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Entrevista Integral de Quirino Tomás à Revista Digital “A Próxima Viagem”

Bagan

1. Com que idade surgiu o teu gosto pelas viagens? Lembras-te da tua primeira viagem, possivelmente com os teus pais ou outros familiares… Onde foi e com que idade?

Apesar das recordações do tempo de infância serem nebulosas, tenho memórias de um Peugeot 504 azul céu metalizado e tejadilho de abrir e nas deambulações que fiz com a minha família. Tenho a certeza que muito da pessoa que sou hoje, teve origem nos genes que herdei dos meus progenitores e nessas primeiras viagens. Mas mais que essas memórias de infância, o momento chave  foi plantado quando tinha catorze anos de idade. A minha irmã mais velha estava na faculdade e decidiu realizar um InterRail com o namorado. Felizmente, tive a sorte dela ter prometido um dia, que me levaria à Disneyland e fruto dessa oportunidade, acabei por seguir com eles de comboio até Paris, sendo posteriormente recambiado para Portugal de avião, com a semente adormecida dentro de mim.

2. E quando passaste a levar mais a sério esta paixão?

Já nos tempos de faculdade, depois de ter realizado primeiro um “intra-rail”  – viagem de comboio pelo Centro e Norte do país e posteriormente 2 Interrails em geografias diferentes da nossa Europa.

3. Durante 16 meses viveste na Ásia. Foi quando e como surgiu essa ideia? Como correu a experiência? Histórias mais marcantes.

Depois dos Interrails, digamos que mentalmente o passo óbvio era realizar uma Grande Viagem, porém depois de ter concluído a faculdade apesar de desejar loucamente viajar, não tinha dinheiro para um projeto dessa envergadura. Assim trabalhei e poupei durante 3 anos com o objetivo de realizar uma “Odisseia”. A ideia inicial era conhecer a América do Sul e Central, mas depois de me focar no mapa mundo, “percebi” que a chave estava no meu extremo oriental anterior, foi assim que reformulei toda a ideia da Odisseia, iria realizar por terra uma travessia entre Istambul e Pequim. Como no início da travessia Turquia – China iria passar pelo Irão e Paquistão, antes de chegar à Índia e ainda estava muito verde em questões de viagem, e tendo em conta as preocupações maternas acabei por condescender e inverter o percurso, sendo o trajeto final Pequim – Istambul.

 4. Como correu a experiência?

Em poucas palavras, posso afirmar que esse foi até ao momento, o melhor Ano da minha vida, e que foi um período infinitamente transformador, que me fez aprender e crescer imenso. Lembro-me de nesse período dizer muitas vezes à minha família, que se por acaso morresse na altura, morreria um “homem” feliz.

Inle Lake

 5. Histórias mais marcantes.

Podia estar aqui a escrever durante meses, que haveriam infinitas estórias para contar. 🙂 Mas guardo com especial carinho, as dificuldades iniciais de viajar na China, sentindo-me um autêntico analfabeto, que nem sequer tinha a noção na maioria das vezes se estava a viajar na direção “certa” – a total alienação do espaço; uma noite passada numa tenda com humildes construtores, numa das  montanhas sagradas para os taoistas, na China; as múltiplas e extenuantes caminhadas que realizei em montanhas, vulcões, selvas e florestas independentemente da latitude e longitude; presenciar o nascer do astro rei em múltiplas montanhas e vulcões; adormecer embalado pelo som profundo de cânticos budistas num mosteiro perdido numa montanha chinesa; os múltiplos jantares com chineses, indonésios e timorenses; uma noite de “copos” num arrozal no Bornéu Indonésio; mergulhos que pareciam saídos do Mundo da “National Geographic” tal a diversidade de vida marinha; viver durante um mês com uma família timorense; durante uma semana fazer aulas motivacionais com alunos indonésios; subir ao topo da Montanha Kinabulu e descer em 9 horas, e no dia seguinte estar fisicamente de rastos; perder-me na selva do Bórneu; correr sério risco de vida num mergulho no Parque Natural de Komodo ao largo da ilha das Flores; o “desespero” inicial em longas esperas em múltiplos autocarros coletivos e com o passar do tempo a “tranquilidade” adquirida; o riso das crianças, a serenidade dos anciões e a simpatia e honra da grande maioria dos habitantes locais…           

