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3 Dias e 2 Noites no Tour do Vulcões

Ato I – O Monte Bromo e a Bruma

Em Surakarta, como previamente combinado, passou uma carrinha para me ir buscar e do primeiro dia do tour não há muito a dizer. Apenas, que fiz uma longa viagem de cerca de dez horas pelas estradas meio loucas da Indonésia, entre Surakarta e Ngadisiri (onde ficava o hotel Sion View, já nas imediações do vulcão Bromo e ao qual cheguei por volta das 21.00).

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Às 3.00 já estava acordado, à espera que passasse um jeep que me levasse até ao miradouro de Pananjakan (2706 m) e quando lá cheguei, depois de uma viagem bastante apertada e cheia de solavancos, encontrei um nevoeiro espesso que cobria todo a paisagem. “Oh diabo!” De qualquer modo, acabei por não ficar irritado com a situação, afinal a natureza é soberana e aguardei pelo nascer do dia.

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A verdade, é que com um cenário inicial tão “negro”, as minhas melhores expectativas foram largamente superadas! 😀 Uma vez que a visibilidade apesar de não ser perfeita, permitia ver o grande Gunung Semaru (3676 m), a enorme cratera do Bromo (2392 m), o pico do Gunung Batok (2440 m), a bruma a correr velozmente no céu e a paisagem a alterar-se a cada segundo. Misterioso! Belo! A beleza do “mistério”!

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Quando deixei o miradouro voltei a montar o jeep e parti para as proximidades da enooooooooorme cratera do Bromo. Quando chegámos, já existiam inúmeros jeep´s estacionados na bela e desolada planície de areia negra, com montes verdes seco em redor. Saí de dentro do veículo, partindo em alegre romaria rumo à cratera, juntamente com outros turistas que se deslocavam a pé ou a cavalo e subi os degrau que levavam ao topo.

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Aí, apesar do vulcão não ser muito alto, encontrei uma cratera larguíssima e fumegante, e vi múltiplas dunas de areia negra e belas! Os muito turistas que se encontravam no vulcão, ajudavam a perceber a grandiosidade e a dimensão da paisagem! E quando me preparava para subir ao ponto mais elevado da cratera, o vento começou a soprar vapores sulfurosos, obrigando-me a voltar para trás, sendo relembrado pela natureza e pelos deuses do fogo, que um vulcão é isso mesmo! Um vulcão! E não um parque de diversões montado, para nosso belo prazer.

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A Face Certa do Merapi

Quando voltei ao hostel, soube que havia um rapaz chinês de Xangai (Zhang Lu) interessado em escalar o Merapi, mas como desta feita não queria mais surpresas e aventuras, combinámos que iríamos fazer a ascensão com um guia! 🙂 Desse modo, e como a mesma iria ser realizada de noite, combinei com o staff do hostel para me guardarem a mala durante todo o dia e que apenas faria o check-in, depois do meu regresso. Durante a tarde, repousei fisicamente na área comum e comecei a investigar voos para as Filipinas. Quando o nosso “Jarbas” nos veio buscar, eram 22.00 e da cidade até à base do vulcão demorámos cerca de uma hora de viagem. Assim que chegámos, bebemos um café e esperámos pela uma da manhã (durante essas duas horas, adormeci fruto do cansaço e da falta de horas de sono dormidas na noite anterior). Durante o trekking tivemos muita sorte, pois estava uma enorme lua cheia que nos iluminava o trilho e um céu bastante estrelado. 🙂

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A ascensão foi quase sempre feita em rampas muito inclinadas e existiram poucos momentos, em que o vulcão nos deu tréguas! Fruto disso, o Zhang ficou para trás com o nosso guia e eu segui com um casal de americanos e o guia deles. Para chegar ao pico não foram necessárias muitas horas, mas foi preciso alguma estamina e endurance, principalmente depois de chegarmos ao último posto de controlo de atividade vulcânica e na zona em que a ascensão é feita numa rampa hiper inclinada de areia muito densa, pesada e escorregadia (dois passos para a frente e um para trás). Nessa altura, cheguei a pensar se iria conseguir chegar ao topo, mas passo a passo, lá fui avançando até chegarmos a uma zona de rocha firme, onde o caminho se tornou mais acessível. 🙂 Durante a ascensão até ao pico apenas existiram dois pequenos percalços, o primeiro quando o nosso guia nos tentou sacar mais dinheiro, dizendo que se quiséssemos chegar ao cume teríamos de pagar mais 100.000 IDR cada um, ao que respondi prontamente: “Nem pensar! O dinheiro que pagámos foi para chegar ao pico! E tu vais-nos lá levar, porque é essa a tua obrigação!” e o segundo quando quase no pico fiquei sem luz  – a pilha da lanterna, esgotou-se – e tive que fazer o resto da ascensão meio às “apalpadelas”.

