Categorias
Crónicas Em trânsito Fotografia

Coron. Mergulho nas Trevas

De El Nido parti com a Maiju e o Steow em direção à ilha de Coron. Durante as oito horas que durou a travessia marítima, observei a bonita paisagem que nos rodeava (as múltiplas ilhas, o céu azul, as nuvens brancas, o sol radioso e escaldante, o mar de infinitos azuis e verdes…) e falei com os meus companheiros de viagem durante algum tempo. Já na pequena vila e capital da ilha, ficámos hospedados na agradável Marley´s Guesthouse, onde conhecemos um staff impecável que nos contou histórias impressionantes do super tufão – que apesar da longa distância percorrida, ainda chegou a atingir Coron – e que partilhou connosco o seu gosto por música ritmada e tribalista. 🙂

IMG_0910 (FILEminimizer)     IMG_0912 (FILEminimizer)

IMG_0949 (FILEminimizer)

IMG_0938 (FILEminimizer)

Nos arredores da ilha, tive dois dias de mergulho intenso num ambiente pesado e sombrio de navios japoneses afundados durante a Segunda Guerra Mundial e aí senti um nervoso acrescido por ter entrado pela primeira vez debaixo de água, em espaços realmente confinados. Neste mundo submerso, senti o lado “negro” do mergulho, principalmente no navio Irako onde atingi a minha profundidade máxima (trinta e oito metros e meio). Porém, mesmo naquele mundo de trevas, existia luz e sempre que esta penetrava pelas frinchas e buracos existentes naquelas estruturas de aço gigantes, parecia que estava numa catedral sub-aquática! Fenomenal! Inesquecível! 😀 Para além disso, observar “algo” feito pelo homem, onde se pode ver vestígios da sua presença (as cargas inalteradas dos navios afundados) e onde ainda existem componentes que funcionam (tais como válvulas e torneiras…) é algo de inolvidável. Ao largo de Coron, foi ainda possível mergulhar nas águas escaldantes (38 ºC) de um lago de água doce. Aí, vi de forma perfeita as linhas térmicas onde a água mudava drasticamente de temperatura, sentindo em simultâneo metade do corpo quente e metade fria! Tirei as barbatanas e fiz “escalada” sub-aquática, atravessei troncos de árvore qual equilibrista e em slide, e senti possivelmente o que sente um astronauta ao pisar solo lunar.

IMG_0961 (FILEminimizer)      IMG_0965 (FILEminimizer)

IMG_0972 (FILEminimizer)     IMG_0977 (FILEminimizer)

Em Coron, para além desses mergulhos míticos, tive serões animados, regados a rum e cola, na companhia dos meus companheiros de viagem e de dois engenheiros Irlandeses (Donald e Richard); vi procissões noturnas onde as velas dos fiéis iluminavam e espalhavam uma luz mortiça pelas ruas escuras da vila; visitei de barco uma praia de sonho, rodeada de rochas mágicas, negras como o breu e repleta de águas cristalinas e transparentes que brilhavam como safiras e esmeraldas; tive um delicioso jantar festivo onde o caranguejo e o camarão foram reis e senhores; e tive um reencontro com o passado

IMG_0988 (FILEminimizer)      IMG_1003 (FILEminimizer)

IMG_1004 (FILEminimizer)      IMG_1029 (FILEminimizer)

Numa daquelas noites festivas, ao sair dum bar na companhia de Arnold  gerente de um resort que trabalhava na ilha – encontrámos um nativo, que o conhecia e que nos convidou a ir até ao cemitério, para fazer uma homenagem fúnebre. Arnold imediatamente e de uma forma rude, declarou que não ia, mas eu naquele momento senti algo que me impeliu a acompanhar o nativo. Comprei umas velas, ele umas cervejas, montámos um tuk-tuk e quando estávamos prestes a partir, o Arnold acabou por se dignar a acompanhar-nos. Na escuridão da noite, seguimos estrada fora e depois de uma viagem que não sei precisar quanto demorou chegámos à entrada do cemitério. Aí, passo a passo e silenciosamente, penetrámos naquele espaço vasto, negro e sereno, até chegarmos à campa. Assim que chegámos, Arnold deitou-se na campa do lado e adormeceu pesadamente. O seu ressonar competia em decibéis, com a pirosa música de discoteca que era projetada pelo seu telemóvel.

IMG_1042 (FILEminimizer)      IMG_1056 (FILEminimizer)

IMG_1047 (FILEminimizer)      IMG_1061 (FILEminimizer)

Como estátuas de mármore e alheios a esse facto, acendemos uns cigarros e as velas, abrimos as cervejas e fizemos uma homenagem fúnebre e sentida à sua esposa e ao seu filho – que tinham falecido há um ano. Depois desse momento, dentro de mim, algo se quebrou. Repentinamente, lembrei-me do meu pai e das saudades que sentia dele. Longe de Portugal, longe de todas as pessoas que conhecia, um pouco tocado pelos copos bebidos e sem filtros e barreiras de espécie alguma, comecei a chorar… De joelhos agarrado àquela campa, larguei um peso que carreguei durante quase dezassete anos. Chorei, chorei, chorei. Chorei baba e ranho. Chorei durante largos minutos e não houve nenhum travão que parasse as lágrimas. Apenas quando senti uma leveza a ressoar dentro de mim, parei. Nesse momento, passei as mãos pelos olhos, desajoelhei-me e abracei o nativo. Naquele cemitério perdido das Filipinas, dois “orfãos” de lados opostos do nosso planeta, foram irmãos durante momentos. Juntos partilharam uma dor comum. A dor da perda e juntos reencontraram um calor e uma luz humana, que aqueceu e iluminou a escuridão da noite e o frio da morte…

IMG_1076 (FILEminimizer)      IMG_1087 (FILEminimizer)

IMG_1091 (FILEminimizer)

IMG_1098 (FILEminimizer)

Categorias
Crónicas Em trânsito Fotografia

El Nido. Regresso às Phi Phi?