6. Sei que a ideia era chegar da Índia à Turquia. O que aconteceu para a viagem ter ficado a meio?

Aquilo que pode acontecer numa viagem, ter um plano inicial geral que é flexível e que depois se tal fizer sentido, ser alterado. Se a natureza e a vida são flexíveis e estão em constante mutação, como é que uma viagem de longa duração não segue as mesmas “regras”? 🙂 Tens toda a razão quando referes que não cheguei ao “destino final”, Istambul, mas hoje em dia, a sociedade foca-se demasiado na conclusão, no destino e perde o mais importante – a transição, o que se vive pelo meio, no fundo, a viagem…             

7. Perdeste-te na selva da ilha do Bornéu e correste perigo de vida. O que aconteceu e como conseguiste dar a volta?

Estava a caminho de um encontro com uma tribo seminómada e fruto de uma descrição demasiado vaga optei por um determinado caminho. Depois de 15 minutos a caminhar selva adentro percebi que afinal o caminho/trilho que pensava ser o correto estava errado. Claro que nesse momento o choque de adrenalina foi brutal, e durante uns 30 segundos o meu cérebro/mente apenas me “davam ânimo” algo do género: “Vais morrer aqui! Estúpido! Se não tinhas a certeza relativamente ao caminho, porque seguiste em frente!? Vais morrer aqui! Ninguém te vem procurar! Ninguém sabe que estás aqui! Não te vão encontrar! Vais morrer aqui!”. Um mimo, portanto! 🙂 À medida que o meu cérebro em stress estava neste processo destrutivo, o meu lado racional tentava manter a calma e o controlo. Respirei fundo um bom par de vezes e acalmei a mente, no minuto seguinte já estava a olhar para uma bússola (que tinha sempre comigo e que por acaso, e apenas por instinto consultei antes de enveredar pelo trilho que me tinha levado a tal desfecho). Depois, bem… foi o processo “óbvio” se tinha vindo de determinada direção só tinha de caminhar na direção contrária. Claro que falar agora é fácil, o que demorou 15 minutos a caminhar inicialmente demorou cerca de uma hora a percorrer em sentido contrário. Uma vez que só tinha uma “linha imaginária” para seguir, ainda para mais num terreno muito acidentado, cheio de “alçapões e ratoeiras”, plantas espinhosas, uma densidade de vegetação que se assemelhava a uma muralha, árvores, galhos e ramos podres que cediam facilmente e que não ofereciam um apoio seguro, desníveis de terreno que surgiam sem aviso, enfim… fisicamente, mentalmente e emocionalmente desgastante… extenuante. A verdade é que passado esse tempo cheguei a bom porto, acabando por encontrar o trilho inicial, do qual nunca deveria ter saído e de ter conseguido chegar à aldeia da tribo seminómada que tanto desejava encontrar.

Laos

8. Também correste perigo de vida a fazer mergulho na Indonésia. O que aconteceu e como conseguiste “aguentar-te”?

Durante uma aula de um curso de aperfeiçoamento de mergulho,  algures no meu trigésimo – felizmente já com um pouco de experiência – fui apanhado e separado do meu instrutor por uma corrente descendente fortíssima que me arrastou num ápice dos 5 para os 17 metros de profundidade. Felizmente naquele local havia uma parede de coral e apesar de saber que não se devia tocar na mesma (por questões de conservação ambiental) agarrei-me à mesma como uma lapa, uma vez que o meu instinto de sobrevivência falou mais alto. Nesse momento tive de acalmar-me ao máximo e respirar fundo um par de vezes até a adrenalina baixar um pouco e a racionalidade voltar a imperar, afinal naquele ambiente o ar não é infinito e o cérebro tem de tomar algumas decisões acertadas. A solução encontrada na altura, foi escalar – literalmente – a parede de coral para sair daquele ambiente hostil e demoníaco. Cheguei ao topo com alguns cortes e marcas deixadas pelo veneno de algumas espécies de coral, mas o principal objetivo foi conseguido, sair dali vivo e ileso.      

9. Houve mais alguma situação em que tenhas estado em grande perigo?

Felizmente não, pelo menos nada que se assemelhe às situações descritas anteriormente.                 

