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Crónicas Fotografia O 1º Dia

Guerra e Paz

A chegada ao hostel foi complicada, pois se a viagem de autocarros decorreu sem problemas, a partir do momento em que comecei a andar as coisas complicaram-se, pois a tradução da morada que tinha era “manhosa” e os chineses não sabiam onde ficava aquela rua. Finalmente encontrei um rapaz chamado Lou e este com um pouco mais de tempo e muito boa vontade levou-me até ao mesmo. Aleluia! 🙂

Já no hostel, verifiquei que os preços caso marcasse ao “vivo” eram mais caros que na internet! E com acesso ao wi-fi do mesmo, marquei a minha noite de Domingo. Porém era Sábado e naquele momento, aquele hostel apenas tinha quartos individuais, ou seja o dormitório estava cheio e eu não tinha lugar onde ficar! Para além disso estava com alguns problemas com a rececionista que estava a ser inicialmente antipática e depois muito desagradável. Eu não me fiquei e disse-lhe que ela estava a ser desagradável e pouco educada. Entretanto andava no booking.com a ver se me safava – no preço da dormida sim, na localização nem por isso – e como não tinha nada a ganhar com aquele ambiente, enterrei o machado de guerra e perguntei-lhe se havia algum hospital nas imediações e se ela me guardava a bagagem, pois nessa noite iria lá dormir. Ela ficou admirada e surpreendida e foi então que ela me falou na possibilidade de dormir numa cama extra que o quarto tinha, por 50Y – antes de eu falar em hospitais esta cama não existia! Estranho? No mínimo, bizarro! Aceitei imediatamente, pois afinal e depois daquela viagem interminável apenas queria um local para dormir e tomar banho. 🙂

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Com a questão da dormida resolvida tornámo-nos os “melhores amigos” e veio então o período de paz e prosperidade, no qual ela me ajudou a definir a rota até Xangai – escolha de cidades mais “pequenas” até lá chegar – deu-me um livrinho com detalhes de todas as pousadas da juventade chinesas – extremamente útil e fez-me um briefing sobre Nanquim. Perfeito! 😉

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Crónicas Em trânsito

Em trânsito: Hankou – Nanquim. A Estupada Continua!

Cheguei à bonita e clássica estação de Hankou por volta da 1.10 e depois de comprar o bilhete para a ligação final, fui até ao Macdonald´s onde comi e tentei apanhar wi-fi – sem sucesso. Uma vez que o comboio apenas estava marcado para as 4.20 aproveitei para organizar as fotografias de Fenghuang, atualizar o Excel, vi chover na rua e escrevi no caderno “em tempo real”. Quando finalmente me dirigi à estação de comboios senti-me esmagado pela monumentalidade do átrio superior e aí apanhei wireless e verifiquei que em Nanquim iria ter de improvisar – relativamente ao hostel – e quando vi as pessoas a apressarem-se para entrar no comboio, fiz o mesmo. Ao chegar dentro do comboio e quando verifiquei que tinha de ficar à espera para partir, pensei que fora um idiota, pois devia ter aproveitado a ligação para pelo menos ter tirado a morada de um hostel. :/

IMG_8409 (FILEminimizer)Às 7.00 da manhã acordei com o rabo a doer do assento rijo e com vontade de dar uns safanões ao vizinho do lado, pois ele estava a “abusar” do “meu” espaço, e momentos antes de chegar ao meu destino ainda deu para “assistir” a um assalto de uma bolsa. Aliás, não assistir, pois ali à volta ninguém viu nada e só percebemos o que aconteceu quando dono da mesma se começou a queixar que o tinham roubado! 😦 A minha estupada continuou na chegada à cidade, pois quando desembarquei não tinha nenhum hostel marcado, nem sequer uma simples morada onde dirigir-me! Por isso e antes de abandonar a estação de comboios andei a tentar arranjar uma ligação à internet. Após muito custo e algumas tentativas falhadas, encontrei um casal de espanhóis com um smartphone e estes lá me ajudaram. Finalmente, comecei a ver alguma luz ao fundo do túnel e um final à vista para esta odisseia, que ligou Fenghuang a Nanquim. 🙂

