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Dias em Bohol

Na ilha de Bohol, ficámos dois dias e os mesmos foram bastante diversificados. No primeiro dia encerrei o capítulo “mergulhos da viagem” ao atingir o redondo número de 50, ao largo da pequeníssima ilha de Balicasag. O primeiro mergulho do dia, foi muito relaxado e feito em Black Forrest, onde encontrei várias tartarugas e uma graaaaaaaaaande escola de jack fish. 🙂 O último mergulho da viagem foi feito em Cathedral, uma parede espetacular de corais que estava a correr muito bem. Porém, subitamente, lembrei-me do Buraco Azul de Belize e de algumas das suas histórias assustadoras e tudo mudou, comecei a sentir stress e um ambiente pesado que fui tentando controlar. Comecei a focar-me em pequenas detalhes e tentei esquecer-me da grandiosidade do espaço, uma vez que não se via o fundo. De qualquer modo, a parte final do mergulho em águas rasas foi espetacular: inúmeras escolas de diferentes peixes, várias tartarugas, águas cristalinas, uma visibilidade perfeita e o sol a penetrar na água. Este foi um grande final, para os mergulhos desta viagem. 😀 Depois da manhã no “fundo” do oceano, a tarde foi passada a relaxar na praia de Alona que apesar de relativamente tranquila, já se encontra turisticamente massificada.

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No segundo dia, fizemos um tour de carrinha em Bohol que durou aproximadamente sete horas e como não conseguimos negociar os locais onde queríamos parar, tivemos de correr as “capelinhas” habituais. 😛 Dos locais onde parámos, destaco os pequeníssimos e estranhos Tarsiers, as encantadoras colinas de chocolate e a interessante quinta das borboletas. Durante o tour, também foi possível observar as antigas igrejas de pedra destruídas pelo sismo de Agosto de 2013, que teve uma magnitude de 7.2 na escala de Richter. Ao contrário do que aconteceu em Sugar Beach, em Alona Beach depois de três noites e dois dias no local,  mesmo com uma areia espetacular  – em algumas zonas fina como pó – não senti pena por partir. A ilha de Luzon, estava ao virar da esquina e eu sentia-me entusiasmado! 🙂

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Em Trânsito: Apo – Panglao. Mergulhos em Dauin

Depois de mergulhar em Apo e me despedir da Nie parti para a ilha de Bohol. Porém, antes de lá chegar fiz uma pequena paragem na vila de Dauin (entre Zambuaguita e Dumaguete), uma vez que Richard me informou que neste local o Muck Diving era algo de extraordinário. E a realidade é esta… foram dois mergulhos de SONHO! Inúmeros ornate ghost pipe fishcuttlefish – inclusivamente um bebé – e frog fish, múltiplos caranguejos, um raríssimo wonderpus  pequeno polvo de tentáculos longos, pipefish, scorpionfish e escolas de lulas. Para além da vida marinha macro estonteante, foram dois mergulhos extremamente relaxados e quando os terminei fiquei com a certeza que é neste tipo de mergulhos que me sinto mais confortável e nos quais disfruto mais. 😀

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Da pequena vila de Dauin, parti para Dumaguete onde às 15.00 apanhei o barco para a ilha de Bohol, e quem é que encontrei por casualidade no cais de embarque? A Nie! 🙂 Como a partida se atrasou uma hora, apenas chegámos ao porto de Tagbilaran já perto das 18.00 e aí apanhámos um tuk-tuk que demorou cerca de uma hora para chegar a Alona Beach na zona de Panglao. Aí, fruto do conselho do nosso jarbas, acabámos por ficar hospedados na tranquila Alona Bamboo guesthouse.

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Ilha de Apo. Rochedo no Oceano

Após aqueles dias de sonho em Sugar Beach, parti com a Nie Ying em direção à ilha de Apo e o nosso primeiro passo foi apanhar um barco de regresso a Sipalay. Depois da curta travessia marítima, apanhámos vários autocarros, o primeiro para Hinoba-an, seguidamente até Bayawan e finalmente para Zambuaguita, onde pouco depois das 15.00 e com muita sorte apanhámos uma banca. Durante a travessia, o mar estava um pouco agitado e os salpicos foram uma constante. 😛

