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Dia Mundial da Terra

Há 50 anos foi criado pelo senador norte-americano Gaylord Nelson o Dia da Terra, que desde 2009 é reconhecido oficialmente pela ONU como Dia Internacional da Terra. O principal objetivo deste dia, é a consciencialização de todos os povos, sobre a importância e a necessidade de conservar os recursos naturais do planeta e defender a harmonia entre todos os seres vivos.

Não tenhamos dúvidas, nada nos ensina tanto sobre o nosso planeta, como viajar. Ao viajarmos, somos retirados da nossa “bolha”, passamos a conhecer realidades distintas às do nosso país de origem, à nossa região, à nossa cidade. Aprendemos a colocar-nos no lugar do outro e quem sabe… a compreender que o nosso planeta azul não será nunca uma certeza absoluta.

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Viagem ao País da Distância

Primeiro dia de Primavera, dia de frio polar numa cidade pardacenta e vazia perto de si, se houver cidades no Inferno, de certeza que são assim: sem movimento e som, sem cor, sem calor humano, despidas, glaciares, robóticas, sem alma…

O mundo atual é por estes dias, um espaço surreal. Um mundo de distâncias e ausências, recolhimento e silêncio, todos podem ser inimigos uns dos outros, sendo conveniente manter as distâncias em relação a cada corpo que vagueia por aí. Linhas lineares são traçadas no chão para um inimigo invísivel e contagioso, não se pegar às nossas moléculas de vida. Fugimos uns dos outros, para não sermos contaminados pela doença. Fugimos, para não nos tornarmos em anjos de morte.

O tempo passará e com ele novos dias e meses irão ficar gravados na nossa pele, vísceras e entranhas, na nossa memória e alma. A Primavera avançará, e com ela o cheiro do medo e da morte desaparecerá. Quando as mãos se voltarem a cruzar, os corpos a abraçar e os lábios a tocar, lembrem-se o que significa ser Humano. Não se esqueçam desse tempo que passou, e se necessário for, recordem aquele longínquo dia de Primavera.

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Final da Rúbrica – "Uma Geografia. Uma Fotografia."

Depois de mais de uma centena de fotografias, referentes a igual número de locais por onde passei e estive na Ásia, este post marca oficialmente o epílogo da rúbrica “Uma Geografia. Uma Fotografia.” referente a essa viagem de 16 meses.

Este foi um pequeno projeto, mas com elevado valor sentimental e que teve como principal objetivo, tentar sumarizar e representar apenas numa ÚNICA imagem – num mundo cada vez mais saturado e “intoxicado” com imagens – a “alma” desse mesmo local, da cidade, do lago, da montanha, da selva, da floresta, do rio, do templo, da cascata, do vulcão…

Histórias do Vento irá continuar, noutros moldes, sempre nesta casa, à qual chamamos Mundo.

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Uma Geografia. Uma Fotografia: Yagon

Depois de quatro dias praticamente perfeitos no “reino” de Bagan parti para Yangon, outras das antigas capitais do país, para acenar o adeus tanto a Myanmar, como a esta viagem. O grande destaque da cidade é sem dúvida a dourada e resplandecente pagoda de Shwedagon, que à semelhança da rocha dourada de Kyaikhtiyo e da pagoda de Shwemawdaw de Bago é dos locais mais sagrados do país para a etnia Mon. Tudo brilha, tudo é ouro, tudo é luz! Esta pagoda de dimensões épicas – aproximadamente cem metros – é de facto estonteante e está repleta de infinitos detalhes prontos a ser explorados e descobertos. Eu, a Naomi e a Anne – uma rapariga holandesa que conheci no autocarro para Yangon – saímos de lá maravilhados. Em Yangon e na companhia de Naomi, visitei o Museu Nacional que visto do exterior parece um hospital e o interessante Museu das Gemas. A cidade também se revelou uma excelente surpresa em termos gastronómicos e fiquei bastante impressionado com a quantidaaaaaaaaaaaaaaaade de vendedores que vendiam comida nas ruas e as pessoas que estavam constantemente a comer nas bancas! O movimento de pessoas era frenético e às vezes pensava que estava numa mini Índia caótica e repleta de estímulos visuais, sonoros e olfativos. No último dia na cidade, em vez de continuar a mover-me mais e mais, resolvi parar totalmente e tive um dia muito sossegado e tranquilo. Vi o último filme que me restava no portátil Stalker de Tarkovsky – organizei a mala e as fotografias tiradas na cidade e despedi-me de Myanmar, radiante com todas as maravilhosas experiências que tive no país.

