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Jakarta Days? Waiting Days

Regressado de Kalimantan, voltei a Jakarta para resolver assuntos pendentes: a máquina fotográfica, que se avariou em pleno Danau Sentarum, e fazer a aplicação do visto de Myanmar. Desse modo, os cinco dias que fique na caótica capital indonésia foram principalmente, dias de espera.

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Nesses dias, a máquina voltou a ficar operacional, podendo desta vez tirar algumas fotografias na cidade; o visto demorou quatro dias úteis a ficar pronto, mas esse assunto também ficou resolvido – até ao fim da viagem, as burocracias ficaram oficialmente encerradas; visitei alguns centros comerciais; voltei a comer deliciosa e barata comida indonésia; escrevi textos para o blog; conheci um espanhol que trabalha na DESIGUAL, como responsável pela montagem de lojas na Ásia – Victor com que fui até ao gigantesco centro comercial de Manga Dua à procura de fios elétricos “alternativos” para decorações; passeei sem pressas; ao pensar na minha rota, desisti de ir até ao paraíso de mergulho de Bunaken, uma vez que as Filipinas já começavam a “avistar-se”; testei diferentes rotas e voos; atualizei a folha de despesas; lavei roupa e voltei a partir para Yogyakarta. O templo de Borobudur estava à minha espera e desta feita sem mais erupções! 😀

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Tanjung Puting. No Reino dos Orangotangos

Ato IV – Despedidas e o Campo 2

No nosso último dia, no interior do parque natural de Tanjung Puting, voltei a acordar cedíssimo e a ver o nascer do dia. Depois do pequeno almoço fui até à proa tirar fotografias: as margens, a vegetação, os barcos, a água, os reflexos, os macacos, os tucanos, os kingfish e outras espécies de pássaros e um crocodilo bebé! 🙂

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Às 8.40 já estávamos no Campo 2 e passados quinze minutos na zona da plataforma. Neste dia tivemos muita sorte, pois vimos muita ação e interação! 😀 Um macho com vinte anos, bastante corpulento e com a cara mais gorda e chapada – efeito da testosterona nos machos dominantes; uma fêmea acompanhada da sua cria (já maiorzita) e o seu comportamento para afastar o grande macho da comida  – partir galhos e atirá-los, fazer barulho, mostrar-se “furiosa”; o transporte do leite para o topo de uma árvore – tentativa de dar de beber à cria); e finalmente um segundo macho também apareceu na plataforma. Depois de tanta ação, entrámos na floresta para continuar a seguir esta “algazarra”, um ambiente tal como dia anterior, totalmente National Geographic. 😀

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Voltámos a embarcar e partimos de regresso a Kumai, mas antes arrumei a mala, fiz um backup de todas as fotografias, falei mais um bocado com o Mr. Uzo e com Andreas (que estava de partida para Banjarmasin), almoçámos e antes de nos despedirmos daquela super tripulação, retribuímos o excelente serviço prestado com uma gorjeta geral. 🙂

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Já na vila/cidade, falei com o dono da agência de viagens (CV. Satria Majid Tour: +62 0532 61740) e transmiti-lhe a minha opinião acerca do tour (empregados super competentes, profissionais e que o serviço proporcionado tinha sido de excelência -apesar de não ter apreciado da maneira como começaram as nossas “negociações” – no final o serviço foi perfeito! 😀 ); paguei o voo que eles me marcaram -para o dia seguinte; liguei para a guesthouse de Jakarta (onde já tinha ficado); estive a repousar num quarto (que me arranjaram de borla) e combinei com o Mr. Ani as horas de regresso ao aeroporto de Pangkalanbun.