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Crónicas Fotografia

WulingYuan Floresta de Pedra

Ato IV – Enganos e Aposta Arriscada

Durante o percurso tentei encontrar o caminho que me levaria à zona inferior da montanha, sem sucesso e quando perguntei a um funcionário do parque o preço do teleférico e ele me respondeu: 22Y (quase 3€) pensei que o mesmo era razoável e por esse motivo apanhei um autocarro que me levou até à zona do mesmo. Porém quando lá cheguei, surpresa das surpresas o preço era 72Y (aproximadamente 9€). Fiquei chocado! :/ Era muito dinheiro por um teleférico e no meio de uma excursão de chineses dirigi-me até à sua entrada com duas pequenas esperanças: não pagar; perceber quais eram as minhas alternativas. Não obtive nem uma, nem outra e num cenário de stress – fruto da hora já avançada, 18.00 – apanhei o autocarro de volta à zona dos Avatares. Aí tentei voltar a encontrar o trilho, mas esse devaneio apenas durou três minutos pois percebi que estava a queimar tempo útil e precioso. Comecei a raciocinar muito rapidamente sobre as minhas opções e ao olhar para o mapa, percebi que a minha melhor hipótese era apanhar um autocarro para o topo da montanha e zona do pavilhão Tianzi  onde tinha estado durante a manhã – e a partir daí descer até encontrar a estrada.

IMG_8012 (FILEminimizer)Era arriscado e um tiro incerto, mas naquele momento não havia tempo para mais. Para além disso já estava a improvisar! E muuuuuuuito! 😛 Apanhei então o autocarro – ainda estive dez/quinze minutos à espera que partisse, o que complicou ainda mais o cenário – que me levou de volta ao topo da montanha e fiz uma viagem que me pareceu interminável – mas que durou apenas meia hora – sozinho com o motorista, o que àquela hora não era de estranhar! Assim que o autocarro parou, sai disparado a correr em direção à descida e nesta altura as probabilidades de sucesso eram diminutas, uma vez que já eram 18.47 e os autocarros no parque páram às 19.30. Comecei a andar com um ritmo elevado e mesmo apertadíssimo de tempo, o caminho e a paisagem eram de tal modo apelativas que não resisti a tirar duas ou três fotografias. 😉 À medida que fui descendo, a luz do dia foi-se esvanecendo e o trilho tornou-se mais verde, mais húmido, mais escorregadio. A partir de certa altura tive de abrandar o ritmo pois pensei: “O mais importante é não cair, porque senão fico aqui estatelado e não sei quando é que me encontram” – o trilho estava de tal modo com tanto musgo e “verdete” que parecia não ser utilizado por ninguém há já algum tempo.

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No final do trilho passei por umas pontes antigas que me agradaram, por umas casas abandonadas e comecei a descer finalmente em direção à estrada, sem saber onde me encontrava e qual a direção da saída do parque. Atingi a mesma às 19.27 já de noite. Passados poucos momentos comecei a ouvir o som de um autocarro e quando lhe vi os faróis comecei a agitar os braços freneticamente. Parecia uma galinha esbaforida! 😛 O autocarro que tinha apenas os faróis ligados, estancou, o motorista abriu a porta e perguntou: “WulingYuan?” eu acenei que sim com a cabeça e o autocarro que estava na mais completa escuridão foi subitamente iluminado e vi então, que estava cheio de pessoas que olharam para mim com um ar completamente aparvalhado, intrigado e curioso, algo do género: “Mas de onde é que este tipo saiu?”. Quando o autocarro arrancou estava orgulhoso de ter conseguido, mas ao mesmo tempo ciente da minha boa sorte. 😀 Durante a viagem o corpo foi descomprimindo e enquanto percorria o caminho até à entrada do parque pensava que se não tivesse apanhado este autocarro estava bem lixado porque a distância era longa, muuuuuito looooonga! Quando cheguei à entrada do parque tive a oportunidade de ver a sua bonita iluminação e na despedida de mais um dia, observei as típicas coreografias chinesas – comuns a quase todos os parques e praças do país. 🙂

