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Labuan Bajo & Parque Nacional de Komodo

Em Labuan Bajo às portas do parque Nacional de Komodo acabei por ficar mais de uma semana. A principal razão? Mergulhar num dos locais mais fascinantes do nosso planeta, onde existem dezenas de pequenas ilhas e o oceano Índico e Pacífico se encontram. Claro que os dragões de Komodo também eram um importante chamariz e como tal, nada como fazer-lhes uma visitinha. 🙂

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Na verde e quente ilha de Rintja, na companhia de um grupo, de Max e de um guia fiz um trekking agradável, onde pude observar parte da ilha e da sua fauna, mas principalmente os famosos dragões. E este “meninos” não desiludiram. Nadinha! 🙂 Durante o tempo que estivemos em Rintja, tivemos a sorte de ver pelo menos nove deles e pudemos admirar o seu tamanho e envergadura, as suas garras, a sua língua serpenteante, a sua falsa lentidão… sem dúvida um momento National Geographic.

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Tal como em Sipadan, o mergulho é de sonho, mas aqui fruto da enorme área que abrange o parque, a quantidade de locais de mergulho é “infinita”, ou quase. 🙂 Em Komodo, o Natal chegou mais cedo e passei de dezoito mergulhos para a idade de Cristo – trinta e três. Para além disso, foi aqui que tirei o curso Rescue e de EFR, ficando um passo mais perto de um dia poder fazer o curso de Divemaster e eventualmente tornar-me instrutor de mergulho. 

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A variedade das condições e o que se pode ver é infinito. Existem enormes paredes de coral cheias de formas requintadas e cor, que mais parece que estamos num sonho; há zonas sem qualquer corrente, outras em que as correntes são perfeitas para se fazer drift dive e outras em que as correntes são um verdadeiro “cavalo selvagem” e que nos podem levar a galope até aos infernos; a vida marinha é extraordinária e exuberante: peixe-leão, peixe-pedra, peixe-escorpião, pelo menos duas espécies de tartarugas, várias espécies de tubarões, lagostas, escolas de peixes massivas e incontáveis, napoleões gigantes e claro as formosas mantas… 🙂

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Desta semana guardo vários momentos no coração e na memória. Mas os mais especiais serão sempre: os múltiplos mergulhos em Manta Point, onde tive a oportunidade de ver estes animais de enorme envergadura – algumas com sete metros de diâmetro – a “voar” no oceano e de observar os detalhes dos seus corpos graciosos e os seus olhos curiosos, a menos de trinta centímetros de distância! Mágico! :D; o mergulho em Crystal Rock, onde estive agarrado a uma pequena rocha a ver toda a ação de escolas gigantes de múltiplos peixes e tubarões a caçar, tal como num ecrã gigante! E onde houve um momento em que olhando para o local onde tinha a mão e vendo a enorme quantidade de pequena vida marinha que aí estava, pensei: “Ninguém vos dá atenção, não é verdade? Com tanta ação a acontecer à nossa volta!” e que “O Mundo era um local belo, onde tudo faz sentido!” :D; o enorme susto em Batu Balong onde fui apanhado por uma corrente descendente e arrastado num ápice dos cinco para os dezassete metros de profundidade e onde tive de acalmar-me ao máximo, recuperar o sangue frio e escalar uma parede de coral para sair daquele ambiente hostil e demoníaco – tal como na selva, nas imediações de Belaga, aqui senti-me realmente em perigo de vida  e o espectacular, memorável, divertido e delicioso jantar de Natal onde estive verdadeiramente FELIZ! E partilhei a mesa com dez pessoas maravilhosas, de oito países e quatro continentes diferentes! 😀

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Crónicas Em trânsito Fotografia

Em trânsito: Kuta – Labuanbajo. Travessia para as Flores

No dia em que parti com Max para as Flores, despedimo-nos de Monika que estava de regresso à Alemanha e no adeus não pude deixar de dar um abraço apertado à minha companheira de Gili e de Lombok. 🙂 No terminal de Mandalika, esperámos umas horas e durante esse tempo falámos sobre clichés de surfistas e de backpackers; almoçámos e acabei de atualizar o caderno. O autocarro chegou a horas, porém, depois de entrarmos ainda estivemos uma hora e meia à espera de arrancar, afinal a bordo havia uma confusão dos diabos, fruto da enorme quantidade de vendedores e vendedoras em grande algazarra. 😛