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Epílogo

No dia seguinte, bem cedo, estava a voar de regresso à ilha de Java de coração e alma cheios. Sei que Tanjung Puting, o reino dos orangotangos foi uma experiência única e singular, o meu final perfeito para o Bornéu! 😀 Na despedida de Kalimantan fiquei com a certeza, que esta ilha é de facto um local mágico e selvagem, com zonas bastante remotas e de acesso complicado. Mas, mais do que isso, para além dos extraordinários locais por onde passei, levo comigo no coração e na memória, todas as pessoas que partilharam o seu tempo comigo, principalmente o Supriadi em Singkawang e o Doni em Lanjak e Sintang. Até um dia, meus amigos! 😀

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Tanjung Puting. No Reino dos Orangotangos

Ato III – No Meio do Reino e o Rei de Camp Leakey

Às 5.30 já estava acordado, depois de dormir poucas horas mas bem “ferradas”! E tive a oportunidade de ver o dia a clarear, a neblina matinal, o céu prateado. O pequeno almoço iniciou-se à mesa e terminou na proa, em observações zoológicas. No caminho para o campo Leakey (o local de observação de orangotangos mais interior de todo o parque natural), como “prometido” fomos encontrando bastantes espécies de pássaros e alguns macacos, e vimos a água do rio a transitar de uma cor castanha e barrenta para o negro, como se tratasse do sangue da Terra. Este fenómeno ocorre, devido às raízes das árvores e à ausência total de poluição, e este é um dos dois únicos locais do mundo, onde ocorre.

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Por volta das 9.00 já estávamos no nosso destino e durante duas horas andámos pela floresta tropical e vimos insectos, fungos e cogumelos (azuis, branco e castanhos), uma vegetação luxuriante, troncos caídos, plantas carnívoras, zonas em que a floresta desaparecia e apenas se viam fetos! E quase, quase no final da caminhada mesmo à nossa frente e a poucos passos, uma mamã orangotango com a sua pequena cria! 😀 Espetacular! Um verdadeiro momento National Geographic! E senti que ter a oportunidade de ver estes animais, no seu habitat é de facto uma experiência única.

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Por volta das 11.30 estávamos de regresso ao barco e a deliciar-nos com o almoço. Depois de mais uns momentos de conversa com o nosso guia voltámos a partir para Camp Leakey, desta feita rumo à plataforma onde alimentam os orangotangos. Mas antes, fomos recebidos por macacos de cauda longa, estivemos no centro de visitantes, vimos uma fêmea orangotango a repousar e percorremos mais um trilho alternativo. Quando chegámos à zona da plataforma, a área envolvente já estava semi preenchida com turistas e passados poucos segundos pude observar o meu primeiro gibão! 😀 (cara cómica; corpo desproporcionado – braços muito longos; veloz como uma bala) e esse foi o único primata que vimos no local. Enquanto esperávamos, o céu foi ficando carregado, carregado e passado uns minutos começou a chover. Toda a gente partiu, mas nós ficámos e nessa altura fui até à plataforma comer uma banana e declarar-me “rei” de Camp Leakey  uma vez que o meu “oponente” não apareceu! 😛

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Depois de breves instantes, estávamos a reentrar novamente na selva, com o nosso guia mas o passeio foi curto. Já no caminho de regresso e do nada, surgiu-nos Oscar – um jovem orangotango  mesmo à frente! E mesmo com o guia a dizer que o seu tamanho era médio, deu para ver o seu porte poderoso e sentir a sua presença! 🙂 Já nas imediações do centro de informação, vimos desta feita uma jovem fêmea. No cais, embarcámos e partimos para Panduk Ambung, onde esperámos que ficasse de noite. Aí, durante quarenta e cinco minutos fizemos a nossa caminhada noturna, encontrando: um kingfish (pássaro), tarântulas, centopeias, insectos estranhos, um ninho vazio e vimos a luz de múltiplos relâmpagos, fazendo figas para não começar a chover.

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Tal como no dia anterior jantámos bastante cedo e depois do meu primeiro banho em três dias, ficámos a falar com o nosso guia, antes de irmos dormir. Quando me deitei, voltei a ficar fascinado ao ouvir o som da selva… 😀

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 P.S. – Em ambos os dias fui sempre mordido por uma formiga do fogo! Aiiiiiiiiiiii! 😛    
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Tanjung Puting. No Reino dos Orangotangos 

Ato II – Partida para o Reino e o Campo 1

O barco onde “aterrei” juntamente com o Andreas era grande, espaçoso e tinha dois andares, para além disso, tinha uma WC com chuveiro e duas zonas para observação de animais (uma na proa e outra na popa). Logo no início da travessia, percebi que de facto era necessário um barco para visitar o parque natural, pois de Kamui até entrarmos na área oficial do parque, necessitámos de hora e meia e até chegarmos ao campo 1, duas horas.

