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Semporna. A Imundice e a Dignidade

Se a viagem de Kinabalu para Sepilok já me tinha revelado a face negra do Bornéu com a visão de hectares e hectares cobertos de palmeiras, que geram o lucrativo óleo de palma… o que dizer do caminho entre Sepilok e Semporna? No mínimo… desolador! 😦 As palmeiras estendiam-se em todas as direções e até onde os meus olhos conseguiam alcançar.

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A chegada a Semporna revelou a cidade mais suja e deprimente que vi na vida. Lixo às pazadas espalhado pelo chão e pelas águas, crianças encardidas e descalças e um cheiro intenso a fruta em decomposição. O primeiro impacto, não foi de fácil digestão. Assim que penetrei na parte mais central da cidade, fui à escola de mergulho onde falei com Jerry e depois de lhe mostrar o tornozelo, o seu veredito tirou-me toneladas de cima! Podia mergulhar… 😀

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Como o curso apenas começava no Domingo, tive um dia e meio para repousar, escrever e passear na cidade, onde apesar de toda a sujidade me deparei com sorridentes crianças, pessoas pobres mas simpáticas e afáveis, barcos coloridos, mercados de peixe – seco e fresco – mais lixo, trânsito caótico, uma bonita mesquita verde-alface e… com uma realidade crua e sem qualquer tipo de máscaras ou filtros. A dignidade humana conferiu à cidade uma profundidade, que poucas vezes senti na vida.

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Kinabalu. Ascensão Infinita

Epílogo

Em termos turísticos Kinabalu é um dos grandes negócios dourados de Sabah e nenhum agente turístico no seu perfeito juízo, irá promover a ascensão num dia, afinal os pacotes turísticos giram à volta da estadia super dispendiosa em Laban Rata, que em termos de esforço físico – mas não distância – fica sensivelmente a meio caminho do cume da montanha. Para além disso e já no interior do parque natural também não há ninguém que promova esta possibilidade, contudo se já partirmos informados, ninguém nos irá mentir acerca da mesma.

Para quem não gosta de fazer planos com meses de antecedência, quer gastar uma exorbitante maquia e gosta de desafios físicos, o que posso dizer é… a ascensão de Kinabalu num dia é possível mas depende de vários fatores. Alguns dependem de nós e outros – tais como as condições meteorológicas – estão completamente fora do nosso alcance, desse modo… para completar a ascensão não é necessário ser nenhum super herói ou heroína, porém é preciso estamina, força de vontade e alguma sorte.

Mesmo que se cumpram as “barreiras” temporais: três horas para chegar a Laban Rata e se atinja o pico antes das 13.00 – cinco horas desde o início do trekking – tal não significa que a ascensão esteja garantida. Basta que os rangers do parque decidam que as condições meteorológicas não são aceitáveis e… fim do “jogo”. Basta o nosso guia decidir que estas mesmas condições se degradaram muito rapidamente – vento, chuva, nevoeiro – e… fim do “jogo”. Enfim, existe um enorme leque de variáveis desconhecidas na equação de Kinabalu que podem ditar o fim da ascensão e caso exista cancelamento durante a mesma, não há direito a reembolso. Por isso é fazer “figas” e esperar o melhor… mas quem estiver disposto a arriscar, a recompensa será de certo grandiosa… 😀

P.S. – A ascensão num dia é um assunto sério e deve ser feito sob a supervisão de um guia. Nem sequer pensem em fazê-lo sem o mesmo e por conta própria. Tal representa uma monumental falta de respeito para com a montanha e para com a vossa vida.