Depois da visita ao rio subterrâneo de “Puerto Princesa”, parti com o Denis mais para Norte, em direção a El Nido, onde chegámos depois duma viagem de aproximadamente seis horas, numa estrada bastante esburacada. Na chegada, deparámo-nos com calor… bastante calor. Um calor, abafado e pesado que se colava ao corpo. Nesse primeira tarde em El Nido, para além de visitarmos a agradável praia de Las Cabañas (onde comecei a observar melhor, a beleza daquela paisagem natural), reencontrámos Justine (uma Canadiana que conhecêramos em Boracay), Steow e Maiju, e comecei de algum modo a sentir-me farto de Denis, das suas “luas” e vontades. Apesar desse detalhe, o dia terminou em beleza fruto dum jantar (regado a “batidos” de manga com rum) e de um serão animado, com música ao vivo no bar de reggae da praia. 😀

IMG_0781 (FILEminimizer)      IMG_0784 (FILEminimizer)

IMG_0786 (FILEminimizer)     IMG_0793 (FILEminimizer)

No dia seguinte, acordei bastante cedo e mudei-me para o Austria´s hostel onde deixei a bagagem e daí segui até ao hotel de Derek e Justine, o local onde combinámos encontrar-nos para fazer um tour pelas múltiplas ilhas que ficam ao largo de El Nido. Apesar do preço do tour (combinação dos tours A + C), não poder ser considerado uma bagatela (cerca de 25€), posso afirmar que valeu cada cêntimo investido e algumas das paisagens que tive a felicidade de observar, ficarão para sempre como um dos grandes momentos desta viagem! 😀

IMG_0809 (FILEminimizer)     IMG_0812 (FILEminimizer)

IMG_0813 (FILEminimizer)    IMG_0814 (FILEminimizer)

Em El Nido, tal como nas Phi Phi, ihas calcárias emergem do mar, mas aqui o seu número para além de mais elevado é mais dramático, uma vez que existem ilhas de faces completamente escarpadas, formações bizarras e zonas que recordam os famosos pináculos de Mulu, mas com rochas negras como o breu! Durante o dia, navegámos de ilha em ilha, fazendo snorkeling  peixe-leão bebé, muitos peixes coloridos, algum coral e muitas, muitas alforrecas que provocavam desconforto e sensações de picadas na pele; visitando praias de sonho: praia escondida – baía escondida no oceano, rodeada de rochas belas e surreais; praia da estrela – mini praia onde almoçámos um delicioso e farto repasto: peixe grelhado, dois tipos diferentes de salada, camarão, porco grelhado, arroz, ananás! 😀 ; praia secreta – para encontrar a mesma tivemos de nadar em pleno mar, penetrar numa abertura na rocha e aí deparámo-nos com areal que estava completamente rodeado a 360º por rochas negras e afiadas e que apenas podia ser vista do ar. Monumental! Arrebatador! E a praia dos sete comandos – última visita do dia e local onde o motor da nossa banca “morreu” 😛 e nadando em lagoas – lagoa grande, lagoa pequena e lagoa azul – de infinitos azuis e verdes no meio do oceano?! 😀 . Foi sem dúvida, um dia de sonho que acabou em beleza quando ao final da tarde reencontrámos Yannick e Aline, ficando o grupo novamente reunido! 😀

IMG_0841 (FILEminimizer)

IMG_0843 (FILEminimizer)     IMG_0846 (FILEminimizer)

IMG_0854 (FILEminimizer)

No terceiro dia, o tempo esteve bastante cinzento e a manhã foi lenta e arrastou-se. Durante a tarde eu, o Denis, o Yannick e o Steow, pegámos numa melancia, alugámos uns caiaques e partimos à descoberta. Numa massa negra, vasta e serena remámos durante uma hora até à ilha de Cadlao que fica em frente à vila de El Nido e aí visitámos duas praias, a praia do paraíso – onde tudo em nosso redor era verde e selvagem e a praia “inominável” – na qual estivemos deitados dentro de água enquanto chovia torrencialmente. Nessa altura senti uma felicidade pura, fruto da comunhão com a natureza!. No regresso, em que já estava “fartinho” de remar, eu e o Denis conseguimos virar o caiaque um par de vezes em pleno oceano, rir-nos da nossa falta de perícia e quando chegámos a terra observámos que o meu dry bag, afinal não era assim tão dry! 😛 – o que valeu é que no seu interior, não havia nada realmente importante.

