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Uma Geografia. Uma Fotografia: Kefa

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Na cidade de Kefa – pode encontrar mais aqui – conheci o Sr. Jorge, um senhor muito sereno, que era simultaneamente tradutor e guia turístico. Depois de uma conversa profícua, acordámos que ele me transportaria até à fronteira com Timor Leste junto ao enclave de Oecussi, ajudar-me-ia a arranjar dólares e durante a minha estadia na cidade seria simultaneamente meu guia e ojek.  Na manhã seguinte, na sua companhia rumei à pequena aldeia de Bitauni, onde visitei uma gruta/santuário, que albergava uma estátua de Cristo. Na gruta, a escuridão não era total pois existia luz natural que penetrava por algumas frinchas, existiam morcegos a voar e no ar sentia-se um odor pesado às suas fezes. Em frente à estátua da Nossa Senhora e do Redentor, o Sr. Jorge acendeu umas velas e rezou durante alguns momentos, enquanto eu observava silenciosamente.

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Uma Geografia. Uma Fotografia: Lamalera

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Depois do longo périplo e de uma noite dormida na sonolenta e poeirenta Lewoleba, rumei à aldeia piscatória de Lamalera – pode encontrar mais aqui – um dos únicos locais do nosso planeta onde se podem pescar livremente baleias, tubarões e golfinhos. Na mesma tive a oportunidade de observar “rituais” de desmembramento de cetáceos e desse modo, vi golfinhos a serem cortados osso a osso, víscera a víscera, pedaço a pedaço até não sobrar nada… e a areia ficar coberta de sangue… coberta de morte… coberta de vida; e passei um dia inteiro no mar, a bordo de um barco onde observei o que é a pesca tradicional sem recurso a tecnologia, apenas o homem Vs. natureza… após tudo o que presenciei em Lamalera, fiquei com a certeza que estes pescadores têm uma vida bastante dura, de muito trabalho físico e não consegui encontrar nenhum motivo válido para se parar com a pesca tradicional, nesta aldeia. Os nativos apanham o que conseguem de uma forma justa e limpa, sem destruírem o ecossistema, não existindo extermínios em massa, como acontece por exemplo no civilizadíssimo Japão. Estas pessoas pescam para sobreviver e respeitam o mar com veneração, ou pelo menos sentem-lhe temor e sabem que se abusarem dele, no final não sobrará NADA! A não ser um deserto de ossadas…

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Andarilhos

Os andarilhos são pessoas de bem com a vida, com a natureza e cujo espírito curioso e benovolente, lhes permite fruir das coisas mais simples e belas: o nascer e o pôr do astro rei, a bruma que voa entre vales e montanhas, os rios que correm, o fragor das cascatas, picos imponentes coroados de luz e sombra, árvores intemporais, aves graciosas que voam nos céus, o som de folhas a restolhar e galhos a quebrar sob o peso dos seus passos e a leveza do seu espírito… os andarilhos são os reis do silêncio e do vazio, chegando onde ninguém consegue chegar e onde os seus passos os levam, percorrendo as distâncias que separam a realidade do sonho.

MinaS.Domingos

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Uma Geografia. Uma Fotografia: Sikka

Ao longo da Igreja

Depois da visita ao bonito vulcão Kelimutu, continuei a minha “peregrinação” pela ilha das Flores, sendo a minúscula aldeia piscatória de Sikka  pode encontrar mais aqui – o meu destino seguinte. Nas imediações da aldeia encontrei praias de areia branca, crianças que gritavam: ”photo, photo, photo…” mas que quando lhes apontava a câmara se escondiam com feições envergonhadas, um grupo de senhoras com quem bebi um café e visitei a bonita igreja que alberga no seu interior uma estátua de Cristo, que se acredita ter sido trazida pelos portugueses em 1641, aquando da queda de Malaca às mãos dos holandeses.

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Uma Geografia. Uma Fotografia: Payakumbuh

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Em redor de Bukittinggi, outro dos locais que visitei, aliás que tentei visitar, foi o vale de Harau, nas imediações da cidade de Payakumbuh – pode encontrar mais aqui. Porém, o que à primeira vista parecia simples, revelou-se uma tarefa “impossível” devido aos múltiplos contratempos que tive com os transportes: bilhetes hiper inflacionados, longas discussões de preços, múltiplas conexões e desconexões, carrinhas/autocarros a cair aos bocados e longuíííííííííííííííííííssimas esperas! Tudo somado resultou num passeio surreal passado em Sumatra, onde a lógica se torna ilógica e o caos passa a comandar as situações do quotidiano. Neste dia esperei e MUITO, irritei-me, praguejei, ri-me e aprendi uma importante lição: em Sumatra há que ter tempo para viajar e uma paciência de Jo.

