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Em “Torajilândia”

Ato III – O Funeral. A Tarde e a Noite 

Pessoas vestidas de preto, logo de seguida um tendong (búfalo) a ser desmembrado e cortado, e no segundo andar de uma construção de madeira, um caixão. Estava num funeral! Fiquei estupefacto. E ao olhar para a minha roupa envergonhado, pois estava vestido com uma t-shirt vermelha. Rapidamente e apesar do calor vesti o meu corta-vento, que apesar de não ser preto, sempre tinha uma cor mais neutra e pus o keffiyeh a tapar as pernas, qual um sarong. Com essa indumentária, avancei funeral adentro e a primeira coisa que reparei foi na consistência pastosa do sangue que estava espalhado pelo solo. Discretamente, tentei colocar-me num local mais afastado do centro, fazendo a partir daí as minhas observações, mas nessa altura um rapaz convidou-me a entrar numa das múltiplas construções de madeira existentes, mais pequenas. Aí, juntamente com outras pessoas jovens, troquei umas palavras em bahasa, bebi um café, oferecemos cigarros uns aos outros e fiquei sentado, até ao momento que houve o sacrifício de outro búfalo, e eles disseram que eu podia tirar fotografias.

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Enquanto várias pessoas atavam o búfalo com uma corda e o fizeram deitar no chão, tentei colocar-me o mais próximo possível sem atrapalhar. À minha frente, uma faca afiada penetrou a carne do animal, o pescoço foi cortado e num segundo, a traqueia foi dilacerada, o sangue começou a jorrar aos brobotões, acumulando-se e fazendo espuma. De vez em quando o animal mexia-se silenciosamente, os olhos foram perdendo brilho e luz, a vida foi abandonando o seu corpo e a sua morte serviu para honrar o ancião falecido.

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Voltei então ao local, onde tinha deixado a minha mala, o rapaz que me tinha convidado a entrar, apresentou-se como Julius e disse-me para segui-lo. No meio de uma alegre e ruidosa multidão segui até ao meio de um arrozal, onde assisti durante uns momentos a uma luta de búfalos. Porém, a verdade é que de luta, houve pouco ou nenhuma, pois os animais, depois de duas ou três cornadas ou paravam, ou um deles fugia! Os búfalos pareciam uns autênticos pacifistas. 🙂 Voltámos então ao recinto central e nessa altura o Julius informou-me que iria regressar a Rantepao, mas que se quisesse assistir ao funeral no dia seguinte, podia ficar a dormir ali mesmo (os funerais tradicionais geralmente duram três dias, o dia seguinte seria o segundo dia de festividades e o mais importante). Perguntei se não atrapalhava, e como ele disse que não, aceitei o convite. Estava muito feliz, não só tinha encontrado um funeral, como sido convidado para assistir ao mesmo! 😀

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Desse modo fiquei na companhia da família de Julius, entre eles o simpático Jacobs. As horas foram passando, eu fui comendo (primeiro arroz com peixe frito, depois arroz com babi (porco) assado dentro de bambo, vegetais e búfalo grelhado – em sabor parecia borrego, mas a carne era mais tenra); bebendo cafés e tua  vinho tradicional indonésio; falando em bahasa com as pessoas presentes e inglês com o Jacobs; observando o ambiente envolvente: o som de alguns foguetes, os homens envoltos em sarongs negros, a sonoridade profunda do mamodang (cântico fúnebre em honra dos mortos); fumando e apreciando a grande oportunidade que estava a ter para aprender mais sobre os Tana Toraja. Cerca das 22.00 deitei-me para dormir bem forrado e com a capa da chuva a servir de “cobertor” (como a capa era praticamente impermeável e não transpirável, o calor concentrava-se), sentindo-me um privilegiado com tanta “fortuna” e boa sorte. 😀

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Em “Torajilândia”