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Crónica de Palavras Nunca Antes Pronunciadas

No aeroporto tivemos de despedir-nos por um período indeterminado e abraçados durante uns minutos o tempo congelou. Foi neste local que as coisas foram difíceis e eu senti o coração a apertar… apertar. As despedidas nunca são fáceis! Queremos manter as pessoas que gostamos por perto, mas existem momentos da nossa vida que fisicamente tal não é possível, pois para se estar num local não se consegue estar no outro. Parece que nesta vida não há nada de borla e que há sempre um “preço” a pagar por tudo! O que fizemos, o que fazemos, o que queremos fazer… viajar é muito bom, mas também é duro! Afasta-nos de quem gostamos, mas simultaneamente pode fazer-nos sentir mais gratos pelo que temos e por sabermos que há pessoas que gostam de nós… mesmo separadas por mares e oceanos de águas azuis e cristalinas e praias de areia branca! O coração e a memória ajudam a manter a “chama” viva…

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Dias em Pangkor? Tranquilos!

Os dias em Pulau (ilha) Pangkor foram… muito, muito tranquilos e depois de toda a azáfama das ilhas do sul da Tailândia soube bem chegar a um local muito mais pacífico, relaxado e não ser incomodado de cinco em cinco segundos por vendedores ambulantes, à semelhança de Koh Samui. 🙂

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Na praia, a maioria das pessoas que encontrámos eram nativas do país e foi muito interessante observar que o tipo de brincadeiras praticadas não se altera, independentemente de estarmos na presença de uma sociedade islâmica e claramente marcada pela religião. 🙂

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Nos dias que aqui estivemos aproveitámos para tomar banhos de sol na praia – que apesar de não ser tão bonita como as existentes nas Phi Phi, era agradável – e na piscina do hotel; comer deliciosos e frescos peixes grelhados; começar a conhecer os sabores da comida malaia; escrever no caderno; ver macacos a invadirem as varandas em busca de comida fácil e pela primeira vez tucanos em liberdade; assistir ao quase afogamento de uma criança – na piscina – e comprovar como este pode ser rápido, silencioso e potencialmente letal :/ ; comer frescos gelados e partir em direção à capital… Kuala Lumpur, de seu nome. 🙂

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Aprendizagens Made in Tailândia

Depois de chegar a Pulau Pangkor e de “meditar” sobre a atribulada viagem, resolvi fazer uma pequena súmula sobre a Tailândia. A famosa terra dos sorrisos está claramente dividida em duas e a fronteira encontra-se em Bangkok, a capital. Se no norte, ainda somos tratados com um certo respeito, no sul não passamos de um porta-moedas andante. :/

Durante os dias que estive no país, não houve uma única viagem que possa ser considerada “normal”! E no sul, o “sistema” montado em torno dos transportes parece uma malha de aço! Aqui não vale a pena inventar. Os transfers entre a Tailândia continental e as ilhas que envolvam múltiplos meios de transporte – autocarros, carrinhas, barcos, ferries, tuk-tuk´s… – serão sempre mais baratos se comprados numa agência, em vez de fazer a viagem troço a troço e comprar os bilhetes por nossa conta, tal não significa que todas as agências vendam os transfers aos mesmos preços, valendo sempre a pena indagar.

O famoso “sistema” é de tal modo complexo e intrincado que durante quase todas as viagens os comprovativos/recibos de compra desaparecem no bolso de alguém e são trocados por outros papéis e autocolantes. Com esse simples gesto, desaparece a evidência da existência de turistas no sul do país. :/

Para além do que referi nos parágrafos anteriores, fiquei com a certeza que um local/paisagem podem ser o paraíso mas que os habitantes podem arruinar a experiência, ou alternativamente torná-la maravilhosa – que não foi o caso! 😦 E na despedida da terra dos sorrisos, fiquei com a sensação de não querer regressar! Pelo menos ao sul e às suas mafiosices constantes!