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Crónicas O 1º Dia

WulingYuan Floresta de Pedra

Ato I – Entrada a Pés Juntos

Por volta das 10.30 e depois de ter largado a bagagem no hostel, já estava na entrada do parque a comprar o meu bilhete dourado e que tinha validade para três dias. A entrada no parque não foi nada auspiciosa, pois enquanto esperava pelo autocarro – os trilhos no parque de WulingYuan começam quase todos a vinte quilómetros ou mais da entrada, por isso e pelo menos no início e no final do dia à que recorrer a este meio de transporte – respondi num tom mais ríspido a um chinês que estava a tentar “ajudar-me” à força: “Get off!” e outro chinês que parecia ser guia – pelo menos tinha uma grande grupo com ele – meteu-se na conversa a falar em chinês mas a gozar: “Nǐ hǎo! Nǐ hǎo” (Olá! Olá!) como se eu não soubesse dizer mais nada. Os chineses que estavam à sua volta começaram a rir e eu comecei a ficar irritado e com vontade de mandá-los dar uma “voltinha”. Em chinês disse-lhe: “Prazer em conhecer-te” e os outros chineses riram-se. Ele continou a gozar e eu fiz-lhe um sinal com mão que significava algo do genéro: Fala prai “amiguinho”! e na doce língua de Camões, disse-lhe: ”Vai-te &#$&% ó filhinho da %@#$!” E depois sorri. Finalmente lá entrámos no autocarro e eu só fiquei mesmo descansado quando saí do mesmo, em A cross fours streams, pois não sentia uma atmosfera muito amistosa à minha volta. :/ Nesse local e finalmente, começou realmente a minha visita a WulingYuan, o reino da floresta de pedra.

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Dia D para o PC

Ato III – A  Desforra! 😀

Ainda durante a instalação dos programas, comecei a pensar que devia voluntariar-me para lhes pagar mais do que inicialmente tínhamos acordado, uma vez que eles estavam a ter muito trabalho à volta do PC. Na hora H, assim o fiz e ao mesmo tempo, abri uma janela alternativa e convidei-os para jantar – claro que eu pagaria o mesmo. O mentor principal do arranjo disse que não, que não era preciso pagar mais e que o preço acordado era justo, mas relativamente ao jantar respondeu afirmativamente, perfeito! 🙂

IMG_6873 (FILEminimizer)Quando apanhámos o autocarro, paguei-lhes os bilhetes e quando saímos no centro da cidade, começámos à procura de um local para jantar. Porém e apenas trinta minutos depois, eles realmente perceberam a minha intenção de lhes pagar o jantar, e acabaram por escolher que jantaríamos no KFC… É caricato. É preciso vir à China e avariar-me o PC para comer aí! 😉 De qualquer modo, o repasto consistiu obviamente em frango (frango frito e hambúrguers de frango), com coca-colas a acompanhar e o meu plano só foi parcialmente cumprido, pois o “mini-génio” – nome pelo qual batizei o meu salvador – quis pagar os hambúrguers. Quando saímos do KFC, começámos a dirigir-nos para um bar para bebermos umas cervejas e nesse momento não senti o cartão MB – que tinha utilizado horas antes. Ainda fiz uma tentativa ténue para lhes explicar o sucedido, mas como continuaram a andar e eu não tinha a certeza absoluta de o ter perdido, acabei por guardar o assunto para mim e tentei não me preocupar demasiado. :/

