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Dicas Made in China

1) Percam as peneiras ocidentais. Convém aprender umas palavras de mandarim, preparar o dia seguinte com os nomes dos sítios já escritos em chinês e sobretudo acabem de vez com a pretensão do “Ai, eu não estou a ir por um sítio turístico”. Aqui nunca podemos dizer, cheguei ao fim da estrada, não existe ninguém.

2) Misturem o campo com a cidade. A maneira certa para não deitar a China pelos olhos é ir metendo pelo meio alguma natureza. Façam isso porque as belezas naturais são espetaculares. Há lugares tão bonitos que chegam a ser comoventes.

3) Os chineses são uma massa humana gigantesca e que se move muito, por isso os transportes ficam rapidamente superlotados. Conselho: tratem das vossas ligações com antecedência.

4) Não se esqueçam, estão na Ásia… regateiem os preços mesmo que estes vos pareçam baratos. Acreditem! Estão inflacionados porque nós/vocês somos ocidentais e, apesar de fazer parte da sua cultura, nestas cabeças, existe o estigma:  “São todos ricos, podem pagar mais”.

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Ideias Soltas sobre o Império do Meio

1) A China é o país mais populoso do mundo (1.4 biliões de almas, aposto que muitas mais serão) e é o país do: “É tudo, à grande!”. A área foge à escala humana e a cultura à compreensão ocidental, pelo menos da maioria de todos nós. É um país de binómios e contrastes: desertos vS megalópole; ricos vS pobres; natureza vS obra humana; comunismo vS capitalismo; realidade vS fição; crença vS descrença; família vS indivíduo

2) Antes de chegar ao país e com a informação que li, dava-me a sensação que os chineses eram quase robots inexpressivos, nada disso! São um povo caloroso, afável e que sabe receber de braços abertos… ah e já agora, copo numa mão e cigarros na outra… 😀

3) A comida é absolutamente divinal e deliciosa e é, na generalidade das províncias, bastante picante – principalmente em Sìchuān – e os cheiros do país expandem-se numa palete rica e variada que pode ir desde o fumo de escape das ruas de Pequim até aos doces e frutados de Jinghong.

4) Aqui Deus, tem o nome família e esta ainda é um dos pilares fundamentais da cultura chinesa, se bem que aos poucos e poucos as coisas comecem a mudar…

5) No país, o comunismo está intimamente relacionado com Confúcio, desse modo pode comparar-se o regime a um pai que educa com amor, mas que se for preciso também dará uns bons tabefes. Aqui não se fala de política, fala-se de interesse público o que por vezes choca com as liberdades individuais – por exemplo segurança vS liberdade.

6) O nome do regime que governa o país é Comunista, mas poderia ser outro que o resultado seria igual ou semelhante, uma vez que a alma do mesmo é Capitalista até ao tutano e o nome apenas serve para batizar um regime ditatorial, que é a cola que unifica o país. Caso um dia a ditadura desapareça, o país enquanto unidade fragmentar-se-á e a China dará origem a múltiplos países ou pequenos estados semi-independentes.

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Entrevista concedida ao Diogo Azeredo (na íntegra)

1. Conhece o termo Dromomania? Considera-se um dromomaníaco, alguém com o “bichinho” de viajar e que não consegue ficar no mesmo local por muito tempo?

Tomei conhecimento do termo quando me falaste do mesmo na primeira mensagem que enviaste via facebook e depois disso acabei por ir investigar. Em termos patológicos não me considero um dromomaníaco, se o termo puder ser considerado de uma forma mais saudável nesse caso, sim. Aliás, sinto que a minha natureza é como o vento. 

2. Porque surgiu esta vontade de deixar o país? Qual é a tua história?

A vontade de deixar o país, ou melhor dizendo Viajar, está presente em mim desde sempre, mas talvez de forma mais intensa desde os 14 anos, altura em que acompanhei a minha irmã no seu interrail (durante 2 semanas) e aí foi plantada em mim (sem que eu desse conta) uma semente que despontou na altura da faculdade. Durante esse período viajei primeiro em Portugal e depois fiz dois interrails a solo. Tudo correu sempre bem e a experiência foi de tal modo enriquecedora que percebi que era isso que queria fazer na minha vida, viajar pelo Mundo. Claro que quando acabei o curso não tinha dinheiro disponível e comecei a trabalhar com o objetivo de poupar o máximo que conseguisse para concretizar esse sonho/objetivo. E hoje em dia estou a viver o meu sonho.  

