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Crónicas Fotografia O 1º Dia

Guerra e Paz

A chegada ao hostel foi complicada, pois se a viagem de autocarros decorreu sem problemas, a partir do momento em que comecei a andar as coisas complicaram-se, pois a tradução da morada que tinha era “manhosa” e os chineses não sabiam onde ficava aquela rua. Finalmente encontrei um rapaz chamado Lou e este com um pouco mais de tempo e muito boa vontade levou-me até ao mesmo. Aleluia! 🙂

Já no hostel, verifiquei que os preços caso marcasse ao “vivo” eram mais caros que na internet! E com acesso ao wi-fi do mesmo, marquei a minha noite de Domingo. Porém era Sábado e naquele momento, aquele hostel apenas tinha quartos individuais, ou seja o dormitório estava cheio e eu não tinha lugar onde ficar! Para além disso estava com alguns problemas com a rececionista que estava a ser inicialmente antipática e depois muito desagradável. Eu não me fiquei e disse-lhe que ela estava a ser desagradável e pouco educada. Entretanto andava no booking.com a ver se me safava – no preço da dormida sim, na localização nem por isso – e como não tinha nada a ganhar com aquele ambiente, enterrei o machado de guerra e perguntei-lhe se havia algum hospital nas imediações e se ela me guardava a bagagem, pois nessa noite iria lá dormir. Ela ficou admirada e surpreendida e foi então que ela me falou na possibilidade de dormir numa cama extra que o quarto tinha, por 50Y – antes de eu falar em hospitais esta cama não existia! Estranho? No mínimo, bizarro! Aceitei imediatamente, pois afinal e depois daquela viagem interminável apenas queria um local para dormir e tomar banho. 🙂

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Com a questão da dormida resolvida tornámo-nos os “melhores amigos” e veio então o período de paz e prosperidade, no qual ela me ajudou a definir a rota até Xangai – escolha de cidades mais “pequenas” até lá chegar – deu-me um livrinho com detalhes de todas as pousadas da juventade chinesas – extremamente útil e fez-me um briefing sobre Nanquim. Perfeito! 😉

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Crónicas Em trânsito

Em trânsito: Hankou – Nanquim. A Estupada Continua!

Cheguei à bonita e clássica estação de Hankou por volta da 1.10 e depois de comprar o bilhete para a ligação final, fui até ao Macdonald´s onde comi e tentei apanhar wi-fi – sem sucesso. Uma vez que o comboio apenas estava marcado para as 4.20 aproveitei para organizar as fotografias de Fenghuang, atualizar o Excel, vi chover na rua e escrevi no caderno “em tempo real”. Quando finalmente me dirigi à estação de comboios senti-me esmagado pela monumentalidade do átrio superior e aí apanhei wireless e verifiquei que em Nanquim iria ter de improvisar – relativamente ao hostel – e quando vi as pessoas a apressarem-se para entrar no comboio, fiz o mesmo. Ao chegar dentro do comboio e quando verifiquei que tinha de ficar à espera para partir, pensei que fora um idiota, pois devia ter aproveitado a ligação para pelo menos ter tirado a morada de um hostel. :/

IMG_8409 (FILEminimizer)Às 7.00 da manhã acordei com o rabo a doer do assento rijo e com vontade de dar uns safanões ao vizinho do lado, pois ele estava a “abusar” do “meu” espaço, e momentos antes de chegar ao meu destino ainda deu para “assistir” a um assalto de uma bolsa. Aliás, não assistir, pois ali à volta ninguém viu nada e só percebemos o que aconteceu quando dono da mesma se começou a queixar que o tinham roubado! 😦 A minha estupada continuou na chegada à cidade, pois quando desembarquei não tinha nenhum hostel marcado, nem sequer uma simples morada onde dirigir-me! Por isso e antes de abandonar a estação de comboios andei a tentar arranjar uma ligação à internet. Após muito custo e algumas tentativas falhadas, encontrei um casal de espanhóis com um smartphone e estes lá me ajudaram. Finalmente, comecei a ver alguma luz ao fundo do túnel e um final à vista para esta odisseia, que ligou Fenghuang a Nanquim. 🙂