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Uma Geografia. Uma Fotografia: Batu Sangkar

BatuSangkar_Blog

Depois da visita ao palácio real em Pagaruyung, conheci Revi Suhendi, um ojek – condutor de táxi-mota – extremamente amistoso e caloroso que me levou a “passear” em redor da vila de Batu Sangkar – pode encontrar mais aqui. Desse modo, tive a oportunidade de observar a muito verde paisagem campestre, repleta de plantações, arrozais e afáveis camponeses. Na despedida tirámos um retrato juntos e fiquei a saber que amigo, na língua Indonésia se diz SUKA.

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Uma Geografia. Uma Fotografia: Pagaruyung

Pagaruyung_Blog

A cerca de quarenta quilómetros de distância da cidade de Bukittinggi, em Pagaruyung – pode encontrar mais aqui – encontrei o coração da etnia matriarcal/patriacal dos Minangkabau e visitei o agradável complexo do palácio real, onde pude encontrar arquitetura autêntica e coloridos trajes tradicionais.

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Uma Geografia. Uma Fotografia: Regresso a Sumatra

Sky_BlogDepois da visita à ilha de Tanahmasa o regresso a Sumatra – pode encontrar mais aqui – fez-se pelo ar. E se é verdade, que na maioria das vezes as travessias aéreas são meras distorções temporais, algumas delas têm o condão de nos mostrar o nosso planeta de um ângulo totalmente diferente e refrescante. Neste caso específico, uma paisagem “tipo postal” das Maldivas, onde os corais, os bancos de areia e os múltiplos azuis desenhavam formas belas e requintadas, apenas visíveis do céu. Belíssimo! Arrepiante! A natureza a mostrar uma vez mais, todo o seu esplendor! Tanahmasa foi uma história que começou com uma odisseia e terminou com uma ode triunfal da natureza…

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Uma Geografia. Uma Fotografia: Pulau Tanahmasa

Tanahmasa_BlogTerminada a longa odisseia cheguei finalmente ao meu destino, a ilha de Tanahmasa – pode encontrar mais aqui – onde na praia fui recebido por crianças sorridentes e curiosas. Na ilha fiquei alguns dias na companhia de Luke e durante esse tempo, deambulei sem objetivos; vi e tirei algumas fotografias a uma paisagem bela de selva, coqueiros, praias de areia branca, dourada e coral partido, reflexos de céu espelhados em pequenas piscinas naturais, mar de múltiplos azuis e verdes; barcos; canoas e pescadores; senti tranquilidade e sossego; passei por pequenas aldeias, onde cumprimentei muitas pessoas amistosas e curiosas; visitei escolas, repletas de crianças às quais tirei retratos e senti a sua alegria infantil; fiz snorkeling algumas vezes e vi a beleza do sol a penetrar na água e a espalhar reflexos e cores, a perfeição dos tubos das ondas a serem formados, alguns peixes coloridos… a ilha de Tanahmasa, ficará para sempre guardada no meu coração como um paraíso escondido, um local dentro do mundo, mas que praticamente foi esquecido por este.

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Uma Geografia. Uma Fotografia: Malaca

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Em Malaca – pode encontrar mais aqui – essa histórica terra de sultões malaios, portugueses, holandeses, britânicos e posteriormente chineses e indianos estive durante três dias. Na quente, sonolenta e turística cidade património da UNESCO, deambulei encontrando bonitos museus, o jardim da coroação, a Porta de São Tiago – A “Famosa” – e as ruínas da Igreja de São Paulo. Na margem oeste do rio, encontrei uma faceta mais moderna, onde se destacaram bonitas casas de fachadas coloridas, grandes e belos antiquários e a rua da harmonia onde numa curta distância existe, o templo hindu mais antigo do país, Sri Poyyatha Vinayagar Maarthi, a mesquita de Kampung Kling e o templo chinês de Cheng Haan Teng. Quando me despedi de Malaca e da Malásia, senti-me orgulhoso por ser Português.