Na cidade de Jinghong e capital da região de Xishuangbanna – pode encontrar mais aqui – para além de encontrar um mundo cultural totalmente singular, aromas de fruta nas ruas e agradáveis jardins, conheci Zhou um rapaz chinês, que veio a ser meu companheiro de viagem no Laos.
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Dia do Tigre e do Leão
Prólogo
E aquela foi realmente a última vez que nos vimos, uma vez que Yue tinha mesmo que comparecer na faculdade no dia seguinte. Mesmo assim e com todo o trabalho que a rodeava, mandou-me um e-mail com um roteiro espetacular: nomes dos locais a visitar, números dos autocarros para cada destino e nomes das paragens! Foi mesmo querida e cuidadosa comigo e só lhe posso manifestar o meu mais profundo agradecimento. Duo Xiè (Muito Obrigado), Yue! 😀
Munido com a informação que recebi, parti para a Tigger Hill e apesar de na mesma não se poder subir à pagoda e observar Suzhou de um ponto mais elevado, diverti-me bastante no local. Para além da beleza e de todos os pormenores bonitos que vi na colina do tigre – edifícios, a pagoda, a zona dos bonsais chineses e do Penjing, das árvores e das flores – o que me deu mesmo mais prazer foi andar à “caça” de fotografias de uns pássaros brancos, grandes e graciosos que por lá voavam. 🙂
Durante o dia deambulei por mais uns locais de Suzhou, mas o qual eu quero mesmo destacar é o jardim The Lions Forrest. Aqui a floresta é feita de pedra e nunca vi uma tal complexidade de caminhos e trilhos por entre uma floresta de rochas. Pode não ser tão grande como o jardim do dia anterior, mas devido ao seu carácter tão particular e distinto, deu-me mais prazer visitar este local. Se bem que o conjunto dos dois – e apenas estes, pois Suzhou tem muito mais jardins – é um belo resumo da beleza dos jardins da cidade. 😀
Em Suzhou reencontrei a Yue – rapariga que conheci em WulingYuan – e o meu primeiro dia na cidade foi passado com ela. 🙂 Enquanto comíamos uns Sheng Jian Bao absolutamente divinais, falámos sobre distintos conceitos de beleza, por exemplo na China e outros países orientais associa-se a beleza das pessoas à cor branca e nos países ocidentais associa-se a beleza e a saúde das pessoas à cor morena.
Terminados os assuntos de beleza e gastronómicos rumámos ao belo museu de Suzhou e muito possivelmente última obra de I.M. Pei – único arquitecto de origem chinesa realmente famoso e que passou grande parte da sua infância nesta cidade – e daí seguimos até ao jardim mais afamado da cidade: The Humble Administrator´s e também o mais dispendioso… 😛 De qualquer modo foi uma bela visita e o jardim vale de facto a pena, e se existir algum defeito a apontar só o excessivo número de turistas e franceses… 🙂 Antes de nos despedirmos ainda passámos por Pingjiang Road que é uma zona da cidade bastante agradável, tranquila e que fica nas proximidades de uns canais, onde a Yue me mostrou um café/livraria/papelaria onde é possível enviarmos postais a nós próprios com anos de diferença, ou seja, podemos enviar um postal hoje e recebê-lo daqui a dez anos, por exemplo… o máximo! 😉
Como a Yue tinha uma festa de aniversário, não pudemos jantar juntos e quando demos um abraço sentido ficámos na dúvida se aquela era a nossa despedida definitiva e se seria a última vez que nos veríamos.
P.S. – Combinámos reencontrar-nos no dia seguinte mas apenas e caso ela conseguisse ter algum tempo disponível, uma vez que andava com prazos apertados na faculdade.
Na cidade de Yangzhou visitei pela primeira vez um jardim na China, GeYu de seu nome e vi a beleza e o perfeccionismo empregue na sua conceção: os arbustos e a relva, as árvores e as flores, os trilhos, as rochas, os lagos, as cascatas e os pavilhões de paredes brancas e telha negra. 🙂
No caminho entre o GeYu e HeYu – outro jardim famoso da cidade – passei por ruas e ruelas sem o perfeccionismo do “embalsamamento” operado nas imediações do GeYu, as diferentes cores de tijolo – negros, vermelhos, alaranjados… – as texturas dos materiais e as múltiplas camadas das ruas – as roupas a secar, os cidadãos comuns nos seus afazeres… – e talvez por isso tenha achado as mesmas mais autênticas.
Em HeYu outro jardim, outro momento de prazer. 🙂 O chão estava trabalhado com diferentes tipos de rocha e padrões; a vegetação era verde, verde, verde; os pavilhões e antigas áreas de habitação eram absurdamente grandes e notava-se que os mesmos só poderiam provir de uma família muito rica e abastada. A visita aos jardins de Yangzhou terminou quando começou a chover intensamente e eu tive que me abrigar da mesma, sentando-me num dos múltiplos recantos do jardim a comer sementes de abóbora. 🙂