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Quando atingimos a zona da cratera eram quase 5.00, e se durante a noite apenas se via o que a lua e as estrelas iluminavam, à medida que os minutos foram passando e o dia vencendo a noite, começámos a ver a plenitude do local. E o mesmo era belo! Muito belo! A cratera, com os seu fumos que corriam no céu azul e se fundiam com algumas das nuvens existentes, as nuvens cheias de cor e densidade – existia uma que se assemelhava a uma explosão atómica, tal a sua densidade – o sol a despontar e banhar a face nascente (onde nos encontrávamos) de dourado, e com isso o castanho e o negro das rochas destacaram-se, os verdes nos vales em nosso redor, a grandiosidade da montanha Merbabu, à nossa frente! Espetacular! E tal como no Rinjani, fiquei com a certeza que adoro vulcões e as suas belas paisagens naturais. 😀

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No caminho de regresso, pude ver e sentir melhor a monumentalidade, a grandiosidade do Merapi, sentindo-me minúsculo e “deliciando-me” com a riqueza e beleza natural da paisagem: o vulcão, as árvores e a vegetação, o céu azul, as nuvens, os vales… A descida foi feita pé ante pé, pois a mesma era bastante escorregadia (terreno meio argiloso) e com pedras pequenas e roladas. Quando chegámos à base, reencontrei o Zhang – que mesmo sem ter chegado ao cume estava esgotado – e juntos tomámos o pequeno almoço, antes de arrancarmos de regresso a Yogyakarta. Depois do desafio físico da subida e da beleza do que observei, fiquei com a certeza que o regresso, valeu realmente a pena! À segunda tentativa, desta feita na face certa, o vulcão Merapi estava conquistado! 😀

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A Face Errada do Merapi

Já depois do espetáculo, regressei ao hostel onde na zona do átrio, encontrei um grupo de australianos que iam tentar subir o vulcão Merapi nessa noite e ao falar com eles, decidi acompanhá-los. Assim, preparei uma pequena mochila para levar e sem dormir, aguardei pela hora da partida. Por volta da 1.00, tentámos arranjar um meio de transporte para a base do vulcão, mas não encontrámos nenhum táxi, carrinha ou carro, até que passados vinte-trinta minutos, apanhámos uma boleia negociada com dois miúdos, que não falavam inglês e que pareciam um “pouco alterados” (pelo menos uma garrafa de vodka estava no carro). 😛

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Começámos a nossa ascensão por volta das 3.00 e com as nossas lanternas fomos iluminando o caminho. Este, seguia pelo meio de vegetação densa e era íngreme, mas ao mesmo tempo claro e não dava azo a grandes dúvidas. Andando fomos encontrando pistas (construção humana) que nos levaram a crer que estávamos no bom caminho, principalmente duas zonas com pórtico e o dia foi clareando. Todos estávamos otimistas que chegaríamos ao topo! Por volta das seis e pouco já estávamos bastante alto, vendo à nossa frente o cume do vulcão e atrás de nós verdes montes e vales. Entretanto o caminho mudou, saímos da vegetação densa para uma zona de areia negra e pesada, onde o trilho estreitava e depois encontrámos faces verticais de rocha e areia compacta.

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No início fomos trepando/escalando sem grandes dificuldades, porém passado uma hora e já tendo subido um grande bocado, as faces começaram a ficar demasiado íngremes, instáveis (os pontos de apoio quebravam-se e desfaziam-se sem aviso) e a cota demasiado elevada. Comecei a ficar com medo e transmiti isso aos meus companheiros de ascensão, que me começaram a ajudar nalgumas partes. Durante mais meia hora fomos subindo, eu já mais relaxado pois sentia o apoio dos meus “companheiros de armas”, mas depois de atingirmos uma plataforma mais larga, parámos e ai ficámos a “discutir” sobre as nossas opções. Após um debate de dez minutos, optámos em voltar para trás com extremo cuidado! Pois se subir, já tinha sido complicado, a descida requeria concentração absoluta, a fim de evitar uma queda e consequente quebra de alguns ossinhos.