3. O mochileiro é considerado um estilo de vida. Concorda? Porquê?

Claro que concordo. Um mochileiro é um cidadão do mundo, um mágico, um ilusionista dos tempos modernos. Da mesma forma que a prática de desporto, Yoga, meditação podem ser considerados estilos de vida, viajar deve estar no mesmo pé de igualdade pois todos estas “atividades” tem como objetivo ajudar o ser humano a evoluir e transformar-se num ser mais completo.

4. O Quirino possui o blogue www.historiasdovento.com. Porque sente esta necessidade de escrever as suas histórias que surgem com o vento e partilhá-las com o mundo?

As minhas histórias não surgem com o vento, surgem sim do facto de eu viver como o vento. Partilhar as minhas histórias faz parte da minha natureza de “escrever”, algo que me dá imenso prazer, desse modo acho que escrever é o complemento ideal de viajar. Para além disso escrever, “obriga-me” a recordar e recordar significa ter memória. Num mundo tão rápido como o atual em que parece que as pessoas só vivem para o futuro, preservar a minha memória faz-me sentir humano e consciente das minhas ações.

5. Através destes géneros de blogues, já conheceu outros “mochileiros” com quem partilhou experiências? Se sim, algum que queira destacar?

A resposta será dada de forma inversa. Ao longo da viagem tenho conhecido outros mochileiros com que tenho partilhado experiências e a partir daí tenho tomado conhecimento dos seus blogues. Como das pessoas que conheci não há ninguém a escrever em português, prefiro não destacar nenhum deles.

6. Existe alguma comunidade de mochileiros portugueses?

Pode existir, que eu tenha conhecimento, não. Mas tenho de dizer a verdade, nunca me debrucei sobre o assunto, nem sequer tiver curiosidade para investigar informação acerca disso.

7. Considera-se mais um imigrante ou um turista?

Considero-me um viajante! A verdade é que todos somos turistas, excepto na nossa cidade Natal. Porém e dada à conotação negativa que a palavra TURISTA tem no meio mocheiro, custa-me a assumir essa realidade, apesar de reconhecer a veracidade da palavra. Emigrante!? Talvez…se poder ser considerado emigrante uma pessoa que está sempre em movimento.

8. Por que países já passou e em qual permaneceu por mais tempo?

Europa: Espanha, França, Itália, Suiça, Eslovénia, Croácia, Bósnia, Sérvia, Roménia, Bulgária, Turquia, Alemanha, Eslováquia, República Checa, Hungria, Holanda, Grécia, Áustria, Noruega, Reino Unido

Ásia: China, Laos, Tailândia, Malásia, Brunei, Singapura, Indonésia, Timor Leste, Filipinas, Myanmar

Indonésia (quatro meses).

9. Na hora da despedida, foram criados laços suficientemente fortes para criar saudades no momento de vir embora e partir em nova aventura?

Depende sempre de quem se encontra pelo caminho. Mas sim acontece e sem dúvida que podem ser criados laços bastante fortes e duradouros.

10. Com quanto dinheiro, sensivelmente, inicia as suas viagens? Define algum objetivo antes de partir?

O máximo que conseguir amealhar. Vamos ver relativamente ao futuro, como vai ser a evolução. E não nunca defino objetivos completamente estáticos.

11. O que leva na mala? E o que nunca leva na mala?

Cadernos de viagem e capacidade de improviso. Preconceito e sentimentos de superioridade.

12. No artigo da Visão “Correr o Mundo com pouco dinheiro” é possível ler a propósito da sua vida na China. Quais foram as maiores dificuldades que por aí sentiu e qual a experiência que mais o marcou?

A China foi uma escola de vida e de viagem. Foi altamente exigente em vários níveis sendo a linguagem e a incapacidade de ler as maiores barreiras. Desse modo preparar o dia a dia tornou-se fundamental (marcar hostels, ter indicações em caracteres, aprender um pouco de mandarim…).

Dois momentos (mas muitos mais poderia dizer): Dormir numa montanha com trabalhadores humildes da construção e viajar durante 15 dias no país com um “nativo” em que a única maneira de comunicar era com recurso ao seu smartphone (traduções entre chinês e inglês).

13. Apesar dos portugueses serem um povo que tem na sua génese uma grande veia de descobridores, nos últimos tempos, e principalmente com o acentuar da crise económica, acha que estão cada vez mais deprimidos e agarrados ao sofá?

Acho que aos poucos e poucos, perdemos a capacidade de sonhar e de sermos audazes e aventureiros. Estamos acomodados, tacanhos e amorfos e não conseguimos ver que há mais vida fora do défice, da crise e da nossa pequenez.

