Na cidade de Nanquim – pode encontrar mais aqui – uma das outrora capitais do Império do Meio, tive um dos momentos mais emocionais da viagem quando visitei o Museu do Massacre, que recorda os acontecimentos de 1937 quando o Japão invadiu o país.
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Na sagrada montanha taoista de Huashan – pode encontrar mais aqui e aqui – tive o privilégio de dormir na companhia de humildes e nobres construtores. O senhor presente na fotografia era o mais idoso de todos eles e o único que tive a oportunidade de registar.
A cidade antiga de Pingyao – pode encontrar mais aqui – é possivelmente a cidade muralhada mais bem preservada de toda a China e enquanto passeei e pedalei no seu interior, fiquei com a sensação de ter recuado aos tempos da China Imperial. No templo taoista de Qing Xu, tive o privilégio de encontrar dois monges a jogar uma partida de Xiàngqí (xadrez chinês).
Sendo o nosso dia a dia marcado, mais do que nunca, por estímulos visuais constantes e por imagens que nos submergem, decidi criar um novo tipo de posts: Uma “Geografia”. Uma Fotografia. Dos dias que estive em Pequim – pode encontrar mais aqui – e das centenas de fotografias que tive a oportunidade de tirar na cidade, esta é a minha escolha. Em frente ao trono do antigo imperador na Cidade Proibida este é o cenário habitual. Empurrões, apertões, uma “dança” incessante e frenética de pessoas, dezenas de fotografias por segundo, centenas por minuto, milhares por hora…
Breves Reflexões Birmanesas
Apesar de algumas tensões existentes, principalmente em zonas mais remotas, este é o momento certo para visitar o país! Já existem infraestruturas monetárias que permitem uma visita serena e as pessoas são na sua larga maioria de uma simpatia extrema! Do melhor que vi em tooooooooooooooooooda a viagem! 😀 Por outro lado, também não tenho muitas ilusões, quando o país se abrir totalmente estas pessoas vão ter tendência para mudar e tornar-se com toda certeza, mais gananciosas e mesquinhas, à semelhança do que ocorre no sul da vizinha, Tailândia ou na “paradísiaca” ilha de Bali. O que o dinheiro/turismo toca é conspurcado! Bagan começa a ser a face vísivel desta realidade. É uma pena, mas é a verdade! 😦
Myanmar foi em termos culturais, mas não só (o estado de Shan, onde visitei as grutas de Pindaya e fiz um passeio de amigos até ao lago de Inle) uma experiência deslumbrante e foi seguidamente do antiquíssimo Império do Meio, o país mais fascinante de toda a viagem. Bago, Mandalay e os seus arredores, a pagoda resplandecente de Shwedagon em Yangon e claro os 3000 templos de Bagan vão deixar saudades. 😀
Apesar de haver muitas opiniões que garantem que o país se encontra bastante melhor e mais livre, os Mustache Brothers continuam a pôr a boca no trombone e a denunciar a realidade: “Mudaram de fardas para fatos, mas são os mesmos corruptos que estão no poder!”. Triste sina, para um povo tão generoso.
Yangon para o Adeus
Depois de quatro dias praticamente perfeitos no “reino” de Bagan parti para Yangon, outras das antigas capitais do país, para acenar o adeus tanto a Myanmar, como a esta viagem. E o que posso dizer do meu último destino? Bem primeiro de tudo, fiquei hospedado na simpática Agga guesthouse onde encontrei uma cama confortável, A/C e pela primeira vez, uma internet que realmente funcionava. 😛
O grande destaque da cidade é sem dúvida a dourada e resplandecente pagoda de Shwedagon, que à semelhança da rocha dourada de Kyaikhtiyo e da pagoda de Shwemawdaw (que se encontra em Bago) é dos locais mais sagrados do país para a etnia Mon. Tudo brilha, tudo é ouro, tudo é luz! Esta pagoda de dimensões épicas – aproximadamente cem metros – é de facto estonteante e está repleta de infinitos detalhes prontos a ser explorados e descobertos. Eu, a Naomi e a Anne – uma rapariga holandesa que conheci no autocarro para Yangon – saímos de lá maravilhados. 😀
Em Yangon e na companhia de Naomi, visitei o Museu Nacional que visto do exterior parece um hospital e o interessante Museu das Gemas, onde pudemos observar a beleza destas “pedras” preciosas e semi-preciosas e onde comprei uns recuerdos mais especiais. A cidade também se revelou uma excelente surpresa em termos gastronómicos e fiquei bastante impressionado com a quantidaaaaaaaaaaaaaaaade de vendedores que vendiam comida nas ruas e as pessoas que estavam constantemente a comer nas bancas! 🙂 O movimento de pessoas era frenético e às vezes pensava que estava numa mini Índia caótica e repleta de estímulos visuais, sonoros e olfativos.
No último dia na cidade, em vez de continuar a mover-me mais e mais, resolvi parar totalmente e tive um dia muito sossegado e tranquilo. Vi o último filme que me restava no portátil – Stalker de Tarkovsky – organizei a mala e as fotografias tiradas em Yangon, e despedi-me de Myanmar, radiante com todas as maravilhosas experiências que tive no país. 😀
Bagan. No Reino dos 3000 Templos?