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Na chegada à ilha, a primeira visão da “praia” não foi muito paradisíaca, uma vez que para além da areia praticamente inexistente, se podiam ver muitas casitas. Ao longo dos dias, Apo revelou ser um rochedo no oceano, coberto de vegetação seca e onde a vida segue pacatamente o seu curso natural. Na ilha, a eletricidade apenas existe das 18.00 às 21.30, as noites foram escaldantes e ruidosas, fruto do cacarejar dos galos e dos latidos dos cães. 😛

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Na ilha ficámos alojados na Mario´s guesthouse num dormitório simpático, que aquando da nossa chegada estava praticamente deserto. Aí encontrámos boa comida e pessoas muito simpáticas: Janice (filipina de Puerto Princesa); Arnold (holandês de 70 anos com um espírito incrivelmente jovem); Richard e Jackie (casal de australianos); Julie e Mark (casal de alemães); Mário e Jed (instrutores de mergulho).

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Em Apo mergulhei duas vezes, a primeira em Cagon (onde fiz pela primeira vez uma entrada negativa – assim que se cai dentro de água começa-se logo a afundar e o encontro com os outros mergulhadores é feito no fundo. Este mergulho acabou por ser um drift dive tranquilo onde o maior destaque foi uma escola de jack fish); e a segunda em South Point, onde encontrei um extraordinário jardim de corais (do melhor que já observei, tanto em variedade como em riqueza de formas e cores) e vi múltiplas tartarugas e nuddiebranchs.

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No dia do aniversário de Julie, vi um bonito pôr do sol no antigo farol, na companhia de Nie, Janice e Arnold e daí podemos observar as bonitas cores do fim do dia e a visão em simultâneo das ilhas de Mindanao, Los Negros, Cebu; Siquijor e Bohol! 😀 E fizemos uma pequena mas agradável festa na praia, com direito a uns copitos, muita conversa, iluminação de lanternas, temperatura agradável, ao mesmo tempo que se via vários relâmpagos a rasgar o céu e uma tempestade a aproximar-se.

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Sugar Beach. Posso Cá Ficar Para Sempre?

A experiência que tive ao entrar em Sugar Beach, foi quase equivalente a sair do mundo. O ambiente era relaxado; o resort onde fiquei instalado (Driftwood Vilage), estava super bem concebido e não era muito dispendioso; existia um dormitório muito confortável, em que as camas eram praticamente de casal; a comida era deliciosa; e o staff impecável. Em Sugar Beach a areia era castanha escura ou se preferirem tinha um tom açúcar mascavado, por esse motivo a sua temperatura era quase sempre elevadita. 😛 Por sua vez, a água do mar apesar de não ter aqueles tons de múltiplos azuis e verdes, que geralmente são visíveis em praias de areia branca e onde existem corais, era transparente, super límpida e tinha uma temperatura agradável. No areal existiam múltiplos coqueiros e palmeiras, e existiam dois ou três resorts com bungalows.

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Progressivamente, fui conhecendo pessoas que estavam hospedadas no resort: a Babe (filipina que pertencia ao staff); Fabian (suiço), Nie Ying (chinesa); Octavie e Morgany (francesas); Luke e Alexa (casal de ingleses)… e foi aqui que me despedi de Daniel (“Jesus Cristo”) e de Zaskia. Durante aqueles dias, escrevi e publiquei no blog, dormitei em hamoks, passeei pela praia, joguei voleibol ao final da tarde, vi o pôr do sol enquanto jogávamos e depois do jogo terminar corria para e pelo mar, que era praticamente plano e raso e ao correr para o infinito, sentia-me livre! 😀 As noite também eram divertidas e animadas, uma vez que havia sempre uns torneios de snooker e bebíamos quase sempre umas cervejitas, em amena cavaqueira.

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Numa das manhãs, também fizemos um passeio de snorkeling para ver um navio afundado, a apenas cinco metros de profundidade. A água era cristalina e límpida, havia uma excelente visibilidade e foi possível ver corais e peixes de muitas cores ricas e variadas. Para além disso, também existiu uma tentativa de esquema por parte duns nativos que se fizeram passar por “guarda-costeira” e que tentaram “sacar-nos” uma taxa imaginária! Felizmente sem sucesso! 🙂 Uma vez que a vida era relaxada e fácil – boa comida e cama; sossego e conforto; muitas e animadas conversas – não tinha vontade de partir e estes três dias ficar-me-ão para sempre na memória. 😉 Antes de seguir para a ilha de Apo com a Nie Ying, tive de perguntar-me algumas vezes: “Sugar Beach. Posso cá ficar para sempre? ” 😀