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Uma Geografia. Uma Fotografia: Monte Popa Tour

Quando estava em Bagan, marquei – juntamente com os bascos – um tour até ao Monte Popa e na altura da partida, juntou-se a nós uma rapariga japonesa – Naomi – com quem seguimos viagem. Na travessia até ao nosso destino, parámos algumas vezes para o nosso motorista fazer recados e uma vez para comprar recuerdos – bebidas fermentadas e açúcar. A verdade é que o Monte Popa se revelou mais bonito e espetacular ao longe. Visto de perto, não passava de um conjunto de templos pouco interessantes no topo de um grande rochedo e “infestado” de macacos. Para além disso, o tempo encoberto e nublado também não ajudou à “festa”. No caminho de regresso, parámos para almoçar e esse foi possivelmente o melhor momento do tour, uma vez que por uma bagatela, comemos que nem reis. Para finalizar este Popa tourou talvez devesse dizer “Treta tour” fomos até à floresta de pedra e aí um “guia” que não falava inglês fez-nos uma visita, que se revelou o momento mais surreal e hilariante de Myanmar! O “guia” era um autêntico desastre e no final o que vimos, foi uma árvore que parecia ter a madeira fossilizada, tudo isto sem uma única explicação, como se tudo fosse obra do divino criador…

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Uma Geografia. Uma Fotografia: Bagan

Em Bagan, o astro rei despontava às 5.30 e neste local onde os dias são conhecidos por serem escaldantes, nada como subir ao topo de um templo na presença de “ninguém”, exceto dos meus companheiros bascos e de um nativo que nos guiou ao local, para ter a felicidade de observar aquela paisagem onde se viam centenas de templos em redor. Nas nossas primeiras horas em Bagan, visitámos alguns dos templos principais e destes, o que mais me agradou foi de Anada, principalmente o seu fabuloso interior com quatro budas gigantes em posição de pé! Na zona dos templos mais conhecidos, visitámos a pagoda dourada de Shwezigon e seguidamente a grande pagoda branca de Shwesandaw, donde avistámos na perfeição a seca planície e grande parte dos templos de Bagan. Já quase sem luz, chegámos às imediações do maior templo, o templo de Dhammayangyi e com uma grande trovoada a aproximar-se explorámos um bocadinho do mesmo, quais verdadeiros Indian Jones. Nos restantes dias, não tentei mais ver o nascer do sol, mas comecei sempre a minha jornada às 9.00. Num desses dias, tive a companhia de Noami e de Jaume – um simpático rapaz espanhol que conheci na guesthouse – e juntos tivemos um dia cheio de templos, pagodas, budas e saltos com direito a fotografias (com/sem chapéu de chuva colorido). No último dia em Bagan, fiz o meu percurso a solo e nesse dia muito cinzento e chuvoso, diverti-me bastante na procura dos templos que ainda não tinha visitado e tive momentos extraordinários: os espaços completamente desertos, as pinturas, as estátuas e os relevos espetaculares, a procura de caminhos escondidos para os telhados e as panorâmicas maravilhosas dos mesmos. Quando parti de Bagan, estava super FELIZ. Em termos culturais, poucas vezes estive na presença de algo desta magnitude, se é que alguma vez estive! O ambiente do local é memorável e encantador, e andar de bicicleta de templo em templo é uma experiência inolvidável.

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Uma Geografia. Uma Fotografia: Mandalay Tour

Esvoaçantes

Depois da visita a Mandalay, havia que visitar os seus arredores, uma vez que estes estão repletos de locais de elevado interesse histórico e cultural. Amarapura, foi a primeira paragem e aí encontrámos centenas de monges em fila para almoçar. A disciplina, os rostos sóbrios, serenos e sorridentes – dos mais jovens -, os pés a caminhar, as vestes bordô, os turistas a tirar fotografias. Foi sem dúvida, um ritual interessante de observar. Daí, seguimos para a colina de Sagaing, onde encontrámos uma paisagem coberta de pagodas, florestas, campos de cultivo, rios, pontes. Em Inwa para além do “assédio” de condutores de carroça, que nos seguiam e matraqueavam sem cessar enquanto andávamos, pudemos encontrar diferentes tipos de estupas e pagodas, construções antigas, uma grande tempestade a aproximar-se, andámos livremente por campos de cultivo, vimos uma grande pagoda dourada, coqueiros e palmeiras, vacas, cavalos, camponeses, muralhas e uma torre a emergir do nada. O nosso destino final foi o lago de Taung Tha Man, onde ao final do dia, mas sem pôr do sol passeámos calmamente sobre a bonita ponte de madeira de U Bain, onde encontrámos uma serena paisagem e todas as pessoas que por lá circulavam, principalmente os monges de vestes esvoacentes. Esta foi a conclusão perfeita, para o tour nos arredores de Mandalay.

