O Gunung Rinjani – pode encontrar mais aqui -, segundo vulcão mais alto da Indonésia – 3726 metros -, foi a minha ascensão mais elevada no país e uma das mais maravilhosas! À medida que a noite perdeu fulgor e intensidade, o Rinjani começou a revelar toda a sua beleza… o sol surgiu aos poucos e iluminou progressivamente, vales, montanhas, a cratera, o lago e o oceano; as nuvens que corriam no céu, formavam-se e dissipavam-se, e eram ora fiapos, ora camadas densas de “algodão doce; as cores mudavam de intensidade a cada instante fruto da luz que se intensificava e a paisagem era uma paleta rica: os negros e ocres na cratera do vulcão; múltiplos azuis no lago, no oceano e no céu; brancos e cinzas nas nuvens; verdes e castanhos nas florestas, vales, árvores, vegetação e montanhas; e toda a panorâmica envolvente que era absolutamente inesquecível – vales e montanhas, coroadas pela visão do poderoso vulcão de Bali – o Gunung Agung – e de três “pontos” no oceano, as Gili. Um festim para os olhos, um estrondo monumental para os corações, na despedida da ascensão até ao cume, de um dos vulcões mais belos da Indonésia! E uma das paisagens mais fascinantes e encantadoras de toda a minha vida!
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A ilha de Gili Air – pode encontrar mais aqui – ficará para sempre recordada como um local de pessoas: Cécile, Peter e Agus, Cécile “II”, Francis, Mark, Amza e Justine, Monika, Bruno, Debora e Jason. Durante os dias, fizemos snorkeling e vi bonitos e coloridos corais, muitos peixes, uma tartaruga e um peixe-leão, andei descalço, ri-me e diverti-me muito com o Manu, com a Debora e o corrosivo humor espanhol de ambos, comemos comida deliciosa e sumos divinais, percorri a ilha a pé em todo o seu perímetro na companhia do Manu, observámos águas cristalinas de múltiplos azuis e a beleza do vulcão Agung que se assemelhava a uma pintura suave e delicada. Vida tranquila… vida simples… vida feliz!
Uma Geografia. Uma Fotografia: Bedegul
Nos dias que estive em Bali na companhia de Manu, fui duas vezes até Bedugul – pode encontrar mais aqui – em busca do templo Ulun Danu. Na primeira tentativa estava um nevoeiro tão espesso, que se revelou impossível fazer a visita. Na segunda, tivemos mais sorte mas o local revelou-se uma enorme deceção, que o Manu resumiu na perfeição: “este templo não merecia uma visita, quanto mais duas!”. Porém, como nem tudo em viagem se resume felizmente, a visitas a templos e palácios, à medida que viajámos para norte tivemos a felicidade de encontrar verdes arrozais, observar os estéticos e imaculados trajes tradicionais e a bonita arquitetura balinesa, em que as casas tem tantos elementos associados ao hinduísmo que se chegam a confundir com a incrível quantidade de templos existentes, mas principalmente, pudemos contactar pela primeira vez com os educados e simpáticos balineses, fora da profana zona de Kuta.
Durante a ascensão ao vulcão Marapi – pode encontrar mais aqui – em apenas três quilómetros o sol deu lugar ao nevoeiro, seguindo-se uma chuva que se intensificou progressivamente. O trilho apesar de escorregadio e lamacento nalgumas zonas, era fácil de seguir, não deixando grande margem para equívocos. À medida que fomos subindo a temperatura desceu consideravelmente e a vegetação que foi possível observar praticamente até ao cume, extinguiu-se, tornando-se a paisagem desértica e lunar, repleta de pequenas pedras. A partir da zona onde a vegetação desapareceu, começámos a seguir as assinaturas grafitadas nas rochas e um trilho de lixo. Aliás, se existe algum defeito a apontar ao trekking é: “para não se perderem e chegarem a bom porto, sigam o trilho do lixo!” Quando chegámos ao pico – 2891 m – estávamos completamente imersos em neblina mas muito felizes, afinal o objetivo tinha sido cumprido. Já na fase descendente e de forma repentina o vento soprou o nevoeiro e as nuvens para fora do topo e pudemos ver o castanho das rochas, o verde vale e as planícies, Bukittinggi a iluminar-se, as encostas escuras do vulcão e eu recebi o meu presente de aniversário…
No lago de Maninjau – pode encontrar mais aqui – tive a companhia de Manu e juntos observámos as mudanças fascinantes da paisagem – os dias amanheciam claros, radiosos e dourados e à medida que as horas passavam o céu começava a cobrir-se de nuvens e sombras, a ponto de parecer que estávamos num local, completamente distinto; visitámos uma cascata no meio da floresta, na qual tomámos banho pelados e para lá chegar percorremos um trilho verde e lamacento, junto a um pequeno riacho; comunicámos com uns camponeses no meio de um arrozal, graças ao seu i-phone… em Maninjau, tive a oportunidade de falar muitas horas com o Manu e ver quão semelhantes somos em tantas coisas, mas principalmente ao ouvir parte da sua história de vida, ganhei a noção de como as pessoas podem realmente mudar.
