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Pedalando em Ayutthaya

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À semelhança de Sukhothai, os templos continuam a ser construídos em tijolo mas a principal diferença é que em Ayutthaya os mesmos estão espalhados pela cidade e são mais impressionantes, uma vez que estão melhor conservados dado serem “ligeiramente” mais recentes e o reinado da cidade mais duradouro. A visita aos principais templos foi feita de bicicleta e o passeio fez-se num dia solarengo e num ritmo tranquilo e descontraído. 🙂

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Dos inúmeros templos que vimos destaco o Wat Maha That com a sua enorme profusão de estátuas, principalmente um Buda em posição sentada, que era lindíssimo; a sua vastíssima área com chedis viharas; as deformações absurdas das paredes e das lajes; as colunas, as torres e… “algo” que foi uma das coisas mais singulares que vi na vida: uma estátua que era uma cabeça de Buda, completamente embutida e envolvida pelas raízes de uma árvore! Rocha e madeira fundidos, mas aqui a rocha já fora trabalhada por mãos humanas. Espetacular! É mesmo ver para crer. 🙂

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Na cidade e a quatro quilómetros do seu centro também é possível encontrar-se sinais da presença portuguesa e o local apesar de pequeno e de estar em obras de requalificação – com o apoio de uma fundação que merecia muito mais destaque no nosso país, a fundação Calouste Gulbenkian – deixou-nos orgulhosos! Foi um prazer imenso, visitar um local onde os nossos antepassados estiveram, construíram, viveram e morreram e poder sentir um pouco da antiga grandeza de Portugal. 😀

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P.S. – Na cidade e tal como em Chiang Mai continuámos a deliciar-nos com a maravilhosa comida thai. Encontrámos pela primeira vez um elefante na Ásia  muito mais pequeno que o seu irmão africano – que carregava turistas e tinha um olhar triste. :/ E foi com uma grande alegria – fruto do mais inesperado acaso – que voltei a reencontrar, Sam. Merci mon ami! 😀

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Pedalando em Sukhothai

Depois da semana dourada em Chiang Mai, chegaram a primeiras viagens no norte da Tailândia e com elas as visitas a locais arqueológicos que foram o coração do seu antigo reino e império. 🙂  

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Sukhothai foi o nosso primeiro destino e tendo em conta a vasta dimensão do parque arqueológico alugámos umas bicicletas para partir à sua descoberta. O mesmo está dividido em três áreas distintas: Central, Oeste e Norte e se em tempos era possível comprar um bilhete global, hoje em dia tal já não é possível e cada zona vende os bilhetes separadamente. Comprámos então o bilhete para a zona central e a mais importante, e na entrada o controlo foi de tal modo ridículo, que só não entrámos sem bilhete porque já o tínhamos comprado! Uma lição para o futuro.

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Num dia completamente farrusco e cinzento, pedalámos com tranquilidade e percorrendo o verde parque fomos vendo: inúmeros templos, colunas e estupas em forma de sino construídas em tijolo; incontáveis estátuas de Buda nas diferentes posições – a caminhar, em pé, sentado…; árvores e as suas densas e impressionantes raízes superficiais; lagos que se assemelhavam a pântanos. 🙂 O dia foi sereno como o local que visitámos e quando chegámos à guesthouse e apesar do dia de chuva e encoberto, houve “alguém” que conseguiu queimar-se! Incrível não!? Mas é verdade! 😛

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Chiang Mai? Uma Semana Dourada!

A semana passada em Chiang Mai, foi escrita na memória e no coração com a cor da cidade… a cor do ouro e existiram vários momentos que contribuíram para a sua riqueza. 😀 O primeiro deles, foi encontrar uma guesthouse – Banjai Garden – que fruto do acaso – um reencontro com Sam, um rapaz francês que encontrei pela primeira vez, em Nong Khiaw  acabou por se transformar na minha primeira casa em viagem. Durante quase uma semana, eu o Kristian ficámos aí hospedados e sentimos o calor de Franck e Izze, os nossos queridos anfitriões.

