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Crónicas Reflexões

Libertem o Capitalismo, esse Animal Selvagem!

Ao sair da pagoda percorri parcialmete a avenida Xanta Nanlu em direção a sul e observei que esta zona foi completamente restaurada e irá servir o novo turismo chinês: estátuas e monumentos a vangloriar os antigos heróis e poetas mas com versões bastante exageradas e romantizadas, centros comerciais, lojas, restaurantes, bares e cafés luxuosos. Diao Xiao Peng abriu o país ao capitalismo e agora, com o “Boom Chinês”, há que o servir em doses generosas a quem tiver dinheiro para o consumir.

Nas imediações, ao consultar o mapa, vi umas manchas verdes com enormes lagos e pensei que se tratava de um parque gigantesco. Poderia ser agradável passear por lá um bocado. Porém, qual não foi o meu espanto, quando em vez de um parque público me deparei com o “PARAÍSO DE TANG” que para mim foi equivalente a encontrar o “Inferno de Tang” – bandeirinhas, flores de plástico, templos e torres modernas disfarçadas de antigas, tudo a brilhar e com um “cheiro” asséptico e plastificado que me fez inverter a marcha e voltar a “correr” para o centro poluído e caótico da cidade. Ao menos nesse ainda há realidade. 😉


Uma nota final sobre a bondade dos desconhecidos: Na paragem de autocarro do “Inferno de Tang” uns chineses ajudaram-me a voltar ao centro da cidade e pagaram-me o bilhete de autocarro (de nada serviu eu querer devolver-lhes o dinheiro), isto apesar de não falarem uma única palavra de inglês. 😀

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Despedidas no Museu

No dia seguinte e último dia do Xiang em Xi´an consegui finalmente comer um saboroso pequeno- almoço chinês: Tofu doce (tien) e um frito delicioso. Partimos para o museu de Xi´an e na entrada fui barrado (o bilhete é gratuito mas é obrigatório levar um documento de identificação). Por esse motivo tivemos de nos despedir aí, o Xiang nesse dia voltou para Luoyang e eu fui obrigado a voltar ao hostel para ir buscar o passaporte. :/

      

Quanto ao museu, posso dizer que gostei muito, principalmente da seção de cerâmica e que vale bem a pena passar aqui um par de horas do nosso dia e aprender um pouco mais sobre a cultura Chinesa. 🙂

      No museu     No museu (2)

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Lights & Music

Quando voltámos dos soldados de Terracota, apanhámos um autocarro para as imediações da Dayan Pagoda e aí passeámos durante um bocado. Quando parámos, o Xiang explicou-me que queria ver um espetáculo numas fontes ali nas imediações e aguardámos durante duas horas e meia o seu início. Mas afinal o que me levou, a ficar à espera durante todo esse tempo? Bem ao que parece Xi´an tem nas imediações da Dayan Pagoda a maior fonte da Ásia e todos os dias e pontualmente às oito da noite, ocorre um espectáculo de luz, água e música. Viver e aprender! 😉

O espectáculo é verdadeiramente um espectáculo e valeu todo o tempo de espera! 😀 Naqueles momentos senti-me verdadeiramente feliz e durante instantes percebi que pertencia ao Mundo e que podia estar em qualquer lugar do nosso planeta. 

          

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Os Famosos Soldados de Terracota? So What?

Depois do malfadado pequeno-almoço, dirigimo-nos para a estação de comboios, onde apanhámos o autocarro (8Y) para o local arqueológico (sensivelmente, a quarenta quilómetros da cidade), onde estão “sepultados” os famosos soldados de Terracota. Porém e antes de o conseguirmos fazer, haveria que ultrapassar uma multidão de pessoas e de esquemas, para finalmente sairmos daquele covil de leões e ladrõesQuando chegámos ao destino, o primeiro impacto veio com o preço do bilhete, 150Y!? Dassssssss, é caro!!! :/ Após a compra, e já quando nos preparávamos para entrar pediram-nos mais 5Y de transporte para nos levar até à entrada dos pavilhões. Nessa altura, em que já estava a achar o “roubo” demasiado, disse ao Xiang que podíamos andar e desse modo víamos a área à volta dos pavilhões arqueológicos, ele concordou e passados quinze minutos estávamos a entrar pelo próprio pé num dos locais mais turísticos do país.