Terminada a longa odisseia cheguei finalmente ao meu destino, a ilha de Tanahmasa – pode encontrar mais aqui – onde na praia fui recebido por crianças sorridentes e curiosas. Na ilha fiquei alguns dias na companhia de Luke e durante esse tempo, deambulei sem objetivos; vi e tirei algumas fotografias a uma paisagem bela de selva, coqueiros, praias de areia branca, dourada e coral partido, reflexos de céu espelhados em pequenas piscinas naturais, mar de múltiplos azuis e verdes; barcos; canoas e pescadores; senti tranquilidade e sossego; passei por pequenas aldeias, onde cumprimentei muitas pessoas amistosas e curiosas; visitei escolas, repletas de crianças às quais tirei retratos e senti a sua alegria infantil; fiz snorkeling algumas vezes e vi a beleza do sol a penetrar na água e a espalhar reflexos e cores, a perfeição dos tubos das ondas a serem formados, alguns peixes coloridos… a ilha de Tanahmasa, ficará para sempre guardada no meu coração como um paraíso escondido, um local dentro do mundo, mas que praticamente foi esquecido por este.
Depois da visita feliz ao lago Toba, parti numa odisseia – pode encontrar mais aqui – para chegar à ilha de Tanahmasa. Sibolga representou a cidade costeira onde contactei o simpático Mr. Beng Beng – um amigo de Luke – que foi o meu “jarbas” na cidade e me ajudou a comprar o bilhete para o ferry que estava de partida para a ilha de Nias.
Singapura – pode encontrar mais aqui – foi diferente dos países anteriores, havendo características que rapidamente sobressaíram: a limpeza, a organização, a meticulosidade, a eficiência, a riqueza…. à medida que fui circulando nesta Big Town Country, encontrei inúmeros cartazes de proibições, algumas delas bizarras – como o caso das pastilhas elásticas – batizando, por esse motivo, Singapura como o país das multas – Fine Country. Nesta cidade/país, deambulei livremente e visitei a vibrante e colorida Little India; a plástica e pouco autêntica, Chinatown; a moderníssima zona do centro financeiro; os maravilhosos parques e jardins; a curiosa e “macabra” How Par Villa e a hiper turística ilha de Sentosa.
Uma Geografia. Uma Fotografia: Malaca
Em Malaca – pode encontrar mais aqui – essa histórica terra de sultões malaios, portugueses, holandeses, britânicos e posteriormente chineses e indianos estive durante três dias. Na quente, sonolenta e turística cidade património da UNESCO, deambulei encontrando bonitos museus, o jardim da coroação, a Porta de São Tiago – A “Famosa” – e as ruínas da Igreja de São Paulo. Na margem oeste do rio, encontrei uma faceta mais moderna, onde se destacaram bonitas casas de fachadas coloridas, grandes e belos antiquários e a rua da harmonia onde numa curta distância existe, o templo hindu mais antigo do país, Sri Poyyatha Vinayagar Maarthi, a mesquita de Kampung Kling e o templo chinês de Cheng Haan Teng. Quando me despedi de Malaca e da Malásia, senti-me orgulhoso por ser Português.
Taman Negara – pode encontrar mais aqui – é o maior e mais importante parque natural de toda a Malásia, uma vez que aí que se localiza a floresta primária mais antiga de todo o planeta. No parque natural, experienciei um trekking me levou para um reino de humidade elevadíssima, sanguessugas, suor abundante, lama, riachos e travessias em estreitas pontes, clorofila, árvores milenares, serpentes venenosas, rochas estranhas e belas. Penetrando cada vez mais profundamente na selva, pernoitei na deserta e grande caverna de Kepayang Besar, sendo essa uma das noites mais primitivas e memoráveis de toda a viagem – os morcegos, as sombras projetadas nas paredes da caverna, a fogueira, a partilha ao serão, o ambiente íntimo e a solidão de estarmos completamente sós naquele pedaço de selva. A selva antiga e primitiva de Taman Negara!