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Crónicas Em trânsito

A Bondade dos Desconhecidos

Quando cheguei a Wuchang já passava da meia noite e meia e o senhor que conheci no comboio, levou-me até à estação autocarros e disse-me para aguardar ali. Estava frio, bastante frio e à minha volta havia muito “ruído de fundo” com chineses a tentar forçar “negócios” de transportes. :/ Nesse local e enquanto esperava conheci outro chinês (Zhang Shu) que estava em camisa porque ofereceu o casaco à namorada e imediatamente abri a minha mala e ofereci-lhe um casaco. Ele ofereceu-me um cigarro! 🙂 E ficámos a conversar enquanto esperávamos pelo autocarro. Como estava muito frio, ele convenceu-me a apanhar um “táxi-carrinha” com eles para a estação de comboios de Hankou e durante aquela viagem noturna, cidade dentro falou-me dos seus problemas e da pressão exercida à sua volta: sociedade, família e tradição, o que esperam dele e eu tentei animá-lo. Na despedida ele pagou-me o táxi e eu senti mais uma vez a bondade dos desconhecidos a aquecer-me o coração e a alma. 😀

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Em trânsito: Fenghuang – Wuchang. Estupada!

Desde o momento que comecei a preparar a minha viagem, sabia que havia uma zona da China onde as ligações eram uma incógnita completa. Esse momento acabara de chegar, pois a ligação entre a zona central do país e Nanquim  uma das únicas três cidades que foi a capital da China, para além de Xi´an e Pequim  e que não fica assim tão distante de Xangai era o meu próximo passo. E este, era um graaaaaaande passo! Pelo menos em termos de distância. 🙂

A primeira fase da viagem decorreu entre Fenghuang – partida às 12.30 – e Changsha e foi feita de autocarro. Durante a viagem escrevi no caderno, dormitei um pouco e observei a paisagem que se resume em poucas palavras: auto-estrada e tempo muito cinzento. Quando entrámos em Changsha, não fazia a mínima ideia para onde é que estaria a ser levado e mentalmente estava a tentar relaxar pois o tempo estava a passar muito rapidamente e o meu limite para apanhar o comboio estava a ficar muito reduzido. Quando saí do autocarro (18.30) chovia e fazia frio – em contraste ao dia anterior quente e abafado – e fiquei muito feliz porque ao ver que a estação de autocarros, estava mesmo “colada” com a de comboios, soube imediatamente que iria conseguir apanhar o comboio para WuChang o que me permitia a ligação posterior para Hankou e daí para Nanquim.

Uma vez que o comboio estava cheio, comprei o bilhete sem lugar marcado, e dirigi-me para a plataforma e… o comboio só apareceu às 19.50! Já dentro do comboio o atraso continuou a aumentar e só saímos da estação de Changsha às 21.00. Era a primeira vez que tal acontecia durante a viagem! E tinha de ser precisamente neste dia de ligações altamente intricadas! :/ Nesse momento tive a certeza absoluta que não iria chegar a tempo, rosnei pragas e estava irritado, muito irritado: “Tanta m@§£€, para uma caganita!” Sem nada poder fazer relativamente a esse assunto, aproveitei a viagem entre Changsha e WuChang – uma das três cidades que forma a megalópole de Wuhan – para escrever no caderno, levantar-me para “esticar” o corpo, comer qualquer coisa e sentir os olhos a fechar fruto do cansaço. Pensei: “Quando lá chegar, logo se vê como mudo de estação” e conheci um chinês que era engenheiro informático (mas que parecia um rapazito) e em quinze minutos de conversa, ele informou-me que existiam autocarros que ligavam as diferentes estações de comboio de Wuhan, vinte e quatro horas por dia. 🙂


Reflexão: Aprende de vez… que sofrer por antecipação, não compensa!  😉

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Crónicas O 1º Dia

Juan, Viva México!