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Começámos a avistar luzes e comecei a perceber que afinal o bar era uma discoteca! Eles cumprimentaram uma rapariga que estava na entrada e aos poucos fui-me apercebendo que eram clientes regulares. Deixei a mala no bengaleiro e subímos ao reino do som e da música desta feita, estava a fazê-lo Made in China”. Quase sem ter dado por isso já estávamos sentados numa mesa com pelo menos quinze cervejas em cima da mesma, um prato com fruta previamente descascada e cortada e uns “copos grandes”, que só posteriormente percebi serem utilizados para dados. E para que se querem, dados? Para jogar! E qual o objetivo de jogar? Bem, primeiro de tudo os chineses adoram fazê-lo e são viciados no mesmo; segundo motivo, a equação: discoteca + dados + cerveja = ? Pois! Jogar para beber! E devo dizer que é um forma bastante entusiasmante para o fazer, pois sem darmos por isso e em menos de nada já tínhamos despejado umas quantas garrafas! 😀

Enquanto o fazíamos, a tal rapariga da entrada – que me pareceu ser a Relações Públicas da discoteca – esteve a noite toda connosco a beber e “enfrascar-se” e não posso negar que houve ligeiros momentos em que… me preocupei com o cartão MB, desconfiei ligeiramente de tanta bondade e simpatia e temi pela mochila que ficara no piso térreo – no seu interior estava o PC finalmente arranjado e a máquina fotográfica. Mas aos poucos e poucos fui entrando no ritmo e a partir de certa altura esqueci tais fantasmas e seres mitológicos obscuros. Falavámos via i-phone e com linguagem corporal, ríamos, fumavámos, bebíamos, víamos algumas beldades esvoaçantes, dançávamos, íamos à WC, voltávamos a fumar, a beber, a rir…Eu dizia-lhes que eles eram uns Party animals (animais de festa) e eles sorriam, dizia-lhes que era a minha primeira discoteca na China e eles sorriam. 😀 Ao sair da discoteca reparei que o seu nome era Fire Bird (Pássaro de Fogo) e tal pareceu-me totalmente adequado. 🙂 Enfim, foi uma verdadeira noite de antologia, escrita com uma caneta de ouro fino, que terminou no meu primeiro táxi noturno à porta do hostel, qual cinderela que chega depois do baile na sua carruagem de cristal. 😀

P.S. – Quando cheguei ao hostel, procurei em vão o cartão e depois de verificar que realmente não o tinha , mandei um e-mail à minha irmã a contar das novidades. As boas: PC ressuscitado e as más: Perda e cancelamento do cartão MB.

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Dia D para o PC

Ato II – Os Especialistas

Cinco minutos depois, estava a entrar numa pequena loja/oficina atulhada de computadores e material informático, onde conheci os especialistas. E os mesmos, eram três jovens que trabalhavam individualmente, cada qual no seu “arranjo” e que simultaneamente fumavam que nem chaminés. 🙂 O rapaz da outra loja deixou-me lá e antes de partir disse-me que o preço acordado se manteria a não ser que o problema fosse mais grave do que o previsto. Antes da sua partida, tentei marcar a minha posição de forma clara com o objetivo de não me tomarem por tolo e posteriormente tentarem inflacionar o preço do arranjo.

IMG_6875 (FILEminimizer)O PC foi aberto, o disco rígido avariado extraído e simultaneamente ligaram o novo disco rígido a um desktop para ser instalado o Windows 7. De seguida o PC reconheceu pela primeira vez os drivers instalados e eu comecei a ter esperança. 🙂 Várias vezes me ofereceram cigarros e eu fui respondendo que se o computador começasse a trabalhar, então sim! Fumaria, um cigarrito para festejar. Porém, quando finalmente o novo disco rígido foi colocado dentro do PC, nada! :/ O PC reconhecia a existência do disco mas não passava daí. Por esta altura andavam à volta da configuração da BIOS e tentaram, tentaram, tentaram… Até lerem na Internet que o computador tinha dois discos rígidos e começaram a esventrá-lo mais, tiraram a famosa bateria e mais umas peças mas chegaram a um momento em que não puderam tirar mais nada! Esse segundo disco não existia! E eles ficaram admirados.