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Juntamente com o Kristian e montados numa scooter, fizemos um loop de cerca de uma centena de quilómetros, em redor da cidade. Durante a viagem, para além da visita ao reino dos tigres, visitámos as cascatas de Tatman e Tatluang – água de cor barrenta – observámos uma paisagem verde de florestas, montes e vales e fomos “abençoados” por uma chuva torrencial que fez a estrada ficar quase invisível e nos fez parar para comer um delicioso corneto de chocolate, que soube a “nozes”. 🙂

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Tive a oportunidade, de pela primeira vez saborear a maravilhosa e barata comida tailandesa e participar numa memorável e deliciosa aula de culinária, que não se esgotou nesse dia. Uma vez que nela, eu e o Kristian conhecemos duas “kiwis” – raparigas neozelandesas – e uma “uncle Sam” – rapariga americana – com as quais – e juntamente com Sam – tivemos duas noites inesquecíveis de: convívio, música, conversa, partilha e copos. Obrigado, amigos! Obrigado, Kristian! 😀

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E principalmente, recebi a visita que tanto aguardava e pela qual esperei desde a minha ida a Portugal, não sem antes nos desencontrarmos e reencontrarmos no pequeno aeroporto de Chiang Mai, com um sorriso nos lábios e um abraço muito apertado. 😀

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Juntos, visitámos os múltiplos e ricos templos da cidade, dos quais a grande maioria são dourados, entre eles o excessivamente famoso Doi Suthep e que se localiza a dezassete quilómetros do centro. Na maioria desses templos maravilhosos, vimos: sumptuosos altares; inúmeras estátuas de buda; fitas e bandeiras presas nos tetos; sinos; guarda-chuvas; incensos e velas a arder; e monges a orar e a receber o seu ordenado, tais como funcionários de qualquer empresa! :/

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Experimentámos pela primeira vez o prazer indulgente duma massagem tailandesa – sem malícia – pelas mãos de massagistas experientes e durante uma hora fomos bem esticados, puxados, repuxados, comprimidos e apertados. Ficando no final uma sensação de leveza e “desenferrujamento” muscular. 🙂

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Na despedida da cidade, passeámos pelo enorme e vastíssimo Sunday Market. E posso afirmar que nunca tinha visto um mercado a “tomar de assalto” uma cidade daquela maneira, com várias ruas principais a fecharem o acesso ao trânsito e a serem invadidas por hordas de vendedores, turistas e nativos. Aí pode-se encontrar um pouco de tudo: vestuário – T-shirts, calças, vestidos, roupa interior, lenços; calçado – chinelos, sapatos…; artesanato – brincos, anéis, carteiras, bolsas; bugigangas variadas e cheias de cor e claro comida, muita comida – grelhados, sopas, sumos de fruta, doces, saladas. O ambiente da cidade assemelha-se ao de uma grande romaria popular descontraída e até ao seu encerramento – cerca das 22.00 – os templos continuam abertos, sendo fantástico observar o seu dourado a resplandecer sob a iluminação dos holofotes. Tudo brilha, tudo parece ouro e existe uma aura de riqueza e ostentação. Aqui não há privações. Bem vindos à face rica da Tailândia! 😀

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Crónicas Fotografia Reflexões

Tiger Kingdom

A dez quilómetros de Chiang Mai, eu e o Kristian começámos a avistar umas placas a assinalar Tiger Kingdom e antes de chegarmos à entrada estivemos a conversar durante uns minutos, para decidir se entrávamos ou não. Eu disse-lhe que pela descrição de Max  – um alemão que conhecemos em Pak Beng  não tinha muita vontade de ir, mas caso fosse, era para ver o local com os meus olhos e depois relatar a minha experiência. O Kristian por sua vez disse que tinha curiosidade de ver os pequenos tigres, pois uma amiga tinha-lhe relatado maravilhas desse encontro.