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Como as botas não ajudavam nada (a rigidez da sola era demasiado elevada), descalcei-me e aos poucos e poucos fomos descendo aquela parede de rocha e areia. Tudo correu muito bem, exceto um corte que fiz num dedo quando bati numa rocha mais afiada. Da base da parede, continuámos a descida e só quando olhei para trás, tive uma pequena noção onde tinha estado! Uma semi-loucura, que correu bem! E por isso entrou para o capítulo das aventuras, sem mazelas de maior (pequenas escoriações, esfoladelas e arranhadelas). Quando voltámos à zona da vegetação densa, tive a certeza que a parte mais difícil estava feita e que a partir daí apenas tinha de andar com alguma atenção, até chegar à base do vulcão. Da noite, passámos para um amanhecer suave, posteriormente para sol e céu azul e foi com um tempo radioso, que atingimos a base do todo poderoso Merapi, cansados mas felizes. Apesar de não termos atingido o topo, não havia ninguém desiludido com a experiência “maluca” que acabáramos de ter. 🙂

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Já na estrada de alcatrão fomos andando até à aldeia e durante esse período tentei entrar em contacto com os nossos “jarbas” (da noite anterior). Porém, passadas três horas de espera e de algumas sms´s trocadas desistimos, começando a andar na direção de Yogyakarta e pedindo boleia sempre que passava um carro por nós. A verdade é que tivemos sorte, pois apanhámos boleia de umas norueguesas e da sua guia. Com elas seguimos até Yogyakarta, onde almoçámos às cinco da tarde e depois do repasto, fomos deixados no hostel. Um final perfeito, para a tentativa de escalar o vulcão Merapi pela face errada! 😛

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Ramelau. Via Sacra

Prólogo

Regressar a Dili foi um “processo” muito looooooooooooongo e demorou um dia inteiro de viagens! Primeiro, caminhei de regresso a Tutuala, depois tive um compasso de espera atribulado – informações contraditórias sobre a existência de autocarros para sair da vila – de mais duas horas até conseguir apanhar uma boleia para Los Palos, numa rápida e confortável carrinha strakar de uma empresa do governo. 🙂 Já na cinzenta e desinteressante cidade, mais uma loooooooooonga espera antes de começarmos a percorrer as ruas à procura de passageiros e pouco tempo depois, de realmente partirmos parámos numa aldeia onde estivemos a carregar cocos durante quase uma hora. 😛 Felizmente o resto da viagem decorreu com muito mais normalidade e tranquilidade e se às 19.30 já estavámos em Baucau, a chegada a Dili ocorreu por volta das 22.00, onde andámos a distribuir pessoas durante uma hora como se a carrinha fosse um táxi coletivo – nada de novo em tantas outras viagens que fizera, na Ásia.

Antes de partir para a montanha Ramelau, fiz um compasso de espera de um dia em Dili para ir buscar o meu passaporte já com o visto da Indonésia impresso e quando o abri, vi que existia uma gralha na data de nascimento! Ao relatar este facto, a funcionária disse que não havia qualquer problema e que o importante era o nome estar correcto! :/ Na despedida desta embaixada surreal, se dúvidas ainda existissem, fiquei com a certeza que para além desta ser um templo da burocracia, também o é da incompetência! :/


Dois dias depois de ter dito adeus ao paraíso terrestre de Jaco, estava no mercado de Halilarau na companhia do Gregório às sete e pouco da manhã. Antes de partir comprei água, sumos, pão e bolos para partilhar com os outros passageiros e com as crianças – sujas, ranhosas, esfarrapadas e pobres – e constatei uma falta de educação geral, por não existir um simples agradecimento na hora da partilha. Depois do Gregório se despedir, esperei que a carrinha de caixa aberta/autocarro enchesse durante hora e meia e só quando as pessoas estavam todas umas em cima das outras qual gado humano, o nosso “jarbas” decidiu arrancar.

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A viagem até à junção da estrada que seguia para Hatubuilico foi um verdadeiro “massacre” – temporal – cinco horas para percorrer oitenta quilómetros!! E de desconforto, pois a estrada estava em péssimas condições, a carrinha estava super lotada e era muito, muito desconfortável -, a ponto de na última hora apenas desejar chegar ao meu destino! 😛 Quando finalmente pus os pés no chão e comecei a andar a pé, a paisagem era bastante bonita – verdes vales e serras, nuvens de vários cinzentos, sol e pedacitos de céu azul.