Ato II – Rumo a Sudeste e à Magia

No dia anterior, tinha decidido que no primeiro dia a “sério” seguiria para Norte, mas como nessa direção, o tempo estava meio encoberto e cinzento, mudei de ideias e parti rumo a Sudeste. Antes de sair do centro da cidade, muni-me de água e comida e de mochila às costas, segui andando. O primeiro local que visitei foi Kerassik e encontrei-o um pouco ao acaso, uma vez que não havendo separação física, pensei que ainda estava na cidade de Rantepao. 🙂 Aí, vi pedras que pareciam minin megalitos e umas casas tradicionais. Continuei a andar por uma estrada de alcatrão, numa paisagem dominada por verdes arrozais e rapidamente cheguei a Bantu Pune, onde encontrei casas tradicionais que pareciam bastante antigas – telhados cheios de vegetação – uma zona cerimonial no topo de uma colina e na base da mesma, caixões suspensos com ossos a aparecerem pelas frinchas e buracos da madeira já podre. Diferente! Estranho! Belo! A magia da morte em “Torijilândia” começava a revelar-se.

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Sempre a andar e mantendo-se a paisagem de arrozais em redor, continuei até Ke´te Kesu, que segundo a informação que tinha lido era um dos locais mais completos e fascinantes em Tana Toraja. A verdade é que Ke´te Kesu, não desiludiu! Nada mesmo! Primeiro deambulei em redor do seu bonito enquadramento natural: o lago, as palmeiras, as árvores, os trilhos verdes, as colinas e as grutas. Seguidamente, visitei a área das casas tradicionais, onde numa loja de artesanato local, apaixonei-me pelo trabalho efetuado por uma idosa artesã e sai de lá com três placas de madeira, gravadas e pintadas à mão com motivos típicos. 🙂 Daí fui até à zona das colinas, onde à semelhança de Bantu Pune vi múltiplos caixões suspensos e esqueletos, mas depois encontrei muito mais “representações” dos mortos: figuras de “anciões” esculpidos em madeira, uma gruta/túmulo onde repousava um caixão, túmulos escavados na rocha e “jazigos” gigantes e coloridos. Enfim, muita diversidade que me fez ficar, cada vez mais fascinado com a cultura desta tribo. 😀

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Pela estrada fora, cheguei a Sullukan onde falei com um nativo muito simpático que me deu umas pequenas explicações sobre os Toraja e sobre o que acabara de observar, e depois parti em busca de Pala Tokke, uma colina cársica já afastada da estrada principal, rodeada de belos e idílicos arrozais onde no topo encontrei mais caixões, esqueletos e ossadas. O caminho para La´bo e Randan Batu, continuou a levar-me por uma paisagem de arrozais, colinas cobertas de vegetação e pequenas aldeias com casas tradicionais. Quando estava quase, quase a chegar à povoação de Sangalla falei com uns nativos que me informaram que Suaya, o meu próximo destino, ainda ficava a dez quilómetros de distância, por esse motivo e pelo avançar do relógio, acabei por negociar a “travessia” com um ojek.

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Em Suaya, logo na entrada da zona turística, o porteiro cobrou-me metade do bilhete e ficou com o dinheiro (corrupção direta), ao invés de eu receber um papel e de pagar para os cofres de alguém (corrupção indireta). Nestes casos, nada a apontar. Ganho eu. Ganha o trabalhador, que tem um salário baixíssimo. Perde o estado podre e corrupto da Indonésia, que ensinou aos seus habitantes como se “deve” fazer. No local, encontrei uma enoooooorme parede de rocha, com inúmeras estátuas de madeira e com túmulos escavados ao longo de grande parte da superfície. Brutal! 🙂 Dessa parede, continuei a andar despreocupadamente, até que comecei a ver muitas, muitas pessoas e algumas trajas vermelhas e pensei: “comício político!?”. Passei, por uma banca que parecia ser um piquet de controlo e as pessoas a sorrir, a fazerem-me sinal para avançar. Dei mais uns passos e começo a ver 

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Em “Torajilândia”