IMG_0860 (FILEminimizer)     IMG_0869 (FILEminimizer)

IMG_0872 (FILEminimizer)     IMG_0889 (FILEminimizer)

No último dia em El Nido, como o tempo foi melhorando progressivamente, acabámos por alugar umas scooters e partir para a bonita praia de Nacpan, que fica a norte da vila. Nessa praia de longo areal, localizada numa baía perfeita de coqueiros e de um mar sem corais, pude pela primeira vez na Ásia, cavalgar ondas com o corpo! Regressando aos meus tempos de adolescência, na praia da Foz (do Arelho) e da Nazaré! Enfim, divertimento em estado puro! 😀 Ao mesmo tempo que pensava: “Boys will be Boys“. 😉 Ao serão, reencontrei Tadd (americano de Boracay) e com ele estive a falar sobre o meu próximo destino, a ilha de Coron e casa de múltiplos navios japoneses afundados durante a segunda Guerra Mundial! 🙂

IMG_0902 (FILEminimizer)     IMG_0905 (FILEminimizer)

IMG_0908 (FILEminimizer)

El Nido, foi um local especial! Foi associar uma beleza natural estonteante e inebriante, ao convívio com um grupo de  boas pessoas. 😀 Foi com um enorme prazer que partilhei o meu tempo com elas, num local que conserva um certa pureza (talvez o que as ilhas Phi Phi eram há quinze/vinte anos). O único senão, de toda esta perfeição foi sentir uma certa pressão por não publicar nada no blog, desde então. 😉

Categorias
Crónicas Fotografia

Sabang. O Dia do Rio

Depois da longa e memorável travessia até Sabang, este era o dia em que visitaríamos o famoso rio subterrâneo de Puerto Princesa (apesar de estarmos em Sabang, este é nome oficial! 😉 ) e para mim o mesmo começou bem cedo, uma vez que acordei antes do nascer do sol, tendo a oportunidade de ver o dia clarear e de observar, uma suave neblina. Depois do pequeno-almoço, o nosso grupo dirigiu-se para a zona do cais, onde se pagava o bilhete de entrada no parque natural e o barco.

IMG_0566 (FILEminimizer)     IMG_0571 (FILEminimizer)

IMG_0579 (FILEminimizer)

Ao embarcarmos fiquei surpreendido, pois vi que a bordo, para além do nosso capitão estava um casal de americanos (pergunta retórica, se o barco foi pago por seis pessoas, porque motivo embarcaram oito? Pois é caro leitor, isso mesmo! As terras do oriente são pródigas em “maroscas”, umas mais evidentes e claras, outras mais obscuras). O dia estava solarengo e de banca, partimos para as imediações do rio subterrâneo. À medida que nos afastávamos da vila, pudemos apreciar a beleza da costa: as colinas e montanhas, a vegetação, o mar de múltiplos azuis e  verdes, as rochas negras de calcário, semelhantes ao que vira anteriormente em Mulu. Devido a esta paisagem natural, a viagem foi de facto fascinante. 😀

IMG_0584 (FILEminimizer)     IMG_0661 (FILEminimizer)

Quando chegámos à costa, desembarcámos num bonito areal e depois de dois ou três minutos a andar num trilho rodeado de uma vegetação densa e luxuriante, apanhámos um novo barco, desta feita um pequeno bote de madeira. Desde o local onde se embarca neste barquito, até à entrada da caverna, a água é super cristalina e tem uma cor espetacular, uma mescla de verdes esmeralda e azuis. O rio tem oito quilómetros de comprimento, mas nestes passeios turísticos nem sequer se chega a percorrer metade do mesmo e apesar do passeio ter sido engraçado, graças ao nosso guia, politicamente incorrecto, não posso dizer que tenha sido mágico. Bonito e divertido, sim, mas não mais do que isso. Inclusivamente, posso afirmar que depois do regresso à vila/aldeia de Sabang, o melhor desta visita foram mesmo as travessias de banca naquele lindíssima paisagem.

P1040711 (FILEminimizer)     P1040716 (FILEminimizer)

IMG_0594 (FILEminimizer)    IMG_0604 (FILEminimizer)

IMG_0647 (FILEminimizer)

Depois de regressarmos, Maiju e Steow partiram para El Nido enquanto eu, o Denis, o Yannick e a Aline fomos fazer um trekking até à nascente do rio subterrâneo, com Bob (o guia local que conhecêramos na noite anterior) e Maria (uma amiga dele, de Manila). Todos juntos, fizemos uma viagem de um quarto de hora num apinhadíssimo tuk-tuk, até ao local onde começaria a nossa caminhada. No início do trilho, vimos verdes campos, colinas de rocha a emergir do solo e agradáveis montanhas. Depois embrenhámo-nos por uma selva, não demasiado densa, mas muito bonita, repleta de árvores com formas bastante originais, riachos e formações rochosas. Até que chegámos a um local que se assemelhava a uma colina, e com cuidado começámos a trepar, pois a mesma era bastante íngreme e as rochas muito afiadas.

IMG_0672 (FILEminimizer)    IMG_0682 (FILEminimizer)

IMG_0685 (FILEminimizer)    IMG_0688 (FILEminimizer)

IMG_0699 (FILEminimizer)

Quando chegámos ao topo, estanquei maravilhado, estávamos numa entrada de uma gruta que parecia saída dum mundo perdido e primitivo! No ar podia-se observar uma ligeira névoa, fruto do ar saturadíssimo e da humidade reinante e tal como em Mulu quase que acreditei em dinossauros! 😀 Depois de uns minutos de contemplação, descemos com cuidado – fruto do piso bastante escorregadio – até ao interior da gruta e daí pudemos observar toda a beleza da entrada, mas do interior para o exterior e todas as rochas e plantas que aí habitavam. Espetacular! Memorável! 😀 Novamente, pé ante pé subimos até à entrada e voltamos a descer a íngreme colina.