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Em trânsito: Moalboal – Sipalay. Travessia para Sugar Beach

Na despedida de Moalboal, eu e a Zaskia tomámos o pequeno-almoço com Daniel e fruto da conversa muita animada à refeição, apenas partimos ao meio-dia mas com um objetivo bem definido. Chegar a Sugar beach, já nas imediações de Sipalay na costa oeste da ilha de Los Negros, uma vez que a descrição que Daniel fez do local, foi de tal modo apelativa que nos fez lá querer ir. 😀

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O resto do dia, foi um longo périplo de múltiplos transportes terrestres e marítimos. Primeiro apanhámos um tuk-tuk para a vila de Moalboal, daí autocarro até ao porto de Bato  hora e meia – onde apanhámos um ferry para Tangi  meia hora – já na ilha de Los Negros e aí novo autocarro para Dumaguete  uma hora. Da capital de Los Negros oriental até Bayawan, mais cento e vinte quilómetros e duas horas e meia de viagem. Em Bayawan fruto da hora avançada e uma vez que já não existiam autocarros, tivemos uma paragem prolongada para negociações. Conversámos com ojeks, condutores de carrinhas, motoristas de autocarros, até acabarmos cada um montados à pendura numa scotter, a fazer uma viagem de oitenta quilómetros, até à vila de Sipalay. A viagem estava a ser memorável, as motas deslizando pela estrada (ora de asfalto, ora de brita), enquanto as estrelas brilhavam no céu e um sentimento de liberdade nos acompanhava, até que… ouvimos um ahhhhhhh! Abrandámos, olhámos para trás e havia poeira no ar! Zaskia e o seu jarbas tinham tido um acidente e estavam deitados no chão! Saímos da mota, corremos ao seu encontro e naquela hora tardia, o que nos valeu foi que ninguém se magoou seriamente! Apesar das escoriações, arranhadelas e cortes, pudemos seguir viagem, mas o encanto tinha-se quebrado. :/

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Na chegada à vila de Sipalay encontrámos Daniel – um italiano, amigo de Zaskia – e com ele, e Mr. Tito seguimos num novo tuk-tuk até a um pequeníssimo porto perto de Sugar Beach. Toda esta louca odisseia, foi concluída exatamente na hora dos fantasmas, numa pequena viagem de barco feita no rio, no mar, na escuridão, iluminada pelo plâncton fluorescente que brilhava nas águas e pelas estrelas que brilhavam no céu. Quando desembarcámos em Sugar Beach e saltei para a areia, senti-me como um pirata, a chegar à ilha do tesouro… apenas não sabia quanto “ouro” ia encontrar…  

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Moalboal Days

Já na praia de Panagsama, ficámos alojados no Breeze Apartelle e depois de um ligeiro acerto de preço este local revelou-se perfeito… o quarto era enorme, pintado de amarelo girassol vivo, a casa de banho luxuosa q.b., havia água quente e a internet era rápida! Um mimo. 🙂 Durante a tarde cirindámos por inúmeras escolas de mergulho da zona e depois de vermos o pôr do sol regressámos à nossa “suite”. Banho tomado, seguimos para um restaurante mexicano, onde tivemos um bom jantar e um serão bastante agradável. Terminado o repasto, seguimos para o recinto da fiesta e aí por 65P (1.10€) por pessoa, bebemos rum com cola até ficarmos num estado de espírito… animado! 😛 Por volta da uma e tal dirigimo-nos à zona da “pista” de dança que estava minada de ladyboys e adolescentes! Um sonho, portanto! 😛 A verdade é que apenas às 3.00 chegámos ao quarto, onde aterrámos quais aviões.