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Entrevista Integral de Quirino Tomás à Revista Digital “A Próxima Viagem”

Bagan

1. Com que idade surgiu o teu gosto pelas viagens? Lembras-te da tua primeira viagem, possivelmente com os teus pais ou outros familiares… Onde foi e com que idade?

Apesar das recordações do tempo de infância serem nebulosas, tenho memórias de um Peugeot 504 azul céu metalizado e tejadilho de abrir e nas deambulações que fiz com a minha família. Tenho a certeza que muito da pessoa que sou hoje, teve origem nos genes que herdei dos meus progenitores e nessas primeiras viagens. Mas mais que essas memórias de infância, o momento chave  foi plantado quando tinha catorze anos de idade. A minha irmã mais velha estava na faculdade e decidiu realizar um InterRail com o namorado. Felizmente, tive a sorte dela ter prometido um dia, que me levaria à Disneyland e fruto dessa oportunidade, acabei por seguir com eles de comboio até Paris, sendo posteriormente recambiado para Portugal de avião, com a semente adormecida dentro de mim.

2. E quando passaste a levar mais a sério esta paixão?

Já nos tempos de faculdade, depois de ter realizado primeiro um “intra-rail”  – viagem de comboio pelo Centro e Norte do país e posteriormente 2 Interrails em geografias diferentes da nossa Europa.

3. Durante 16 meses viveste na Ásia. Foi quando e como surgiu essa ideia? Como correu a experiência? Histórias mais marcantes.

Depois dos Interrails, digamos que mentalmente o passo óbvio era realizar uma Grande Viagem, porém depois de ter concluído a faculdade apesar de desejar loucamente viajar, não tinha dinheiro para um projeto dessa envergadura. Assim trabalhei e poupei durante 3 anos com o objetivo de realizar uma “Odisseia”. A ideia inicial era conhecer a América do Sul e Central, mas depois de me focar no mapa mundo, “percebi” que a chave estava no meu extremo oriental anterior, foi assim que reformulei toda a ideia da Odisseia, iria realizar por terra uma travessia entre Istambul e Pequim. Como no início da travessia Turquia – China iria passar pelo Irão e Paquistão, antes de chegar à Índia e ainda estava muito verde em questões de viagem, e tendo em conta as preocupações maternas acabei por condescender e inverter o percurso, sendo o trajeto final Pequim – Istambul.

 4. Como correu a experiência?

Em poucas palavras, posso afirmar que esse foi até ao momento, o melhor Ano da minha vida, e que foi um período infinitamente transformador, que me fez aprender e crescer imenso. Lembro-me de nesse período dizer muitas vezes à minha família, que se por acaso morresse na altura, morreria um “homem” feliz.

Inle Lake

 5. Histórias mais marcantes.

Podia estar aqui a escrever durante meses, que haveriam infinitas estórias para contar. 🙂 Mas guardo com especial carinho, as dificuldades iniciais de viajar na China, sentindo-me um autêntico analfabeto, que nem sequer tinha a noção na maioria das vezes se estava a viajar na direção “certa” – a total alienação do espaço; uma noite passada numa tenda com humildes construtores, numa das  montanhas sagradas para os taoistas, na China; as múltiplas e extenuantes caminhadas que realizei em montanhas, vulcões, selvas e florestas independentemente da latitude e longitude; presenciar o nascer do astro rei em múltiplas montanhas e vulcões; adormecer embalado pelo som profundo de cânticos budistas num mosteiro perdido numa montanha chinesa; os múltiplos jantares com chineses, indonésios e timorenses; uma noite de “copos” num arrozal no Bornéu Indonésio; mergulhos que pareciam saídos do Mundo da “National Geographic” tal a diversidade de vida marinha; viver durante um mês com uma família timorense; durante uma semana fazer aulas motivacionais com alunos indonésios; subir ao topo da Montanha Kinabulu e descer em 9 horas, e no dia seguinte estar fisicamente de rastos; perder-me na selva do Bórneu; correr sério risco de vida num mergulho no Parque Natural de Komodo ao largo da ilha das Flores; o “desespero” inicial em longas esperas em múltiplos autocarros coletivos e com o passar do tempo a “tranquilidade” adquirida; o riso das crianças, a serenidade dos anciões e a simpatia e honra da grande maioria dos habitantes locais…           