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A estrada de dezoito quilómetros que me levou até à vila de Hatubuilico, já nas imediações da montanha Ramelau foi percorrida sensivelmente em três horas e durante a caminhada aproveitei para fotografar a bonita paisagem isto nas alturas que a chuva deu tréguas: as transições do céu cinzento e neblina para chuva, as plantações, as casas tradicionais, os cavalos, as vacas, as cabras; sentir o ambiente fresco e cheio de água; e pensar que os meus amigos e amigas vão tendo filhos, outros casando… e que eu seguia a andar para o sopé da montanha mais alta de Timor Leste. 😀

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Quando finalmente cheguei à vila, a minha primeira preocupação foi arranjar um poiso para dormir e depois deste assunto estar resolvido, lá consegui com alguma “dificuldade” arranjar um guia, para fazer a ascensão da montanha. Em rifa saiu-me um miúdo minorca que aparentava dez anos – ele dizia que tinha treze – com quem combinei começar a ascensão por volta das 3.30. Durante a noite choveu torrencialmente, eu fui acordando inúmeras vezes e pensando se o meu guia ia cancelar a subida devido a más condições atmosféricas. Felizmente as minhas preocupações revelaram-se infundadas e às 3.40 partimos no meio da escuridão. A viagem para o topo demorou duas horas e meia e posso classificá-la de: escorregadia, escura, molhada, por vezes irritante – o meu “guia” tinha a minha lanterna e andava, muitas vezes demasiado à minha frente, ficando eu no meio das trevas -, “tropeçante”, ventosa e na chegada vimos uma estátua de Nossa Senhora – oferecida pelo exército português – envolta num denso nevoeiro. 😛 À medida que fomos descendo o dia foi clareando e apesar da neblina reinante, o Ramelau mostrou-se uma montanha verde, de árvores místicas e mágicas! 😀 A descida apesar de um pouco escorregadia, foi muito mais fácil, interessante, rápida e deu finalmente para tirar algumas fotografias.

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Na chegada à pousada fiz os meus pagamentos, tomei banho e o pequeno-almoço, arrumei a minha pequena bagagem e falei durante um par de minutos com o viajante mais stressado que alguma vez conheci – a forma dele falar com as pessoas era tão acelerada que chegava a ser aflitiva. Às nove da manhã e na altura em que estava de saída de Hatubuilico, a máquina fotográfica deu um erro de mau contacto entre a lente e o corpo! – “Ok! Vamos relaxar, também está de chuva.” – à semelhança do dia anterior, percorri a pé quase todo o caminho até à junção, pois quase no final apanhei uma boleia de uma carrinha das obras. Desse local, comecei a descer caminhando em direção a Maubisse e passado um quilómetro, apanhei uma nova boleia desta feita para o centro da vila. Quando cheguei à zona do mercado, reparei numa carrinha de uma ONG que estava estacionada com pessoas a bordo e sem complexos fui pedir boleia para Dili, moral da história? Poupei tempo, dinheiro e principalmente o meu corpo! Já chegava de vias sacras, o dia e a noite anteriores tinham sido pródigos nelas… 😉    

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Gunung Rinjani. Essa Maravilha!

Ato III – Montanha Russa e o Grande Final

Depois da ascensão ao reino da beleza, regressámos ao acampamento base onde reencontrámos a Rahel que estava desolada por ter desistido e por esse motivo refreámos as nossas demonstrações de entusiasmo com a paisagem memorável que acabáramos de presenciar. Às 8.15 estávamos sentados a tomar o delicioso pequeno almoço dos “super-heróis” e depois de arrumarmos a bagagem e desfazermos o acampamento, partimos.

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A viagem encosta abaixa levou-nos até ao Danau Segara Anak, que está à cota dos 2000 m e durante o trajeto, que durou sensivelmente três horas, vimos os nossos carregadores quase a “correrem” encosta abaixo de flip-flops nos pés – impressionante! – e penetrámos num mundo de nevoeiro e neblina, encostas pedregosas e escorregadias, árvores e erva verde.