       

A ordem que escolhemos para visitar os pavilhões foi completamente aleatória, mas acabou por ser determinante no nosso “humor” geral e final – pavilhão 3, pavilhão 2 e pavilhão 1. Ao fazermos este percurso fomos em crescente e acabámos por deixar o local mais monumental e impressionante para último! 🙂 Para além da grandiosidade do espaço e da quantidade de soldados, o que foi achei mais fantástico, foi observar as singularidades de cada soldado: a sua altura, feições, armadura e postura.

            

Este é de facto um local único no mundo, isso para mim é claro, mas penso que o preço a pagar é demasiado elevado. Mesmo com as características únicas associadas ao espaço e ao que encerra, não querendo resumir tudo a números, o valor certo seria 80Y-100Y. Deste modo, a relação custo/qualidade não correspondeu de todo à realidade e saí do local, a pensar: os famosos soldados de Terracota? So what?

Hordas e destroços

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Crónicas Reflexões

Características enquanto Povo

Quando os chineses nos enganam e se forem “encostados à parede”, não existe tendência para a mentira ou para o confronto.


Quando paguei o bilhete turístico global, entreguei 200Y mas como estava distraído, não me apercebi que a senhora não me deu o troco (50Y). Quase no final da visita ao templo de Confúcio, comecei a remexer na carteira e dei conta que me faltava o dinheiro. Nesse momento, pensei que mesmo que ficasse sem ele (e nesta situação as percentagens estavam claramente contra mim), pelo menos a senhora da bilheteira ia perceber que eu sabia que ela me tinha enganado e que fora desonesta. Qual não foi o meu espanto, quando ao bater ao vidro e lhe mostrar o bilhete ela automaticamente abriu uma gaveta e tirou de lá o troco, abriu a janela e entregou-mo sem dizer uma palavra.

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Crónicas Fotografia O 1º Dia

O Primeiro Dia em Pingyao

Que cidade é esta? Pelas descrições que fui lendo, Pingyao é possivelmente a cidade muralhada mais bem preservada do país, está classificada como Património Mundial pela UNESCO e localiza-se na província de Shānxī, a 800 km de Pequim e aproximadamente a 500 km de Xi´an. Esta foi a parte teórica, agora vamos à prática.

À chegada e quando o relógio marcava as 7.30, fui recebido por um frio de rachar. Sem mapa para me orientar e com umas indicações manhosas (providenciadas pela internet), aproveitei a “boleia” de um rebanho de franceses que iam na mesma direção e após dois dedos de conversa percebi que se deslocavam para o meu hostel. Ora cá está: o Zé tuga volta a ter sorte! 🙂 Depois de uma deambulação de quinze/vinte minutos lá o encontrámos. Depois de efectuado o check-in e de ter largado a bagagem na minha “suite” (onde ninguém dormiria naquela noite a não ser eu) parti à descoberta da cidade.

       

Ao percorrer as ruelas do burgo a caminho da residência da família Jin, fico com a sensação de ter recuado até aos tempos da China Imperial, com as suas casas com paredes de tijolo ou terra, caminhos cobertos de pó, pequenas lojas de ofícios e uma atmosfera silenciosa. 😀 Após a visita, dirigi-me ao magnífico Templo de Confúcio e na entrada, comprei um bilhete global, válido por três dias e com o qual se pode entrar em quase todos os locais turísticos. Segui junto à muralha até à zona do Portão Este e nas proximidades vi uma igreja católica e o Templo de Cheng Huang, outro local extasiante.

      

Só ao percorrer a Rua Sul é que comecei a perceber quão turística Pingyao pode ser: inúmeras lojas de quinquilharia barata a fazer-se passar por antiguidades; restaurantes com preços altamente inflacionados; hotéis; cafés e bares com “boa-pinta”. Nesta rua, visitei a torre do mercado onde acabei por ter uma visão mais panorâmica da cidade e algumas das inúmeras casas museu com os seus pátios espectaculares. Na Rua Este, continuei a visita às casas museu e nas imediações da muralha visitei o Templo de Qing Xu, que segundo as indicações na entrada é o único templo taoísta do mundo aberto ao público e onde vi a minha primeira partida de Xiang Qi (xadrez chinês).

