Ato I – Luang Prabang – Pak Beng. O Grupo Reúne-se
Na chegada a Prabang apanhei um tuk-tuk para o centro da cidade e durante a viagem conheci uns nativos que me informaram que para apanhar o barco para Huay Xai, deveria ir até um cais que ficava a doze quilómetros – geralmente, a informação fornecida pelos habitantes locais é imbatível. 🙂 Às sete da manhã estava no cais, à espera que a bilheteira abrisse e depois de esperar uma hora, comprei finalmente o bilhete rumo a Pak Beng.
O barco partiu numa manhã de cinza e prata e ao longo do dia, fomos zingue-zagueando Mekong acima. Durante a longa viagem, que durou quase dez horas, observei a paisagem e a vida a bordo: as margens estavam cheias de vegetação e a inexistência de aldeias era quase total; o desembarque das pessoas era feito com estas a saltar para as margens cheias de lama; o rio era largo, castanho e barrento e nalgumas zonas cheio de rochas; de vez em quando viam-se os famosos e mortíferos barcos rápidos a passarem por nós quais balas – eu diria que fazer a viagem num barco desses e num rio com tantas rochas submersas é quase uma loucura; no barco havia uma mescla de turistas e nativos, as crianças sorriam e famílias inteiras dormiam no soalho; o barco estava carregado com sacas, caixas de cartão, bagagens e mochilas; os assentos eram muito confortáveis – poltronas de dois lugares – e em abundante número. Mas principalmente conheci e falei com muitas pessoas entre as quais um casal de estudantes polacos (Marcin e Agata), um assistente de cirurgia e aspirante a cirurgião alemão (Kristian) e um advogado israelita, quarentão e solteiro (Niro).
Antes de desembarcarmos, convidei o Kristian para partilhar quarto e na chegada a Pak Beng, o grupo que se formou durante a viagem manteve-se unido. Juntos procurámos uma guesthouse, juntos jantámos num restaurante indiano, juntos passámos o serão num barzito em animada converseta. Estava feliz! E penso que essa felicidade provinha de depois de ter viajado com o Zhou durante tanto tempo, estava grato por continuar a encontrar outros viajantes com os quais podia partilhar experiências e aprendizagens. 🙂