Durante a tarde e depois de contar ao Juan a minha “teoria” acerca dos Hans e do seu “gosto” particular pelas etnias minoritárias, fomos a um atelier de pintura, que utiliza cera na composição dos trabalhos e ficámos estupefactos com a qualidadebeleza do que vimos. 😀 Continuámos a passear juntos e enquanto o fazíamos conversámos, conversámos… conversámos. Era notório o nosso entendimento! 🙂

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Fomos deambulando sem objetivos e depois de vermos as “famosas” danças e coreografias de final de dia, demos conta que já era de noite e fomos jantar. Depois do mesmo, fomos beber umas cervejas e fumar para a porta do hostel enquanto esperávamos por “Linda” e pelo seu final de turno e quando ela se voltou a juntar a nós, demos um pequeno passeio. Depois de ela se despedir, fomos comprar mais cervejas e continuámos a conversar, a conversar… e nesse altura tentei ajudar o Juan a organizar o seu trajeto na China – uma vez que ele apenas dispunha de um mês de visto – trocámos os contactos e deitámo-nos já depois das 2.00 e de todo este cardápio. Gracias Juan, pela conversa! Gracias mi amigo! Viva México! 😀

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Crónicas Fotografia O 1º Dia Reflexões

Fenghuang. Quando os Huans e os Miaos se trocam

Na chegada a Fenghuang estava bastante abafado e calor. Para chegar ao hostel foi preciso muita sorte e perseverança, pois as indicações providenciadas na internet eram completamente rídiculas e desprovidas de qualquer sentido. :/ Desse modo e assim que finalmente cheguei ao mesmo, libertei parte da minha irritação na rececionista, mesmo assim tentei controlar-me pois sabia que a culpa não era dela, mas como ela era a face visível do hostel

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Depois de me levar aos meus aposentos, convidou-me a mim e ao meu companheiro de quarto – um rapaz mexicano – para subirmos com ela até ao topo da pequena montanha de Fenghuang por caminhos alternativos e assim evitarmos o pagamento de 128Y! (mais de 15€). A caminhada montanha acima foi agradável pela companhia e pela conversa, quanto à montanha em si? Mais uma “chulice” chinesa! Que desta feita, foi contornada! 😛

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Entretanto “Linda” – nome ocidental da rececionista – regressou ao hostel e eu continuei a passear com o Juan  nesta altura o meu companheiro de quarto, já tinha nome 🙂 – e ficámos a saber que para entrar em certas zonas da cidade antiga tínhamos de pagar bilhete! Outra vez, os chineses a abusar dos turistas. :/ Porém e quando entrámos na parte antiga e mais cénica da cidade, ninguém nos cobrou nada e pudemos ver sem problemas o rio, as pontes, o sol dourado, as casas à beira rio e os monumentos antigos. Enquanto isso, assisti a mais um momento em que os Hans se mascaram de etnias minoritárias, neste caso de Miaos e achei tal facto caricato, pois a maioria dos Miaos que vi só queriam vestir-se de forma casual e passar por Hans. 😉

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Crónicas Em trânsito O 1º Dia

Em trânsito: WulingYuan – Fenghuang. Buzinando

A minha viagem começou quando tive de ir a pé para a estação de autocarros, pois os autocarros locais apenas começam às 8.00!? E eu fiquei com a sensação que existe alguém – taxistas e condutores privados – que anda a aproveitar-se desta situação. :/ Na viagem propriamente dita percorri duzentos e trinta e seis quilómetros, escrevendo no meu diário sobre os dias passados em WulingYuan. Ao longo do caminho vi arrozais em socalcos, plantações verdes, aldeias, florestas… e para além disso, durante a viagem coloquei umas meias a secar e pensei porque é que me tinha de calhar em rifa um motorista “buzinador”. 😛

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WulingYuan Floresta de Pedra

