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Crónicas O 1º Dia Reflexões

Sala de Aulas? Supermercado!

Durante a deambulação do primeiro dia em Xi´an encontrei um Wallmarte (o meu primeiro super-mercado na China) e fiquei maravilhado. 😀 Senti-me tal e qual uma criança à solta num parque de diversões e ao invés de comprar o que necessitava e pôr-me a mexer, passeei pelo seu interior e fiz dele um local de aprendizagem sobre o país.

No primeiro momento, andei apenas a ver toda a gama de produtos diferentes e a extasiar-me com a quantidade diferente de fruta e vegetais, especiarias, óleos, farinhas… Num segundo momento tentei aprender os preços de produtos com os quais lidava no dia-a-dia: fruta, garrafas de água, chocolates e bolachas, pacotes de leite… E finalmente virei as agulhas para um mini “estudo sociológico” do qual fez parte a observação dos produtos gerais (higiene, limpeza, detergentes…).

O super-mercado de um país é um dos seus principais reflexos, uma vez que é aqui (e não só) que os cidadãos comuns se movem. Como tal, este local pode dizer-nos e ensinar-nos muito mais que um monumento, um museu ou um templo. Eles estão lá, só precisam que vocês entrem neles e os observem com atenção. 🙂

P.S. – Esta avaliação com as suas ressalvas também é válida para os mercados de rua.

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Crónicas O 1º Dia Reflexões

O Primeiro Dia em Xi´an

Na entrada da cidade: gruas, gruas, gruas…gruas, muitas gruas; torres em construção, céu azul mas ao mesmo tempo acinzentado na linha do horizonte (poluição) e tráfego intenso. O primeiro dia na cidade começou já tarde (por volta das 16.00) e depois da viagem de autocarro que ligou esta cidade com Pingyao. Na chegada à estação de autocarros de Wanshou Beilou, muitas pessoas no exterior esperavam para “oferecer” transportes – táxis, motos, e uma continuidade sem fim das novidades motoras do país. 🙂 Sai da estação e graças ao mapa que já tinha procurei um local para apanhar o autocarro. Mostrei ao meu motorista, o papel com o nome do meu destino em chinês – Han guang men e parti no meu primeiro BUS local: um autocarro cheio de gente no meio de um trânsito intenso, meio-louco e de muitas buzinadelas à mistura. 😛

Quando saí na paragem de autocarros e em plena ponte de acesso à entrada da muralha havia pessoas a cortar o cabelo e outras a serem massajadas. Achei o facto curioso. 🙂 Depois de ter efectuado o check-in com a ajuda do gerente (Chen), aproveitei para:

  • Jantar (os chineses jantam cedo, a partir das 17.30 – 18.00 já se vêem pessoas nos restaurantes). Ao fazê-lo, aprendi o valor real da comida no país e fiquei positivamente boquiaberto: Pequim estava inflacionadíssima e Pingyao inflacionada;
  • Passear ao anoitecer. Saí pelo portão de Han guang men e sempre junto a muralha dirigi-me ao portão Oeste da cidade sentindo a energia positiva do local: pessoas a fazer desporto (correr e máquinas de musculação ao ar livre), a passear, a dançar e a fazer coreografias;
  • Já na fase final do passeio (e fruto do acaso) desemboquei no topo da rua onde jantara um par de horas antes e fiquei muito agradado com o ambiente. Senti que estava num pequeno bairro, onde havia incontáveis mini-restaurantes com mesas na rua e pessoas sentadas em pequenos banquinhos, lojas de conveniência, pessoas a circular e jogar o Xiangqi (xadrez chinês).

Xi´an no primeiro dia intrigou-me. Se no primeiro impacto, fui assolado pelo trânsito intenso e caótico, após percorrer este parque e o bairro nas imediações do hostel senti uma cidade totalmente diferente. Talvez os próximos dias revelassem mais camadas desta antiga capital imperial. 😉

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Características enquanto Povo

Quando os chineses nos enganam e se forem “encostados à parede”, não existe tendência para a mentira ou para o confronto.


Quando paguei o bilhete turístico global, entreguei 200Y mas como estava distraído, não me apercebi que a senhora não me deu o troco (50Y). Quase no final da visita ao templo de Confúcio, comecei a remexer na carteira e dei conta que me faltava o dinheiro. Nesse momento, pensei que mesmo que ficasse sem ele (e nesta situação as percentagens estavam claramente contra mim), pelo menos a senhora da bilheteira ia perceber que eu sabia que ela me tinha enganado e que fora desonesta. Qual não foi o meu espanto, quando ao bater ao vidro e lhe mostrar o bilhete ela automaticamente abriu uma gaveta e tirou de lá o troco, abriu a janela e entregou-mo sem dizer uma palavra.

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Crónicas Reflexões

O que ter Tempo faz, a este Pobre Rapaz

Se o dia anterior se pode assemelhar a uma maratona, o dia seguinte não foi mais do que um passeio num dia soalheiro. Aliás, posso afirmar que este foi de longe o dia mais tranquilo que alguma vez tive em viagem. A manhã, foi passada tranquilamente no hostel e quando saí do mesmo foi para deambular ao acaso com o Ryan. Só a partir das 15.30 saí do hostel com um objectivo pré-determinado, visitar o parque de Beihai.

Mais importante do que tudo, não senti remorsos por estar a “desperdiçar tempo” ou que devia estar a ver algo. Não! O meu chip desprogramou-se e foi reprogramado. Vamos ver nos próximos tempos com que profundidade. Penso que o fator-chave, nesta situação é claramente o tempo e o facto de este não ser a premissa condicionante desta viagem, pela primeira vez existem outras premissas a sobreporem-se a ele. Ai, a diferença que ter tempo faz, a este “pobre” rapaz. 😉

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Citações Reflexões

A Necessidade de Mobilidade

Sentimos uma necessidade absoluta de nos movermos. Mais, de nos movermos numa direção específica. Uma dupla necessidade, portanto: de nos pormos a caminho e de sabermos para onde.

D.H. Lawrence in, Sea and Sardinia (1921)

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Citações Reflexões

Os Países e as Pessoas

Os países atravessam-nos, mais do que nós a eles.

Claude Roy