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Depois de esgrimidos os nossos argumentos, dirigimo-nos à entrada onde verificámos que para entrar na jaula dos mais pequenos tínhamos de pagar o bilhete mais caro, mas como entrar nas jaulas dos maiores e fazer-nos passar por hércules” não era o nosso objetivo, fomos visitar as crias sem nos importarmos com essa diferença – que diga-se em abono da verdade não era assim tão elevada. No entanto antes de entrarmos tivemos de assinar uns papéis de termos de responsabilidade e seguros. Já na zona dos benjamins tivemos de lavar as mãos, descalçar-nos e ler uma série de regras e avisos que devíamos cumprir enquanto, estivéssemos em contacto com eles, por exemplo: podíamos tocar-lhes, mas não na cabeça; não devíamos brincar com eles e “atiçar” o seu lado mais selvagem; fotografias sem flash.

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A experiência foi engraçada. As pequenas crias são de facto adoráveis e as suas patas felpudas e gordas um must! 🙂 É giro ver como mesmo as crias têm patas tão poderosas e como o seu instinto já está vivo mas sem grande controlo. Nos quinze, vinte minutos que estivemos mais próximos deles deu para sentir a patita felpuda e “gorda”; vê-los brincar/praticar com os seus pares – mordiscar orelhas, ferrar os dentes, agitar as patas, engalfinharem-se uns nos outros de forma caótica e desordenada; observar o seu belo e lustroso pêlo e os seus olhos vivos. Apenas houve um momento que me deixou com uma sensação estranha e não muito confortável e aconteceu quando observei os olhos de uma cria enquanto ela estava no limbo entre dormir e acordar. Os seus olhos pareciam ausentes, baços e vazios como se a cria estivesse perdido toda a sua alma e vitalidade. Foi estranho! :/ Mas como foi caso único penso, quero pensar que a cria estava apenas a dormitar e que não estava drogada!

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Quando saímos da mini-jaula voltámos a calçar-nos e a lavar as mãos e seguimos pelo reino dos tigres apenas observando os tigres maiores do exterior das jaulas. Alguns deles pelo seu comportamento – andar repetidamente ao longo da jaula – apresentavam sinais claros de uma doença mental típica de espaços confinados; outros tinham os olhos vivos e brilhantes e estavam tranquilos, e outros brincavam com um tronco de aproximadamente três metros de comprimento, dentro de água. 🙂

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Os tigres são animais com uma envergadura impressionante e uma presença poderosa e massiva, impondo na mesma dose e proporção, respeito e admiração. Acredito que ver uma criatura destas no seu habitat seja capaz de gerar emoções suficientes capaz de ressuscitar um morto, vê-los assim em cativeiro a servir de adereços para “hércules e herculinas” humanas provarem a sua “bravura e coragem”, não me agrada, fascina, atrai ou tem qualquer significado. Aliás, até significa mas no pólo negativo, porque está-se a reduzir um animal magnífico a um momento egocêntrico e de puro exibicionismo. 😦

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E para mim o relato do Reinos dos Tigres acaba aqui, porque a questão dominante de: os tigres estão ou não drogados? É complexa e de difícil ajuizamento. Houve alturas que pensei que sim, outras que não e no final saí sem certezas relativamente à questão. O que posso afirmar é que não gostei da “energia/vibração” do local, mas não me arrependo de lá ter ido, pois nem sempre uma pessoa paga e obtém uma boa experiência. Paguei, vi com os meus olhos e senti a atmosfera do local e isso foi suficiente para fazer valer a pena a ida ao Reino dos Tigres e dos Hércules.

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Crónicas Fotografia Reflexões

Vang Vieng. Grutas e Presunções

Depois dos magníficos dias na planície dos jarros, eu e o Zhou partimos para Vang Vieng, vila/cidade onde estivemos quatro dias. O local, está cheio de bares; restaurantes; vendedores de crepes e sumos de fruta, a cada dez metros; guesthouses; agências de viagens e empresas de aventura. A cidade é feia, desinteressante e está completamente virada para o turismo e para o turista ocidental… porém e à sua volta existe o rio Nam Xang e formações calcárias – montanhas e grutas – que a salvam do Inferno. 🙂