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Em trânsito: Bangkok – Koh Tao. Máfia Legal

Na estação de comboios de Bangkok, tanto no dia em que comprámos o bilhete, como no dia em que partimos da cidade, houve sempre um funcionário “diligente” a querer vender-nos um bilhete para um barco rápido e para os transfers entre a estação de comboios e o cais. Aliás, no dia da compra esse bilhete até estava combinado com o bilhete de comboio. :/

Chegar à ilha de Koh Tao revelou-se um verdadeiro e exasperante quebra-cabeças. Depois da viagem de comboio noturna – que desta feita não teve surpresas, “chocantes”, pois comprámos um bilhete para segunda classe – chegámos à cidade de Chumphon onde nos deparámos e enfrentámos o maior lobby, aliás máfia legal que já vi(mos) até ao momento na viagem. :/ Mas vamos aos factos…

Os nossos problemas começaram logo ao sair da estação, pois ao perguntar a um condutor de tuk-tuk quanto ele cobrava para nos levar até ao cais, ele perguntou-nos pelo bilhete do barco rápido! Respondemos-lhe que não o tínhamos e ele disse-nos para o comprarmos na estação de comboios, fizemos sinal que não e ele devolveu-nos o mesmo. “Ridículo!” (pensei na altura).

Seguimos de mochilas às costas caminhando por Chumphon na tentativa de apanharmos um meio de transporte (autocarro, tuk-tuk, táxi…) para o cais tudo servia desde que o valor que nos pedissem não fosse “estapafúrdio”. Já na avenida principal da cidade, fomos perguntando por barcos, ferries, cais… mas ninguém parecia muito interessado em ajudar-nos, nem sequer os condutores de tuk-tuk, que costumam ser muuuuuuuuuuuuuuito voluntariosos e “altruístas”, queriam nada connosco. Estranho! :/ Parecia que tínhamos uma doença altamente contagiosa e perigosa.

Até que um tuk-tuk parou perto de nós e quando dissemos a fórmula mágica: “Pier, ferry, Koh Tao”, pegou no telemóvel, começou a fazer uma chamada e depois passou-mo para a mão, encostei-o ao ouvido e disse: “Yes?”. Na resposta: ”Lomprayah assistance. Today you still have a boat at 1PM. Do you want to buy the ticket?”, tirei o telemóvel do ouvido, devolvi-lho e fiz sinal ao motorista que não. Estava chocado! :/ E contei o episódio à M.

Tudo começava a fazer sentido, a companhia Lomprayah controlava todo, ou quase todo mercado e estendia os seus tentáculos desde Bangkok – no momento da compra de um simples bilhete de comboio – até aos transportes locais de Chumphon! Quando um peixinho sai da rede, convém apanhá-lo o quanto antes e este “pescador” estava a revelar-se implacável e a encostar-nos ao fundo…


 Notas Finais

Nunca tinha visto, nada assim! Uma empresa, com a conivência das autoridades, a tomar conta duma cidade e ter o monopólio de um negócio, que neste caso é o negócio de transportes, entre Bangkok e as ilhas da costa Este: Koh Tao, Koh Pha-ngan e Koh Samui. Impressionante! 😦

Depois de encostados ao fundo, tivemos mais umas horas de odisseia em Chumphon e arredores. No final acabámos por chegar a Koh Tao… no famoso barco rápido, da Lomprayah! Mas pagando mais e perdendo mais tempo do que se o tivéssemos feito em Bangkok! Caricato! Mas serviu de aprendizagem!

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Tiger Kingdom

A dez quilómetros de Chiang Mai, eu e o Kristian começámos a avistar umas placas a assinalar Tiger Kingdom e antes de chegarmos à entrada estivemos a conversar durante uns minutos, para decidir se entrávamos ou não. Eu disse-lhe que pela descrição de Max  – um alemão que conhecemos em Pak Beng  não tinha muita vontade de ir, mas caso fosse, era para ver o local com os meus olhos e depois relatar a minha experiência. O Kristian por sua vez disse que tinha curiosidade de ver os pequenos tigres, pois uma amiga tinha-lhe relatado maravilhas desse encontro.