 Ato I – Em Rantepao e Arredores

No meu primeiro dia em Tana Toraja, uma das tribos mais interessantes e singulares da Indonésia, comecei o mesmo com um agradável pequeno-almoço no terraço da guesthouse (Wisma Monton), donde se via a paisagem na direção Norte. Já nas ruas da cidade, o meu primeiro passo foi tentar arranjar um mapa da área, para me poder orientar e tentar falar com alguém ligado ao turismo para saber mais detalhes acerca da zona onde me encontrava. Ainda no interior de Rantepao, falei com um agente que me arranjou um mapa e me informou acerca de preços de trekkings, guias e veículos privados, e como achei tudo demasiado dispendioso decidi fazer as visitas por conta própria (apenas precisava de ler a informação que tinha no laptop, com mais atenção e escrever as diferentes rotas). De qualquer modo, continuei a andar na estrada principal em direção a Sul e depois de cruzar um arrozal em direção a Este, tive a minha primeira experiência dentro de uma pequenina aldeia, onde vi com atenção os famosos telhados em forma de cornos de búfalos (os animais mais sagrados para os Tana Toraja) ou de cascos de navios (os antigos antepassados, que segundo a mitologia Toranja se acredita terem vindo do mar).

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Da aldeia, continuei em direção a Sul por uma pequena estrada de terra batida e como vi umas colinas que me pareciam interessantes parti ao seu encontro. Enquanto houve trilho tudo correu bem, o problema foi quando este acabou! A partir daí, só escalando rochas e atravessando vegetação muito densa! Depois de alguns minutos a andar para trás e para a frente, desisti! “Naaaaa… não me vou por aqui em aventuras parvas.” De qualquer modo, consegui encontrar um trilho que me levou a uma cota mais elevada, e tal foi suficiente para ter uma pequena visão do alto (apenas se viam árvores em meu redor e colinas calcárias acima do ponto onde me encontrava). Continuei a seguir a pequena estrada, encontrando um ajuntamento de casas onde fui convidado a tirar fotografias. Pela primeira vez, vi muitos cornos de búfalos (vinte e três!) pregados a um poste em frente a uma das casas, e percebi que aquela era a casa dominante e do poder. Durante meia hora, estive com os nativos a beber café e a tentar comunicar (palavras simples de bahasa indonésia e gestos 🙂 ) e com um deles regressei a Rantepao de jeep. 😉

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Novamente no centro da cidade, parti para a colina de Singk (a colina com uma cruz no topo) donde pude avistar a cidade de Rantepao (mesquitas, igrejas, casas…), os muitos arrozais que a “cercam”, o rio, as verdes colinas e montanhas em redor. Todo o cenário natural, torna esta área da tribo Tana Toraja um local muito aprazível e agradável. Da colina, também observei dois grandes ajuntamentos de casas tradicionais e uma segunda colina, um pouco mais a Norte que parecia um miradouro interessante. Nesta altura o céu que tinha estado muito azul, estava agora muito carregado e assim estuguei o passo para ver se conseguia fintar a chuva. Nesses ajuntamentos, ao ver uma casa com uma quantidade de cornos absurda, percebi que aquela casa era de uma família muitoooooooooooo rica e poderosa (sendo os búfalos, os animais mais sagrados para os Toraja e os mais dispendiosos, cada par de chifres pregado aos postes, mede a riqueza e o poder da família) e fotografei a orgulhosa proprietária. 🙂 Daí, segui para a colina de Tambolang, onde me cheguei a irritar com uns miúdos que pediam dinheiro (devo referir que na Ásia, se existe coisa que mexe negativamente com as minhas entranhas, é ver crianças que não passam fome a pedir e saber que tal processo nasce da ideia/preconceito criado que os bule (homem branco) são todos ricos :/ ) e donde vi a chuva a aproximar-se a todo o vapor, as diferentes transições de cor e luz no céu e pus as pernas a mexer para escapar da intempérie. 🙂

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Em trânsito: Kawah Ijen – Rantepao. Logros, Esperaaaaaaaaas e Sortes

Já na base do vulcão, despedi-me dos simpáticos Guillaume e Marianne, e regressei a Probolinggo com o meu “jarbas”. 🙂 Depois de chegar à cidade e de agradecer a boa organização do “passeio” (Mahkota Tour & Travel; Tel. 081 333 399 699; e-mail: mahkotatour@ymail.com), apanhei um autocarro para Surabaya, cujo valor ainda estava incluído no tour. 