Torre do Mercado      

Já no fim da tarde e após ser brindado com o laranja intenso do pôr-do-sol, havia que terminar o dia, e para terminar em beleza, nada como terminá-lo à mesa. O problema, vá, o ligeiro problema, é que o prato que me saiu em sorte no “jogo da roleta russa” foi de comer pouco e chorar muito…Era picante, picante, picante! O repasto consistia em rins de porco e couves que boiavam num líquido cor de sangue acompanhados por um mar de malaguetas vermelhas e de grãos de pimenta preta. Um espectáculo estrondoso, que tornou o primeiro dia em Pingyao num dia de extremos e me fez passar do gelo da manhã, para o intenso fogo da noite. 😛

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Libertem o Animal que há em Vós, na Zona Olímpica

Depois da longa visita ao Palácio de Verão, resolvi passar pela Zona Olímpica de Pequim e percorrer as imediações do Estádio e do “Cubo”. Porém e enquanto o fazia, o meu animal adormecido começou a despertar e quando dei por mim já rugia em frente ao estádio com a boca e com as narinas bem abertas. Enfim como diria o adorado boneco da TMN: “Deita cá para fora”, afinal de contas o que será o dia sem uma pitada de loucura e divertimento? 😉

Unleash the Beast         

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Palácio de Verão, essa Maravilha

Depois do dia anterior ter sido hiper turístico, nada melhor que manter o ritmo. Assim e aproveitando o dia solarengo, os meus passos dirigiram-se ao metro que por sua vez me transportou até às imediações do Palácio de Verão.

      

Lago no Palácio de Verão

Em Pequim e excluindo a Muralha da China, este foi o local que mais prazer me deu a visitar. E porquê? Bem primeiro de tudo é um local magnífico e maravilhoso, o enorme lago a verde floresta. Segundo, o seu interior está cheio de locais verdadeiramente singulares – por exemplo, a Torre da Fragrância de Buda com a sua espectacular e imponente escadaria. Terceiro, o binómio: ponte/lago gelado. Quarto, comer sentado na escadaria nas proximidades da entrada Norte. Quinto, o dia super alegre e solarengo. Sexto… Sétimo… Enésimo… podia continuar, mas penso que já perceberam a ideia geral! 😉

    Torre da Fragância de Buda       
    O grande lago       

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E ao Sexto dia? O Turista volta à Vida!

Prólogo

Sexto dia na cidade e “finalmente” vamos ter um dia totalmente turístico! Ena ena, já era sem tempo! O meu alter-ego já estava a ficar stressado com tanta descontração e relaxamento, pobrezito. 😉 Neste dia os pratos fortes foram a Cidade Proibida, as Torres do Sino e do Tambor e o Templo de Lama, ah! E finalmente consegui acordar cedo! Uh uh! (este “grito“ é em honra das “Huhu girls”). 😀

Matrioskas em Pequim

A caminho da Cidade Proibida, ainda dava para observar vestígios da neve caída no dia anterior e ao penetrar no seu interior já havia hordas de turistas prontas para a pilhagem e para a violação. Bem! É melhor conter-me na linguagem, afinal eu próprio sou turista e convém adjectivar-me de um modo mais amigável e simpático. Adiante. O início não me foi de fácil digestão, mas assim que comecei a circular, comecei a divertir-me a observar os meus “band of brothers” e as suas ações militares. Um dos melhores momentos foi sem dúvida à frente à sala do trono, quando cada uma das almas que compunha a turba queria tirar à força o seu momento KODAK. Impagável! 😛

Confusão, naaaaaNo meio de nós turistas, volta e meia via-se um dos soldadinhos de chumbo, mas desta vez e ao contrário da praça de Tianmen, não marchavam. Não! Tinham de estar impávidos e serenos e aguardar que os Filhos do Céu não fizessem desabar sobre eles (e já agora sobre nós) nenhuma tormenta. À medida que deambulava pelo espaço e entrava dentro de pátios, dentro de pátios, dentro de pátios… tinha a sensação que a Cidade Proibida se tinha transformado numa Matrioska gigante onde no final as pequenas e graciosas bonecas russas foram substituídas pelos graciosos e convidativos pátios chineses.

Um dos múltiplos portõesTorres do Sino e do Tambor

P.S. – Lamento, mas a experiência foi tão “maravilhosa”! Que só consigo exprimir o que senti com reticências.

Pequim, versão Tibetana

     No pátio     No pátio (2)

O meu primeiro templo na cidade e no país, teve ironicamente um cheirinho a Tibete e ao país que está marcado no mapa como sendo uma das maiores províncias da China, mas passando as questões políticas para segundo plano, vamos falar sobre o que se viu.

Para entender à que estudarE o que se viu? Um magnífico conjunto de templos, com as tradicionais bandeiras tibetanas espalhadas pelo complexo, monges vestidos de laranja e de grená, estátuas lindíssimas, cheiros profundos a incenso e a fumo, preces, orações e oferendas e um ambiente místico, profundo e exótico que atraiu a atenção do virgem ocidental e o deixou com água na boca para os tempos futuros. 😀

Preces e orações

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Wangfujin

Wangfujin