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Durante a viagem, vimos palmeira e outros tipos de vegetação semi submersa, pequenos barcos de transporte de mercadorias, de pescadores, barcos turísticos de médio porte (como o nosso), muitas espécies de pássaros, alguns macacos probuscius e dois orangotangos muito disfarçados no meio da folhagem 🙂 ; recebemos um briefing do nosso guia (Mr. Supian Hadi, ou simplificando Mr. Uzo) e ficámos a perceber o plano de “festas” para os próximos dias; deliciámo-nos ao almoço (arroz + tempe + vegetais + peixe); e comecei a perceber que o dinheiro investido iria trazer bastantes regalias! 😀 (tripulação: mecânico, capitão, cozinheira e guia).

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Quando chegámos ao campo 1, Uzo levou-nos por um trilho alternativo até à plataforma dos orangotangos e durante o mesmo, deu para ver ninhos de orangotango (frescos e mais antigos), insectos e um pouco de selva. Quando desembocámos na zona da plataforma, havia uma fêmea a comer, de costas para os turistas e cerca de duas dezenas de pessoas a observar. Comparando este local, com Sepilok (Sabah, Bornéu Malaio) nunca tinha estado tão próximo como aqui (existe uma área delimitada, mas muito mais próxima) e visto uma fêmea tão grande. 🙂 Depois dela desaparecer, vimos mais um ou dois vultos nas árvores (mas bastante afastados) e um pequeno esquilo muito engraçado. Antes de voltarmos ao barco, ainda demos um pequeno passeio na selva com o nosso guia e deu para ver árvores espinhosas, fungos, insectos e muita vegetação.

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Já de regresso ao barco e até atracarmos, fomos percorrendo o rio e vendo muitas espécies de macacos: cauda longa, probuscius (principalmente), folha prateada, e os reflexos das árvores e das nuvens no rio enquanto o dia caminhava para o seu ómega. Antes de jantar, puseram uma grande rede mosquiteira branca a proteger os nossos fantásticos colchões! 😉 e o jantar, à semelhança do almoço, voltou a ser à grande: camarões panados, Mie Goreng (massa frita), vegetais, arroz, tudo isto à luz das velas! 🙂 Depois de jantar descemos ao “piso térreo”, onde dentro do barco (altura muito baixa, tínhamos de andar de cócoras) estivemos a falar com o nosso guia e com o capitão do barco até às 22.00, hora em que todos foram dormir, bem quase todos… 🙂 uma vez que, fiquei acordado a fazer um backup de fotografias… a ouvir o barulho dos insectos, da selva, a ver as estrelas e a pensar que a “aposta” de ficar, tinha sido totalmente acertada! A verdade é que nesta vida, há experiências únicas que valem mesmo o investimento! 😀

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Crónicas Em trânsito

Tanjung Puting. No Reino dos Orangotangos

Ato I – Impacto na Chegada!

A viagem aérea foi curta, enevoada e pouco interessante. Na chegada a Pangkalabun estive à espera da bagagem durante quinze minutos e nessa altura aproveitei para perguntar o preço de alguns pacotes turísticos (5.000.000 IDR! Aproximadamente 320€ :/ ). No mesmo instante, um rapaz ocidental cheio de tatuagens veio ter comigo perguntar se queria juntar-me a ele num tour, pois desse modo seria mais barato, mas como me vinham buscar ao aeroporto, respondi-lhe que não podia ir com ele.