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Na estação principal de autocarros da cidade e na agência de viagens, Linda Jaya Tour & Travel, percebi que a travessia para a ilha de Sulawesi teria de ser feita na ida de avião (apenas haveria barco dali a três dias) e que no regresso então, poderia vir de barco. Nesse local estive durante a tarde, a organizar as fotografias tiradas no vulcão Ijen, a atualizar a folha de despesas, a imprimir os bilhetes das viagens de avião e as confirmações dos hostels previamente marcados, tanto em Surabaya como em Boracay e… acabei por comprar a passagem marítima e aérea (o que se veio a revelar um grande erro, pois o simpático e afável Mr. Kustono, revelou-se uma pessoa desonesta, vendendo-me o bilhete de avião de tarifa económica ao preço da tarifa regular, isto depois de termos falado durante algum tempo de questões de honestidade! :/ Tenho a certeza que foi esta conversa, que me deixou mais triste com o logro).

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Parti então de autocarro para o aeroporto, onde cheguei por volta das 17.40 e a partir desse momento foi aguardar… aguardaaaaaaaaaar…aguardaaaaaaaaaaaaaaaaaaaar! O check-in da bagagem foi feito às 4.00 e durante a longa espera aproveitei para marcar mais duas noites em Surabaya, publicar no blog, falar via skype com algumas pessoa da minha família e finalmente embarcar, por volta das 6.00! Dormindo finalmente, durante a viagem. 🙂 Na chegada ao aeroporto de Makassar, já na ilha de Sulawesi, tive uma “sorte dos diabos”, pois conheci um nativo com quem partilhei táxi para o centro da cidade e no final da viagem, ele ajudou-me a comprar o bilhete para a cidade de Rantepao! 😀 Desse modo, às 9.30 já estava a bordo de um autocarro super luxuoso, com assentos que pareciam poltronas! 😉 Durante a viagem a pulseira que o Kristian me oferecera quebrou-se 😦 , escrevi o nome de duas ou três guesthouses existentes no meu destino – para quando chegasse, tentar encontrar um local barato – comi e dormi. A partir de certo momento da viagem, acordei e vi a bonita, verde e agradável paisagem de vales e montanhas a caminho da zona de Sulawesi, onde habita a tribo dos Tana Toraja. À cidade de Rantepao, coração da “Torajilândia”, cheguei já depois do pôr do sol, cansado mas feliz. A última semana no país, estava prestes a começar…      

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3 Dias e 2 Noites no Tour dos Vulcões

Ato II – Kawah Ijen e as Chamas Azuis

De regresso ao jeep fui reconduzido ao hotel, onde tomei o pequeno-almoço e recolhi a bagagem, antes de voltar à cidade de Probolinggo, onde o grupo que tinha vindo comigo no dia anterior se fragmentou todo. Nesse momento, fiquei apenas na companhia de um casal bastante simpático de franceses (Guillaume e Marianne), com quem parti numa pequena carrinha, até às “imediações” de Kawah Ijen. Durante cinco horas, estivemos sempre acompanhados por música indonésia e uma condução acelerada e amalucada. 🙂 Inicialmente seguimos junto à costa, vendo arrozais e pequenas vilas, e depois à medida que subimos na direção de Bondowoso, observando árvores gigantes, pinheiros muito antigos, plantações de café, vegetação verdejante e sentindo uma temperatura fresca e agradável. A paisagem era de facto espetacular, e fiquei com a certeza que esta era uma das estradas mais bonitas, que percorri durante os meses que estive no país. Na aldeia de Jampit, ficámos hospedados na Arabic Homestay e tal como no dia anterior, fiquei alojado num quarto agradável e no qual me deitei bastante cedo.