Acredito que a crise tenha dado uma ajuda mas penso que os factores mais relevantes são a nossa incapacidade mental de lidar com a perda de um Império que foi imenso e com a nossa falta de imaginação para procurar vias alternativas a uma sociedade profundamente doente e autofágica.    

14. A falta de dinheiro é um motivo válido para os portugueses viajarem menos ou é um desafio à criatividade e um apelo à aventura?

Para as pessoas que têm responsabilidades para com uma família, não posso dizer que não é um motivo válido. Porém a minha opinião é que na maioria dos casos as pessoas têm demais, compram demais, desperdiçam demais… Investem em coisas ocas e vazias como bens materiais… A viagem pode ser um “investimento” de sensações, experiências, aprendizagens, desafios, aventuras e o retorno que traz é algo que nunca um bem material trará. Nunca! Desse modo penso que a falta de dinheiro é muitas vezes um falso pretexto e que no fundo tudo se resume a uma questão de prioridades.   

15. Pensa que o atual contexto económico português é fomentador de dromomania? Ou seja, devido à crise, há mais portugueses a pensar “deixar tudo” e a partir à conquista do mundo à boleia? 

Penso que o atual contexto económico português pode ser fomentador de dromomania, porém penso que a crise de identidade que a maioria das sociedades ocidentais apresenta é um motivo ainda mais forte que leva as pessoas a dizer basta e “deixar tudo” e partir à conquista de algo, algo maior que as desafie e as enriqueça…no fundo partir rumo à Viagem.

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Crónicas Em trânsito Fotografia Reflexões

Em trânsito: Xishuangbanna – Luang Nam Tah. Goodbye China. Hello Laos!

Antes de começar a minha travessia para o Laos estava um bocadito nervoso, pelo recomeço de tudo: língua, preços e dinheiro, pessoas, cultura… de qualquer modo penso que sentir esse nervoso miudinho, foi natural, positivo e sinal que aguardava a mudança com expetativaA viagem entre a China e o Laos começou num Sábado, depois de almoço e com a despedida de Jinghong que foi uma agradável surpresa. Saí da cidade acompanhado pelo Zhou Fan Chou  o “caramelo” já tem nome – e antes de começarmos a pedir boleia, andámos dois quilómetros para chegar ao perímetro exterior da cidade. Em menos de dez minutos já estávamos numa carrinha a caminho de Mèngla, vila que fica a cento e trinta quilómetros de Jinghong e à qual chegámos a meio da tarde. Decidimos não prosseguir para Mohan, não por falta de tempo, mas porque essa é uma cidade fronteiriça e seguramente com preços inflacionados. Desse modo, acabámos o dia a dormir em Mèngla, a cinquenta quilómetros da fronteira, numa espelunquinha. 😛

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No Domingo, acordámos cedo e andámos novamente dois quilómetros para chegar à estrada principal e aí ficámos à espera que alguma alma caridosa nos desse boleia para Mohan, a última cidade/vila chinesa antes da fronteira. Finalmente, passado uma hora e pouco alguém parou e não é que foi um carro com matrícula do Laos?! 😛 Metemos a bagagem na carrinha de caixa aberta e durante a viagem não conseguimos comunicar com o nosso condutor. Bonito… no entanto na chegada à vila ao parar o condutor do bólide fez-nos sinal de dinheiro. Eh lá! Com esta não contávamos. Ok, my friend no problem, toma lá uma ajudinha e não digas que vais daqui. Antes de sairmos de Mohan troquei os yuans que tinha por kips e mandei um e-mail a contar as novidades.

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A última parte do trajeto até à fronteira foi feita a caminhar e poucos minutos depois estava com o passaporte carimbado. Zheijiè (adeus) China! Até ao regresso. Seguimos o caminho sem ninguém por perto e nos últimos metros de China fomos “abençoados” por uma chuva suave. 🙂 No posto de fronteira do lado do Laos (Boten), preenchi o formulário, entreguei uma fotografia e paguei trinta e cinco doláres pela impressão do visto e mais uma “taxa de fim-de-semana” (10.000 kips ou 2 doláres). “Ok, ok! Leva lá um euro (10.000 kips) e não me peças mais dinheiro, ou levantes problemas”. 😛 Sem mais taxas manhosas entrei oficialmente no Laos pelo próprio pé. Hello! 🙂

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Passámos pela vila de Boten sempre a andar na Nacional 13 e na saída da vila estávamos a cinquenta e cinco quilómetros de Luang Nam Tha, nosso destino. Durante duas horas fomos andando, parando e tentando pedir boleia e passado todo esse tempo andámos quatro quilómetros! :/ Não estava fácil a nossa vida, quando… um carro com matrícula chinesa parou e nos deu boleia até ao nosso destino. 🙂 A estrada estava em excelentes condições – pelo menos para as minhas expetativas – e após uma hora de viagem ao aproximarmo-nos da cidade, apareceram montanhas, arrozais, nuvens…lindo! 😀

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Haikou!? A Real!