6. Sei que a ideia era chegar da Índia à Turquia. O que aconteceu para a viagem ter ficado a meio?

Aquilo que pode acontecer numa viagem, ter um plano inicial geral que é flexível e que depois se tal fizer sentido, ser alterado. Se a natureza e a vida são flexíveis e estão em constante mutação, como é que uma viagem de longa duração não segue as mesmas “regras”? 🙂 Tens toda a razão quando referes que não cheguei ao “destino final”, Istambul, mas hoje em dia, a sociedade foca-se demasiado na conclusão, no destino e perde o mais importante – a transição, o que se vive pelo meio, no fundo, a viagem…             

7. Perdeste-te na selva da ilha do Bornéu e correste perigo de vida. O que aconteceu e como conseguiste dar a volta?

Estava a caminho de um encontro com uma tribo seminómada e fruto de uma descrição demasiado vaga optei por um determinado caminho. Depois de 15 minutos a caminhar selva adentro percebi que afinal o caminho/trilho que pensava ser o correto estava errado. Claro que nesse momento o choque de adrenalina foi brutal, e durante uns 30 segundos o meu cérebro/mente apenas me “davam ânimo” algo do género: “Vais morrer aqui! Estúpido! Se não tinhas a certeza relativamente ao caminho, porque seguiste em frente!? Vais morrer aqui! Ninguém te vem procurar! Ninguém sabe que estás aqui! Não te vão encontrar! Vais morrer aqui!”. Um mimo, portanto! 🙂 À medida que o meu cérebro em stress estava neste processo destrutivo, o meu lado racional tentava manter a calma e o controlo. Respirei fundo um bom par de vezes e acalmei a mente, no minuto seguinte já estava a olhar para uma bússola (que tinha sempre comigo e que por acaso, e apenas por instinto consultei antes de enveredar pelo trilho que me tinha levado a tal desfecho). Depois, bem… foi o processo “óbvio” se tinha vindo de determinada direção só tinha de caminhar na direção contrária. Claro que falar agora é fácil, o que demorou 15 minutos a caminhar inicialmente demorou cerca de uma hora a percorrer em sentido contrário. Uma vez que só tinha uma “linha imaginária” para seguir, ainda para mais num terreno muito acidentado, cheio de “alçapões e ratoeiras”, plantas espinhosas, uma densidade de vegetação que se assemelhava a uma muralha, árvores, galhos e ramos podres que cediam facilmente e que não ofereciam um apoio seguro, desníveis de terreno que surgiam sem aviso, enfim… fisicamente, mentalmente e emocionalmente desgastante… extenuante. A verdade é que passado esse tempo cheguei a bom porto, acabando por encontrar o trilho inicial, do qual nunca deveria ter saído e de ter conseguido chegar à aldeia da tribo seminómada que tanto desejava encontrar.

Laos

8. Também correste perigo de vida a fazer mergulho na Indonésia. O que aconteceu e como conseguiste “aguentar-te”?

Durante uma aula de um curso de aperfeiçoamento de mergulho,  algures no meu trigésimo – felizmente já com um pouco de experiência – fui apanhado e separado do meu instrutor por uma corrente descendente fortíssima que me arrastou num ápice dos 5 para os 17 metros de profundidade. Felizmente naquele local havia uma parede de coral e apesar de saber que não se devia tocar na mesma (por questões de conservação ambiental) agarrei-me à mesma como uma lapa, uma vez que o meu instinto de sobrevivência falou mais alto. Nesse momento tive de acalmar-me ao máximo e respirar fundo um par de vezes até a adrenalina baixar um pouco e a racionalidade voltar a imperar, afinal naquele ambiente o ar não é infinito e o cérebro tem de tomar algumas decisões acertadas. A solução encontrada na altura, foi escalar – literalmente – a parede de coral para sair daquele ambiente hostil e demoníaco. Cheguei ao topo com alguns cortes e marcas deixadas pelo veneno de algumas espécies de coral, mas o principal objetivo foi conseguido, sair dali vivo e ileso.      

9. Houve mais alguma situação em que tenhas estado em grande perigo?

Felizmente não, pelo menos nada que se assemelhe às situações descritas anteriormente.                 

 10. Sabes em quantos países já estiveste? Algum país preferido, qual?

Deixei de contar países, talvez entre os 30/40, honestamente não sei. Penso que na nossa sociedade se dá demasiado valor à quantidade. A questão para mim é… as pessoas até podem ter estado em “1000” países e só visitar 2/3 cidades desses mesmos países, será que podem afirmar que conhecem realmente esses locais!? Quanto a um país preferido, não tenho UM país, mas posso dizer que gostei de muitos momentos vividos tanto em Mianmar – pela sua vastíssima e riquíssima cultura, em que cada cidade já foi capital de algum império em dado momento da história; e a genuinidade dos seus habitantes – como na China – onde redescobri o gosto pelas caminhadas e pela natureza – e Indonésia – onde mudar de ilha, era como mudar de país.