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Ao longo dos dias que aí estivemos, comi inúmeros e deliciosos crepes; comprámos dez ananases de uma assentada; visitei pelo menos três ou quatro grutas espetaculares e numa das quais fiz tubing  andar numa caverna cheia de água e fazer parte de uma centopeia humana luminosa – pessoas em cima de bóias, com lanternas na cabeça em fila indiana, foi algo de especial e singular; escrevi para o blog; fiz canoagem; passeei nos arredores da vila; molhei-me – fruto de tempestades tropicais e das atividades aventura; entediei-me… deu para tudo. 😉

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E para refletir que existem experiências que se têm ou coisas que se fazem em viagem que são turísticas? Certamente! Muito mesmo! Podem ser especiais? Sem dúvida. Por isso um pequeno lembrete para os “viajantes” puros ou snobes que não fazem isto ou aquilo porque é turístico. Deixem-se de tretas e complexos! Nós só não somos turistas na nossa terra Natal. De resto, até no nosso país, Portugal o somos!

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Por isso o meu conselho para todas as pessoas que viajam é: “Façam tudo o que quiserem, o que vos der prazer. Tudo o mais são balelas de pessoas que pensam que são especiais, quando na realidade são iguais a todos os outro que viajam”. O ego é tramado e gosta de nos fazer acreditar na nossa “individualidade”, mas o que realmente importa é sentirem-se bem, em paz, tranquilos e felizes. Sejam felizes, vivam felizes, só assim vale a pena viver a vida, a única que temos. Agarrem-na bem e não a desperdicem!”

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Crónicas Fotografia

Pedalando em Phonsavanh

Ato VI – Sítios número 2 & 3. A Surrealidade Continua

Após este percalço seguimos viagem e às sete e pouco avistámos a placa que anunciava “Plain of Jars Site 3”. Desmontámos das bicicletas, prendemo-las e seguimos a pé por um trilho que nos conduziu por um arrozal adentro até nos depararmos com o local arqueológico propriamente dito no topo de uma colina verdejante. Os jarros estavam dispostos no meio de árvores, havia vacas a pastar no meio deles e a paisagem circundante era magnífica: céu azul, nuvens cinza e prata, campos, colinas e montanhas verdejantes alternando o verde escuro com o verde claro e alguns retalhos castanhos! 🙂

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Depois da visita, decidimos aproveitar e tomar o pequeno almoço num pequeno “tasco” colado ao local arqueológico e quando já estávamos à mesa, apareceu então o porteiro, que nos vendeu o bilhete do local que acabáramos de visitar! Surreal! 😛 Já com a barriguita mais composta, seguimos viagem para o sítio arqueológico número 2 e o único que nos faltava, para darmos por concluída a nossa visita à Planície dos Jarros e regressarmos a Phonsavanh.

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O caminho que uniu o sítio número dois ao número três não foi o mais espetacular mas ainda deu para passar por uma manada de vacas que estava no meio da estrada, ter de desmontar várias vezes da bicicleta, ver arrozais e aldeias e visitar a cascata de Tad Lang que foi uma desilusão. Eram quase dez da manhã quando literalmente pulei a cerca para entrar no sítio arqueológico número dois, pois mesmo pagando bilhete esta era a única forma de entrar! Eu já disse que este local é surreal, não disse? 🙂

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Desta feita fiz a visita sozinho, pois o Zhou já estava cansado e depois de subir uma “escadaria” de tijolo e terra, cheguei ao topo de uma colina onde encontrei o menor número de jarros, mas os mais bizarros, com árvores a brotar literalmente do seu interior. O que se via era um jarro já completamente partido ao meio, ou em mais bocados devido à pressão exercida pelo tronco da árvore. 🙂 Na segunda colina, deste local deparei-me com mais uns jarros no meio da relva verde e de algumas árvores, mas principalmente, deleitei-me com a paisagem que se avistava do local: rios, campos, montanhas e colinas, mosaicos de arrozais, ilhas de múltiplos verdes, enfim uma belíssima panorâmica na despedida, deste local mágico que é a planície dos Jarros. 😀

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Crónicas Fotografia O 1º Dia