IMG_0714 (FILEminimizer)     IMG_0747 (FILEminimizer)

IMG_0751 (FILEminimizer)

Pela selva, regressámos ao local onde começáramos o trekking três horas antes, com os olhos, o coração e alma cheios! 😀 O regresso a Sabang, foi feito novamente num tuk-tuk apinhadíssimo e desconfortável, mas com um estado de espírito leve e alegre. Já na vila, demos um mergulho naquele mar de múltiplos azuis, que mais parecia uma sopa e deitado a flutuar naquele líquido quente, vi o dia a desfilar na minha mente qual uma película perfeita. De manhã a foz, à tarde a nascente. Em Sabang, o dia do rio! 😀

IMG_0759 (FILEminimizer)     IMG_0760 (FILEminimizer)

IMG_0763 (FILEminimizer)

Categorias
Crónicas Em trânsito Fotografia

Em trânsito: Boracay – Sabang. Travessia para Palawan

Depois do party Bum de Boracay, eu e o Denis tentámos seguir para a ilha de Coron, via San Jose (ilha de Mindoro), porém como apenas tínhamos barco dali a três dias, optámos por seguir para Iloilo no extremo sul da ilha de Panay e aí apanhar um barco para Puerto Princesa, já na ilha de Palawan. Contudo, depois de uma viagem bem apertada de aproximadamente sete horas, fomos informados já no cais, que barcos só no dia seguinte! :/ Foi assim que fomos obrigados a ficar vinte e quatro horas em modo de espera, na pouca interessante Iloilo.

IMG_0485 (FILEminimizer)

IMG_0478 (FILEminimizer)     IMG_0480 (FILEminimizer)

A travessia marítima para Puerto Princesa durou aproximadamente trinta e oito horas, porém o tempo até passou bastante rápido, fruto de termos conhecido algumas pessoas, com as quais passámos bastante tempo – Isabela (senhora Filipina), Steow (inglês), Maiju (Finlandesa), Yannick e Aline (um casal belga); de dormirmos duas noites a bordo; e da agradável paragem que fizemos na bonita ilha de Cuyo  aproximandamente oito horas – que psicologicamente fez uma enorme diferença positiva! 😀 Durante a travessia, para além de dormir e passar bastante tempo a conversar com as pessoas, aproveitei para atualizar o caderno e comi pela primeira vez uma famosíssima iguaria Filipina, o Balut  ovo cozido com um embrião de pato, parcialmente desenvolvido – conseguindo fazer rir alguns Filipinos com o meu entusiasmo e enojar o Steow com o que acabara de comer. 😛

    IMG_0495 (FILEminimizer)     IMG_0499 (FILEminimizer)

P1040661 (FILEminimizer)    P1040663 (FILEminimizer)

IMG_0508 (FILEminimizer)     IMG_0520 (FILEminimizer)

Quando chegámos a Puerto Princesa, já na ilha de Palawan, o grupo manteve-se unido (exceto a simpática Isabela) e junto seguiu para Sabang. Essa viagem, que durou apenas duas horas e uns pozinhos, foi uma das mais loucas e memoráveis até à data, pois todos sem execeção fomos sentados/deitados no tejadilho do jeepney (autocarro típico das Filipinas)! 😀 A partir desse espaço aberto em andamento, pudemos começar a observar a beleza da ilha (selva verde e densa) e já nas imediações de Sabang, vi bastantes arrozais viçosos, e colinas a emergir do solo, recordando imediatamente a paisagem maravilhosa e singular de Yangshuo/Xin Ping na China.

DSCN1778 (FILEminimizer)     DSCN1783 (FILEminimizer)

IMG_0527 (FILEminimizer)     IMG_0535 (FILEminimizer)

P1040689 (FILEminimizer)      IMG_0546 (FILEminimizer)

Uma vez que imaginava uma vila “perdida” no meio da selva, fiquei admirado por ver que Sabang afinal se localizava na costa, tendo o mar azulado/acinzentado a banhá-la e múltiplas montanhas em redor. 🙂 Quando saímos do autocarro, fomos recebidos por Mr. Horward, um americano que geria o Alport Resort e que nos levou aos nossos aposentos – um quarto tão “minúsculo” que apenas tinha quatro camas de casal no seu interior e uma casa de banho ensuite. À nossa frente, tínhamos o mar e um ambiente bastante sereno! 😉 À noite, todos juntos jantámos um delicioso e gigantesco red snapper grelhado, arroz, salada e fruta; e passámos o serão com Bob, um rastamen e guia local, com quem fomos beber uma cervejas e falar com alguns nativos. O final de dia perfeito, na chegada à ilha mágica de Palawan.     

P1040700 (FILEminimizer)      P1040704 (FILEminimizer)

IMG_0550 (FILEminimizer)     IMG_0556 (FILEminimizer)

IMG_0560 (FILEminimizer)

Categorias
Crónicas Em trânsito Fotografia

Em trânsito: Travessia para as Filipinas

Depois da travessia marítima absolutamente “fantástica” entre Makassar e Surabaya, aguardei durante dois dias e meio, pelo meu voo para as Filipinas. Durante esse tempo descansei um pouco; comprei alguns produtos de higiene pessoal que estavam a começar a escassear e um disco externo, no qual fiz um backup – isto antes do computador, ter um bug e ser novamente formatado!; desfiz e refiz a mala toda; juntei uma série de objetos – mapas, ikats e sarongs Indonésios e Timorenses, café de Java, as placas de madeira de Tana Toraja, o disco externo, pequenas rochas dos vários vulcões… – para enviar numa encomenda para Portugal, antes de sair do país (neste “processo”, foi fundamental a ajuda de um desconhecido, Mr. Benny, que andou comigo pela cidade até encontrarmos uma estação do correios, da qual eu pudesse enviar o caixote); para voltar a comer no Macdonald´s e para voar para Singapura, fechando o ciclo da Indonésia de um modo circular (quando cheguei ao país voei a partir de Singapura, no final acabei por regressar a Singapura). 🙂