A viagem de regresso a Haikou, foi igualmente feita de “TGV”… Vrummmm! 😛 Depois de chegar e colocar a bagagem no hostel, a primeira coisa que fiz foi tentar comprar um bilhete para o “famoso” ferry de Beihai, porém e devido ao mau tempo o mesmo foi cancelado e desse modo tive que arranjar uma alternativa – viagem de autocarro. E agora sim, vamos falar desta cidade.


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Durante os dias que aqui estive, aproveitei para comprar muita e deliciosa comida de rua e deambular sem planos. Numas dessas deambulações acabei por ir parar à zona nas imediações de Bo´ai Nanlu e dos seus prédios de fachadas degradadas, dos seus negócios de rua, do seu movimento fervilhante e dos seus mercados de peixe seco. 🙂

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Enfim, senti uma China totalmente diferente, talvez como não sentia desde os hutongs de Pequim, ou será que alguma vez senti uma China tão real, tão viva, tão bruta? 🙂 Não sei responder. Sei que a cidade com a sua face não lapidada – a China das pessoas e não a China dos destinos turísticos – me encantou e fiquei com a certeza que aqui, em Haikou, a degradação é um exercício de estilo. 😀

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Crónicas Fotografia Reflexões

Sanya? A Praia, os Russos e o Americano

A Praia

Os meus dias em Sanya podem ser resumidos em poucas palavras: praia de manhã, praia à tarde e… praia à noite. Como vêem muita diversidade. Pronto. OK! A localização da mesma variou entre Dadong Bay – uma zona com muitos prédios, do género de Portimão e com uma baía tipo praia da Rocha, sem falésias mas com palmeiras – e Yalong Bay que dizem ser a praia mais bonita da zona mas que mesmo assim não me ficou na memória – à volta existe vegetação, mas o areal apesar de extenso em comprimento é pouco largo e mais curto fica, quando existem muitos hotéis de luxo com áreas privadas dentro do areal, mas vá, ao menos a água é limpa, apesar do barulho incessante de motas de água. De qualquer modo e não podendo classificar Sanya, como um local de antologia foi interessante ver o ambiente geral das praias: a grande quantidade de pessoas, as brincadeiras dos graúdos quais miúdos, os chapéus de chuva a servirem de sombrinhas, a água morna.

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 Os Russos

Pode-se descrever Sanya numa palavra? Bem numa talvez não… mas duas consegue. Praia e Rússia! É verdade cheguei a uma China “mixada” de Rússia. As placas das ruas, os menus dos restaurantes e afins estão escritas em chinês e em cirílico, só se vê chineses e russos nas ruas, nas praias, nos restaurantes… enfim, das duas uma: a) os russos emigraram todos para Sanya; b) perdi o sentido de orientação e em vez de vir em direção ao sul da China entrei sem me aperceber na “Santa” Rússinha.

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E o Americano

Porém, houve alguém que me recordou que não tinha perdi o Norte e que ainda estava na China e essa pessoa foi… o Americano! Peter´s de seu nome, cinquenta e cinco anos, sem filhos, nunca casou e atualmente ensina chinês… na China e fica inequivocamente ligado à ”minha” Sanya! Conheci-o na Captain´s House – um cafunfo que apenas se salva pelo gerente/dono “Robert” que é uma pessoa tão boa, tão boa… tão boa, que até faz “confusão” – hiper-prestável e com um coração de ouro! – e daí saímos para o magnífico hostel Sanya Backpackers onde partilhámos um quarto twin ao preço de um dormitório. Nos meus dias na cidade, conversámos, passeámos, jantámos e fomos atingidos por um “asteróide”… 😉  