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Finalmente acabámos por partir e percorrendo a ilha de oeste a este, estivemos sempre acompanhados de uma música em altos berros, de um tempo chuvoso e de um ar-condicionado gelado. No pequeno porto de Lebuhan Lombak e já ao final do dia, embarcámos num ferry para fazer a curta travessia para Sumbawa. Já no meio da noite, seguimos ilha adentro até Bima e da viagem pouco há a dizer para além da música gritante constante, da condução acelerada e amalucada e do sono em estado de vigília.

SUNBAWA (6)      IMG_2742 (FILEminimizer)  SUNBAWA (7)  Já na capital da ilha, mudámos para um autocarro minúsculo, atulhado de pessoas e bagagens e partimos para a minúscula vila portuária de Sape, onde apanhámos um novo ferry, desta feita para a ilha das Flores. A última fase da viagem, durou cerca de sete horas e nesta travessia marítima: li sobre Labuanbajo; tirei fotografias ao barco e à paisagem envolvente de múltiplas ilhas – entre as quais a “mítica” ilha de Komodo e lar dos dragões do mesmo nome – que alternavam entre os verdes e os castanhos; senti o corpo a colar fruto do calor; escrevi no caderno; escolhi fotografias para o blog; o Max desinfetou-me uma ferida que tinha no pé de aspecto pouco “simpático” e conhecemos Anok – Belga – e Hansel – Holandesa -, com quem desembarcámos no final de uma loooooooonga travessia que nos levou ao coração de Nusa Teggara.    

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As Crianças de Kuta

Terminado o maravilhoso périplo no Rinjani, no norte da ilha, o nosso grupo seguiu para locais distintos. O Mark e a Rahel para Senggigi, eu e a Monika para Kuta, no sul. E felizmente a única semelhança entre Kuta´s – Bali e Lombok – era mesmo o nome. 🙂 

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Durante um par de dias, estivemos tranquilamente nesta zona de praias e surf. A praia que ficava em frente à pequeníssima vila era uma enorme “salada russa”: a água não era tão límpida e cristalina como nas Gili, mas a areia era confortável e parecia grãos de pimenta; podiam-se encontrar rochas vulcânicas, cheias de óxidos e sulfatos e uma zona com manguezais; existiam macacos e cabras; muitos adolescentes a fazer as “célebres” entrevistas – como em Sumatra -, vendedoras muito insistentes – à semelhança de Koh Samui – e principalmente, muitas crianças alegres e sorridentes – tal como em Mabul. Para além de visitarmos a praia, comprámos saborosa e dulcíssima fruta – abacaxis, mangas e fruta da serpente -, comemos comida e sumos deliciosos; preparei algumas coisas para enviar para Portugal, entre as quais os tradicionais sarongs – como prendas -, publiquei textos no blog, atualizei o caderno e conhecemos Max, um surfista alemão com quem decidi seguir para a ilha das Flores

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Gunung Rinjani. Essa Maravilha!

Ato III – Montanha Russa e o Grande Final

Depois da ascensão ao reino da beleza, regressámos ao acampamento base onde reencontrámos a Rahel que estava desolada por ter desistido e por esse motivo refreámos as nossas demonstrações de entusiasmo com a paisagem memorável que acabáramos de presenciar. Às 8.15 estávamos sentados a tomar o delicioso pequeno almoço dos “super-heróis” e depois de arrumarmos a bagagem e desfazermos o acampamento, partimos.

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A viagem encosta abaixa levou-nos até ao Danau Segara Anak, que está à cota dos 2000 m e durante o trajeto, que durou sensivelmente três horas, vimos os nossos carregadores quase a “correrem” encosta abaixo de flip-flops nos pés – impressionante! – e penetrámos num mundo de nevoeiro e neblina, encostas pedregosas e escorregadias, árvores e erva verde.