Ato VI – Trilho Final e Circularidades

Depois desse momento curioso apanhei um autocarro que me levou até à vila de Wulang. A parte inicial do trilho foi percorrida numa estrada de terra e só passado uns momentos é que recomeçaram os degraus e a primeira visão da vila foi bastante diferente de tudo até aquele momento, pois à distância parecia que a construção estava completamente embutida na pedra. 🙂 Segui na sua direção e a partir de certo momento o caminho era feito por entre “frinchas” dos rochedos. Depois de visitar a zona da mansão de Tianbo senti que aquele foi um local especial, por vários motivos: a “ponte suspensa” de cordas e um parvalhão a saltar nela que foi imediatamente empurrado (“Queres saltar?Salta! Mas não enquanto eu estiver em cima dela!”); as escadas verticais e de declives acentuados; os locais de passagem muito estreitos e a excelente panorâmica sobre os picos. 😉

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Quando saí de lá, parti na direção de outro trilho e ao percorrê-lo, fiquei com a certeza que este também era bastante selvagem e se inicialmente parecia que iria ser outro trilho deserto, o tempo encarregou-se de me mostrar que nem por isso. 😛 Este trilho levou-me a locais espectaculares entre os quais One step to the Heaven e o mágico Corridor in the Cliffs que terminou num espaço aberto magnífico e com umas vistas esmagadoras. 😀 A partir de certo momento e apesar de ter sido aconselhado a voltar para trás – pelas recomendações que recebera das pessoas do hostel e que me ajudaram a organizar os dias no parque – continuei o caminho em sentido descendente até encontrar uma bifurcação. Nesse momento tinha como opções continuar a descer até à saída do parque ou alternativamente voltar a entrar na floresta, por um trilho que não fazia a mínima ideia aonde me conduziria e… optei pela segunda opção. 🙂

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A floresta estava demasiado convidativa com as suas sombras e os seus reflexos verdes. O início do trilho foi bastante duro, uma vez que o sentido foi sempre ascendente e com inclinações bastante acentuadas, mas depois e mais perto do topo acabou por suavizar-se aos poucos. Quando lá cheguei não sabia onde me encontrava, apenas que o trilho seguia para Este e que tinha o sentido descendente. Exatamente o que pretendia! 🙂 Quando encontrei umas placas confirmei que estava no direção correta e com a ajuda de um pouco de céu azul e sol – finalmente! Pois os dias anteriores foram sempre muito pardacentos – o caminho tornou-se mais agradável. O trilho desembocou em Zicao Pool e no trilho no qual comecei a minha viagem em WulingYuan. Na despedida optei por percorrer o trilho no sentido que não conhecia e depois percorrê-lo em sentido inverso em toda a sua extensão. Durante o caminho pensei que este trilho era muito mais desinteressante sem a variação que fizera no primeiro dia e a partir de certo momento lembrei-me do meu “amigo” Theo Angelopoulos, dos seus travellings circulares e da circularidade do espaço com a acentuação do fator tempo. E para a minha visita acabar de uma forma perfeitamente circular, ainda fui a tempo de encontrar um rapaz que meteu conversa comigo quando estava sentado no início do trilho a tomar o pequeno almoço no primeiro dia! Curioso, não?! 😉

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WulingYuan Floresta de Pedra

Ato V – Reencontro na Montanha

O último dia começou quando apanhei o autocarro e fui largado exactamente no mesmo local onde tinha chegado na tarde/noite anterior e logo no início do trilho, a primeira ponte estava guardada por macacos que felizmente não me arreliaram. 🙂 Desta vez o caminho foi feito em sentido ascendente, sendo por isso mais duro, mas ao mesmo tempo mais relaxado, pois já não havia a pressão do tempo associada e durante a ascensão fui observando com atenção o verde da “selva” e os picos que me rodeavam.