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Na chegada ao lago, pudemos maravilhar-nos com a beleza do local: um lago azul entre verdes florestas e montanhas de faces grandiosas e uma imponente cratera e desiludir-nos com a face negra do Rinjani  nas zonas dos acampamentos, principalmente, vê-se muito lixo! Uma pena! – No lago descansámos um pouco, almoçámos e partimos para o momento ZEN do dia, as fontes de água quente naturais. Relativamente a estas, só posso dizer que foi um deleite relaxar imerso naquelas águas e estar debaixo de cascatas, sentindo a pressão da água a massajar-me os músculos! Magnífico. 🙂

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Quando recomeçámos a andar, começou a chover e a última secção do dia foi uma “luta” a solo com a ascensão de uma encosta bastante inclinada, pedregosa e por vezes muito escorregadia. Durante esta “travessia” molhada, a única coisa positiva era mesmo a visão magnífica do lago e da cratera. Na chegada ao acampamento base, tal como dia anterior estava um nevoeiro cerradíssimo e o meu primeiro passo foi colocar alguma roupa molhada num saco, outra a secar na medida do possível e vestir roupa seca para me manter quente. No resto do dia dormitei, jantei, falei um pouco com a Monika – que estava esgotada – e adormeci bastante cedo, fruto do cansaço.

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Ao acordar, o sol brilhava no céu azul e via-se perfeitamente o lago Segara Anak e a cratera, as ilhas Gili no oceano e o pico do vulcão Agung em Bali, envolto em nuvens suaves. Depois do pequeno-almoço e de desfazermos o acampamento partimos para a última fase do trekking. Neste último dia, a nossa rota foi sempre em sentido descendente e levou-nos de uma cota de 2641 m até aos 601 m e do reino do sol e céu azul para o da neblina. Primeiro, percorremos vales secos, depois verdes florestas e terminámos na selva, já com uma temperatura de um país tropical. Durante o caminho fizemos múltiplas paragens e fruto ritmo lento, o trekking acabou depois de almoço e de uma foto de grupo. O Gunung Rinjani, essa MARAVILHA, estava conquistado! Ou melhor dizendo o Gunung Rinjani, essa MARAVILHA, conquistou-me completamente! 😀       

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Gunung Rinjani. Essa Maravilha!

Ato II – A Ascensão 

Às 2.00 despertámos, vestimos roupas quentes, bebemos um chá e partimos rumo ao pico. Passados vinte minutos de caminhada nas trevas, a Rahel – que não se estava a sentir bem fisicamente – desistiu e o Jo foi instigado por nós a acompanhá-la ao acampamento base e a regressar para nos reencontrarmos ainda durante a ascensão. Assim, com duas lanternas para três pessoas, transformei-me no improvável “guia da expedição” e no meio da escuridão, lá fomos caminhando até ao cume do Rinjani acompanhados por um céu estrelado perfeito e por vultos e sombras criados pelas rochas. Devo confessar que o caminho não foi fácil, mas por motivos distintos: o Mark estava cansado fisicamente, a Monika estava fisicamente no arame e a gelar devido ao vento e eu estava fisicamente perfeito, mas era forçado a parar e a quebrar o ritmo de ascensão pois “tinha” de esperar por eles. Para além disso, como almejava ver o nascer do sol no pico e via o dia a clarear progressivamente, sentia-me irritado por eles não andarem mais depressa e pensei várias vezes: “Porque é que não desistem?”. Psicologicamente estava a ser desgastante, pois lutava mentalmente com a minha natureza egoísta e só quando pensei: “que se lixe o nascer do sol no topo, vou vendo daqui” é que comecei realmente a aproveitar a parte final da ascensão.

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Fruto da luz e das nuvens, a paisagem era bela, mudando muito rapidamente e como nessa altura, eles estavam a caminhar muito devagar, aproveitei para fotografar todas aquelas cambiantes. Às 5.50, todos juntos atingimos o pico que estava envolto em nevoeiro e senti-me muito orgulhoso por eles terem conseguido fazê-lo, principalmente a Monika que estava de rastos. Mentalmente eles revelaram uma imensa resiliência e força de vontade, sendo uns autênticos “leões”. 😀 Depois de dez minutos no topo e das fotografias da praxe reencontrámos Jo, que estava com um ar completamente miserável e cansadíssimo.

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Já todos juntos e em rota descendente, o Rinjani começou a revelar toda a sua beleza e eu tive a felicidade e o privilégio de presenciar uma das paisagens mais fascinantes e encantadoras da minha vida! O sol surgiu aos poucos e foi iluminando progressivamente, vales, montanhas, a cratera, o lago e o oceano; as nuvens que corriam no céu, formavam-se e dissipavam-se, e eram ora fiapos, ora camadas densas de “algodão doce; as cores mudavam de intensidade a cada instante fruto da luz que se intensificava e a paisagem era uma paleta rica: os negros e ocres na cratera; múltiplos azuis no lago, no oceano e no céu; branco e cinzas nas nuvens; verdes e castanhos nas florestas, vales, árvores, vegetação e montanhas.

