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Crónicas

Shenzhen. Sangue, Hospital e a Honorável Utente

A viagem da estação de comboios para o hostel decorreu com normalidade, não fosse o momento em que me levantei do banco do metro, e ao encontrar sangue no mesmo pensar: “Oh Diabo! Acho que aquilo não estava ali quando me sentei.” :/ Depois de chegar ao hostel, fiz o check-in e fui à casa de banho verificar o que se passava. E o que vi deixou-me preocupado. Os boxers estavam completamente ensanguentados, a ponto do sangue ter repassado para os calções e ter deixado uma bela mancha de sangue neles! Tomei banho, cortei os boxers e transformei-os em duas semi-fraldas, vesti-me e como não estava muito bem pensei ir ao médico, afinal daí a dois dias teria um dia muito looooooongo no aeroporto e não convinha estar tão embaixo de forma. :/

Já no hospital encontrei uma utente que me ajudou a traduzir o que sentia e qual o meu problema. Graças a ela, fui assistido por um especialista que assim que me observou fez um som que me pareceu mau sinal e depois veio a confirmação: hemorróida com péssimo aspecto! E com fortes probabilidades de ter de ser operado em Portugal! 😦 Antes de nos despedirmos receitou-me três tipos de comprimidos diferentes, uma pomada e aconselhou-me a ir ao médico o mais rápido que conseguisse, assim que chegasse a Portugal.

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Crónicas Em trânsito

Em trânsito: Lushan – Shenzhen. 24H

A viagem de Lushan para Shenzhen decorreu primeiro de mini-van (quarenta e cinco minutos entre Lushan e JiuJiang) e depois de comboio. Uma longa viagem de comboio que se iniciou às 13.22 e terminou às 5.50 do dia seguinte, sensivelmente dezasseis horas e meia! Durante sete horas escrevi no caderno, falei com um rapaz que conheci no comboio – Zhang Zulin, informático – alimentei-me e deitei-me para tentar dormir apesar das persistentes e incomodativas dores no… “ass”! :/

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Crónicas Fotografia

Lushan? Água, outras Palavras e Hemorróida

Os dias em Lushan podem ser resumidos em poucas palavras, mas as principais serão sempre água, muita água associada a riachos, rios, lagos, cascatas, chuva, neblina e nevoeiro… muito nevoeiro :P; rochas associadas a vales, montanhas e escarpas; verde associado às árvores centenárias e à densa vegetação; e claro dores no “assassociadas a uma hemorróida incomodativa e persistente. :/  

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Crónicas

Estão a Abusar da minha Boa Vontade

Terminado o trekking, jantei no restaurante do costume, mas infelizmente senti que as pessoas do mesmo agiram de má fé quando me tentaram vender muito mais comida do que a que conseguia realmente comer – um prato de carne, um prato de vegetais, arroz e um prato de peixe! Para apenas uma pessoa?!. Na altura de verificar quantos pratos tinha à minha frente, discuti com eles durante alguns minutos e tive inclusivamente de dar um murro na mesa, porque ninguém me parecia ouvir! :/ Durante esse período tirei o peixe da minha frente – pelo menos umas cinco vezes, ao mesmo tempo que fui fazendo sinais de forma veemente que não iria pagar o upgrade. Felizmente no final correu tudo bem e a conta não veio inflacionada, mas senti que aquele momento desagradável era absolutamente desnecessário. 😦

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Crónicas Fotografia

Huangshan, Montanha Amarela

Ato V – Dureza na Ascensão

Apesar das poucas horas dormidas, acordei com o objetivo de continuar o meu passeio em Huangshan. E se em Tangkou o tempo estava cinzento, quando cheguei ao “portão” da face Este da montanha, em YunGu estava um nevoeiro cerradíssimo. :/ A ascensão até ao White Goose Ridge foi muito, muito dura! E ao cansaço físico – as pernas não se queriam mexer – associou-se o cansaço mental – a cabeça só pensava que não se via nada e qual o objetivo de visitar a montanha naquelas condições atmosféricas, quando podia estar muito bem no hostel deitado num verdadeiro “ninho”. :/