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Na chegada ao lago, pudemos maravilhar-nos com a beleza do local: um lago azul entre verdes florestas e montanhas de faces grandiosas e uma imponente cratera e desiludir-nos com a face negra do Rinjani  nas zonas dos acampamentos, principalmente, vê-se muito lixo! Uma pena! – No lago descansámos um pouco, almoçámos e partimos para o momento ZEN do dia, as fontes de água quente naturais. Relativamente a estas, só posso dizer que foi um deleite relaxar imerso naquelas águas e estar debaixo de cascatas, sentindo a pressão da água a massajar-me os músculos! Magnífico. 🙂

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Quando recomeçámos a andar, começou a chover e a última secção do dia foi uma “luta” a solo com a ascensão de uma encosta bastante inclinada, pedregosa e por vezes muito escorregadia. Durante esta “travessia” molhada, a única coisa positiva era mesmo a visão magnífica do lago e da cratera. Na chegada ao acampamento base, tal como dia anterior estava um nevoeiro cerradíssimo e o meu primeiro passo foi colocar alguma roupa molhada num saco, outra a secar na medida do possível e vestir roupa seca para me manter quente. No resto do dia dormitei, jantei, falei um pouco com a Monika – que estava esgotada – e adormeci bastante cedo, fruto do cansaço.

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Ao acordar, o sol brilhava no céu azul e via-se perfeitamente o lago Segara Anak e a cratera, as ilhas Gili no oceano e o pico do vulcão Agung em Bali, envolto em nuvens suaves. Depois do pequeno-almoço e de desfazermos o acampamento partimos para a última fase do trekking. Neste último dia, a nossa rota foi sempre em sentido descendente e levou-nos de uma cota de 2641 m até aos 601 m e do reino do sol e céu azul para o da neblina. Primeiro, percorremos vales secos, depois verdes florestas e terminámos na selva, já com uma temperatura de um país tropical. Durante o caminho fizemos múltiplas paragens e fruto ritmo lento, o trekking acabou depois de almoço e de uma foto de grupo. O Gunung Rinjani, essa MARAVILHA, estava conquistado! Ou melhor dizendo o Gunung Rinjani, essa MARAVILHA, conquistou-me completamente! 😀       

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Gunung Rinjani. Essa Maravilha!

Ato II – A Ascensão 

Às 2.00 despertámos, vestimos roupas quentes, bebemos um chá e partimos rumo ao pico. Passados vinte minutos de caminhada nas trevas, a Rahel – que não se estava a sentir bem fisicamente – desistiu e o Jo foi instigado por nós a acompanhá-la ao acampamento base e a regressar para nos reencontrarmos ainda durante a ascensão. Assim, com duas lanternas para três pessoas, transformei-me no improvável “guia da expedição” e no meio da escuridão, lá fomos caminhando até ao cume do Rinjani acompanhados por um céu estrelado perfeito e por vultos e sombras criados pelas rochas. Devo confessar que o caminho não foi fácil, mas por motivos distintos: o Mark estava cansado fisicamente, a Monika estava fisicamente no arame e a gelar devido ao vento e eu estava fisicamente perfeito, mas era forçado a parar e a quebrar o ritmo de ascensão pois “tinha” de esperar por eles. Para além disso, como almejava ver o nascer do sol no pico e via o dia a clarear progressivamente, sentia-me irritado por eles não andarem mais depressa e pensei várias vezes: “Porque é que não desistem?”. Psicologicamente estava a ser desgastante, pois lutava mentalmente com a minha natureza egoísta e só quando pensei: “que se lixe o nascer do sol no topo, vou vendo daqui” é que comecei realmente a aproveitar a parte final da ascensão.

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Fruto da luz e das nuvens, a paisagem era bela, mudando muito rapidamente e como nessa altura, eles estavam a caminhar muito devagar, aproveitei para fotografar todas aquelas cambiantes. Às 5.50, todos juntos atingimos o pico que estava envolto em nevoeiro e senti-me muito orgulhoso por eles terem conseguido fazê-lo, principalmente a Monika que estava de rastos. Mentalmente eles revelaram uma imensa resiliência e força de vontade, sendo uns autênticos “leões”. 😀 Depois de dez minutos no topo e das fotografias da praxe reencontrámos Jo, que estava com um ar completamente miserável e cansadíssimo.