Neste momento estava bastante apreensivo, já tinham passado três horas desde que chegara aquele local e os resultados práticos, eram diminutos. 😦 Para além disso, comecei a pensar que mesmo que o problema não fosse resolvido, teria de lhes pagar -mesmo que não o valor total, pelo menos uma parte. Resumindo, por esta altura o meu cérebro só me dizia: “Vais pagar para ficar com o computador igual e para além disso vais ter de pagar o envio para Portugal”. Neste momento apenas a tenacidade que eles demonstravam, me ia dando algum/pouco alento e pensei: ”Se estes tipos não conseguirem, tenho mesmo de enviá-lo porque estão a tentar tudo o que podem”, para além do bom ambiente criado entre nós, à custa de uma linguagem corporal expressiva e alguns gracejos na “conversa” Anglo-Chinesa via tradutor do Baidu. 🙂

Finalmente, foi jogada uma cartada decisiva, ligaram para o apoio de clientes da Samsung mexeram mais uma vez nas configurações da BIOS e finalmente… fez-se luz! O PC voltou à vida, retornado do reino dos moribundos e dos mortos! 😀 Naquele momento todos ficámos contentes e comecei finalmente a fumar para festejar, três horas e meia depois de lá chegar. Durante as três horas seguintes estiveram de volta do PC e instalaram o Office 2010, um anti-vírus, um detetor de falhas do sistema, um descompactador, o Goggle Chrome e ainda se tentou instalar o Photoshop mas sem sucesso e quase, quase no final um programa para compatibilizar o teclado físico com o digital (Fundamentalíssimo! Para poder escrever em português para o blog).

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Por volta das 19.30 e após uma tentativa falhada para levantar dinheiro, voltei à loja/oficina e avisei-os dessa situação e passados cinco minutos já estava montado numa scotter – à pendura com um deles – nas ruas de Kunming, a caminho do MB mais próximo, onde finalmente consegui levantar dinheiro para pagar a minha dívida. Antes de abandonar-mos o local, tirámos uma fotografia juntos e eu respirei fundo, aliviado e agradecido. Todo o esforço dispendido – por todos-  neste dia, tinha valido a pena! 😀

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Dia D para o PC

Ato I – A Demanda 

Desloquei-me até à FedEx com o objetivo de enviar o PC para Portugal, mas quando lá estava descobri que não o podia enviar a menos que lhe retirasse a bateria. O problema foi que retirar a mesma se revelou uma tarefa impossível pois esta é interna (os computadores modernos, têm destas coisas)… 😛 Nesta altura comecei a ficar exasperado com a situação, pois andava a carregar um peso morto, sem qualquer utilidade. Falei então com a responsável da FedEX e pedi-lhe para ela me indicar como podia chegar à Samsung de Kunming.

Para lá chegar, apanhei dois autocarros e fui “largado” nas imediações de Gulau Road e nesta zona, atingi o auge da exasperação! Durante uma hora e meia andei à volta do quarteirão rua acima, rua abaixo à procura da loja. E para cúmulo do rídiculo as informações das pessoas contradiziam-se umas às outras. Estava a começar a atingir o meu limite de saturação e só comecei a pensar: “ E se os chineses fossem todos pró $@$&£»€!? Ou pelo menos os deste quarteirão?” :/

Mentalmente exausto, decidi ir a uma loja que para além de outros logótipos tinha o da Samsung e aí comecei a tentar explicar qual o problema do PC, via tradutor do Baidu (principal motor de busca chinês) e após a explicação, acordei pagar 500Y (aproximadamente 60€) pelo disco rígido, pelo software instalado e pela tentativa de recuperação de dados do disco “flipado”. Passado uma hora e meia e sem resultados práticos um dos empregados “falou” comigo, pegou no disco rígido, no Windows 7 e no Office 2010 e levou-me a uma loja de informáticos especializados, nas imediações.

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Ferry, Folclores e Ai F#&$-@€!