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À 1.00, já com as mochilas no carro partimos para o Ijen, onde conhecemos Mr. Bain que ao longo da noite, revelou ser um dos melhores guias que tive no país! E possivelmente em toda a viagem! 😀 Os três quilómetros, a subir até à cratera foram feitos em ritmo Plan Plan (devagar) e até esse momento, pouco ou nada há que relatar. Porém, quando chegámos à cratera tudo mudou e do local onde nos encontrávamos víamos ao longe um fogo azul bruxuleante, fruto da extração do enxofre! Entusiasmados, seguimos o Mr. Bain, cratera abaixo e nessa altura recebemos máscaras, do género “Darth Vader” para suportarmos o fumo e os gases tóxicos – caso fosse necessário. À medida que nos fomos aproximando, fomos vendo as chamas cada vez maiores e quando chegámos às proximidades, vi algo único e singular à minha frente. Fogo azul, no meio da escuridão a arder! Espetacular! Belo! Na altura, em que observávamos aquele “fogo de artifício” natural, tivemos bastante sorte pois o vento estava a soprar o fumo noutra direção, ou será que não foi sorte, mas antes um feitiço do Mr. Bain, o feiticeiro branco do Ijen!? 🙂

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No caminho de regresso ao topo da cratera, vimos alguns grupos de turistas a descer qual uma centopeia luminosa e ficámos muito satisfeitos porque enquanto os outros grupos iam a caminho, nós já estávamos a regressar. 🙂 Na cratera, fomos para um ponto mais elevado e aí, no silêncio quase absoluto da noite, vimos o progressivo aparecimento da luz do dia, as chamas azuis a arderem, o fumo a sair da cratera , o lago azul a ganhar cor, as estrelas a desaparecerem e o vulcão a passar do negro absoluto para vermelhos e castanhos! Belo! Belíssimo! Grandioso! 😀 E se o Bromo no dia anterior, já tinha sido bom, o Ijen neste dia deu “cabazada”. 😉 No caminho de regresso, o amanhecer estava carregado de cores suaves, e na despedida do Ijen, vimos outros vulcões à nossa volta, entre eles o Gunung Raung, que na primeira vez que estive em Yogyakarta, fez kabuuuuuuum! Obrigando-me a seguir mais cedo do que o previsto para a ilha de Kalimantan.

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P.S. Java é de facto uma ilha abençoada, pelos deuses dos vulcões e o Kawah Ijen é um local magnífico. Observar as chamas azuis noturnas, foi sem dúvida, uma das MAIORES experiências que tive na Indonésia e em toda a viagem! 😀 E se existe algum lado negro a apontar, só se pode referir do lado “social” do vulcão e dos homens que carregam, cestos de cerca de oitenta quilogramas de enxofre aos ombros e às costas, mais do que uma vez por dia!! Recebendo cerca de 0,50€ por cada quilograma transportado! Trabalho pesadíssimo, que não dá saúde a ninguém… 😦

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3 Dias e 2 Noites no Tour do Vulcões

Ato I – O Monte Bromo e a Bruma

Em Surakarta, como previamente combinado, passou uma carrinha para me ir buscar e do primeiro dia do tour não há muito a dizer. Apenas, que fiz uma longa viagem de cerca de dez horas pelas estradas meio loucas da Indonésia, entre Surakarta e Ngadisiri (onde ficava o hotel Sion View, já nas imediações do vulcão Bromo e ao qual cheguei por volta das 21.00).

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Às 3.00 já estava acordado, à espera que passasse um jeep que me levasse até ao miradouro de Pananjakan (2706 m) e quando lá cheguei, depois de uma viagem bastante apertada e cheia de solavancos, encontrei um nevoeiro espesso que cobria todo a paisagem. “Oh diabo!” De qualquer modo, acabei por não ficar irritado com a situação, afinal a natureza é soberana e aguardei pelo nascer do dia.

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A verdade, é que com um cenário inicial tão “negro”, as minhas melhores expectativas foram largamente superadas! 😀 Uma vez que a visibilidade apesar de não ser perfeita, permitia ver o grande Gunung Semaru (3676 m), a enorme cratera do Bromo (2392 m), o pico do Gunung Batok (2440 m), a bruma a correr velozmente no céu e a paisagem a alterar-se a cada segundo. Misterioso! Belo! A beleza do “mistério”!