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Depois da fiesta brava, do dia anterior resolvemos abortar a ideia de mergulhar – sabe-se lá porquê 😉 – e como o Francis estava de abalada, tive de abandonar o nosso belo poiso (snif, snif) e mudar-me para o simpático Moalboal Backpacker Lodge. No nosso último dia juntos, acabámos por visitar a bonita cascata de Kawasan e a verdade é que a tarde passou num ápice. O local, apesar de cheio de pessoas acabou por ser um passeio agradável, uma vez que à paisagem verde e serena, juntou-se a água fresca de várias lagoas e riachos que desembocavam na grande cascata. Já em Moalboal e dentro do autocarro, despedimo-nos com um forte abraço e “prometemos” manter-nos em contacto. 🙂 Quando regressei ao hostel, conheci Léo (brasileiro de Porto Alegre), Sérgio (francês e luso-descendente), Vanessa (alemã de Colónia) e Daniel (alemão de Estugarda) com quem acabei a jantar e a ter uma conversa longa e espetacular sobre a vida, viagens e mergulho. 😀

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O terceiro dia foi passado em praias, de manhã, rumei a sul e visitei a praia de Lumbung e de tarde rumei a norte e visitei a praia mais famosa da zona, a White beach. Neste périplo entre praias conheci um ojek simpatiquíssimo (Mr. Rodolfo) e a verdade é que nos demos tão bem que acabei por combinar com ele todas as viagens desse dia. 🙂 Durante o dia, torrei ao sol, atualizei o caderno, fui ao mar inúmeras vezes e fiz snorkeling. Este acabou por ser um dia mais tranquilo e quando regressei a Panagsama voltei a jantar com o Daniel.

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No último dia em Moalboal fiz dois mergulhos na companhia de Daniel. O primeiro na ilha do Pescador, onde fui recebido por uma parede vertical, de aproximadamente cem metros de profundidade e repleta de corais bastante vivos e coloridos, e onde senti algum nervosismo, ao lembrar-me de corrente brutal e descendente de Batubalong em Komodo. :/ E o segundo já ao largo de Panagsama, onde tivemos um encontro com uma escola de milhões de sardinhas! BRUTAL! ABISSAL! MONUMENTAL! 😀 Espirais, círculos, arcos e nuvens… um verdadeiro turbilhão! Um dos melhores mergulhos da minha vida! 😀 Depois de tanta emoção aquática, ficámos um par de horas na escola de mergulho – Cebu Divers – a falar com outros mergulhadores. Durante a tarde para além de continuar na conversa, acabei de atualizar o caderno e no regresso ao hostel reencontrei Daniel, Vanessa e Zaskia (rapariga de ascendência alemã/filipina) que chegara no dia anterior. Na despedida de Moalboal comecei a jantar sozinho, mas à semelhança de dias anteriores acabei acompanhado, desta feita por Zaskia com quem fiquei a conversar animadamente durante um par de horas. Foi nesse momento, que combinámos partir no dia seguinte para a ilha de Los Negros 

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Em trânsito: Na ilha de Cebu. De Norte a Oeste

Depois de todos os fabulásticos mergulhos, a simpática tripulação deixou-nos na vila de Maya, onde apanhámos um autocarro que nos levou estrada fora durante cento e trinta e seis quilómetros, de regresso à cidade de Cebu, capital da ilha e local onde Magalhães perdeu literalmente a cabeça. 😛 Aí, acabámos por jantar num restaurante um pouco mais fino, onde tivemos direito a banda e durante o mesmo reinou a boa disposição, havendo muita conversa. 🙂

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Depois da noite em Cebu, saímos da guesthouse bem cedo e partimos para o terminal de autocarros sul, onde apanhámos um veículo para Oslob. Durante a viagem, fui vendo o Robin Hood e tomando atenção ao caminho para garantir que o motorista não se esquecia de nós e saíamos no sítio certo. Assim que chegámos, e sem perdermos tempo comprámos os nossos bilhetes para fazer snorkeling com os tubarões baleia. O local era bastante organizado e por uma pequena quantia – 50P, cerca de 0.80€ – tivemos acesso a cacifos e a chuveiro de água doce.

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O ambiente geral de azáfama e ruidoso não foi uma novidade para mim… já sabia ao que ia e desse modo foi fácil meter um chip e transformar-me num “robot”. Com o chip colocado recebi um briefing, apanhei a banca designada e saltei para dentro de água. Durante meia hora, andei para trás e para a frente, tentando ora aproximar-me, ora manter-me a uma distância que me parecia segura, pois muitas vezes aqueles dóceis gigantes aproximavam-se demasiado. Apesar da quantidade de pessoas existentes e do “processo” dos barqueiros mandarem comida para dentro de água não me agradar, no momento em que comecei a ver os tubarões baleia “desliguei-me” do ambiente geral e foquei-me na extraordinária beleza deste animal (na sua boca oval aberta qual aspirador gigante, nos padrões da sua pele malhada, na sua enorme envergadura, na suas guelras, na sua barbatana caudal…). Espetacular! Inesquecível! 😀 E o único senão foi ver o Francis cansado e ofegante, agarrado a umas cordas/bóia a descansar. :/ Assim que o tempo acabou, regressámos à banca e rumámos a terra.