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Depois de esgrimidos os nossos argumentos, dirigimo-nos à entrada onde verificámos que para entrar na jaula dos mais pequenos tínhamos de pagar o bilhete mais caro, mas como entrar nas jaulas dos maiores e fazer-nos passar por hércules” não era o nosso objetivo, fomos visitar as crias sem nos importarmos com essa diferença – que diga-se em abono da verdade não era assim tão elevada. No entanto antes de entrarmos tivemos de assinar uns papéis de termos de responsabilidade e seguros. Já na zona dos benjamins tivemos de lavar as mãos, descalçar-nos e ler uma série de regras e avisos que devíamos cumprir enquanto, estivéssemos em contacto com eles, por exemplo: podíamos tocar-lhes, mas não na cabeça; não devíamos brincar com eles e “atiçar” o seu lado mais selvagem; fotografias sem flash.

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A experiência foi engraçada. As pequenas crias são de facto adoráveis e as suas patas felpudas e gordas um must! 🙂 É giro ver como mesmo as crias têm patas tão poderosas e como o seu instinto já está vivo mas sem grande controlo. Nos quinze, vinte minutos que estivemos mais próximos deles deu para sentir a patita felpuda e “gorda”; vê-los brincar/praticar com os seus pares – mordiscar orelhas, ferrar os dentes, agitar as patas, engalfinharem-se uns nos outros de forma caótica e desordenada; observar o seu belo e lustroso pêlo e os seus olhos vivos. Apenas houve um momento que me deixou com uma sensação estranha e não muito confortável e aconteceu quando observei os olhos de uma cria enquanto ela estava no limbo entre dormir e acordar. Os seus olhos pareciam ausentes, baços e vazios como se a cria estivesse perdido toda a sua alma e vitalidade. Foi estranho! :/ Mas como foi caso único penso, quero pensar que a cria estava apenas a dormitar e que não estava drogada!

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Quando saímos da mini-jaula voltámos a calçar-nos e a lavar as mãos e seguimos pelo reino dos tigres apenas observando os tigres maiores do exterior das jaulas. Alguns deles pelo seu comportamento – andar repetidamente ao longo da jaula – apresentavam sinais claros de uma doença mental típica de espaços confinados; outros tinham os olhos vivos e brilhantes e estavam tranquilos, e outros brincavam com um tronco de aproximadamente três metros de comprimento, dentro de água. 🙂

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Os tigres são animais com uma envergadura impressionante e uma presença poderosa e massiva, impondo na mesma dose e proporção, respeito e admiração. Acredito que ver uma criatura destas no seu habitat seja capaz de gerar emoções suficientes capaz de ressuscitar um morto, vê-los assim em cativeiro a servir de adereços para “hércules e herculinas” humanas provarem a sua “bravura e coragem”, não me agrada, fascina, atrai ou tem qualquer significado. Aliás, até significa mas no pólo negativo, porque está-se a reduzir um animal magnífico a um momento egocêntrico e de puro exibicionismo. 😦

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E para mim o relato do Reinos dos Tigres acaba aqui, porque a questão dominante de: os tigres estão ou não drogados? É complexa e de difícil ajuizamento. Houve alturas que pensei que sim, outras que não e no final saí sem certezas relativamente à questão. O que posso afirmar é que não gostei da “energia/vibração” do local, mas não me arrependo de lá ter ido, pois nem sempre uma pessoa paga e obtém uma boa experiência. Paguei, vi com os meus olhos e senti a atmosfera do local e isso foi suficiente para fazer valer a pena a ida ao Reino dos Tigres e dos Hércules.

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Em trânsito: Luang Prabang – Huay Xai. Pelo Mekong Acima

Prólogo. Autocarro Noturno para Prabang

Em Vientiane apanhei um autocarro noturno para regressar a Luang Prabang e logo no início da viagem fruto da barafunda reinante, partimos com meia hora de atraso. Preparei o meu kit “dormida”: palas para os olhos, tampões para os ouvidos, a minha rica almofada de ar e encostei-me à janela preparado para dormir.