Pedalando em Phonsavanh

Ato II – A Rota Certa e o Insólito

Depois da nossa visita, voltámos a pegar nos nossos corcéis de metal, seguimos viagem e já numa estrada de alcatrão, após uma dança mortal entre galos e meia hora de circulação percebemos que tínhamos estado a tarde inteira em estradas erradas! Pois nessa altura começámos a ver indicações turísticas sobre a planície dos Jarros. Ups! Desculpa Laos, fui precipitado na minha análise anterior. 🙂

IMG_7810 (FILEminimizer)Finalmente e já na rota certa, continuámos a pedalar e por volta das 17.00 entrámos numa estrada de terra batida que nos levaria aos outros dois locais que queríamos visitar. A paisagem era um misto de arrozais, campos verdes, lagos e charcos, pastagens, alguns montes e colinas, o céu estava azul e havia nuvens cheias de densidade, textura e reflexos que se assemelhavam a um arco-íris. 🙂 A estrada por sua vez era um misto de terra argilosa e lamacenta, zonas cheias de pó e pedras. O pôr do sol foi visto quando parámos para comer os poucos mantimentos que carregávamos connosco e nos sentámos na erva de frente para um mini lago muito perto da estrada.

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Enquanto comíamos o insólito começou, primeiro lentamente com o aparecimento de um nativo que parou a sua motorizada junto das nossas bicicletas e se dirigiu a nós a falar em Laosiano. Nós acenámos que não com a cabeça, que não percebíamos nada do que ele dizia e passados cinco minutos, foi-se embora. Após dez minutos o nativo estava de volta, com um companheiro que começou a servir de tradutor. Os rostos eram amigáveis e começaram a fazer perguntas: De onde éramos? Para onde íamos? Onde íamos ficar a dormir? Nós lá fomos respondendo com naturalidade, mas aos poucos e poucos eu que já no primeiro momento não tinha gostado muito do nativo, comecei a ficar desconfiado e assim que acabámos de comer disse ao Zhou para seguirmos viagem. Montámos as bicicletas e fruto da minha desconfiança ficámos à espera que eles arrancassem primeiro. Esperámos durante cinco minutos e como eles não arrancaram, arrancámos nós. O ambiente era estranho e pouco claro e pedalámos muito lentamente para ver a reação deles.

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Passados mais dois ou três minutos eles aceleraram a lambreta, passaram por nós e desapareceram da nossa vista. Aleluia! 🙂 Continuámos a pedalar, agora já com um ritmo normal e em menos de dez minutos estávamos a entrar numa pequena aldeia. Nessa altura víamos no céu, de tempos a tempos a luz de relâmpagos e decidimos falar com alguém para nos abrigarmos nalgum telheiro e aí ficarmos a dormir. Parámos e tentámos falar com os donos de um pequeno restaurante, mas eles não nos compreenderam e continuámos a pedalar até sairmos da aldeia e, no cruzamento que dava acesso aos sítios 2 e 3, o insólito absoluto aconteceu…

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Crónicas Fotografia O 1º Dia

Pedalando em Phonsavanh

Ato I – A Desorientação e o Sítio número 1

Partimos de Phonsavanh pedalando em direção à planície dos Jarros, seguindo a N7 para Oeste. Ao sairmos da cidade passámos pela estação de autocarros Norte para verificarmos os horários para Vang Vieng, mas a estação estava… deserta!

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À medida que pedalávamos, tentávamos encontrar indicações na estrada, mas como não víamos nada fomos perguntando às pessoas o caminho para Xieng Khuang. Enveredámos então por uma estrada de terra batida, mas que se notava perfeitamente estar em construção – fase de terraplanagem – e com a companhia de um céu azul, das nuvens e do sol fomos apreciando a vastidão da paisagem, o silêncio e eu ia pensando que só no Laos mesmo, um caminho para um destino turístico não ter indicações absolutamente nenhumas. 😛

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Pedalámos até encontrarmos casas e, após umas deambulações nas redondezas  – uma hora para trás e para a frente – e de termos perguntado muitas vezes por Xieng Khuang e qual a sua direção, lá demos com uma placa que indicava: Plain of Jars → 500 m. Seguimos a estrada e passadas três horas de sairmos de Phonsavanh estávamos finalmente na entrada do Sítio número 1. 😛 Nessa altura pensei que mesmo que não visse mais nenhum local, pelo menos aquele ninguém mo tirava, bem como a estória para lá chegar. 😉