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A verdade é que arrastando-me montanha acima, cheguei ao White Goose Ridge em noventa minutos e a partir daqui o dia melhorou consideravelmente, tanto em termos físicos e mentais, como meteorológicos. O meu primeiro destino foi o Seeing is Believing Peak, mas a verdade é que relativamente à questão de ver para acreditar a ironia era de facto elevada, pois na realidade via-se pouco ou nada e senti-me qual um comandante de um navio, a navegar na bruma, mas sem acesso a GPS. 😛 Daí segui até ao Tiger Pine e a melhor visibilidade da manhã foi entre esse local e o Lion Peak, pois via-se a neblina a circular velozmente entre os picos, belo! 😀

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Do Pico do Leão parti para o Purple Cloud Peak (1700 m) mas o panorama não se alterou, nevoeiro cerradíssimo! Com umas condições assim, a melhor parte do dia foi sem dúvida nenhuma percorrer a zona do Xihai Grand Canyon, uma vez que mesmo com um nevoeiro intenso, foi espectacular! 🙂 A atmosfera do local é verdadeiramente singular, descidas e subidas vertiginosas, faces escarpadas, trilhos estreitos e pelo menos uma ponte completamente louca – os guardas eram tão baixos que mais parecia uma ponte para crianças – num precipício! 😛

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No caminho de regresso falhei uma bifurcação e consequentemente a ligação entre o Cloud Dispeling Hotel e o Brigth Top Peak, não vendo por esse motivo a famosa Flying rock. O caminho de regresso foi exatamente igual ao do dia anterior, porém com a agravante que neste segundo dia não se via nada! Por isso o objetivo foi apenas um: andar, andar… andar! Até sair de Huangshan de papo cheio de trekkings e fisicamente, extenuado. 🙂

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Crónicas Em trânsito

Em trânsito: Shaoxing – Hangzhou. Separação Forçada, Reencontro e Pandemónio!

Na estação de comboios quando estava para comprar o bilhete para seguir para Hangzhou com a Shue, o comboio estava esgotado e tive de comprar um bilhete para seguir noutro – que partia mais cedo, mas chegaria depois – e ela esperaria por mim na estação durante sensivelmente meia hora. Os pequenos problemas com que nos deparávamos eram: a Shue tem miopia, que não é completamente inofensiva e não usa óculos! :/ A estação de comboios de Hangzhou é “grandita” e com bastante afluência de pessoas – que novidade! – e não havia a possibilidade de telefonarmos – ela com um número chinês e eu com um número português. A verdade é que estava um pouco expetante e por isso arranjámos uma solução com cores fortes: o azul do meu softshell e o cor-de-laranja do saco que lhe pûs nas mãos antes de partir. 🙂

Felizmente correu tudo bem, na estação de comboios de Hangzhou voltámos a reencontrar-nos e nas imediações da estação esperámos por uma amiga da Shue, que veio da cidade onde elas estudam e que iria viajar em Hangzhou e Xitan com a Shue – no dia em que eu seguiria para Huangshan, elas iriam para Xitan. Daí seguimos de autocarro para as imediações do lago Oeste e a viagem para além de cara – preços inflacionados por ser altura de feriados!* – bastante lenta – tivemos de mudar de autocarro e esperar, esperar… esperar – e muito confusa – tanto no interior como no exterior do autocarro, existiam demasiadas pessoas – revelou-se um autêntico pandemónio! Nessa altura, Hangzhou pareceu-me o inferno na terra. :/


*Nunca vi uma companhia de transportes fazer tal coisa. E não, aviação não conta. 😛

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Crónicas Dicas

Esquema Dourado Made In Xangai

À saída do parque fui interpelado por três jovens que me perguntaram se lhes podia tirar uma fotografia e a seguir continuámos na conversa enquanto nos dirigíamos ao Champs Elysées de Xangai. Segundo eles o museu da cidade  que era o meu destino – estava com umas filas bastante grandes e era melhor fazer um compasso de espera, antes de ir para lá. Antes de entrarmos nos Champs Elysées – centro comercial, pedi para lhes tirar uma fotografia e depois da mesma seguimos pelos corredores. Só quando comecei a entrar num local mais pequeno, comecei a estranhar o ambiente e quando vi os meus ”três amigos” a sentarem-se numa mesinha com chávenas de chá à frente, tive a certeza absoluta onde estava e com quem estava! E pensei: “Filhos da P$%€! Não acredito nesta m£§%@! Outra vez?!”. Claro que nesse momento e instantaneamente disse que tinha que ir e abandonei o local qual relâmpago. No caminho ainda houve um ligeiro momento no qual pensei voltar atrás e confrontar estes mafiosos e dizer-lhes na cara: “Eu sei perfeitamente quem vocês são e o que fazem!”. Mas logo de seguida pensei que não pretendia meter-me em chatices e que queria ultrapassar a situação o mais rapidamente possível.