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Quando desembarcámos, o ambiente já era totalmente diferente, uma vez que já não existiam bancas no mar. E a razão? Hora de fecho! Todos os dias em Oslob os tubarões baleia são religiosamente alimentados das 5.30 às 12.30. Depois dessa hora, este negócio milionário fecha e reabre, no dia seguinte pronto para faturar mais umas centenas de milhares de pesos! Terminada a visita a estes magníficos animais, naquele ambiente tão dúbio, não nos fizemos velhos e partimos em direção a Moalboal já na costa oeste da ilha. Como não existia uma ligação direta, tivemos de parar em Tagu para mudar de autocarro e aí acabámos por almoçar numa casita de madeira, sentados à sombra. De Tagu a Moalboal, distam noventa quilómetros de paisagem bastante verde e que foram percorridos em hora e meia. Assim que chegámos à pequena vila, negociámos a nossa partida num tuk-tuk até Panagsama beach. Durante o curto trajeto, recebemos uma dica de alojamento e ficámos a saber que a vila estava em fiesta em honra do padroeiro São Vicente Ferrara. 😉

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Malapascua & Gato

Depois de reencontrar Francis e dele decidir que direção queria tomar, apanhámos três jeepneys para chegar à estação de autocarros norte. Aí, almoçámos e comemos um gelado antes de partirmos em direção à pequena vila portuária de Maya. A quente e apertada viagem de cinco horas, foi trilhada numa estrada com “alguns” buracos e passada a dormitar. Quando chegámos, já não existiam barcos para fazer a travessia para a ilha de Malapascua e sem nada podermos fazer, ficámos num cafunfinho, onde tentámos dormir o melhor possível. 😛

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Assim que o primeiro barco partiu (8.00) arrancámos para a ilha de Malapascua e o nosso primeiro passo foi procurar a escola de mergulho Fun & Sun com quem já tinha mergulhado na ilha de Coron e que me tinha deixado excelentes indicações de qualidade e de profissionalismo. Durante o dia deambulámos pela minúscula ilha, observámos as águas verdes e azuis cristalinas, algumas zonas de praia de areia branca, pequenas aldeias, os simpáticos nativos (principalmente as sorridentes crianças), alguns estragos provocados pela passagem do super tufão e relaxámos na área comum da nossa escola de mergulho enquanto esperávamos pelo entardecer. No primeiro mergulho (Ligthouse), vimos uma longa “dança” de acasalamento de raríssimos peixes-mandarins, sobre a incidência de luzes vermelhas e sensuais; tive o meu primeiro encontro com cavalos marinhos; vimos lulas a brilhar, havendo uma delas que se enamorou da luz da nossa lanterna e a seguiu “cegamente” e uma lula praticamente microscópica, engraçadíssima… 🙂

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No segundo dia, às 5.00 já estávamos a caminho do nascer do sol e do nosso encontro com os magníficos tubarões Thresher em Monad Shoal. Neste local, enquanto estávamos agarrados à parede e a uma distância considerada ecologicamente aceitável, vimos em simultâneo três destes magníficos animais a deslizar suavemente no grande azul. Poder observar a sua suavidade e graciosidade e num ápice, ver a mudança de direção brusca e aceleração brutal, fez-me tomar verdadeiramente consciência dos seus instintos predatórios letais. Os seus olhos eram redondos e grandes, a sua pele cinzenta e brilhante, mas a característica mais diferenciadora e fascinante, era a sua barbatana caudal longuíssima e que os distingue de todos os outros tubarões. Um encontro apaixonante e adrenalizante! 😀