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Em trânsito Reflexões

Em trânsito: Lisboa – Hong Kong. Back on Track

Para além de escrever sobre os dias em Portugal, durante os três voos e as duas escalas (Amesterdão e Pequim) aproveitei para dormir, escrever no computador, enviar e-mails e ver diferentes paisagens do alto, qual uma águia imperial. 🙂 Na entrada na China voltei a ser controlado com papéis, carimbos e… lérias! :/ E refleti sobre a segurança nos aviões, os lobbies e a estupidez associada a essa falsa noção de… segurança. E tudo isso, foi despontado quando tive a oportunidade de observar que os talheres que são utilizados em primeira classe nos aviões são de metal e com base nesse facto pergunto-me: “Será que apenas os não terroristas, viajam em primeira classe?” e “Porquê tanta alarido à volta de mini-tesouras e outros metais nas bagagens de bordo, quando esse metal é fornecido pelas próprias companhias aéreas?” Enfim… contradições do mundo moderno, assético e seguro em que vivemos. :/

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Dias em Portugal

Durante os dezanove dias em que estive em solo Luso, fiz uma grande surpresa a toda a gente e fiquei radiante por ter proporcionado alegria à minha família, M. e amigos. Como não ficar FELIZ por proporcionar felicidade a quem nos ama? 😀 Para além de distribuir felicidade, passei o máximo tempo com as pessoas, comi a deliciosa comida do nosso país, o meu organismo resolveu o problema da malfadada hemorróida  após uma segunda consulta já em Lisboa – fui ao dentista, toda a bagagem levou uma limpeza profunda e foi reestruturada ligeiramente, engordei um par de quilos, resolvi algumas burocracias que tinham ficado pendentes aquando da minha partida, acabei de escrever o meu primeiro diário da viagem, fiz um backup das fotografias e instalei programas em português, apanhei uma multa – por ausência de documentos – soube que uns amigos meus iriam ser pais e outros casar e… amei e fui amado. 😀 Esta viagem foi completamente inesperada mas muito, muito gratificante e só posso dizer: “Obrigado por TUDO! M., família e amigos!”

 P.S. – Escrito no voo de regresso a Hong Kong (Lisboa – Amesterdão).

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Skyline Made in Hong Kong

Depois da deambulação, segui para a avenida das estrelas e escolhi um local para ver a transição entre o dia e a noite, e o espetáculo de luz e som que estava marcado para as 20.00. O tempo foi passando, algumas vezes arrastando-se, outras acelerando… 

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De vez em quando, lembrava-me que no dia seguinte iria começar a minha viagem de regresso a Portugal e esse facto pareceu-me um pouco irreal, como se só quando entrasse no avião tivesse a noção real de tal acontecimento. 🙂 Não que houvesse desagrado da minha parte. Não. Apenas a sensação que tudo fora rápido, muito rápido – uma semana entre a decisão e este momento… qual um meteorito que atinge a Lua.

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O espetáculo começou pontualmente e havia alguns edifícios com a iluminação a mudar e alguns lasers a cruzar os céus, mas sinceramente esperava mais. Não que o skyline da cidade me tivesse desiludido, mas senti que houve demasiado alarido à volta de algo que não cumpriu as expetativas. No final a montanha pariu um rato!

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Quanto aos edifícios em si gostei do que observei e se Xangai pode ser considerada um novo rico, Hong Kong fruto da sua linhagem (aristocrática/inglesa), cumpre pela sobriedade e “classicismo” mais do que pelo “fogo-de-artifício”. Os arranha-céus são belos mas não são espampanantes e na minha opinião brilham mais quando se mantêm fiéis a si mesmos e não se maquilham falsamente com excesso de iluminação pindérica, para representar aquilo que não são. Por isso quando o espetáculo terminou, foi um “alívio” pois tudo voltou à normalidade, os fingimentos acabaram e o skyline da cidade, voltou a tratar-me com respeito.  🙂

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Crónicas Em trânsito Reflexões

Em trânsito: Shenzhen – Hong Kong. Cruzando Fronteiras

Em Shenzhen apanhei um metro que me levou até às imediações da fronteira entre a República Popular da China e Hong Kong. E não há cá brincadeiras! A fronteira é bem real! O passaporte é controlado na saída e na entrada de ambos os territórios, por isso há que ter em conta toda a burocracia inerente à passagem. Outro facto que me ficou na retina, foi a existência de um rio que separa fisicamente os dois territórios e as múltiplas barreiras de arame farpado e guardas armados existentes. Assim que entrei em Hong Kong senti logo o aumento brutal dos preços e tal começou com um simples bilhete de comboio, que me levou da fronteira até ao centro da cidade, mais especificamente para Causeway Bay, a zona do meu hostel. Assim que saí da estação de metro, senti logo o calor e a humidade da cidade a abraçarem-me e a darem-me as boas vindas.