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Quando deixei o miradouro voltei a montar o jeep e parti para as proximidades da enooooooooorme cratera do Bromo. Quando chegámos, já existiam inúmeros jeep´s estacionados na bela e desolada planície de areia negra, com montes verdes seco em redor. Saí de dentro do veículo, partindo em alegre romaria rumo à cratera, juntamente com outros turistas que se deslocavam a pé ou a cavalo e subi os degrau que levavam ao topo.

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Aí, apesar do vulcão não ser muito alto, encontrei uma cratera larguíssima e fumegante, e vi múltiplas dunas de areia negra e belas! Os muito turistas que se encontravam no vulcão, ajudavam a perceber a grandiosidade e a dimensão da paisagem! E quando me preparava para subir ao ponto mais elevado da cratera, o vento começou a soprar vapores sulfurosos, obrigando-me a voltar para trás, sendo relembrado pela natureza e pelos deuses do fogo, que um vulcão é isso mesmo! Um vulcão! E não um parque de diversões montado, para nosso belo prazer.

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Surakarta. Templos e Resoluções

Momentos antes de apanhar o comboio para Surakarta, marquei um quarto no hotel Griya Surya aproveitando a ligação wi-fi da estação 🙂 e na chegada à cidade, o mesmo não desiludiu – limpo, bom colchão, ar condicionado, internet e pequeno-almoço incluído – sendo o único fator menos positivo a distância (cerca de cinco quilómetros) para o centro “histórico”.

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Na saída da guesthouse e depois de comer um bakso absolutamente divinal, o meu primeiro passo foi tentar encontrar agências de turismo para marcar o tour dos vulcões, porém rapidamente percebi que na cidade não havia muitas opções e que os preços encontrados em Yogyakarta eram muito mais competitivos (ver explicação no post scriptum). Continuei a caminhar até à avenida principal da cidade (Jalan Brigjen Slamet Riyadi) e por sorte encontrei uma agência de turismo, onde conheci o Mr. S. com que negociei longamente uma ida aos templos de Sukuh e Ceto, na manhã seguinte. Assim que este assunto ficou resolvido, liguei ao Mr. Ari (agente em Yogyakarta) a marcar o tour com a sua companhia, e a partir daí a minha semana ficou praticamente decidida.

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No restante tempo que estive na cidade de Surakarta, visitei o interessante mercado de antiguidades, fiz uma visita “semi guiada” ao Keraton Pura Mangkunegaran, comi deliciosa comida tradicional, abriguei-me várias vezes da chuva insistente e persistente, resolvi alguns assuntos importantes que estavam pendentes (marcação do voo para as Filipinas; de um hostel magnífico na ilha de Boracay e de outro na cidade de Surabaya, na noite anterior à partida), mas principalmente visitei a agradável e misteriosa paisagem nas encostas do Gunung Luwu (a temperatura mais fresca, o nevoeiro, as plantações de chá e de vegetais, as florestas de pinheiros…) e os templos que lá se localizam (no Candi Ceto, o destaque foram as múltiplas e engraçadas crianças que se encontravam no local a fazer uma visita de estudo; e quanto ao Candi Sukuh, que não achei nada erótico, destaco os relevos dos deuses e das deusas, as formas piramidais e a neblina existente). Depois da visita a Surakarta e arredores, o tour dos vulcões estava prestes a começar… 🙂

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P.S. – O turismo nas ilhas de Java e de Bali está montado, de modo ao vulcão Bromo ser um ponto intermédio nos grandes fluxos turísticos existentes: Yogyakarta – Bromo – Bali ou inversamente Bali – Bromo – Yogyakarta, e o que está entre estes locais “chave” cai no vazio/esquecimento (que é o caso da cidade de Surakarta).