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Enquanto na ascensão a “areia” de elevada densidade foi um tormento – a cada dois passos dados, deslizávamos um – na descida foi uma diversão, uma vez que existiam secções que dava para descer a correr, quais cavalinhos a galope e outras a “deslizar”. 🙂 Até chegarmos ao acampamento base, fomos tirando fotografias à paisagem envolvente e maravilhámo-nos a cada passo, a cada olhar. O pico foi ficando para trás e fomos aproximando-nos da enorme cratera que nos revelou a beleza do lago – Danau Segan Anak – de múltiplos azuis, do vulcão – Gunung Baro – negro e vermelho e a envolvente avassaladoraaaaaaaaaaa de verdes vales e montanhas, coroadas pela visão do poderoso vulcão de Bali, o Gunung Agung e de três “pontos” no oceano, as Gili. Um festim para os nossos olhos, um estrondo monumental e inesquecível para os nossos corações, na despedida da ascensão até ao cume de um dos mais belos vulcões da Indonésia!

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Gunung Rinjani. Essa Maravilha!

Ato I – A “Antecâmara” e o Início da Caminhada

Ainda em Gili e no Gecko Cafe comprei um pack de trekking  três dias e duas noites com tudo incluído – para escalar o todo poderoso Rinjani, o segundo vulcão mais alto da Indonésia – 3726 m. No dia em que me despedi do Manu e das maravilhosas pessoas que conheci, saí de Gili na companhia da Monika. O nosso objetivo era começar o trekking o mais rapidamente possível, porém, depois da curta travessia entre as ilhas e quando chegámos a Lombok fomos aconselhados pelo Mr. Suparman e a sua companhia a começar a ascensão no dia seguinte, bem cedinho. Como não tivemos despesas acrescidas, aceitámos a sugestão com naturalidade e acabámos por ter um dia tranquilo na base do vulcão em Senaru, vila onde ficámos a dormir e onde tivemos um pequeno briefing com o nosso guia Jo, um “miúdo” de vinte anos.

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O amanhecer do dia foi esplendoroso, o sol, os azuis fortes e carregados, as nuvens densas e douradas. Depois desse momento ZEN e do pequeno-almoço partimos numa carrinha, juntamente com um simpático casal – Rahel e Mark – de Suiços para o outro lado do vulcão e durante a viagem por estradas esburacadas e sinuosas, encontrámos uma paisagem muito verde de florestas e um grande mercado tradicional.

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Começámos a ascensão na companhia do nosso guia e dos nossos carregadores, que fruto da sua excelente condição física depressa desapareceram. 🙂 Na base, encontrámos pastores, uma bonita paisagem de múltiplos verdes – desde os mais vibrantes aos mais “secos” -, vales e colinas e aos poucos e poucos e à medida que subíamos começou a intensificar-se o nevoeiro, parecia que estávamos na Escócia.

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Durante o dia encontrámos Mark 🙂 que vinha em rota descendente, conversámos e rimos uns com os outros e na paragem para almoço, vimos alguns macacos. A partir desse momento, o caminho endureceu progressivamente, o nevoeiro aumentou consideravelmente e entrámos num mundo encantando de nevoeiro, sombras e vultos de árvores.

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Quando cheguei ao local do acampamento – 2639 m -, estava um nevoeiro cerradíssimo e a visibilidade era praticamente nula, porém e passados alguns minutos, quando o grupo se voltou a reunir as nuvens e a neblina já tinham desaparecido parcialmente e podemos ver pela primeira vez o altivo Rinjani. As diferentes cores: os múltiplos castanhos, amarelos e verdes, as nuvens a correrem velozmente no céu, o vale a nossos pés e o pico formavam uma “sinfonia” bela! E esta paisagem e um jantar delicioso de frango e arroz fritos, aconchegaram o corpo e a alma para “algo” que estava ao virar da esquina…

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Gunung Marapi e Parabéns

No lago de Maninjau, apanhámos uma carrinha para regressar a Bukittingg  e depois de largarmos os “monstrinhos” na guesthouse onde ficámos anteriormente, saímos com umas mochilas mais pequenas, preparados para fazer a ascensão do vulcão Marapi. Ao sairmos da guesthouse, o Manu encontrou na rua e “caída do céu”, uma amiga espanhola que já não via há dezassete anos!! E que estava a dar a volta ao mundo de mota com o namorado. Com esta situação, ficou mais uma vez provado que o mundo é um cubículo! 🙂 Depois de ficarmos durante um bocado à conversa, partimos para a vila de Kota Baru, onde almoçámos e comprámos mantimentos para o trekking: pão, doce de coco, donuts e um bolo de chocolate e o kit aniversário: cerveja, velas e dois bolos de chocolate.