11. Algum país que não tenhas gostado nada?

Digamos desta forma, não no seu todo, mas não gostei da experiência no sul da Tailândia. Apesar de algumas praias e ilhas de sonho, foi o local onde realmente me senti apenas “um saco de dinheiro ambulante e andante”.

Crianças em Mianmar

12. Li numa entrevista tua de 2016 que não tinhas smart phone. Continuas igual?

Hoje em dia, já me rendi à “fatalidade” (riso) de um smartphone. O meu trabalho assim o obriga.

 13. Comidas mais estranhas que comeste. Comes de tudo ou tens algum cuidado?

O afamado Balut nas Filipinas e golfinho foram as comidas mais estranhas que comi. E sim tendencialmente como de tudo, mas de preferência comida feita na hora, é sempre mais seguro e existe uma probabilidade mais reduzida de se apanhar “algo”.  

13. Fala-nos por favor do teu projeto Hike Land. Onde operam e quais as vossas principais atividades?

A Hike Land é o meu projeto pessoal mais recente e a minha extensão profissional. Somos uma empresa de animação turística que se dedica à exploração das zonas de Portugal mais desconhecidas e selvagens, sendo a nossa pedra basilar a organização de caminhadas e viagens/atividades que englobem a componente de pedestrianismo e aventura. Neste momento inicial, operamos sobretudo em Portugal Continental e Ilhas, o objetivo para o futuro é realizarmos atividades com uma forte componente de pedestrianismo extra-fronteiras.

14. Tens outra ocupação para além do projeto Hike Land?

Neste momento estou dedicado de forma integral à Hike Land e ao seu crescimento.

Serra da Estrela

15. Qual a viagem de sonho que ainda não fizeste?

A minha viagem de sonho está feita, foram os 16 meses na Ásia. A partir daí e sem pressões quero continuar a viajar ao longo da minha vida, independentemente de ser no estrangeiro, ou em Portugal, este paraíso à beira-mar plantado e tenciono fazê-lo de preferência a Caminhar. Afinal os andarilhos/caminhantes são pessoas de bem com a vida, com a natureza e cujo espírito curioso e benevolente, lhes permite fruir das coisas mais simples e belas: o nascer e o pôr do astro rei, a bruma que voa entre vales e montanhas, os rios que correm, o fragor das cascatas, picos imponentes coroados de luz e sombra, árvores intemporais, aves graciosas que voam nos céus, o som de folhas a restolhar e galhos a quebrar sob o peso dos seus passos e a leveza do seu espírito… os andarilhos são os reis do silêncio e do vazio, chegando onde ninguém consegue chegar e onde os seus passos os levam, percorrendo as distâncias que separam a realidade do sonho.

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Uma Geografia. Uma Fotografia: Mandalay

Mandalay, outra das capitais do reino da antiga Birmânia é mais uma cidade repleta de templos, mosteiros e pequenos detalhes de encher os olhos e a memória. Desde as múltiplas singularidades que existem nos numerosos templos da colina da cidade, e de onde se pode observar a cidade do alto, bem como os seus arredores: os verdes campos, os montes, as árvores, o rio, os templos, as estupas, as pagoda; o Palácio de Mandalay que é mais interessante no exterior, dada a dimensão do perímetro da sua muralha do que propriamente a zona turística interior que é minúscula e pouco interessante; o calor que se sentia nas ruas e que se colava à pele; a torre do relógio e o mercado de Zaycho; o templo de Maha Myat Muni, o mais importante e imponente da cidade, onde pude observar o contraste entre as incontáveis bancas de venda de quinquelharia e a zona dos artesãos que fabricam autênticas peças religiosas; o mosteiro de Shwe In Bin e a sua intricada estrutura exterior em madeira, verdadeiramente bela e singular;  o incessante movimento da cidade; e… o espetáculo semi burlesco e com uma enorme componente política e de resistência ao regime dos Mustache Brothters.

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Uma Geografia. Uma Fotografia: Kakku

Para conhecer este local, eu a Melissa e a Fabianne, necessitámos de um condutor e de um guia oficial, pois infelizmente os turistas/viajantes não podem visitar Kakku de forma independente. O trajeto entre o lago de Inle e Kakku foi longo, sensivelmente duas e meia em cada direção, mas agradável, fruto das florestas e dos campos muito verdes que pudemos observar. Kakku, é um reino de pagodas concentradas numa área de um quilómetro quadrado. Uma autêntica floresta de densidade impressionante.