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A viagem foi passada quase toda a dormitar, mas mesmo assim ainda tive tempo para experienciar duas epifanias. Ambas ocorreram na paragem em Nathong, a primeira quando o autocarro estacionou e chovia torrencialmente. Nesse momento, fiquei a pensar se devia ou não sair do autocarro e balancei entre o sentimento de conforto vS a experiência de vida e os momentos experienciados, ou metaforicamente falando, da possibilidade de ver a vida a passar pela janela ou “saltar” para a estrada. 🙂 A segunda aconteceu no pequeno restaurante onde jantei. Aí encontrei um relógio pregado na parede, parado e tive a certeza que aquela era a metáfora perfeita do país, um local onde o tempo parou e se cristalizou, algures na década de 70 do século XX. 😉

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Vang Vieng. Grutas e Presunções

Depois dos magníficos dias na planície dos jarros, eu e o Zhou partimos para Vang Vieng, vila/cidade onde estivemos quatro dias. O local, está cheio de bares; restaurantes; vendedores de crepes e sumos de fruta, a cada dez metros; guesthouses; agências de viagens e empresas de aventura. A cidade é feia, desinteressante e está completamente virada para o turismo e para o turista ocidental… porém e à sua volta existe o rio Nam Xang e formações calcárias – montanhas e grutas – que a salvam do Inferno. 🙂

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Ao longo dos dias que aí estivemos, comi inúmeros e deliciosos crepes; comprámos dez ananases de uma assentada; visitei pelo menos três ou quatro grutas espetaculares e numa das quais fiz tubing  andar numa caverna cheia de água e fazer parte de uma centopeia humana luminosa – pessoas em cima de bóias, com lanternas na cabeça em fila indiana, foi algo de especial e singular; escrevi para o blog; fiz canoagem; passeei nos arredores da vila; molhei-me – fruto de tempestades tropicais e das atividades aventura; entediei-me… deu para tudo. 😉

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E para refletir que existem experiências que se têm ou coisas que se fazem em viagem que são turísticas? Certamente! Muito mesmo! Podem ser especiais? Sem dúvida. Por isso um pequeno lembrete para os “viajantes” puros ou snobes que não fazem isto ou aquilo porque é turístico. Deixem-se de tretas e complexos! Nós só não somos turistas na nossa terra Natal. De resto, até no nosso país, Portugal o somos!

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Por isso o meu conselho para todas as pessoas que viajam é: “Façam tudo o que quiserem, o que vos der prazer. Tudo o mais são balelas de pessoas que pensam que são especiais, quando na realidade são iguais a todos os outro que viajam”. O ego é tramado e gosta de nos fazer acreditar na nossa “individualidade”, mas o que realmente importa é sentirem-se bem, em paz, tranquilos e felizes. Sejam felizes, vivam felizes, só assim vale a pena viver a vida, a única que temos. Agarrem-na bem e não a desperdicem!”

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Learning Mode

Se geralmente, andar em aprendizagem já é o meu estado “normal”, durante a primeira semana no Laos esse processo foi intensificado e o learning mode foi definitivamente ativado. 🙂 Assim sendo, aprendi o que significa chegar a uma pequena cidade, sem nada marcado e procurar alojamento; que o comum no país é haver guesthouses e não hostels e desse modo somos obrigados a alugar um quarto e não uma cama – como na China; comecei a entender a dinâmica da comida e do seu preço; falámos do país e da sua realidade com “nativos”; compreendi que as ATM´S no Laos são quase inúteis – a quantia máxima que pode ser levantada são 100€ – e que apenas devo utilizá-las em último recurso; aprendi a agradecer – khàwp ja̖i – e a dizer olá – sába̖ai-di̖i  na língua Laosiana e principalmente, aprendi que andar à boleia é um processo longo e demorado, uma vez que estamos a desafiar a ordem natural do país – existem poucos carros a circular; as estradas estão muitas vezes em péssimas condições; os habitantes não estão acostumados e desconhecem o fenómeno e no caso de finalmente alguém parar, diria que 99% das vezes é quase sempre esperada uma compensação monetária.