 10. Sabes em quantos países já estiveste? Algum país preferido, qual?

Deixei de contar países, talvez entre os 30/40, honestamente não sei. Penso que na nossa sociedade se dá demasiado valor à quantidade. A questão para mim é… as pessoas até podem ter estado em “1000” países e só visitar 2/3 cidades desses mesmos países, será que podem afirmar que conhecem realmente esses locais!? Quanto a um país preferido, não tenho UM país, mas posso dizer que gostei de muitos momentos vividos tanto em Mianmar – pela sua vastíssima e riquíssima cultura, em que cada cidade já foi capital de algum império em dado momento da história; e a genuinidade dos seus habitantes – como na China – onde redescobri o gosto pelas caminhadas e pela natureza – e Indonésia – onde mudar de ilha, era como mudar de país.

11. Algum país que não tenhas gostado nada?

Digamos desta forma, não no seu todo, mas não gostei da experiência no sul da Tailândia. Apesar de algumas praias e ilhas de sonho, foi o local onde realmente me senti apenas “um saco de dinheiro ambulante e andante”.

Crianças em Mianmar

12. Li numa entrevista tua de 2016 que não tinhas smart phone. Continuas igual?

Hoje em dia, já me rendi à “fatalidade” (riso) de um smartphone. O meu trabalho assim o obriga.

 13. Comidas mais estranhas que comeste. Comes de tudo ou tens algum cuidado?

O afamado Balut nas Filipinas e golfinho foram as comidas mais estranhas que comi. E sim tendencialmente como de tudo, mas de preferência comida feita na hora, é sempre mais seguro e existe uma probabilidade mais reduzida de se apanhar “algo”.  

13. Fala-nos por favor do teu projeto Hike Land. Onde operam e quais as vossas principais atividades?

A Hike Land é o meu projeto pessoal mais recente e a minha extensão profissional. Somos uma empresa de animação turística que se dedica à exploração das zonas de Portugal mais desconhecidas e selvagens, sendo a nossa pedra basilar a organização de caminhadas e viagens/atividades que englobem a componente de pedestrianismo e aventura. Neste momento inicial, operamos sobretudo em Portugal Continental e Ilhas, o objetivo para o futuro é realizarmos atividades com uma forte componente de pedestrianismo extra-fronteiras.

14. Tens outra ocupação para além do projeto Hike Land?

Neste momento estou dedicado de forma integral à Hike Land e ao seu crescimento.

Serra da Estrela

15. Qual a viagem de sonho que ainda não fizeste?

A minha viagem de sonho está feita, foram os 16 meses na Ásia. A partir daí e sem pressões quero continuar a viajar ao longo da minha vida, independentemente de ser no estrangeiro, ou em Portugal, este paraíso à beira-mar plantado e tenciono fazê-lo de preferência a Caminhar. Afinal os andarilhos/caminhantes são pessoas de bem com a vida, com a natureza e cujo espírito curioso e benevolente, lhes permite fruir das coisas mais simples e belas: o nascer e o pôr do astro rei, a bruma que voa entre vales e montanhas, os rios que correm, o fragor das cascatas, picos imponentes coroados de luz e sombra, árvores intemporais, aves graciosas que voam nos céus, o som de folhas a restolhar e galhos a quebrar sob o peso dos seus passos e a leveza do seu espírito… os andarilhos são os reis do silêncio e do vazio, chegando onde ninguém consegue chegar e onde os seus passos os levam, percorrendo as distâncias que separam a realidade do sonho.

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Artigo Volta ao Mundo

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Entrevista concedida ao Diogo Azeredo (na íntegra)

1. Conhece o termo Dromomania? Considera-se um dromomaníaco, alguém com o “bichinho” de viajar e que não consegue ficar no mesmo local por muito tempo?

Tomei conhecimento do termo quando me falaste do mesmo na primeira mensagem que enviaste via facebook e depois disso acabei por ir investigar. Em termos patológicos não me considero um dromomaníaco, se o termo puder ser considerado de uma forma mais saudável nesse caso, sim. Aliás, sinto que a minha natureza é como o vento. 