IMG_0178 (FILEminimizer)      IMG_0195 (FILEminimizer)

IMG_0203 (FILEminimizer)

No moderno e organizado aeroporto de Chiangi passei toda a noite acordado, em modo de espera, pela manhã e pelo voo que me levasse ao meu novo destino. 🙂 Durante a travessia para as Filipinas vi uma paisagem azul: o céu, o mar, algumas ilhas… tudo era azul! Demasiado azul! 😛 Preenchi os papéis burocráticos da praxe, para entregar na chegada; escrevi no caderno; tirei duas ou três fotografias, aliás nove, dez, onze… a paisagem começou a “espetacularizar-se” com águas de múltiplos azuis, pequenas ilhas, bancos de corais e nuvens estupendas! 😀 Antes de chegarmos à ilha de Pannay (muito montanhosa do lado Oeste e repleta de campos verdes no lado Este), houve uma ligeira turbulência e pude ver do alto a massiva ilha de Mindanao. Na descida sobre o aeroporto de Kalibo, viam-se terrenos “alagados”, múltiplas palmeiras e na descida do avião encontrei um pequeno aeroporto e um clima tropical.

IMG_0228 (FILEminimizer)      IMG_0230 (FILEminimizer)

IMG_0232 (FILEminimizer)

Depois de recolher a bagagem, o processo de emigração foi um pouco lento mas simples, estava oficialmente nas Filipinas! 🙂 Nessa altura, como não consegui levantar dinheiro numa ATM, troquei alguns euros por pesos. Como na chegada estava cansado e não me apetecia complicações, paguei um transfer direto para a ilha de Boracay. A partir desse momento foi receber papéis, um autocolante e seguir na “manada” (sentimento do género “não quero saber das dificuldades da estrada, levem-me!”). Durante a viagem de bus até Caticlan dormitei, observei a paisagem, as casas e pensei que existiam muitas semelhanças com a Indonésia. Na chegada ao cais de Caticlan, consegui levantar dinheiro pela primeira vez no país e depois aguardei uns minutos pelo barco que me levaria até à ilha de Boracay. A curta travessia entre ilhas foi feita já com o astro rei em rota descendente. Quando cheguei ao hostel MNL era já lusco fusco. Tinha acabado de chegar à ilha de Boracay, a ilha do party BUM! 😉          

IMG_0235 (FILEminimizer)      IMG_0240 (FILEminimizer)

IMG_0246 (FILEminimizer)

Categorias
Crónicas Em trânsito Fotografia

Em trânsito: Rantepao – Surabaya. Boat days? F”$%&@& days!

Depois do casamento e de uma tarde tranquila, às 20.00 apanhei o autocarro de regresso a Makassar e na viagem de oito horas, ferrei-me a dormir. Às 4.00 já estávamos na cidade, porém até desembarcar, andámos uma hora para trás e para a frente a largar passageiros. Típico! 😉 Porém desta feita, fruto da hora noturna, ainda bem! 🙂 Na estação local, apanhei um ojek que me tentou enganar à descarada! Felizmente para mim, reconheci o nome da rua onde estava, conseguindo baixar o preço para menos de um terço do valor inicial e mesmo assim ainda lhe paguei mais do que se calhar devia, mas tudo bem… pelo menos o “sacaninha” era amistoso. 😛

IMG_0160 (FILEminimizer)     IMG_0161 (FILEminimizer)

Às 5.30 já estava na zona do porto e durante horas fui escrevendo no caderno até embarcar às 11.30, sendo o único momento de pausa, a compra de mantimentos (água, bolachas e tabaco). O barco era gigantesco e inicialmente não consegui perceber onde era o meu poiso, pois andava à procura de um camarote de segunda classe, quando afinal o que tinha era um bilhete para a classe económica! Como não era isso que esperava, fiquei chocado com a “suite” que encontrei – uma cama nas profundezas do navio – e depois de largar a bagagem, pus-me a mexer daquele cafunfo quente e escuro!

IMG_0164 (FILEminimizer)     IMG_0167 (FILEminimizer)

Rapidamente, tomei a decisão de tentar encontrar um local agradável para passar as minhas próximas vinte e quatro horas (no mínimo)! Felizmente no topo do navio, na cafetaria DEK VIII, encontrei um cafezito agradável e essa passou a ser a minha casa! Como nessa altura, ainda circulavam vendedores no barco que não iriam fazer a travessia, decidi voltar ao cafunfo por uma questão de segurança da bagagem e aí acabei por comprar alguma comida (dois ovos, dois bolos de arroz com feijão e dois bolos de arroz amarelado) e fiquei a dormitar até às 16.00, hora em que finalmente partimos rumo a Surabaya. Assim que a embarcação se fez ao mar, sai imediatamente em direção ao cafezito, ficando aí a escrever durante horas a fio, enquanto bebia uma coca-cola ou fumava um cigarro extemporaneamente. Apenas voltei à masmorra do dragão, para ir buscar comida e para ir dormir por volta das 21.00. Quando me deitei, estava um calooooooor dos diabos e nesse momento, não pude deixar de pensar “que m$%#& de sítio!”  Apesar do colchão não ser mau de todo, o calooooooooor era… sufocaaaaaaante! Uma autêntica sauna! Mas de borla! 😛

IMG_0169 (FILEminimizer)      IMG_0171 (FILEminimizer)

Levantei-me às 5.15, acordado pelos cânticos da mesquita do barco, mas depois percebi que devido à diferença horária entre a ilhas de Sulawesi e Java, eram afinal 4.15! Ora bolas! De qualquer modo, como estar deitado no cafunfo/masmorra/sala de tortura não me fascinava, aproveitei para ir até ao meu porto de abrigo, o “abençoado” cafezito! 🙂 Onde à semelhança do dia anterior, fiquei durante horas a fio e aí vi o nascer do dia, tomei o pequeno almoço e continuei a escrever até acabar de atualizar o caderno. Quando acabei essa “tarefa”, o sol brilhava no céu azul e passado pouco tempo conheci um rapaz indonésio que se chamava Hulk e que me deu umas dicas de como chegar à guesthouse.