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Já todos juntos e em rota descendente, o Rinjani começou a revelar toda a sua beleza e eu tive a felicidade e o privilégio de presenciar uma das paisagens mais fascinantes e encantadoras da minha vida! O sol surgiu aos poucos e foi iluminando progressivamente, vales, montanhas, a cratera, o lago e o oceano; as nuvens que corriam no céu, formavam-se e dissipavam-se, e eram ora fiapos, ora camadas densas de “algodão doce; as cores mudavam de intensidade a cada instante fruto da luz que se intensificava e a paisagem era uma paleta rica: os negros e ocres na cratera; múltiplos azuis no lago, no oceano e no céu; branco e cinzas nas nuvens; verdes e castanhos nas florestas, vales, árvores, vegetação e montanhas.

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Enquanto na ascensão a “areia” de elevada densidade foi um tormento – a cada dois passos dados, deslizávamos um – na descida foi uma diversão, uma vez que existiam secções que dava para descer a correr, quais cavalinhos a galope e outras a “deslizar”. 🙂 Até chegarmos ao acampamento base, fomos tirando fotografias à paisagem envolvente e maravilhámo-nos a cada passo, a cada olhar. O pico foi ficando para trás e fomos aproximando-nos da enorme cratera que nos revelou a beleza do lago – Danau Segan Anak – de múltiplos azuis, do vulcão – Gunung Baro – negro e vermelho e a envolvente avassaladoraaaaaaaaaaa de verdes vales e montanhas, coroadas pela visão do poderoso vulcão de Bali, o Gunung Agung e de três “pontos” no oceano, as Gili. Um festim para os nossos olhos, um estrondo monumental e inesquecível para os nossos corações, na despedida da ascensão até ao cume de um dos mais belos vulcões da Indonésia!

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Chill Out em Gili Air

De Bali, partimos para as Gili  três pequenas ilhas a Noroeste de Lombok – primeiro de carrinha até à baía de Padang, onde encontrámos uma paisagem “dominada” pelo vulcão Agung, por arrozais e pela costa de águas azuis e límpidas e depois de barco até Gili Air.

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Os dias em “Air” foram tranquilos e na ilha dormi todas as noites confortavelmente num dos dois hammocks do Manu, depois da minha primeira experiência em Sumatra ter sido desconfortável e gelada, em “Air” dormi literalmente no ar. 🙂

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A ilha ficará para sempre recordada como um local de pessoasCécile, Peter e Agus – dona e staff do Gecko cafe/parque de campismo; Cécile “II” – instrutora de mergulho, que conheci no barco para Gili Air; Francis  um rapaz de Singapura, amigo de Manu com quem travei longas conversas sobre a China, vida, cultura, mundo e juntos mergulhámos nas cristalinas águas em redor da ilha; Mark – neozelandês; Amza e Justine – um casal de seres livres; Monika – rapariga alemã, amiga do Manu; Bruno – um rapaz sul-africano e luso-descendente!; Debora – uma rapariga espanhola, muito cómica e espevitada – e Jason  um americano que já conhece as Gili há uns anos e que estava constantemente em estado Zen. 😛

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Durante os dias, fizemos snorkeling e vi bonitos e coloridos corais, muitos peixes, uma tartaruga e um peixe-leão; andei descalço; ri-me e diverti-me muito com o Manu, com a Debora e o corrosivo humor espanhol de ambos; comemos comida deliciosa e sumos divinais no pequeno restaurante Sabah; tive um primeiro e super-sónico encontro com portuguesas; percorri a ilha a pé na companhia do Manu, em todo o seu perímetro – ilha minorca – e observámos águas cristalinas de múltiplos azuis e a beleza do vulcão Agung que se assemelhava a uma pintura suave e delicada e tive longas e espetaculares conversas. Vida tranquila… vida simples… vida feliz! 😀 E foi em Gili Air, que me despedi do Manu, com um abraço apertado. Hasta un día destes Manu, non te olvidare, mi hermano mas viejo! 😀   

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Reflexões

Reflexão Balinesa

Bali é uma das mecas do turismo na Ásia e quem visita a Indonésia, dificilmente não pára aqui. Existem factores incontornáveis que explicam o sucesso da ilha como destino turístico:

  • A ilha é profundamente marcada por uma espiritualidade hinduísta e isso é notório a todos os níveis – culturais, religiosos, comportamentais… -, fruto dessa premissa a ilha tem um ambiente singular no enorme conjunto de ilhas que formam a Indonésia;
  • em termos de área, quando comparada com outras ilhas do país – Java, Sulawesi, Sumatra, Kalimantan… – é minúscula e muitas das estradas estão em excelentes condições, desse modo, percorrer a ilha é fácil e relativamente rápido;
  • o aeroporto de Denpassar, está ligado via low-cost à Austrália – país riquíssimo e com elevado poder económico – e outros destinos asiáticos – Singapura, Kuala Lumpur, Bangkok…;
  • existe um marketing poderoso à volta do nome Bali, que vende a ilha como “pãozinho quente”;

Quanto à minha experiência pessoal, fiquei com a certeza que quanto mais afastado de Kuta estive melhor me senti. O ambiente de Kuta  tal como em muitos locais da Tailândia – gira à volta do que a grande maioria dos ocidentais procura – é triste, mas é a realidade – animação noturna, bares e álcool, sexo e prostituição e praia para assarem que nem camarões, procurando a maioria das vezes, o que já têm nos seus países mas a preços mais baixos.

Depois de sair do “inferno” de Kuta, o ambiente da ilha melhora exponencialmente à medida que nos afastamos e rumamos em direção a norte. Como em todo o lado, quanto mais afastados dos centros turísticos estamos, melhor somos tratados pelas locais e cada vez menos vistos como um cifrão andante.

Depois de percorrer um pouco de Sumatra onde a maioria das pessoas eram extremamente genuínas e calorosas, chegar a Bali e conhecer os balineses comparou-se a comer comida sem sal. Sem dúvida, que eram corteses e polidos a maioria das vezes, mas simpatia pura? Poucas vezes a senti! :/

Com base nestas considerações, guardarei na memória Bali como uma ilha agradável, culturalmente interessante e que merece ser visitada por alguns dias, mas que não deixou muitas saudades, nem tão pouco uma marca impagável no meu coração.

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Bali Days

Fruto do que fomos lendo e ouvindo, chegar a Bali nunca foi um sonho para nós. Aliás, posso até dizer que quando aterrámos na ilha, não estávamos com grandes expetativas, antes curiosos com o que iríamos encontrar. A nossa primeira experiência ocorreu logo na saída do aeroporto quando ao apanhar um táxi para o hostel, vimos que não existiam taxímetros, apenas preços tabelados inflacionados e inegociáveis, o monopólio do taxista a funcionar. :/

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Uma vez que em Bali, os transportes públicos estão escondidos dos olhares dos turistas, para percorrer a ilha e sairmos da zona da “Oura” – Kuta – todos os dias alugámos uma scotter, que o Manu conduzia no trânsito semi-caótico -principalmente, até sairmos das zonas mais densamente habitadas de Kuta e Denpassar – e eu seguia à pendura a “ler” o GPS e a tentar dar indicações.

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Nos dias que estivemos na ilha, fomos duas vezes até Bedugul em busca do templo – pura – Ulun Danu. Na primeira tentativa estava um nevoeiro tão espesso, que se revelou impossível fazer a visita. Na segunda, tivemos mais sorte mas o local revelou-se uma enorme deceção, que o Manu resumiu na perfeição: “este templo não merecia uma visita, quanto mais duas!”. Por sua vez a visita ao bonito Pura Taman Ayun, nas imediações da vila de Mengwi valeu muito mais a pena.

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Num dos dias, fomos até Ubud que é considerado o centro espiritual de Bali e aí visitámos o santuário sagrado da floresta dos macacos, que tem um nome muito longo e pomposo para atrair as pessoas para uma armadilha turística, cheia de macacos impertinentes e agressivos – como qualquer local da Ásia em que os macacos convivam com os turistas -, vimos bonitos e serenos templos, lojas de artesanato: esculturas em pedra e madeira, pintura, mobiliário, decoração, quinquelharia, e terraços de arroz que não se revelaram nada de extraordinário, quando comparados com os majestosos de Ping´an, mas nos quais tivemos a felicidade de observar uma cerimónia em que estudantes envergavam tradicionais trajes balineses.