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Na saída do aeroporto, conheci o Mr. Ani e um colega seu, e numa carrinha do parque natural fui à boleia até à vila/cidade de Kumai, já nas imediações do parque de Tanjung Puting, ficando a saber durante a viagem, o valor do guia (mandatório) e dos spedboat. Na chegada ao edifício do parque, estava à minha espera uma mulher de vestido azul forte com quem comecei a falar. Ela apresentou-se como não fazendo parte de nenhuma agência de viagens (percebi imediatamente que essa informação era MENTIRA!) e começou a escrever num papel uma lista de itens: barco + taxas + guia + entrada + comida + … = 5.000.000 IDR (4dias/3noites) ou alternativamente  4.000.000 IDR (3dias/2noites)! Olhei para o preço, disse que era demasiado caro, que não estava interessado e que apenas queria contratar um guia para um ou dois dias. Ela respondeu-me que o parque natural apenas podia ser visitado com um barco. Nessa altura, em que me comecei a sentir como um animal encurralado e conduzido a uma armadilha, liguei ao Doni bastante zangado e irritado. Na chamada, tentei explicar-lhe o que se estava a passar e disse-lhe para conversar diretamente com minha “carrasca”, passado dois ou três minutos ela voltou a passar-me o telefone e o Doni disse que estava tudo incluído, etc… Quando desliguei senti-me injustiçado e completamente encurralado. De cabeça perdida e farto daquela “macacada”, decidi partir para Jakarta! Pedi então ao Mr. Ani para me levar de volta ao aeroporto.

Já na rua, antes de entrar na carrinha, comecei a pensar que já tinha gasto um milhão de rupias para ali chegar e que iria sair dali, sem ver absolutamente nada! Achei que tal era estúpido e acalmei-me um pouco (senti que tinha à frente um copo de veneno, agora “só” faltava beber!). Voltei ao balcão, recomecei a falar com a minha “amiga”, e nesse momento ela informou-me que havia outro turista para fazer o tour, que se quisesse me podia juntar a ele e desse modo o preço do pacote 3dias/2noites seria 2.350.000 IDR – valor “ligeiramente” inferior, não!? – sem olhá-la nos olhos, retorqui secamente: “2.000.000 IDR!” Ela disse que tinha de ligar ao marido e passado um minuto estava a confirmar que o preço podia ser esse, mas pediu para não falar disso com o outro turista, uma vez que estaria a arranjar-lhes problemas. Disse-lhe então que podia ficar descansada e que apesar de não gostar da situação, manteria a minha palavra. Entreguei-lhe então os famosos milhões e o passaporte, para ela formalizar os papéis do negócio.

Já com a burocracia tratada, partimos para o hotel da agência que ficava logo nas imediações do parque. No hall de entrada, sentei-me e pus o telemóvel a carregar, enquanto aguardava para partir. Durante uma hora e tal fui aguardando, até que finalmente o outro turista – Andreas –  apareceu, sendo esse momento caricato, uma vez que era o mesmo rapaz que tinha falado comigo no aeroporto. Já na companhia do nosso guia, partimos finalmente na direção do nosso barco que estava no cais. A  verdadeira aventura, estava prestes a começar! 😀

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Dias em Sintang & Travessia para Tanjung Puting

Na chegada à casa de Doni, depois daquela viagem cansativa e molhada, reparei que tinha a mochila encharcada! Causando-me uma imediata preocupação, o delicado Wayang comprado em Yogyakarta (felizmente, sobreviveu bem ao banho forçado). Em Sintang, fiquei hospedado durante um par de dias, na companhia do meu cicerone e da sua adorável família, e durante esse tempo comi muito e bem, fumei como uma chaminé, conversei, repensei a minha rota e no facto de ter de voltar a Jakarta, devido à avaria da máquina fotográfica, fiz mais uma sessão de motivação na escola onde a esposa de Doni era professora, visitei o agradável museu da cidade, continuei a conversar com aquelas pessoas tão simpáticas, calorosas e amáveis e apanhei um autocarro que me levou de volta a Pontianak, numa viagem que demorou nove horas.

