águas azuis e cristalinas da ilha; torrei ao sol naquela bonita praia de areia branca; escrevi no caderno e publiquei alguns textos no blog. 🙂

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O único momento que ensombrou aquele simpático lugar, foi quando levei dois chapadões de um nativo que meteu na cabeça que eu lhe tinha roubado uma lata de cerveja, mas felizmente para mim, fiquei tão aparvalhado com o episódio que nem sequer tive reação para ripostar. Pois acredito que se o tivesse feito, tinha sido “comido” instantaneamente por aqueles autóctones… :/

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Na ilha Perhentian o tempo congelou e durante o tempo que lá estive vivi quase sempre no globo de cristal de Charles Forest Kane, um tempo sereno e tranquilo… isolado do “mundo exterior”. 😀

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P.S. – Na Ásia, as pessoas são na maioria das vezes extremanente afáveis e serenas, porém e se há alguma ação que lhe “manche” a honra, elas ficam totalmente em polvorosa e agressivas. :/ E depois deste episódio, a noção que me deu, é que neste continente a vida de uma pessoa pode valer menos que uma lata de cerveja. 😦

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Crónica de um Regresso

Como medir dezasseis meses fora do nosso país? No regresso nada e tudo mudou. Nós, os outros, os demais… As casas estão iguais, os cheiros e as conversas imutáveis, até o aspeto da maioria das pessoas pouco se alterou… mas e nós? Podem dizer-nos que estamos mais magros e a nossa pele mais escura… mas será que isso é o fundamental? 🙂

A 21 de Fevereiro de 2013, escrevi no primeiro dos meus cadernos que me acompanharam durante toda a viagem asiática: “ (…) cheguei a Pequim, que o meu sonho se transforme finalmente em realidade! Agora é tempo de agarrar a mesma, com toda a força do meu ser e neste período, que dure o que durar, eu o veja e sinta sempre como um período de aprendizagem e de enriquecimento pessoal e que saia da viagem: mais humano e mais completo; com uma ânsia de viver e de conhecer continuamente renovada; e com o meu caminho de vida pessoal mais clarificado ou iluminado, tal como um bodhisattva.”

Passado este tempo e relendo um dos últimos parágrafos do separador “Sobre” no meu blog, não posso deixar de sorrir… 😀 Fiquei a milhas de chegar a Istambul na Turquia e tão pouco me aproximei do estado de iluminação. Não sou Buda, não sou Jesus, nem tão pouco Alá e não pretendo ser nenhuma destas pessoas… Sou humano, tenho ossos e músculos, carne e sangue, tenho a mesma luz e sombra, a mesma destruição e criação, que todos temos dentro de nós e a minha vida é tão mais interessante e desafiante desse modo.

Ontem dia 21 de Junho de 2014, quase a aterrar escrevi: “(…) quase, quase a chegar a Lisboa posso afirmar que estou contente… sinto-me feliz por regressar e vou tentar aproveitar ao máximo estes primeiros tempos no meio da minha família e dos meus amigos que me amam. Vou continuar a escrever e a viajar na minha vida. Ambas fazem parte da minha essência e não me tenciono negar mais a mim mesmo. Acredita em ti miúdo! Não hesites! Não desistas do teu sonho de viajar! A jornada é demasiado bela para parar e o vento uma força demasiado poderosa para ser travada! O mundo é um local belo! Que merecer ser visto e revisto, e eu faço parte dele e ele parte de mim! Hoje no regresso ao meu país que me criou como homem e cidadão do mundo, faço votos de casamento com o Mundo! Não me abandones! Que eu ser-te-ei fiel.”

P.S. – No aeroporto e depois de uma espera interminável pela bagagem (que cheguei a pensar que se tinha extraviado) reencontrei a minha mãe, a minha irmã, uma prima e um dos meus melhores amigos e depois de os abraçar e beijar e de um pequeno compasso de espera partimos para a minha cidade natal. Aí e na casa de uma das minhas avós… recebi o maior presente de todos! 😀 Grande parte da minha família e dos meus amigos organizaram-me uma festa surpresa! 😀 Saí do carro aparvalhado e mega FELIZ e com eles partilhei as minhas primeiras horas em solo luso. A todos eles e a todos vós, MUITO OBRIGADO, por fazerem parte da minha vida e por me deixarem fazer parte da vossa. É um privilégio e uma honra! E eu sei que sou uma pessoa com sorte… 😀

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Back to KL. Couchsurfing e Viagem ao Mundo do Islão

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Nesta segunda visita a Kuala Lumpur, tive a minha primeira experiência de couchsurfing e fiquei alojado na zona de Bangsar, num “palácio” com vista para a cidade, condomínio privado e com acesso a uma piscina! Sortudo!? Naaaaaaa… 😛 o meu anfitreão, Raul trabalha numa equipa de criativos de marketing e durante os dias que estive em sua casa revelou-se bastante amistoso, mas ao mesmo tempo muito ocupado. Desse modo, um dos melhores momentos que tivemos juntos foi quando visitei o seu escritório e aí tive a oportunidade de observar a cidade do alto e de ver como uma decoração colorida, engraçada e leve ajuda a promover um ambiente inspirador e criativo. 🙂

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Em três dias, visitei as Batu Caves (conjunto de templo hindus que ficam no interior de uma grande caverna); a Mesquita Nacional, onde conheci um rapaz sírio (de olhos azuis e pele branca!) com que fiquei a conversar sobre a religião islâmica (“Sabes porque Deus nos fez  todos diferente? Para aprendermos uns com os outros!” 😀 ); o bonito e interessante Museu Islâmico e o entediante Museu Nacional, que a única parte interessante que teve foi quando aprendi um pouco sobre Malaca e a sua conquista por nós portugueses, a 24 de Agosto de 1511. 🙂

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Para além das visitas que fiz e das conversas que tive, escrevi alguns textos para o blog, atualizei o caderno e apanhei um bus noturno para Kuala Besut, a cidade onde iria apanhar o barco para as ilhas de Perhentian, meu próximo destino.

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Kuching. A Casa e a Austríaca

Entre as idas a Gunung Gading, a Bako e o regresso à Malásia Peninsular, o magnífico hostel de Kuching (Wo Jia Lodge), onde dormi quatro noites de forma não consecutiva, foi para mim como uma casa. 🙂 Pelo ambiente que encontrei, pelo staff e pelas pessoas que conheci, principalmente uma rapariga austríaca e de quem fiquei amigo, Sonja. 😀

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Kuching foi de longe a cidade mais agradável e interessante de todo o Bornéu e foi aí que resolvi o problema da máquina fotográfica, pois comprei um “corpo” em segunda mão igual ao que tinha; visitei alguns museus e a bonita mesquita da cidade, passeei, comi muito bem e principalmente tive dias muito tranquilos e repousados no hostel. 🙂

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