IMG_0173 (FILEminimizer)     IMG_0174 (FILEminimizer)

Até chegar a Surabaya estive sem fazer nada de especial, descendo ao cafunfo para recolher a bagagem. Nesta viagem, até o desembarque que eu aguardava ansiosamente, foi MAU! Assim que as portas abriram, começaram a entrar pelo barco adentro pessoas a correr desalmadamente e nós, as pessoas que queríamos sair, tivemos que esperar que aquela torrente abrandasse! Enfim o pandemónio! E eu que já estava satisfeitíssimo com toda aquela viagem “paradisíaca”, quando sai do barco e pisei o solo de Surabaya estava com um “sorriso nos lábios”. Esta foi de looooooooooooonge a pior viagem de toda a Viagem!

Categorias
Crónicas Em trânsito Fotografia

Em trânsito: Kawah Ijen – Rantepao. Logros, Esperaaaaaaaaas e Sortes

Já na base do vulcão, despedi-me dos simpáticos Guillaume e Marianne, e regressei a Probolinggo com o meu “jarbas”. 🙂 Depois de chegar à cidade e de agradecer a boa organização do “passeio” (Mahkota Tour & Travel; Tel. 081 333 399 699; e-mail: mahkotatour@ymail.com), apanhei um autocarro para Surabaya, cujo valor ainda estava incluído no tour. 

IMG_9238 (FILEminimizer)     IMG_9251 (FILEminimizer)

IMG_9244 (FILEminimizer)

Na estação principal de autocarros da cidade e na agência de viagens, Linda Jaya Tour & Travel, percebi que a travessia para a ilha de Sulawesi teria de ser feita na ida de avião (apenas haveria barco dali a três dias) e que no regresso então, poderia vir de barco. Nesse local estive durante a tarde, a organizar as fotografias tiradas no vulcão Ijen, a atualizar a folha de despesas, a imprimir os bilhetes das viagens de avião e as confirmações dos hostels previamente marcados, tanto em Surabaya como em Boracay e… acabei por comprar a passagem marítima e aérea (o que se veio a revelar um grande erro, pois o simpático e afável Mr. Kustono, revelou-se uma pessoa desonesta, vendendo-me o bilhete de avião de tarifa económica ao preço da tarifa regular, isto depois de termos falado durante algum tempo de questões de honestidade! :/ Tenho a certeza que foi esta conversa, que me deixou mais triste com o logro).

IMG_9256 (FILEminimizer)     IMG_9259 (FILEminimizer)

IMG_9260 (FILEminimizer)

Parti então de autocarro para o aeroporto, onde cheguei por volta das 17.40 e a partir desse momento foi aguardar… aguardaaaaaaaaaar…aguardaaaaaaaaaaaaaaaaaaaar! O check-in da bagagem foi feito às 4.00 e durante a longa espera aproveitei para marcar mais duas noites em Surabaya, publicar no blog, falar via skype com algumas pessoa da minha família e finalmente embarcar, por volta das 6.00! Dormindo finalmente, durante a viagem. 🙂 Na chegada ao aeroporto de Makassar, já na ilha de Sulawesi, tive uma “sorte dos diabos”, pois conheci um nativo com quem partilhei táxi para o centro da cidade e no final da viagem, ele ajudou-me a comprar o bilhete para a cidade de Rantepao! 😀 Desse modo, às 9.30 já estava a bordo de um autocarro super luxuoso, com assentos que pareciam poltronas! 😉 Durante a viagem a pulseira que o Kristian me oferecera quebrou-se 😦 , escrevi o nome de duas ou três guesthouses existentes no meu destino – para quando chegasse, tentar encontrar um local barato – comi e dormi. A partir de certo momento da viagem, acordei e vi a bonita, verde e agradável paisagem de vales e montanhas a caminho da zona de Sulawesi, onde habita a tribo dos Tana Toraja. À cidade de Rantepao, coração da “Torajilândia”, cheguei já depois do pôr do sol, cansado mas feliz. A última semana no país, estava prestes a começar…      

IMG_9264 (FILEminimizer)

Categorias
Crónicas Fotografia

3 Dias e 2 Noites no Tour dos Vulcões

Ato II – Kawah Ijen e as Chamas Azuis

De regresso ao jeep fui reconduzido ao hotel, onde tomei o pequeno-almoço e recolhi a bagagem, antes de voltar à cidade de Probolinggo, onde o grupo que tinha vindo comigo no dia anterior se fragmentou todo. Nesse momento, fiquei apenas na companhia de um casal bastante simpático de franceses (Guillaume e Marianne), com quem parti numa pequena carrinha, até às “imediações” de Kawah Ijen. Durante cinco horas, estivemos sempre acompanhados por música indonésia e uma condução acelerada e amalucada. 🙂 Inicialmente seguimos junto à costa, vendo arrozais e pequenas vilas, e depois à medida que subimos na direção de Bondowoso, observando árvores gigantes, pinheiros muito antigos, plantações de café, vegetação verdejante e sentindo uma temperatura fresca e agradável. A paisagem era de facto espetacular, e fiquei com a certeza que esta era uma das estradas mais bonitas, que percorri durante os meses que estive no país. Na aldeia de Jampit, ficámos hospedados na Arabic Homestay e tal como no dia anterior, fiquei alojado num quarto agradável e no qual me deitei bastante cedo.