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À capital ocidental de Kalimantan, cheguei às 4.00, sem paciência para os incontáveis ojeks que me rodeavam. Comecei então a andar a pé, até uma zona mais tranquila e aí decidi apanhar um ojek para o porto de Seng Hei. Depois de comprar o bilhete, aguardei pela partida, mas antes da mesma conheci o irmão de Supriadi que era o segundo capitão do barco. 🙂 A viagem de cerca de oito horas até Ketapang, foi confortável e passou rapidamente, uma vez que durante a viagem aproveitei para atualizar a minha folha das despesas (excel), o meu caderno e escrever mais textos para o blog.

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Chegámos a Ketapang por volta das 15.00 e no desembarque fiquei dentro do barco. Aos poucos, a tripulação foi-me fazendo algumas perguntas e lentamente consegui transmitir-lhes que queria ficar a dormir com eles no interior do barco. Entretanto arranjaram-me um ojek de confiança (Mr. Houdini) e com ele fui até ao aeroporto comprar o bilhete para Pangkalabun, o meu próximo destino. Com esse assunto resolvido, voltei à zona do porto e durante o resto da tarde/noite estive em confraternização (falar, fumar, beber, comer…), arranjei graças ao Doni o contacto de Mr. Ani (um dos responsáveis pelo parque nacional de Tanjung Punting), comecei a preparar papéis para ir à embaixada de Myanmar (voos, hotel, extrato bancário…) e apesar de me deitar cedo, passei uma noite pouco descansada.

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Às 6.30, o Mr. Houdini já estava a apitar em frente do barco, apesar de apenas termos combinado às 7.00! 😛 A verdade é que essa situação foi benéfica, pois antes de seguirmos para o aeroporto, pedi-lhe para ele me levar até a um multibanco e assim fiquei descansado relativamente aos fundos. Antes do embarcar comi, atualizei o caderno, fiz o check-in (como a balança estava inactiva, não paguei excesso de bagagem), paguei a célebre taxa aeroportuária, “escrevinhei” mais um pouco para o blog, vi aviões a aterrar e a descolar, e embarquei rumo ao parque natural dos orangotangos e dos crocodilos. 😀

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Crónicas Em trânsito

Putussibau. Aguardando por Doni

De Singkwang, parti por volta das 17.00 e as doze horas de viagem até Sintang foram passadas a dormir. 🙂 Para apanhar um novo autocarro para Putussibau, esperei duas horas num mercado quase deserto e por volta das 7.00, voltei a partir. No início, a viagem foi lenta, arrastada e em certas zonas a estrada parecia um queijo suiço. Durante o caminho, o autocarro apinhado de pessoas e carga, arrastou-se (principalmente nas subidas) pelas estradas verdes do Bornéu. Ao longo do tempo, tentei atualizar o caderno e fui sentindo um nervoso miudinho por não ter conseguido falar com ninguém que me pudesse ajudar em Putussibau, até que depois de múltiplos telefonemas e várias trocas de mensagens, recebi o contacto de Doni (vice-diretor do Parque Nacional de Danau Sentarum e amigo de Sonja) e tudo mudou! Tinha acabado de arranjar um cicerone! 😀

À medida que nos aproximávamos do nosso destino começou a chover, sentindo-se um cheiro intenso a terra molhada. O embalo do autocarro fazia-me quase, quase adormecer, até que passávamos por pontes de madeira que nos faziam saltar dos lugares – bump, bump! Na paisagem, viam-se agora pequenas aldeias e povoações, onde a maioria das casas estavam construídas sobre estacas e o acesso era feito por passadiços de madeira. Cheguei a Putussibau às 19.00, depois de um dia inteiro de viagem, e graças ao Doni fui apanhado por um membro do parque natural que me deu boleia até ao HQ.

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Na chegada à sede geral do parque natural, conheci o chefe de Doni, que começou a conversa à “Javanesa” (modo muito polido) e acabou a pedir-me uma contribuição monetária, para o meu alojamento. Apesar de não ter apreciado o seu gesto, não quis ficar a dever-lhe favores e rapidamente resolvemos o assunto, com o pagamento de uma “propina”. Entretanto, falei com o Doni, combinámos que ele passaria no dia seguinte (às 17.00) para me apanhar e seguiríamos juntos para Lanjak (vila, colada ao lago Sentarum).