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Terminado o mergulho regressámos a Malapascua e depois do pequeno-almoço, partimos novamente, desta feita para a pequena ilha de Gato. Ao largo deste ilhéu, fizemos mais dois mergulhos brutalíssimos e que em termos de mundo macro foram de classe mundial. Em Gato, vi pela primeira vez alguns peixes e crustáceos raríssimos e espetaculares: um minúsculo peixe sapo branco, que mais parecia um coral; três ornate ghost pipe fish; um engraçadíssimo cuttlefish; um sweetlips microscópico; um boxfish amarelo e minúsculo; vários tipos de camarões (cleaners, um pequeno mas poderosíssimo mantis e vários harlequin, quais pequenas e delicadas flores); diferentes tipos de caranguejo, entre eles um pequeno spider crab; uma cobra do mar, um peixe-pedra; moreias; diferentes nuddiebranchs e alguns tubarões (white teep reef e bambo). Ainda em Gato, estivemos dentro de uma caverna/túnel que percorria a pequena ilha de ponta a ponta e na saída da mesma, vi tal como em Sipadan a luz a penetrar na escuridão! E a revelar-nos um mundo de reflexos, brilho e luz. Espectacular! 😀 Em Malapascua e Gato, quatro mergulhos. Quatro mergulhos de sonho! Cem por cento de eficácia. Muito divertimento a bordo e vários momentos National Geographic. 😀

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Em trânsito: Longa Jornada para Cebu

Depois das emoções passadas na ilha de Coron e arredores, a ilha de Cebu e ponto de encontro com o meu amigo Francis, era o meu próximo destino. Como tinha dois dias até à sua chegada, o meu objetivo passou por tentar gastar o mínimo dinheiro possível na travessia. Ainda em Coron, apanhei um pequeno barco que levou sete horas para chegar a San Jose, na costa oeste da ilha de Mindoro. Assim que atracámos – eu, Maiju e Steow – apanhámos uma carrinha que nos levou até Calapan, já na costa norte da ilha, onde chegámos já de noite, depois de uma viagem de cerca de cinco horas. Essa vila, marcou a minha separação de Maiju e Steow, uma vez que na manhã seguinte eles seguiram para Puerto Galera e eu apanhei um barco para o porto de Batangas, já na ilha de Luzon.

Na curta travessia entre ilhas – aproximadamente hora e meia – recebi informações de como chegar ao aeroporto de Manila da maneira mais económica e consequência disso a minha manhã foi completamente preenchida com viagens de autocarros e jeepneys: Batangas – Alabang – Zapote – Baclaran. Quando cheguei ao terminal 3 do aeroporto, o relógio batia o meio-dia e sem a viagem marcada e com o encontro com o Francis ao “virar da esquina” tive que me sujeitar aos “elevados” preços da companhias aéreas. :/

Durante a tarde e como apenas tinha o voo às 22.30, aproveitei para marcar todas as ligações aéreas que me faltavam até ao final da viagem e assim evitar mais surpresas desagradáveis com aumentos repentinos de tarifas, assim: Manila – Kuala Lumpur (que ficou mais barato que o voo interno entre Manila e Cebu! Devido a ter sido marcado com mais de um mês de antecedência); os voos de ida e volta Kuala Lumpur – Yagon e o voo de regresso a Portugal que teria duas escalas, uma em solo asiático e outra já em solo europeu (Kuala Lumpur – Guangzhou – Paris – Lisboa). Estava assim definida, a data para o meu regresso. Nunca, durante toda a viagem soube com tanta antecedência, quais os meus destinos… mas nesta situação, não existiam muitas alternativas, a partir deste momento e no prazo de dois meses, estaria em Lisboa.

Quando aterrei em Cebu-Mactan, era meia noite e pouco, mas como o Francis apenas chegava por volta do meia dia e um quarto, passei a noite no aeroporto em modo de espera. Durante essas doze horas, para além de dormir o que o corpo deixou, organizei as fotografias de Coron, enviei e-mails e aproveitei para escrever para o blog. Tic- tac… tiiiiiiiiiiiiiiiic-taaaaaaaaac… tiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiic-taaaaaaaaaaaaaaaaac, o tempo passou e o Francis, chegou. 😀 

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Coron. Mergulho nas Trevas

De El Nido parti com a Maiju e o Steow em direção à ilha de Coron. Durante as oito horas que durou a travessia marítima, observei a bonita paisagem que nos rodeava (as múltiplas ilhas, o céu azul, as nuvens brancas, o sol radioso e escaldante, o mar de infinitos azuis e verdes…) e falei com os meus companheiros de viagem durante algum tempo. Já na pequena vila e capital da ilha, ficámos hospedados na agradável Marley´s Guesthouse, onde conhecemos um staff impecável que nos contou histórias impressionantes do super tufão – que apesar da longa distância percorrida, ainda chegou a atingir Coron – e que partilhou connosco o seu gosto por música ritmada e tribalista. 🙂