No dia anterior e depois de chegar ao hostel, marquei um passeio no lago ErHai e na chegada ao porto de Cai Cun houve uma pequena confusão com o horário do ferry, sendo este adiado das 9.30 para as 10.00. Durante o caminho entre Dali e este porto verifiquei que existem muitos campos de cultivo, o que dá à cidade um ar campestre e tranquilo. 🙂

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O passeio de ferry previa paragens nas ilhas de pequena PuTuo e NanZhao e chegada ao porto de TaoYuan. Quando vi o meu “ferry” pensei,  “Oh, diabo! Onde é que vieste parar”, pois o mesmo, era um barco gigante, super turístico e com música tradicional na receção. 😛 Assim que entrei, dirigi-me logo ao convés e assim que lá cheguei já havia chinesas a mascararem-se com os famosos trajes típicos e a tirarem fotografias. “Sim, senhor! Começamos cedo”. Mais interessante ainda, foi ao mesmo tempo ver formar-se uma fila gigante de pessoas – principalmente, homens – que aguardavam a sua vez, para tirar uma fotografia ao lado de uma menina bonita e vestida com um traje tradicional. 😛

IMG_6444 (FILEminimizer)IMG_6450 (FILEminimizer)Mas se eu pensava que a partir daí tudo iria correr melhor, tal não passou de um sonho… de uma utopia… de uma quimera, pois o prato principal ainda estava para ser servido! 😛 No bilhete que comprei, estava incluído uma prova de chás e quando dei por mim já estava preso numa gaiola – sala cheia de pessoas – a assistir a um “espectáculo de dança” ao mesmo tempo que fazia a tal prova. Depois de beber os chás, só pensava que tinha de sair dali rapidamente, porque aquele não era o meu ambiente e porque estava a perder as vistas do lago no exterior. Quando finalmente acabou o malfadado “espectáculo” fui imediatamente para o convés donde pude observar finalmente o lago, as montanhas com alguma neblina, vilas nas margens e pontes.

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Quando desembarquei na ilha de pequena PuTuo, esta não passava de um pequeníssimo pedaço de terra, que albergava um pequeníssimo templo e hordas de vendedores ambulantes de comida – peixes e molúsculos principalmente – e quinquelharia religiosa. Quando voltei a entrar no meu “adorado” barco conheci um casal de chineses, com os quais combinei fazer a viagem de regresso à cidade de Dali. A ilha de NanZhao por sua vez, está completamente vestida e maquilhada para o turismo – estátuas, praças amplas, fontes… porém e mesmo assim foi um passeio agradável pois a ilha tem algumas rochas bonitas, algum verde e uma praia – a primeira que vi na China – com esculturas de mulheres nuas a banharem-se no lago, um must! 😉

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No total o passeio de barco durou aproximadamente três horas e quando chegámos ao porto de Tao Yuan tivemos de pagar um mini autocarro para regressar a Dali, pois daí à cidade distam vinte e seis quilómetros e não há transportes públicos ou alternativas! Não sei porque, mas parece-me que “alguém” anda a fazer mais uma bela negociata nas frondosas terras do Oriente. 😛

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Tigres e Escoceses

Ato VI – O  Grande Embuste!

Quando chegámos à Tina´s Guesthouse, bebemos finalmente a nossa cerveja sossegados e ficámos a conversar sobre o ocorrido. Durante a conversa, chegámos à conclusão que parte da informação recebida em Lijiang e antes de começarmos o trilho era em parte faliciosa e que a beleza natural do local não merecia um esquema destes! :/ Na despedida, trocámos e-mails e um abraço sentido e eu fiquei com uma certa pena das nossas rotas não coincidirem. Haveria de ter sido engraçado, viajar com este Escocês! 😀 Já no autocarro, a caminho de Lijiang vi o rio e a garganta mais de perto e com outra atenção e só então percebi, que o clímax do Tiger Liping Gorge se encontra no Upper Gorge. Aí, SIM! O rio mostra toda a sua força, presença, raça e carácter! E fiquei a matutar na seguinte questão: quem chega ao Tiger Lipping Gorge transportado por um autocarro da Tina´s Guesthouse é automaticamente levado a fazer o trekking e a seguir montanha acima em direção ao Middle Gorge e ao embuste! :/