2. Porque surgiu esta vontade de deixar o país? Qual é a tua história?

A vontade de deixar o país, ou melhor dizendo Viajar, está presente em mim desde sempre, mas talvez de forma mais intensa desde os 14 anos, altura em que acompanhei a minha irmã no seu interrail (durante 2 semanas) e aí foi plantada em mim (sem que eu desse conta) uma semente que despontou na altura da faculdade. Durante esse período viajei primeiro em Portugal e depois fiz dois interrails a solo. Tudo correu sempre bem e a experiência foi de tal modo enriquecedora que percebi que era isso que queria fazer na minha vida, viajar pelo Mundo. Claro que quando acabei o curso não tinha dinheiro disponível e comecei a trabalhar com o objetivo de poupar o máximo que conseguisse para concretizar esse sonho/objetivo. E hoje em dia estou a viver o meu sonho.  

3. O mochileiro é considerado um estilo de vida. Concorda? Porquê?

Claro que concordo. Um mochileiro é um cidadão do mundo, um mágico, um ilusionista dos tempos modernos. Da mesma forma que a prática de desporto, Yoga, meditação podem ser considerados estilos de vida, viajar deve estar no mesmo pé de igualdade pois todos estas “atividades” tem como objetivo ajudar o ser humano a evoluir e transformar-se num ser mais completo.

4. O Quirino possui o blogue www.historiasdovento.com. Porque sente esta necessidade de escrever as suas histórias que surgem com o vento e partilhá-las com o mundo?

As minhas histórias não surgem com o vento, surgem sim do facto de eu viver como o vento. Partilhar as minhas histórias faz parte da minha natureza de “escrever”, algo que me dá imenso prazer, desse modo acho que escrever é o complemento ideal de viajar. Para além disso escrever, “obriga-me” a recordar e recordar significa ter memória. Num mundo tão rápido como o atual em que parece que as pessoas só vivem para o futuro, preservar a minha memória faz-me sentir humano e consciente das minhas ações.

5. Através destes géneros de blogues, já conheceu outros “mochileiros” com quem partilhou experiências? Se sim, algum que queira destacar?

A resposta será dada de forma inversa. Ao longo da viagem tenho conhecido outros mochileiros com que tenho partilhado experiências e a partir daí tenho tomado conhecimento dos seus blogues. Como das pessoas que conheci não há ninguém a escrever em português, prefiro não destacar nenhum deles.

6. Existe alguma comunidade de mochileiros portugueses?

Pode existir, que eu tenha conhecimento, não. Mas tenho de dizer a verdade, nunca me debrucei sobre o assunto, nem sequer tiver curiosidade para investigar informação acerca disso.

7. Considera-se mais um imigrante ou um turista?

Considero-me um viajante! A verdade é que todos somos turistas, excepto na nossa cidade Natal. Porém e dada à conotação negativa que a palavra TURISTA tem no meio mocheiro, custa-me a assumir essa realidade, apesar de reconhecer a veracidade da palavra. Emigrante!? Talvez…se poder ser considerado emigrante uma pessoa que está sempre em movimento.

8. Por que países já passou e em qual permaneceu por mais tempo?

Europa: Espanha, França, Itália, Suiça, Eslovénia, Croácia, Bósnia, Sérvia, Roménia, Bulgária, Turquia, Alemanha, Eslováquia, República Checa, Hungria, Holanda, Grécia, Áustria, Noruega, Reino Unido

Ásia: China, Laos, Tailândia, Malásia, Brunei, Singapura, Indonésia, Timor Leste, Filipinas, Myanmar

Indonésia (quatro meses).

9. Na hora da despedida, foram criados laços suficientemente fortes para criar saudades no momento de vir embora e partir em nova aventura?

Depende sempre de quem se encontra pelo caminho. Mas sim acontece e sem dúvida que podem ser criados laços bastante fortes e duradouros.

10. Com quanto dinheiro, sensivelmente, inicia as suas viagens? Define algum objetivo antes de partir?

O máximo que conseguir amealhar. Vamos ver relativamente ao futuro, como vai ser a evolução. E não nunca defino objetivos completamente estáticos.

11. O que leva na mala? E o que nunca leva na mala?

Cadernos de viagem e capacidade de improviso. Preconceito e sentimentos de superioridade.