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Este sítio, que se encontra completamente desminado, é o maior e o mais vasto de todos os locais arqueológicos abertos ao público – área de vinte e cinco hectares, trezentos e trinta e quatro jarros entre os quais o maior deles tem um diâmetro de dois metros e meio e dois metros e cinquenta e sete centímetros de altura! – e é um local distinto, com um carácter muito particular e surreal. 🙂 Os jarros brotam do solo quais flores de pedra e os mais bem conservados têm tendência para ter água no seu interior. A paisagem é verde, cheia de erva, algumas árvores, campos de cultivo à volta, vêem-se crateras de bombardeamentos que entretanto estão cobertas de vegetação, montes, alguns charcos… um misto de pedra e vegetação que se funde, que se mescla, que se complementa. Estranho! Belo! 😀

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P.S. – Mas o que são os Jarros?

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Crónicas Fotografia

Segunda Oportunidade e a Cascata de Kuangsi

Depois de uma noite, muito mal dormida voltei a levantar-me muito cedo e dei uma segunda “oportunidade” ao ritual dos monges, mas desta feita o Zhou não me acompanhou. E a verdade é que em frente à nossa guesthouse, no templo de Wat That vi muitos mais monges que no dia anterior. Porém e apesar de ter apreciado, a simplicidade e humildade do ritual, a magia já estava desfeita! Foi pena… :/

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Mais recomposto fisicamente da sova infligida pela bactéria, parti durante a tarde numa carrinha turística para a cascata de Kuangsi. E meus caros não há muitas palavras para descrever o local, ora observem… 😀

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Shall We Start the “Game”?

Antes de iniciarmos o “jogo”, decidimos que queríamos pagar no máximo 30.000 kip por cada thai, por isso e uma vez que ninguém falava inglês, escrevi na terra 3 → 90.000, escolhi o meu thai – azul e dourado – e esperei que o Zhou escolhesse os outros dois. Porém, quando ele começou a olhar para eles, disse-me que eram todos tão bonitos que não era capaz de escolher. Passados dois ou três minutos estávamos a dialogar:

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Zhou: – “E se eu comprar muitos?”

Kiri: – “O que são muitos? Ou melhor, quantos são muitos?”

Zhou: – “Dez!? E tu ficas com um!?”

Kiri: – “Agora, estamos a falar!” 😉

Preparei-me, respirei fundo e lancei um preço “canhão”. No solo escrevi, por baixo do preço anterior, 10 → 200.000, a rapariga olhou para nós e exclamou: “Ohhhh!” e acenou que não com a cabeça. Primeiro apontei para o 3 → 90.000 e depois destaquei o 10 (círculo à volta) e olhei para ela. Ela olhou para nós e voltou a acenar que não. Olhei para o Zhou e perguntei-lhe o que queria fazer. Ele disse-me para subir o preço. No solo apaguei então o primeiro valor e escrevi 250.000 e acenei triunfante! 🙂 Qual não foi o meu espanto, quando a rapariga apagou o valor e escreveu 300.000. Eu acenei que não com a cabeça e apontei novamente 3 → 90.000, 10 (apaguei os números dela) → 250.000 e apontei várias vezes para o 10, algo do género: “Estás a vender dez de uma vez, o que queres mais?”.

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Porém ela manteve-se intransigente e nós também, por isso acabámos por comprar-lhe os três lenços por 90.000 kip. A partir desse momento, eu já estava satisfeito e por isso limitei-me a fotografar a aldeia e os seus habitantes, os seus thais e teares, o processo de execução de cestos, a paisagem envolvente… 🙂 enquanto o Zhou insatisfeito continuou a perguntar preços e a fazer negociações, acabando por ter “sorte” pois conseguiu comprar mais quatro lenços por 100.000 kip… Abandonámos a aldeia e o “tabuleiro de jogo” satisfeitos, presumo que os aldeões também, pelo menos aqueles que fizeram negócio, com a equipa Luso – Chinesa. 😉

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