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Relativamente ao trekking não tenho nada a opôr, o mesmo é excelente e oferece-nos uma palete de paisagens vasta, rica e distinta. Porém e remetendo-me apenas à informação, ou melhor desinformação providenciada pelos hostels/guesthouses/hotéis de Lijiang, impedir as pessoas de ver o verdadeiro Gorge, o Upper Gorge, só me faz sentir irritado e enganado, pois está-se a deturpar a realidade do local apenas com o objetivo de ganhar dinheiro e enriquecer à conta de um embuste. 😦 Por este motivo, se de algum modo, puder alertar todos os outros turistas/backpackers/viajantes para esta situação ou situações semelhantes noutros locais do planeta, será isso que farei! Afinal vivemos em comunidade e sociedade e se todos juntos podermos “quebrar” os “maus” sistemas que nos rodeiam diariamente, tanto melhor! 😉

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Tigres e Escoceses

Ato V – O Tigre “Embusta” a Presa

“Reza a lenda” que houve uma família que construiu o caminho até ao rio e pelos vistos agora, essa família é dona dessa terra! Isto dentro da reserva natural!? Estranho!? Naaaaaaaaaaa… 😛 os factos começaram a cheirar a marosca fedorentaPara aumentar a “piada desta história, inicialmente na zona da “portagem” cobraram-nos 15Y por pessoa e depois de uma recusa, no minuto seguinte o valor já era 10Y por cabeça… por uma questão de PRÍNCIPIO resolvemos não pagar um centavo e logicamente a entrada foi-nos barrada.

IMG_5982 (FILEminimizer)Porém, os chineses desconheciam a resilência da Tag TeamTUGA-SCOTCH e com base nesta permissa partimos em busca de um caminho alternativo, e a verdade é que em menos de um minuto já estávamos num trilho marcado em rota descendente. Cinco minutos volvidos encontrámos mais um ponto de controlo – nesse momento tivemos a certeza que íamos bem encaminhados – e apesar dos avisos sonoros, ou seriam grunhidos!? 😛 Seguimos em frente. Passados poucos minutos encontrámos uma zona de descanso com chineses lá sentados e tentámos perguntar-lhes se estávamos perto, mas não nos responderam e quando seguimos, começaram a acenar e a dizer: “Danger! Danger!” Quando estávamos quase, quase a concretizar o nosso objectivo, esbarrámos num obstáculo que se veio a revelar intransponível, uma escada completamente abrupta e vertical com cerca de quinze metros de altura. Tínhamos a noção que bastava um movimento em falso para nos estatelarmos lá embaixo. Carregados com mochilas e com um estado de espírito pouco sereno resolvemos não arriscar, afinal daquele ponto avistávamos o rio e diga-se em abono da verdade que este, estava muito longe do rugir de um verdadeiro tigre, assemelhando-se mais a pequeno gatinho. 😛

IMG_5983 (FILEminimizer)Para “lixar” a cabeça dos chineses mafiosos resolvemos esperar quinze-vinte minutos antes de voltarmos a aparecer – o nosso objetivo era faze-los pensar que tínhamos chegado ao rio – e quando finalmente esse tempo passou, voltámos para trás apenas com um objetivo em mente, beber uma cerveja fresca sossegados na Tina´s Guesthouse. Claro que no caminho de regresso tivemos de voltar a passar pelo checkpoint e os chineses que inicialmente nos acenaram que não, que não podíamos seguir em frente, agora pediam-nos dinheiro! A falar em espanhol segui em frente e quando um chinês berrou mais alto: “MONEY!”, virei-me para ele com cara de poucos amigos e fiz-lhe um manguito de dedo em riste. Quase no topo do trilho esperei pelo Andy que tinha ficado uns metros para trás e quando voltámos a falar, relatou-me que o chinês tinha ficado completamente possuído! A parte final do trajeto foi feito pela estrada de alcatrão e antes da despedida definitiva do Tiger Liping Gorge aproveitámos para tirar fotografias à paisagem e à casa “portagem” dos mafiosos.

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