12. No artigo da Visão “Correr o Mundo com pouco dinheiro” é possível ler a propósito da sua vida na China. Quais foram as maiores dificuldades que por aí sentiu e qual a experiência que mais o marcou?

A China foi uma escola de vida e de viagem. Foi altamente exigente em vários níveis sendo a linguagem e a incapacidade de ler as maiores barreiras. Desse modo preparar o dia a dia tornou-se fundamental (marcar hostels, ter indicações em caracteres, aprender um pouco de mandarim…).

Dois momentos (mas muitos mais poderia dizer): Dormir numa montanha com trabalhadores humildes da construção e viajar durante 15 dias no país com um “nativo” em que a única maneira de comunicar era com recurso ao seu smartphone (traduções entre chinês e inglês).

13. Apesar dos portugueses serem um povo que tem na sua génese uma grande veia de descobridores, nos últimos tempos, e principalmente com o acentuar da crise económica, acha que estão cada vez mais deprimidos e agarrados ao sofá?

Acho que aos poucos e poucos, perdemos a capacidade de sonhar e de sermos audazes e aventureiros. Estamos acomodados, tacanhos e amorfos e não conseguimos ver que há mais vida fora do défice, da crise e da nossa pequenez.

Acredito que a crise tenha dado uma ajuda mas penso que os factores mais relevantes são a nossa incapacidade mental de lidar com a perda de um Império que foi imenso e com a nossa falta de imaginação para procurar vias alternativas a uma sociedade profundamente doente e autofágica.    

14. A falta de dinheiro é um motivo válido para os portugueses viajarem menos ou é um desafio à criatividade e um apelo à aventura?

Para as pessoas que têm responsabilidades para com uma família, não posso dizer que não é um motivo válido. Porém a minha opinião é que na maioria dos casos as pessoas têm demais, compram demais, desperdiçam demais… Investem em coisas ocas e vazias como bens materiais… A viagem pode ser um “investimento” de sensações, experiências, aprendizagens, desafios, aventuras e o retorno que traz é algo que nunca um bem material trará. Nunca! Desse modo penso que a falta de dinheiro é muitas vezes um falso pretexto e que no fundo tudo se resume a uma questão de prioridades.   

15. Pensa que o atual contexto económico português é fomentador de dromomania? Ou seja, devido à crise, há mais portugueses a pensar “deixar tudo” e a partir à conquista do mundo à boleia? 

Penso que o atual contexto económico português pode ser fomentador de dromomania, porém penso que a crise de identidade que a maioria das sociedades ocidentais apresenta é um motivo ainda mais forte que leva as pessoas a dizer basta e “deixar tudo” e partir à conquista de algo, algo maior que as desafie e as enriqueça…no fundo partir rumo à Viagem.

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Reencontro à Mesa, Entrevista e Viagem Noturna

Reencontrei-me com JRD no final da rua da Tribuna e à distância reparei que trazia companhia – um jornalista do seu jornal. Feitas as apresentações, seguimos pela praça do Senado e na travessa de São Domingos encontrámos o nosso poiso, o restaurante Boa Mesa. Aí tivemos um excelente jantar – uma mesa portuguesa, concerteza – e o repasto consistiu em bacalhau à brás, pão quente, azeitonas, cervejas e café e… uma conversa que se veio a revelar “mitológica”! 😀 Durante o jantar, percebi finalmente que a vinda do jornalista tinha como objetivo, entrevistar-me e na praça do Senado – quarta vez nesse dia – tirámos fotografias e continuámos a entrevista, ou seria uma conversa de amigos!? 🙂

IMG_3592 (FILEminimizer)Daí seguimos para o Tribuna de Macau, onde continuei a conversar com JRD durante horas e com ele continuei a aprender e a analisar a China e Macau de uma perspetiva mais rica e profunda. 😀 Na despedida da redação recebi dois derradeiros presentes, um livro com ditos de Confúcio e um passeio noturno até ao outro lado de Macau – Taipa, Coloane e Cotai  nova zona da cidade onde construíram os grandes casinos que a transformaram definitivamente e a puseram no topo mundial do jogo – e na viagem de regresso à “velha” Macau fui deixado no porto dos “ferries”, com a “barriga” a rebentar de um dia tão cheio. 😀

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