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Durante o caminho de regresso ao parque recordei Pequim, o profissionalismo destes gangues e no à vontade que demonstram a enrolar a vítima e a distraí-la com conversa, para além de revelarem uma enorme capacidade de adaptação e de criação de empatia com a mesma. :/

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Crónicas Fotografia O 1º Dia

Arranha-Céus, Encontros e Reencontros

em Xangai dirigi-me a um hostel especial… voltei a reencontrar Chen e conheci a sua família – o pai, a esposa que estava grávida e a filha de dois aninhos. Na altura de pagar o alojamento, fez-me um mega desconto e deixou-me à vontade para ficar o número de dias que desejasse. 🙂

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Entretanto não sentia o corpo muito confortável mas sabia que tinha de comer, desse modo Chen mandou um empregado do hostel comigo para comprar Qi Fang – comida muito suave à base de um caldo com arroz. Quando voltei e enquanto comia estivemos a conversar durante um bocado, mas depois ele teve de ir tratar de uns assuntos relacionados com umas remodelações que andavam a fazer no átrio do hostel e fui até ao quarto pôr a bagagem e preparar uma pequena mala, para partir à descoberta da cidade. E aí… conheci Roberto, italiano de Pádua, emigrante na China, Engenheiro Civil e… desempregado! :/ Parece piada mas é verdade, nem num país onde só vejo gruas existe trabalho!? E estivemos a conversar durante quase uma hora.

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Apesar de sentir o corpo um bocado lento parti face à cidade desconhecida e ao percorrer a avenida de Pudong, vi os arranha-céus do centro financeiro a agigantarem-se e a “aproximarem-se” de mim. Durante essa tarde deambulei pelo centro financeiro e por entre as suas torres de aço, betão e vidro, “parti o pescoço” a fotografar as mesmas. 🙂  

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Entretanto por volta das 18.00 meti-me no metro e dirigi-me para Dong´An, onde tive o meu segundo reencontro do dia, desta feita com Adam (o rapaz palestiano que conheci em Pequim e que agora estuda mandarim em Xangai) e quando nos vimos abraçámo-nos calorosamente. Juntos jantámos, aliás ele jantou e eu tentei, pois quando estava a comer os meus noodles – que eram bastante soft – senti-me repentinamente indisposto e em pleno restaurante comecei a vomitar – felizmente as mesas dos restaurantes na China têm baldes de lixo aos pés das mesas 😉 – e depois de sair para o exterior, continuei a vomitar. No entanto aquele vómito fez-me bem e senti o meu organismo mais aliviado. 🙂

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Do restaurante seguimos novamente para a zona do centro financeiro e no meio da conversa que fluiu naturalmente, porque nos entendemos verdadeiramente, fui tirando fotografias aos mesmos edifícios, agora iluminados e a “faiscar”. O ambiente envolvente era espectacular e cosmopolita… 😀 e o reencontro foi realmente sentido, pois antes de nos despedirmos “prometemos” voltar a reencontrar-nos antes de eu partir definitivamente de Xangai.

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Crónicas Em trânsito

Doente… em Suzhou

Durante a noite não me senti muito bem do estômago, mas quando acordei tentei forçar-me a tomar alguns noodles para o pequeno almoço, porém passado um quarto da tigela comecei a sentir-me enfastiado e tive de parar. Na viagem de autocarro para a estação de comboios, comecei a sentir-me indisposto e a pensar que talvez fosse vomitar. Durante a viagem, não se passou nada mas assim que saí do autocarro e numa zona verde, ajoelhei-me e comecei a vomitar, felizmente o vómito não foi amargo e apenas saíram os noodles.

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Crónicas O 1º Dia

Perplexo!

Na cidade de Yangzhou, o almoço foi saboroso mas teve um sabor bastante amargo, pois antes de começar a comer pediram-me o dinheiro! 😦 Fiquei perplexo! E depois da refeição ainda fiquei mais desiludido, pois percebi que fora a única pessoa – por ser ocidental – a quem isso acontecera, e antes de me ir embora não pude deixar de demonstrar o meu desagrado por gestos e pela minha expressão facial.