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O dia em Putissabau, foi um dia lento e de espera pelo Doni, mas como tinha contactos da ONG, WWF passei por lá para conhecer os responsáveis daquela delegação (Albertus e Hermas) e saber detalhes acerca das áreas de intervenção. Durante o resto do dia escrevi textos para o blog e quando o Doni apareceu percebi imediatamente que ele era (felizmente!) muito diferente do seu chefe… 😀 A viagem durou duas horas e meia e o caminho para Lanjak foi feito em alegre algazarra, estavam lançados os dados para o que seriam os meus próximos dias… 😀

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Singkawang. English Days!? Happy Days

Como previamente combinado, em Singkawang encontrei-me com Supriadi, um professor de inglês que trabalha num instituto privado (MEF – Mastering English Faster). Se inicialmente, contava ficar três dias, acabei por ficar uma semana! 🙂 E o que me levou a ficar? O calor humano, o carinho e a amizade com que fui recebido, por aquelas pessoas maravilhosas. 😀

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Na cidade, para além de Supriadi, conheci Teti, a sua assistente (uma mulher trabalhadora, calorosa, dedicada, simpática, muito comunicativa e uma cozinheira de primeira), Bayo A., Bayo F., Jamal, Ari e muitos outros. 🙂

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Durante aqueles dias, que vivi verdadeiramente em Singkawang, recordo com carinho vários momentos: os instrumentos de música tradicional (Dayak) que vi e que ajudei a pintar; os longos serões que passei a jogar PES 2013 e a conversar; as vezes que fui ao mercado com Teti e que cozinhei com ela; os muitos cafés e cappucino´s deliciosos que bebi; as praias, a ilha mais pequena do planeta, a povoação de Selakau e a sua vastíssima área de manguezais, a agradável e simpática ilha de Lemukutan (onde passámos o fim-de-semana); e principalmente, o facto de me ter tornado um “guru da motivação”, quando ao visitar várias escolas, tentei deixar os alunos com vontade de aprenderem inglês. 😀

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Em Singkawang fui verdadeiramente FELIZ! E aceitei de vez, o facto de visitar poucos locais em Kalimantan, mas ter experiências que valem-se realmente a pena! 😀 

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Pontianak. Dia de Sorte na Linha do Equador

Sem grandes demoras e depois de comprar o bilhete, parti para Pontianak às 6.50 já com o contacto de Awi (um nativo que Sonja conheceu, aquando da sua passagem pela cidade). Na chegada, recolhi a bagagem, tentei ligar-lhe (sem sucesso) e comecei a andar na direção de Pontianak, para evitar os taxistas locais. Nesse momento, tive um momento de sorte, pois apanhei boleia de Surat (um senhor que trabalhava como engenheiro, na manutenção de aviões) para o centro. Para além dessa boleia, Surat ajudou-me a encontrar um hotel barato (Rahayu) e levou-me a tomar o pequeno-almoço no Hajis (um local famoso da cidade, principalmente pelo seu Rujak Juhi). 😀 Na despedida, deixou-me no cais turístico, com a indicação do preço a pagar ao barqueiro.

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Na travessia, a minha boa sorte continuou, pois conheci uma rapariga (Theresia) e as suas amigas, com quem fui até ao Tugu Khatulistiwa  (monumento do local, onde fica a linha do equador) sob o signo da sua “proteção”. 🙂 No regresso ao centro, encontrei-me com Awi, com que visitei uma casa tradicional da tribo Dayak, falei sobre Kalimantan (comecei a perceber, que o meu plano de cruzar a ilha de costa a costa, era demasiado ambicioso), almocei um Gado Gado, absolutamente divinal e combinei um reencontro para jantar.