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Nos arredores da ilha, tive dois dias de mergulho intenso num ambiente pesado e sombrio de navios japoneses afundados durante a Segunda Guerra Mundial e aí senti um nervoso acrescido por ter entrado pela primeira vez debaixo de água, em espaços realmente confinados. Neste mundo submerso, senti o lado “negro” do mergulho, principalmente no navio Irako onde atingi a minha profundidade máxima (trinta e oito metros e meio). Porém, mesmo naquele mundo de trevas, existia luz e sempre que esta penetrava pelas frinchas e buracos existentes naquelas estruturas de aço gigantes, parecia que estava numa catedral sub-aquática! Fenomenal! Inesquecível! 😀 Para além disso, observar “algo” feito pelo homem, onde se pode ver vestígios da sua presença (as cargas inalteradas dos navios afundados) e onde ainda existem componentes que funcionam (tais como válvulas e torneiras…) é algo de inolvidável. Ao largo de Coron, foi ainda possível mergulhar nas águas escaldantes (38 ºC) de um lago de água doce. Aí, vi de forma perfeita as linhas térmicas onde a água mudava drasticamente de temperatura, sentindo em simultâneo metade do corpo quente e metade fria! Tirei as barbatanas e fiz “escalada” sub-aquática, atravessei troncos de árvore qual equilibrista e em slide, e senti possivelmente o que sente um astronauta ao pisar solo lunar.

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Em Coron, para além desses mergulhos míticos, tive serões animados, regados a rum e cola, na companhia dos meus companheiros de viagem e de dois engenheiros Irlandeses (Donald e Richard); vi procissões noturnas onde as velas dos fiéis iluminavam e espalhavam uma luz mortiça pelas ruas escuras da vila; visitei de barco uma praia de sonho, rodeada de rochas mágicas, negras como o breu e repleta de águas cristalinas e transparentes que brilhavam como safiras e esmeraldas; tive um delicioso jantar festivo onde o caranguejo e o camarão foram reis e senhores; e tive um reencontro com o passado

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Numa daquelas noites festivas, ao sair dum bar na companhia de Arnold  gerente de um resort que trabalhava na ilha – encontrámos um nativo, que o conhecia e que nos convidou a ir até ao cemitério, para fazer uma homenagem fúnebre. Arnold imediatamente e de uma forma rude, declarou que não ia, mas eu naquele momento senti algo que me impeliu a acompanhar o nativo. Comprei umas velas, ele umas cervejas, montámos um tuk-tuk e quando estávamos prestes a partir, o Arnold acabou por se dignar a acompanhar-nos. Na escuridão da noite, seguimos estrada fora e depois de uma viagem que não sei precisar quanto demorou chegámos à entrada do cemitério. Aí, passo a passo e silenciosamente, penetrámos naquele espaço vasto, negro e sereno, até chegarmos à campa. Assim que chegámos, Arnold deitou-se na campa do lado e adormeceu pesadamente. O seu ressonar competia em decibéis, com a pirosa música de discoteca que era projetada pelo seu telemóvel.

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Como estátuas de mármore e alheios a esse facto, acendemos uns cigarros e as velas, abrimos as cervejas e fizemos uma homenagem fúnebre e sentida à sua esposa e ao seu filho – que tinham falecido há um ano. Depois desse momento, dentro de mim, algo se quebrou. Repentinamente, lembrei-me do meu pai e das saudades que sentia dele. Longe de Portugal, longe de todas as pessoas que conhecia, um pouco tocado pelos copos bebidos e sem filtros e barreiras de espécie alguma, comecei a chorar… De joelhos agarrado àquela campa, larguei um peso que carreguei durante quase dezassete anos. Chorei, chorei, chorei. Chorei baba e ranho. Chorei durante largos minutos e não houve nenhum travão que parasse as lágrimas. Apenas quando senti uma leveza a ressoar dentro de mim, parei. Nesse momento, passei as mãos pelos olhos, desajoelhei-me e abracei o nativo. Naquele cemitério perdido das Filipinas, dois “orfãos” de lados opostos do nosso planeta, foram irmãos durante momentos. Juntos partilharam uma dor comum. A dor da perda e juntos reencontraram um calor e uma luz humana, que aqueceu e iluminou a escuridão da noite e o frio da morte…

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