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Bailados e Danças em Yogyakarta

Às 11.30, estava de regresso ao hostel onde fiz finalmente o check-in e o meu primeiro passo foi tomar, finalmente um banho 😛 e lavar roupa. Durante a tarde, para além de repousar da ascensão, comecei a informar-me sobre tours para o vulcão Bromo e eventualmente para o vulcão Ijen (informação dada por Doni, aquando da minha estadia em Sintang), porém havia duas questões importantes. A companhia escolhida tinha de apanhar-me na cidade de Surakarta  meu próximo destino – e quando o tour terminasse, deixar-me em Surabaya   donde partiria para a ilha de Sulawesi.

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Nesse sábado à noite, na zona do templo de Prambanan assisti a um espetáculo de bailado/ballet Ramayana e o mesmo valeu bastante a pena. 🙂 A sua beleza residiu principalmente nos gestos dos bailarinos, ora delicados e precisos (que algumas vezes parecem robóticos), ora mais enérgicos. A iluminação, os trajes, a voz do narrador em sânscrito e o som dos instrumentos musicais, à semelhança da performance de Wuyang Kulit, ajudaram à difusão da magia e voltei a ser transportado para o mundo místico dos deuses hindus. 🙂

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No último dia em Yogyakarta, visitei o bonito Keraton (palácio do sultão), onde tive a oportunidade de ver mais um espectáculo de dança javanesa (quatro performances de dança mais curtas, com diferentes bailarinos) e o agradável museu de Sonobudoyo. Antes de voltar ao hostel onde tive uma tarde tranquila (arrumar a mala, organizar as fotografias e descansar…), voltei a comer pizza passados vários meses, mas no final fiquei ligeiramente desiludido com o sabor da  Pizza Hut. Enfim, nada como a comida indonésia tradicional! 😉

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Crónicas Fotografia

A Face Certa do Merapi

Quando voltei ao hostel, soube que havia um rapaz chinês de Xangai (Zhang Lu) interessado em escalar o Merapi, mas como desta feita não queria mais surpresas e aventuras, combinámos que iríamos fazer a ascensão com um guia! 🙂 Desse modo, e como a mesma iria ser realizada de noite, combinei com o staff do hostel para me guardarem a mala durante todo o dia e que apenas faria o check-in, depois do meu regresso. Durante a tarde, repousei fisicamente na área comum e comecei a investigar voos para as Filipinas. Quando o nosso “Jarbas” nos veio buscar, eram 22.00 e da cidade até à base do vulcão demorámos cerca de uma hora de viagem. Assim que chegámos, bebemos um café e esperámos pela uma da manhã (durante essas duas horas, adormeci fruto do cansaço e da falta de horas de sono dormidas na noite anterior). Durante o trekking tivemos muita sorte, pois estava uma enorme lua cheia que nos iluminava o trilho e um céu bastante estrelado. 🙂

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A ascensão foi quase sempre feita em rampas muito inclinadas e existiram poucos momentos, em que o vulcão nos deu tréguas! Fruto disso, o Zhang ficou para trás com o nosso guia e eu segui com um casal de americanos e o guia deles. Para chegar ao pico não foram necessárias muitas horas, mas foi preciso alguma estamina e endurance, principalmente depois de chegarmos ao último posto de controlo de atividade vulcânica e na zona em que a ascensão é feita numa rampa hiper inclinada de areia muito densa, pesada e escorregadia (dois passos para a frente e um para trás). Nessa altura, cheguei a pensar se iria conseguir chegar ao topo, mas passo a passo, lá fui avançando até chegarmos a uma zona de rocha firme, onde o caminho se tornou mais acessível. 🙂 Durante a ascensão até ao pico apenas existiram dois pequenos percalços, o primeiro quando o nosso guia nos tentou sacar mais dinheiro, dizendo que se quiséssemos chegar ao cume teríamos de pagar mais 100.000 IDR cada um, ao que respondi prontamente: “Nem pensar! O dinheiro que pagámos foi para chegar ao pico! E tu vais-nos lá levar, porque é essa a tua obrigação!” e o segundo quando quase no pico fiquei sem luz  – a pilha da lanterna, esgotou-se – e tive que fazer o resto da ascensão meio às “apalpadelas”.