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Mas as melhores recordações que guardo de Bali, foi partilhar o meu tempo com o Manu, ver verdes arrozais, à medida que seguíamos para norte; comer um magnífico porco no espeto de pele estaladiça! Uma delícia! 😀 , ir um dia ao Burger King “matar saudades”, observar os estéticos trajes tradicionais e a bonita arquitetura balinesa, em que as casas tem tantos elementos associados ao hinduísmo que se chegam a confundir com a incrível quantidade de templos existentes, contactar com os educados e simpáticos balineses – quanto mais fora de Kuta, melhor! –  e presenciar algumas das tradições, “procissões”, rituais e cerimónias religiosas profundamente embebidas no Hinduísmo.

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Em trânsito: Bukittinggi – Kuta. A Beleza do Improviso

Depois das emoções vividas no Gunung Marapi ficámos a repousar durante o dia em Bukittinggi, até porque tudo indicava que no dia seguinte nos iríamos separar. A mim, esperava-me um longuíssima viagem para a vila de Kersik Tua nas imediações do vulcão mais alto da Indonésia, o Gunung Kerinci  3805 m – e o Manu queria ir até à ilha de Siberut, no arquípelago das Mentawai. Porém nesse dia, fiquei a saber que tinha havido um terremoto nas imediações da zona do vulcão e o meu plano ruiu literalmente, uma vez que tentar a ascensão poderia revelar-se perigoso, devido ao risco de erupção.

Às 7.00, acordei a pensar nas minhas opções e cheguei à conclusão que podia voar de Padang diretamente para Jakarta – ilha de Java – ou alternativamente ir até ao lago Kerinci e voar de Jambi para o mesmo destino. A verdade é que ao pequeno-almoço ao falar com o Manu, surgiu uma terceira opção, partir com ele para a ilha de Siberut, porém e antes de sairmos da guesthouse, recebemos a informação que apenas teríamos barco dali a dois dias. Plano afundado! 😦 Sem a possibilidade de ir a Siberut, o Manu decidiu que iria para Bali e eu fiquei de o acompanhar até ao aeroporto de Padang.

A verdade é que durante a viagem, comecei a pensar, a pensar… e quanto mais pensava mais motivos válidos encontrava para ir para Bali com o Manu! Assim que tive certezas, transmiti-lhe a minha ideia e ele ficou radiante por continuarmos juntos durante mais uns dias. 😀 Já no aeroporto comprámos os nossos bilhetes e aguardámos durante umas horas pelo embarque. Porém e antes de o fazermos, tivemos de pagar uma taxa que o governo da Indonésia cobra a todos os passageiros para voar – voos nacionais ou internacionais! – o denominado “assalto” legal!

Para chegar à ilha de Bali, tivemos de efetuar dois voos, fazendo escala em Jakarta e se do primeiro não há referências especiais, o segundo permitiu-me ver o radioso despontar do dia, campos verdes – ficando com a ideia que a ilha de Java é um território bastante fértil – montanhas e florestas na névoa, o impressionante cone do vulcão Bromo rodeado de nuvens, um mar de nuvens brancas e douradas, montes azul petróleo, o céu a ficar ligeiramente rosado, azulado e prateado, o oceano de múltiplos azuis e verdes, e observar a curta distância que parece separar as ilhas de Java, Bali e SulawesiNa chegada ao aeroporto de Denpassar, vi uma mistura de azuis e reflexos espelhados na água e pensei que tão bela como aquela paisagem, só a liberdade do improviso! 😀

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Gunung Marapi e Parabéns

No lago de Maninjau, apanhámos uma carrinha para regressar a Bukittingg  e depois de largarmos os “monstrinhos” na guesthouse onde ficámos anteriormente, saímos com umas mochilas mais pequenas, preparados para fazer a ascensão do vulcão Marapi. Ao sairmos da guesthouse, o Manu encontrou na rua e “caída do céu”, uma amiga espanhola que já não via há dezassete anos!! E que estava a dar a volta ao mundo de mota com o namorado. Com esta situação, ficou mais uma vez provado que o mundo é um cubículo! 🙂 Depois de ficarmos durante um bocado à conversa, partimos para a vila de Kota Baru, onde almoçámos e comprámos mantimentos para o trekking: pão, doce de coco, donuts e um bolo de chocolate e o kit aniversário: cerveja, velas e dois bolos de chocolate.