IMG_8035 (FILEminimizer)A ascensão durou hora e meia e quando cheguei ao topo dei de caras com a chinesa do dia anterior. 🙂 Quando nos reencontrámos, rimo-nos da coincidência e ficámos a conversar um pouco. Vim a saber que ela era de Suzhou e ao trocarmos os e-mails ficou combinado encontrarmo-nos lá e que ela seria minha cicerone na cidade. 😉

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WulingYuan Floresta de Pedra

Ato IV – Enganos e Aposta Arriscada

Durante o percurso tentei encontrar o caminho que me levaria à zona inferior da montanha, sem sucesso e quando perguntei a um funcionário do parque o preço do teleférico e ele me respondeu: 22Y (quase 3€) pensei que o mesmo era razoável e por esse motivo apanhei um autocarro que me levou até à zona do mesmo. Porém quando lá cheguei, surpresa das surpresas o preço era 72Y (aproximadamente 9€). Fiquei chocado! :/ Era muito dinheiro por um teleférico e no meio de uma excursão de chineses dirigi-me até à sua entrada com duas pequenas esperanças: não pagar; perceber quais eram as minhas alternativas. Não obtive nem uma, nem outra e num cenário de stress – fruto da hora já avançada, 18.00 – apanhei o autocarro de volta à zona dos Avatares. Aí tentei voltar a encontrar o trilho, mas esse devaneio apenas durou três minutos pois percebi que estava a queimar tempo útil e precioso. Comecei a raciocinar muito rapidamente sobre as minhas opções e ao olhar para o mapa, percebi que a minha melhor hipótese era apanhar um autocarro para o topo da montanha e zona do pavilhão Tianzi  onde tinha estado durante a manhã – e a partir daí descer até encontrar a estrada.

IMG_8012 (FILEminimizer)Era arriscado e um tiro incerto, mas naquele momento não havia tempo para mais. Para além disso já estava a improvisar! E muuuuuuuito! 😛 Apanhei então o autocarro – ainda estive dez/quinze minutos à espera que partisse, o que complicou ainda mais o cenário – que me levou de volta ao topo da montanha e fiz uma viagem que me pareceu interminável – mas que durou apenas meia hora – sozinho com o motorista, o que àquela hora não era de estranhar! Assim que o autocarro parou, sai disparado a correr em direção à descida e nesta altura as probabilidades de sucesso eram diminutas, uma vez que já eram 18.47 e os autocarros no parque páram às 19.30. Comecei a andar com um ritmo elevado e mesmo apertadíssimo de tempo, o caminho e a paisagem eram de tal modo apelativas que não resisti a tirar duas ou três fotografias. 😉 À medida que fui descendo, a luz do dia foi-se esvanecendo e o trilho tornou-se mais verde, mais húmido, mais escorregadio. A partir de certa altura tive de abrandar o ritmo pois pensei: “O mais importante é não cair, porque senão fico aqui estatelado e não sei quando é que me encontram” – o trilho estava de tal modo com tanto musgo e “verdete” que parecia não ser utilizado por ninguém há já algum tempo.

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No final do trilho passei por umas pontes antigas que me agradaram, por umas casas abandonadas e comecei a descer finalmente em direção à estrada, sem saber onde me encontrava e qual a direção da saída do parque. Atingi a mesma às 19.27 já de noite. Passados poucos momentos comecei a ouvir o som de um autocarro e quando lhe vi os faróis comecei a agitar os braços freneticamente. Parecia uma galinha esbaforida! 😛 O autocarro que tinha apenas os faróis ligados, estancou, o motorista abriu a porta e perguntou: “WulingYuan?” eu acenei que sim com a cabeça e o autocarro que estava na mais completa escuridão foi subitamente iluminado e vi então, que estava cheio de pessoas que olharam para mim com um ar completamente aparvalhado, intrigado e curioso, algo do género: “Mas de onde é que este tipo saiu?”. Quando o autocarro arrancou estava orgulhoso de ter conseguido, mas ao mesmo tempo ciente da minha boa sorte. 😀 Durante a viagem o corpo foi descomprimindo e enquanto percorria o caminho até à entrada do parque pensava que se não tivesse apanhado este autocarro estava bem lixado porque a distância era longa, muuuuuito looooonga! Quando cheguei à entrada do parque tive a oportunidade de ver a sua bonita iluminação e na despedida de mais um dia, observei as típicas coreografias chinesas – comuns a quase todos os parques e praças do país. 🙂

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