IMG_9023 (FILEminimizer)      IMG_9031 (FILEminimizer)

IMG_9045 (FILEminimizer)      IMG_9047 (FILEminimizer)

À 1.00, já com as mochilas no carro partimos para o Ijen, onde conhecemos Mr. Bain que ao longo da noite, revelou ser um dos melhores guias que tive no país! E possivelmente em toda a viagem! 😀 Os três quilómetros, a subir até à cratera foram feitos em ritmo Plan Plan (devagar) e até esse momento, pouco ou nada há que relatar. Porém, quando chegámos à cratera tudo mudou e do local onde nos encontrávamos víamos ao longe um fogo azul bruxuleante, fruto da extração do enxofre! Entusiasmados, seguimos o Mr. Bain, cratera abaixo e nessa altura recebemos máscaras, do género “Darth Vader” para suportarmos o fumo e os gases tóxicos – caso fosse necessário. À medida que nos fomos aproximando, fomos vendo as chamas cada vez maiores e quando chegámos às proximidades, vi algo único e singular à minha frente. Fogo azul, no meio da escuridão a arder! Espetacular! Belo! Na altura, em que observávamos aquele “fogo de artifício” natural, tivemos bastante sorte pois o vento estava a soprar o fumo noutra direção, ou será que não foi sorte, mas antes um feitiço do Mr. Bain, o feiticeiro branco do Ijen!? 🙂

IMG_9055 (FILEminimizer)      IMG_9075 (FILEminimizer)

IMG_9077 (FILEminimizer)      IMG_9109 (FILEminimizer)

No caminho de regresso ao topo da cratera, vimos alguns grupos de turistas a descer qual uma centopeia luminosa e ficámos muito satisfeitos porque enquanto os outros grupos iam a caminho, nós já estávamos a regressar. 🙂 Na cratera, fomos para um ponto mais elevado e aí, no silêncio quase absoluto da noite, vimos o progressivo aparecimento da luz do dia, as chamas azuis a arderem, o fumo a sair da cratera , o lago azul a ganhar cor, as estrelas a desaparecerem e o vulcão a passar do negro absoluto para vermelhos e castanhos! Belo! Belíssimo! Grandioso! 😀 E se o Bromo no dia anterior, já tinha sido bom, o Ijen neste dia deu “cabazada”. 😉 No caminho de regresso, o amanhecer estava carregado de cores suaves, e na despedida do Ijen, vimos outros vulcões à nossa volta, entre eles o Gunung Raung, que na primeira vez que estive em Yogyakarta, fez kabuuuuuuum! Obrigando-me a seguir mais cedo do que o previsto para a ilha de Kalimantan.

IMG_9112 (FILEminimizer)      IMG_9125 (FILEminimizer)

IMG_9136 (FILEminimizer)      IMG_9155 (FILEminimizer)

IMG_9152 (FILEminimizer)

P.S. Java é de facto uma ilha abençoada, pelos deuses dos vulcões e o Kawah Ijen é um local magnífico. Observar as chamas azuis noturnas, foi sem dúvida, uma das MAIORES experiências que tive na Indonésia e em toda a viagem! 😀 E se existe algum lado negro a apontar, só se pode referir do lado “social” do vulcão e dos homens que carregam, cestos de cerca de oitenta quilogramas de enxofre aos ombros e às costas, mais do que uma vez por dia!! Recebendo cerca de 0,50€ por cada quilograma transportado! Trabalho pesadíssimo, que não dá saúde a ninguém… 😦

IMG_9165 (FILEminimizer)      IMG_9233 (FILEminimizer)

IMG_9237 (FILEminimizer)      IMG_9169 (FILEminimizer)

IMG_9215 (FILEminimizer)

Categorias
Crónicas Em trânsito Fotografia

3 Dias e 2 Noites no Tour do Vulcões

Ato I – O Monte Bromo e a Bruma

Em Surakarta, como previamente combinado, passou uma carrinha para me ir buscar e do primeiro dia do tour não há muito a dizer. Apenas, que fiz uma longa viagem de cerca de dez horas pelas estradas meio loucas da Indonésia, entre Surakarta e Ngadisiri (onde ficava o hotel Sion View, já nas imediações do vulcão Bromo e ao qual cheguei por volta das 21.00).

IMG_8807 (FILEminimizer)      IMG_8809 (FILEminimizer)

Às 3.00 já estava acordado, à espera que passasse um jeep que me levasse até ao miradouro de Pananjakan (2706 m) e quando lá cheguei, depois de uma viagem bastante apertada e cheia de solavancos, encontrei um nevoeiro espesso que cobria todo a paisagem. “Oh diabo!” De qualquer modo, acabei por não ficar irritado com a situação, afinal a natureza é soberana e aguardei pelo nascer do dia.

IMG_8825 (FILEminimizer)     IMG_8843 (FILEminimizer)

A verdade, é que com um cenário inicial tão “negro”, as minhas melhores expectativas foram largamente superadas! 😀 Uma vez que a visibilidade apesar de não ser perfeita, permitia ver o grande Gunung Semaru (3676 m), a enorme cratera do Bromo (2392 m), o pico do Gunung Batok (2440 m), a bruma a correr velozmente no céu e a paisagem a alterar-se a cada segundo. Misterioso! Belo! A beleza do “mistério”!