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A entrada do trilho para o vulcão ficava a cerca de três quilómetros da vila e de um tempo agradável e solarengo, passámos primeiro para o nevoeiro e depois para  a chuva, que se foi intensificando progressivamente. Na chegada ao início do trilho, pediram-nos dinheiro e o Manu começou a ficar irritado por nos estarem a cobrar “bilhete”, depois de poucos minutos de discussão eu disse para ele ter calma e no final acabámos por pagar metade cada um. Perguntámos qual a distância até ao pico e ficámos a saber que estávamos a oito quilómetros do mesmo e que a zona para acampar ficava, apenas a um quilómetro do local onde nos encontrávamos. Como ainda eram apenas 14.00 e tínhamos tempo decidimos subir o máximo que conseguíssemos.

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O trilho era fácil de seguir e não deixava grande margem para equívocos, e apesar de ser um pouco escorregadio e lamacento nalgumas zonas, lá fomos seguindo sem grandes problemas. Aliás, o trilho foi-se revelando bastante agradável e seguiu selva acima quase até ao cume do vulcão. Enquanto subíamos e como o tempo não mostrava grandes melhorias, resolvemos fazer ascensão até ao pico – 2891 m – e depois descer o máximo que conseguíssemos e que a luz permitisse, assim e uma vez que não havia perspectivas de ver o nascer do sol, estávamos a aligeirar um pouco o dia seguinte. Subimos, subimos, subimos e ao longo do caminho fomos encontrando nativos, principalmente, acampados na zona de transição onde terminava a selva e apenas se viam rochas.

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À medida que subimos a temperatura foi descendo e a paisagem tornou-se desértica e lunar, cheia de rochas pequenas e roladas. A partir da zona de transição, necessitámos de quarenta minutos e seguir as assinaturas grafitadas nas rochas e um trilho de lixo, aliás se há algum defeito a apontar ao trekking é: “Para não se perderem e chegarem a bom porto, sigam o trilho do lixo!” 😛 Quando chegámos ao pico estávamos envoltos em neblina mas muito felizes, pois tínhamos cumprido o nosso objetivo. Tirámos os retratos da praxe, comemos um bolo de chocolate, que tinha ficado “prometido” para a ocasião e vesti o corta-vento com o qual fiquei mais confortável. Já na fase descendente e de forma repentina o vento soprou o nevoeiro e as nuvens para fora do pico e pudemos ver o verde vale e as planícies, Bukittinggi a iluminar-se, as encostas escuras do vulcão e eu recebi o meu presente de aniversário! 😀

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Como já estávamos no lusco-fusco e já não havia muita luz, não descemos muito e assim que entrámos na zona das árvores montámos os nossos hammocks, protegemos as nossas mochilas, vestimos roupa seca – calcei umas meias, depois de horas com os pés molhados – e em camadas para aquecer o corpo, jantámos, cantámos os Parabéns em castelhano, soprei as velas e bebemos as cervejas que nesta altura estavam bem geladinhas 😀 e deitámo-nos para dormir. A verdade é que fomos dormindo aos bocados e quando recomeçou a chover, comecei a ficar molhado, pois o nosso “teto” estava mal montado! Upsssss! Desse modo, o Manu teve de mudar a localização do meu hammock e ficámos a dormir na mesma árvore mas em alturas diferentes.

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Por volta das três da manhã, estava tanto frio que disse ao Manu, que mais valia desfazer o nosso “acampamento” e seguir para baixo no meio das trevas acompanhados das nossas lanternas e foi isso que acabámos por fazer. Da descida o relato resume-se em poucas palavras: ambiente escuro, piso muito escorregadio e transição da noite para o dia. Já na base do vulcão, havia zonas com boa visibilidade e sem nevoeiro e em alguns momentos a vista do cume estava perfeita. Com um pouquinho de sol a iluminar a paisagem em nosso redor e bem cedinho já estávamos de regresso a Bukittinggi, transportando o Gunung Marapi na nossa memória e nos nossos corações. 