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Quando voltei ao hotel, fiz o check-in e fiquei agradavelmente surpreendido com o quarto, pois este era amplo e arejado. Naquela tarde tranquila, quando procurava um local com internet, novamente a sorte a ajudar. Conheci MS., um simpático rapaz que me deixou usar a sede do seu partido político e que se prontificou a ajudar-me a apanhar o autocarro para Singkwang (nessa altura, graças novamente a Sonja já tinha o contacto de Supriadi, um professor de inglês que vivia nessa cidade! 🙂 ) durante a madrugada (ficou combinado que iria ter comigo ao hotel, dormiria lá e depois me levaria de mota até ao local da paragem).

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Entretanto, como combinado fui jantar com o Awi e fiquei com a certeza que a cidade de Pontianak, pode não ser um destino turístico, mas comida deliciosa? Essa existe em abundância! 😀 Para além da sua gastronomia, senti que esta, é uma cidade muito viva e cheia de movimento. Quando regressei ao hotel, apesar de anteriormente não ter “sentido” nada de estranho relativamente ao MS., comecei a pensar na disponibilidade que ele manifestou tão rapidamente. Assim, para me precaver de eventuais problemas, falei com a recepcionista para quando ele chegasse, ela lhe pedir a identificação. No serão, dormi um pouco e ao falar com ele percebi tudo, MS. era gay e queria “algo mais” do que amizade. Eu agradeci-lhe a disponibilidade, a coragem demonstrada, mas disse que não podia “ajudá-lo” nesse campo e depois de ele me dar boleia, despedimo-nos com um sorriso envergonhado.

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Crónicas Em trânsito Fotografia

Kabuuuuum! & Regresso a Jakarta

Depois da “sova” infligida pelo Merapi, acordei cedo e empacotei a mochila pronto para fazer o check-out e seguir para a zona do templo de Borobudur, porém quando fui à janela… a cor do céu e da cidade estava estranha! Pus os óculos e interroguei-me, “tempestade de areia? na Indonésia?” Naaaaaaaaa… cinza! A cidade estava coberta de cinza de um vulcão, que tinha entrado em erupção no leste da ilha! :/

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Desse modo, desisti de ir até Borobudur, aliás tal, nem sequer era possível pois o templo tinha sido encerrado. O ambiente e a cor da cidade eram doentias e mesmo dentro do hostel havia muitas pessoas com máscaras postas! Durante o dia, aproveitei para limar algumas arestas pendentes de alguns textos do blog e escrevi novas crónicas. Ao fim do dia, recebi a informação que o templo iria permanecer encerrado durante duas semanas!! :/ E se até esse momento estava com dúvidas do que iria fazer, a partir daí tudo na minha mente ficou claro e límpido! Voltaria a Jakarta e assim que conseguisse voaria para Pontianak em Kalimantan (Bornéu Indonésio). À hora do jantar, sai pela primeira vez do hostel nesse dia e o ambiente que encontrei nas ruas foi algo de fantasmagórico.

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Às oito em ponto, do dia seguinte, estava na estação de comboios e quando tentei comprar um bilhete para Jakarta fiquei ligeiramente chocado, comboios para a capital só dali a dois dias e para Badung nessa noite. Assim, parti em busca de uma alternativa e apanhei um ojek para estação de autocarros de Ciwangan. Aí, encontrei o que procurava! Um autocarro para Jakarta às 14.00! Num cenário de crise? Perfeito! 😀 Enquanto esperava conheci duas francesas (Stéfanie de Marselha e uma amiga que vivia na Argentina) e pouco depois apareceu Eddy (um rapaz indonésio que estuda medicina na Holanda e que tinha conhecido no hostel), que se juntou a nós.

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Parti de Yogyakarta, com uma hora de atraso no meio de um ambiente surreal, mas à medida que fomos percorrendo quilómetros na direção oeste da ilha, o ambiente foi-se desanuviando. Durante a viagem, estive quase sempre a dormir e os únicos momentos em que estive acordado, aproveitei para comer na companhia de Lestari, uma senhora muito simpática que estava sentada ao meu lado. Cheguei a Jakarta às 5.00 e imediatamente apanhei um ojek para o aeroporto… 

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