No primeiro dia em Bagan, às 5.00 já estávamos montados numas biclas a pedalar, afinal o astro rei despontava às 5.30 e neste local os dias são conhecidos por serem escaldantes. 😛 Do topo de um templo, que não era dos mais famosos e na presença de “ninguém”, exceto dos meus companheiros bascos e de um nativo que nos guiou ao local, ter a felicidade de observar aquela paisagem onde se viam centenas de templos em nosso redor, foi de facto especial! 😀 Nas nossas primeiras horas em Bagan, visitámos alguns dos templos principais e destes, o que mais me agradou foi de Anada, principalmente o seu fabuloso interior com quatro budas gigantes em posição de pé! 🙂
Depois de algumas deambulações, regressámos à guesthouse para tomar o pequeno-almoço e até às 15.00 ficámos no quarto a proteger-nos do calor. Às 16.00, partimos novamente para a zona dos templos onde visitámos a pagoda dourada de Shwezigon e seguidamente a grande pagoda branca de Shwesandaw, donde avistámos na perfeição a seca planície e grande parte dos templos de Bagan! 😀 Já quase sem luz, chegámos às imediações do maior templo, o templo de Dhammayangyi e com uma grande trovoada a aproximar-se explorámos um bocadinho do mesmo, quais verdadeiros Indian Jones. 🙂
No segundo dia, tínhamos um tour marcado até ao Monte Popa, mas antes de partirmos acordámos novamente de madrugada para ver nascer mais um dia. Apesar das muitas nuvens existentes no céu, este foi um momento sereno e tranquilo. 🙂 Ao regressar à guesthouse, troquei a minha bagagem de aposentos, uma vez que os bascos iam partir ao final do dia para Kalaw e em amena cavaqueira tomámos o pequeno-almoço. Na altura da partida, juntou-se a nós uma rapariga japonesa – Naomi – e com todos a bordo seguimos viagem. Na travessia até ao nosso destino, parámos algumas vezes para o nosso motorista fazer recados 😛 e uma vez para comprar recuerdos – bebidas fermentadas e açúcar.
A verdade é que o Monte Popa se revelou mais bonito e espetacular ao longe. Visto de perto, não passava de um conjunto de templos pouco interessantes no topo de um grande rochedo e “infestado” de macacos. Para além disso, o tempo encoberto e nublado também não ajudou à “festa”. No caminho de regresso, parámos para almoçar e esse foi possivelmente o melhor momento do tour, uma vez que por uma bagatela, comemos que nem reis. 😀 Tal facto, aconteceu graças a nós, uma vez que o nosso motorista tentou meter-nos num local “manhoso” e inflacionado – nada de novo, em terras do Oriente!. Para finalizar este Popa tour, ou deveria dizer Treta tour fomos até à floresta de pedra e aí um “guia” que não falava inglês fez-nos uma visita, que se revelou o momento mais surreal e hilariante de Myanmar! 😛 O “guia” era um autêntico desastre e no final o que vimos, foi uma árvore que parecia ter a madeira transformada em “pedra”? Só, rindo mesmo! 😛
No regresso à vila de Nyaung OO e à semelhança do que aconteceu no lago de Inle, organizei todas as fotografias e desse modo todos partilhámos os nossos ficheiros. 🙂 Como nesse momento, senti que ainda havia muito mais em Bagan para explorar, desisti de partir para Pyay no dia seguinte, e mesmo perdendo metade do valor do bilhete consegui marcar um autocarro para Yangon para daí a dois dias. Depois de me despedir dos bascos com um forte abraço, fiquei a repousar no quarto satisfeito com a decisão de ter prolongado a minha estadia. 🙂 Nos restantes dias, não tentei mais ver o nascer do sol, mas comecei sempre a minha jornada às 9.00. No Sábado, tive a companhia de Noami e de Jaume – um simpático rapaz espanhol que conheci na guesthouse – e juntos tivemos um dia cheio de templos, pagodas, budas e saltos com direito a fotografias (com/sem chapéu de chuva colorido). 😛
No último dia em Bagan, fiz o meu percurso a solo e nesse dia muito cinzento e chuvoso, diverti-me bastante na procura dos templos que ainda não tinha visitado e tive momentos extraordinários: os espaços completamente desertos, as pinturas, as estátuas e os relevos espetaculares, a procura de caminhos escondidos para os telhados e as panorâmicas maravilhosas dos mesmos. 🙂 Quando parti de Bagan, estava super FELIZ. 😀 Em termos culturais, poucas vezes estive na presença de algo desta magnitude, se é que alguma vez estive! 😛 O ambiente do local é memorável e encantador, e andar de bicicleta de templo em templo é uma experiência inolvidável. O reino dos três mil (ou seriam mais!?) templos vai deixar muitas saudades. 😉
P.S. – Se há algum aspeto menos positivo, que se possa apontar a Bagan, só mesmo o de alguns nativos praticarem mendicidade e outros tentarem vender recuerdos com recurso a técnicas que geram pena ou empatia. É de facto uma pena que tal aconteça!

























































































