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Berastagi & Gunung Sibayak

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Nos dias em que estive em Berastagi e à semelhança de Medan, fui entrevistado umas quantas vezes; vi igrejas, mesquitas, camponeses e cenouras… muitas cenouras 😛 ; visitei a zona do mercado, onde encontrei uma grande variedade de frutas e produtos desconhecidos, sentindo o calor e simpatia dos “nativos”; subi à colina de Gundaling de onde observei a panorâmica da vila e já no topo, uma visão magnífica de… neblina e trevas! Berastagi também marca o meu primeiro encontro com o delicioso martabak de chocolate e amendoins. Huuuuuuuuuumm! 😀

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Já nas imediações da vila, na companhia de duas raparigas francesas e de um guia, tive a minha primeira oportunidade de escalar um vulcão ativo, mas adormecido, o Gunung Sibayak e diga-se que o trekking não desiludiu. Nadinha! 🙂 O nosso primeiro “passo” foi apanhar um pequeno autocarro – no qual observei, o motorista que fumava qual um dragãozinho – para as imediações da cascata de Sikulikap e depois de a contemplarmos a partir de um miradouro elevado, começámos a nossa ascensão.

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O trekking fez-se por uma encosta coberta de selva: lama e zonas barrentas, vegetação cerrada, muitos obstáculos e troncos caídos, períodos de chuva leve e uma temperatura agradável, assim foi a nossa ascensão. Quando chegámos à zona da cratera, nuvens corriam velozmente no céu, mudando rapidamente a nossa perceção, sendo a paisagem um misto de cinzentos, verdes e fumos. Passados apenas dez minutos de aí termos chegado, começou a chover torrencialmente.

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A partir desse momento tudo mudou, tornando-se a paisagem surreal: as rochas de múltiplas cores – cinzentas, esverdeadas, avermelhadas -, a formação de rios e cascata no meio do trilho, o contraste entre o vulcão “fumante” e o dilúvio! Belo e memorável. 😀 No meio daquela tempestade, fomos andando o mais rápido que conseguimos e quando chegámos à estrada o nosso guia contactou um amigo para nos ir buscar.

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Passados vinte minutos chegou uma pequena carrinha com um sorridente Rastman a bordo, Smiley o nosso “taxista” era  relaxado, simpático e muito “boa onda” e levou-nos até às hot springs, lá do sítio. Foi aí que o nosso trekking teve o seu final perfeito, todos de molho numa piscina a fumegar, a chuva a cair e o Gunung Sibayak no horizonte. 😉    

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Chás & Raflésias

Nas Terras Altas do Cameron, na zona central do país, senti uma frescura que poucas vezes sentira até esse momento e quando saí da carrinha parecia que tinha regressado à Europa. 🙂 Durante os dias que estive na região a paisagem revelou-se uma caixinha de surpresas: colinas cobertas de estufas – couves, alfaces, morangos – verdíssimas e lindíssimas plantações de chá, vastas florestas de pinheiros… 😀

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Enquanto aí estive, tive a felicidade de fazer um tour que me levou até ao mundo da enoooooorme e parasítica raflésia – que ao contrário do Bornéu, ainda estava “viçosa”; visitei grandiosas plantações de chá – “o verde das colinas e dos arbustos de chá, associados às constantes alterações do céu, ora chuva, ora sol, ora nuvens… transformaram este lugar numa palete rica de cores. Foi de facto um momento único nesta viagem e uma paisagem diferente de tudo o que vi até aqui!” 😀 – e o seu local de expedição – fábrica da BOH; no monte mais alto da região vi apenas névoa e nevoeiro; e penetrei numa primitiva floresta Mosu  floresta secundária, que se assemelha mais a uma floresta europeia do que tropical – que estava repleta de antigas árvores, com os troncos cobertos de musgo e líquenes e que sob o espesso nevoeiro, propagava um ambiente pesado e misterioso. 🙂

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Em Tanah Rata conheci o caloroso Ivica – croata – e a simpática Maud – holandesa – e na companhia de ambos fiz uma agradável caminhada, num dos muitos trilhos viçosos da região; aprendi um pouco mais sobre a realidade da Malásia e sobre a enorme corrupção existente na classe política do país, quando ouvi a opinião do guia do tour – Bala – e de um grande agente turístico da região – Don – e despedi-me das frescas terras altas com um sorriso nos lábios. 😀

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