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A entrada do trilho para o vulcão ficava a cerca de três quilómetros da vila e de um tempo agradável e solarengo, passámos primeiro para o nevoeiro e depois para  a chuva, que se foi intensificando progressivamente. Na chegada ao início do trilho, pediram-nos dinheiro e o Manu começou a ficar irritado por nos estarem a cobrar “bilhete”, depois de poucos minutos de discussão eu disse para ele ter calma e no final acabámos por pagar metade cada um. Perguntámos qual a distância até ao pico e ficámos a saber que estávamos a oito quilómetros do mesmo e que a zona para acampar ficava, apenas a um quilómetro do local onde nos encontrávamos. Como ainda eram apenas 14.00 e tínhamos tempo decidimos subir o máximo que conseguíssemos.

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O trilho era fácil de seguir e não deixava grande margem para equívocos, e apesar de ser um pouco escorregadio e lamacento nalgumas zonas, lá fomos seguindo sem grandes problemas. Aliás, o trilho foi-se revelando bastante agradável e seguiu selva acima quase até ao cume do vulcão. Enquanto subíamos e como o tempo não mostrava grandes melhorias, resolvemos fazer ascensão até ao pico – 2891 m – e depois descer o máximo que conseguíssemos e que a luz permitisse, assim e uma vez que não havia perspectivas de ver o nascer do sol, estávamos a aligeirar um pouco o dia seguinte. Subimos, subimos, subimos e ao longo do caminho fomos encontrando nativos, principalmente, acampados na zona de transição onde terminava a selva e apenas se viam rochas.

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À medida que subimos a temperatura foi descendo e a paisagem tornou-se desértica e lunar, cheia de rochas pequenas e roladas. A partir da zona de transição, necessitámos de quarenta minutos e seguir as assinaturas grafitadas nas rochas e um trilho de lixo, aliás se há algum defeito a apontar ao trekking é: “Para não se perderem e chegarem a bom porto, sigam o trilho do lixo!” 😛 Quando chegámos ao pico estávamos envoltos em neblina mas muito felizes, pois tínhamos cumprido o nosso objetivo. Tirámos os retratos da praxe, comemos um bolo de chocolate, que tinha ficado “prometido” para a ocasião e vesti o corta-vento com o qual fiquei mais confortável. Já na fase descendente e de forma repentina o vento soprou o nevoeiro e as nuvens para fora do pico e pudemos ver o verde vale e as planícies, Bukittinggi a iluminar-se, as encostas escuras do vulcão e eu recebi o meu presente de aniversário! 😀

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Como já estávamos no lusco-fusco e já não havia muita luz, não descemos muito e assim que entrámos na zona das árvores montámos os nossos hammocks, protegemos as nossas mochilas, vestimos roupa seca – calcei umas meias, depois de horas com os pés molhados – e em camadas para aquecer o corpo, jantámos, cantámos os Parabéns em castelhano, soprei as velas e bebemos as cervejas que nesta altura estavam bem geladinhas 😀 e deitámo-nos para dormir. A verdade é que fomos dormindo aos bocados e quando recomeçou a chover, comecei a ficar molhado, pois o nosso “teto” estava mal montado! Upsssss! Desse modo, o Manu teve de mudar a localização do meu hammock e ficámos a dormir na mesma árvore mas em alturas diferentes.

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Por volta das três da manhã, estava tanto frio que disse ao Manu, que mais valia desfazer o nosso “acampamento” e seguir para baixo no meio das trevas acompanhados das nossas lanternas e foi isso que acabámos por fazer. Da descida o relato resume-se em poucas palavras: ambiente escuro, piso muito escorregadio e transição da noite para o dia. Já na base do vulcão, havia zonas com boa visibilidade e sem nevoeiro e em alguns momentos a vista do cume estava perfeita. Com um pouquinho de sol a iluminar a paisagem em nosso redor e bem cedinho já estávamos de regresso a Bukittinggi, transportando o Gunung Marapi na nossa memória e nos nossos corações. 

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