IMG_8860 (FILEminimizer)     IMG_8901 (FILEminimizer)

Quando deixei o miradouro voltei a montar o jeep e parti para as proximidades da enooooooooorme cratera do Bromo. Quando chegámos, já existiam inúmeros jeep´s estacionados na bela e desolada planície de areia negra, com montes verdes seco em redor. Saí de dentro do veículo, partindo em alegre romaria rumo à cratera, juntamente com outros turistas que se deslocavam a pé ou a cavalo e subi os degrau que levavam ao topo.

IMG_8904 (FILEminimizer)     IMG_8906 (FILEminimizer)

IMG_8910 (FILEminimizer)     IMG_8917 (FILEminimizer)

IMG_8934 (FILEminimizer)

Aí, apesar do vulcão não ser muito alto, encontrei uma cratera larguíssima e fumegante, e vi múltiplas dunas de areia negra e belas! Os muito turistas que se encontravam no vulcão, ajudavam a perceber a grandiosidade e a dimensão da paisagem! E quando me preparava para subir ao ponto mais elevado da cratera, o vento começou a soprar vapores sulfurosos, obrigando-me a voltar para trás, sendo relembrado pela natureza e pelos deuses do fogo, que um vulcão é isso mesmo! Um vulcão! E não um parque de diversões montado, para nosso belo prazer.

IMG_8947 (FILEminimizer)       IMG_8972 (FILEminimizer)

IMG_8958 (FILEminimizer)      IMG_8961 (FILEminimizer)

IMG_8966 (FILEminimizer)     IMG_8988 (FILEminimizer)

IMG_8998 (FILEminimizer)    IMG_9011 (FILEminimizer)

IMG_9016 (FILEminimizer)

Categorias
Crónicas Em trânsito Fotografia

Surakarta. Templos e Resoluções

Momentos antes de apanhar o comboio para Surakarta, marquei um quarto no hotel Griya Surya aproveitando a ligação wi-fi da estação 🙂 e na chegada à cidade, o mesmo não desiludiu – limpo, bom colchão, ar condicionado, internet e pequeno-almoço incluído – sendo o único fator menos positivo a distância (cerca de cinco quilómetros) para o centro “histórico”.

IMG_8571 (FILEminimizer)      IMG_8573 (FILEminimizer)

Na saída da guesthouse e depois de comer um bakso absolutamente divinal, o meu primeiro passo foi tentar encontrar agências de turismo para marcar o tour dos vulcões, porém rapidamente percebi que na cidade não havia muitas opções e que os preços encontrados em Yogyakarta eram muito mais competitivos (ver explicação no post scriptum). Continuei a caminhar até à avenida principal da cidade (Jalan Brigjen Slamet Riyadi) e por sorte encontrei uma agência de turismo, onde conheci o Mr. S. com que negociei longamente uma ida aos templos de Sukuh e Ceto, na manhã seguinte. Assim que este assunto ficou resolvido, liguei ao Mr. Ari (agente em Yogyakarta) a marcar o tour com a sua companhia, e a partir daí a minha semana ficou praticamente decidida.

IMG_8578 (FILEminimizer)     IMG_8593 (FILEminimizer)

IMG_8620 (FILEminimizer)     IMG_8603 (FILEminimizer)

IMG_8587 (FILEminimizer)     IMG_8793 (FILEminimizer)

IMG_8787 (FILEminimizer)      IMG_8804 (FILEminimizer)

IMG_8806 (FILEminimizer)

No restante tempo que estive na cidade de Surakarta, visitei o interessante mercado de antiguidades, fiz uma visita “semi guiada” ao Keraton Pura Mangkunegaran, comi deliciosa comida tradicional, abriguei-me várias vezes da chuva insistente e persistente, resolvi alguns assuntos importantes que estavam pendentes (marcação do voo para as Filipinas; de um hostel magnífico na ilha de Boracay e de outro na cidade de Surabaya, na noite anterior à partida), mas principalmente visitei a agradável e misteriosa paisagem nas encostas do Gunung Luwu (a temperatura mais fresca, o nevoeiro, as plantações de chá e de vegetais, as florestas de pinheiros…) e os templos que lá se localizam (no Candi Ceto, o destaque foram as múltiplas e engraçadas crianças que se encontravam no local a fazer uma visita de estudo; e quanto ao Candi Sukuh, que não achei nada erótico, destaco os relevos dos deuses e das deusas, as formas piramidais e a neblina existente). Depois da visita a Surakarta e arredores, o tour dos vulcões estava prestes a começar… 🙂

IMG_8639 (FILEminimizer)     IMG_8643 (FILEminimizer)

IMG_8718 (FILEminimizer)     IMG_8680 (FILEminimizer)

IMG_8646 (FILEminimizer)      IMG_8651 (FILEminimizer)

IMG_8726 (FILEminimizer)     IMG_8738 (FILEminimizer)

IMG_8748 (FILEminimizer)      IMG_8771 (FILEminimizer)

IMG_8754 (FILEminimizer)      IMG_8781 (FILEminimizer)

IMG_8752 (FILEminimizer)

P.S. – O turismo nas ilhas de Java e de Bali está montado, de modo ao vulcão Bromo ser um ponto intermédio nos grandes fluxos turísticos existentes: Yogyakarta – Bromo – Bali ou inversamente Bali – Bromo – Yogyakarta, e o que está entre estes locais “chave” cai no vazio/esquecimento (que é o caso da cidade de Surakarta).