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Quando atingimos a zona da cratera eram quase 5.00, e se durante a noite apenas se via o que a lua e as estrelas iluminavam, à medida que os minutos foram passando e o dia vencendo a noite, começámos a ver a plenitude do local. E o mesmo era belo! Muito belo! A cratera, com os seu fumos que corriam no céu azul e se fundiam com algumas das nuvens existentes, as nuvens cheias de cor e densidade – existia uma que se assemelhava a uma explosão atómica, tal a sua densidade – o sol a despontar e banhar a face nascente (onde nos encontrávamos) de dourado, e com isso o castanho e o negro das rochas destacaram-se, os verdes nos vales em nosso redor, a grandiosidade da montanha Merbabu, à nossa frente! Espetacular! E tal como no Rinjani, fiquei com a certeza que adoro vulcões e as suas belas paisagens naturais. 😀

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No caminho de regresso, pude ver e sentir melhor a monumentalidade, a grandiosidade do Merapi, sentindo-me minúsculo e “deliciando-me” com a riqueza e beleza natural da paisagem: o vulcão, as árvores e a vegetação, o céu azul, as nuvens, os vales… A descida foi feita pé ante pé, pois a mesma era bastante escorregadia (terreno meio argiloso) e com pedras pequenas e roladas. Quando chegámos à base, reencontrei o Zhang – que mesmo sem ter chegado ao cume estava esgotado – e juntos tomámos o pequeno almoço, antes de arrancarmos de regresso a Yogyakarta. Depois do desafio físico da subida e da beleza do que observei, fiquei com a certeza que o regresso, valeu realmente a pena! À segunda tentativa, desta feita na face certa, o vulcão Merapi estava conquistado! 😀

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Crónicas Fotografia

No Templo de Borobudur ao Amanhecer

Eram 3.30 quando cheguei à estação de comboios de Yogyakarta e na saída da mesma, apanhei um ojek até ao Edu hostel. Quando entrei, a receção estava fechada, tentando por esse motivo convencer os seguranças a fazer o tour para Borobudor nessa madrugada, pagando à posteriori aos rececionistas. Quando a carrinha apareceu para vir buscar outros hóspedes, perguntei à guia se ainda havia espaço e se podia seguir com eles, ao que ela respondeu que não havia qualquer problema. Assunto resolvido! 🙂

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Assim, eram 5.00 quando parti para o templo de Borobudur, feliz por ter conseguido fazê-lo. Durante a viagem, a noite começou a perder intensidade, as cores do céu ganharam fulgor, a forma do Merapi tornou-se imponente e viam-se arrozais no meio da neblina. Belo! Às 6.15 estava a entrar na área do templo, já com um ikat à cintura, a luz era dourada e suave, e o céu azul. Estava de facto um dia radioso! 🙂

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Durante duas horas, ainda na companhia de poucos turistas, andei a cirandar em redor deste magnífico templo. Visto de frente, encontramos uma estrutura piramidal, construída em patamares com incontáveis estátuas de Buda a contemplarem-nos. A paisagem envolvente é muito agradável: bastante verde, árvores e montanhas em que existem dois cumes em destaque o Gunung Merapi e o Gunung Merbabu, coroados com uma ligeira névoa nos cumes. Fruto de umas nuvens “fabulásticas” e do céu azulíssimo, o templo estava altamente fotogénico e o melhor momento da visita, aconteceu quando cheguei ao topo e me deparei com “sinos” (que tinham no seu interior estátuas de Buda, quais ovos “kinder surpresa”) dispostos em alinhamentos circulares e progressivamente concêntricos em redor de uma estupa maior e central. No final da visita, fiquei muito feliz por ter regressado a Yogyakarta e visitado o templo de Borobudur, o maior, o mais imponente e impressionante templo budista de todo o país. O templo entre cumes e vulcões. 😀

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P.S. – À semelhança do que ocorre no templo de Prambanam, o preço para visitar Borobudur está altamente inflacionado para turistas ocidentais, mas fica o AVISO que existe a possibilidade de comprar um bilhete conjunto para estes templos, a um preço mais razoável (não se vê nenhum aviso, mas se perguntarem por essa possibilidade, verão que os ingressos vos serão vendidos).

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