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Huangshan, Montanha Amarela

Ato III – Engarrafamento e Fim de Trekking

Durante a ascensão, a montanha foi mudando de cor, alternando entre o branco e amarelado, mas sempre com manchas verdes associadas. No caminho para o Lotus Peak (1864 m) houve alguns momentos confusos, mas a paisagem circundante foi valendo cada degrau, cada passo e apesar do alegre caos que reinava no pico, deu-me um certo prazer lá chegar. 🙂 Mas, mais prazer ainda deu-me o percurso até ao topo. No Lotus Peak atingi a minha altitude máxima nesta montanha e o caminho descendente foi bastante rápido exceto quando apanhei um engarrafamento de pessoas a caminho do pico da Tartaruga – pico intermédio entre o Lotus Peak e o Bright-Top Peak. Sim é verdade! Um engarrafamento de pessoas numa montanha! Eu sei que é de difícil compreensão, mas estamos na China! 😉

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Sempre em rota descendente fui até Fairy Walking Bridge e nessa zona da montanha parecia que tinha regressado a WulingYuanpudendo verificar que Huangshan não era uma montanha “dupla”, antes uma montanha tripla e com extras: pontes, frinchas, caminhos estreitos… 😀 No caminho de regresso dirigi os meus passos ao Bright Top Peak e ao Pico do Alquimista e por essa altura o tempo estava novamente pardacento. Daí segui montanha abaixo durante duas horas e meia até ao “portão” da face Este da montanha, YunGu e quando aí cheguei eram 16.10, ou seja, todo o percurso demorou exatamente oito horas a ser concluído. 🙂

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Huangshan, Montanha Amarela

Ato II – Os Heróis da Montanha

Neste período o que mais me desiludiu foi ver o caminho para o Celestial Peak (1810 m) encerrado e o que mais me surpreendeu ao longo do dia foi ver a capacidade do ser humano para ser uma besta de carga, montanha acima, montanha abaixo. Vi homens a carregarem cerca de cinquenta quilogramas aos ombros e fiquei com a certeza que estes homens são uns heróis! E se existem momentos – particularmente nas ascensões – em que me sinto cansado, basta ver um destes homens para pensar que estou a ser piegas!

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Huangshan, Montanha Amarela

Ato I – Huangshan. Partida!

O trajeto entre Tangkou e o “portão” da face Oeste da montanha (Templo da Luz Misericordiosa) durou vinte minutos e a estrada era um conjunto de curvas e contra-curvas no meio de uma paisagem verde. 

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Quando comprei o bilhete (aproximadamente 29€!) referi que queria voltar no dia seguinte e recebi uma declaração para o devido efeito, deste modo o bilhete teve a validade de dois dias e não de apenas um como é normal – claro que isto não está escrito em lado nenhum e apenas soube deste “detalhe” graças à rececionista do meu hostel! 🙂 Às 8.10 comecei a ascensão da montanha Amarela e se inicialmente o dia estava bastante pardacento, a verdade é que à medida que o tempo passou, o dia foi-se tornando mais claro, o céu “azulou” e o sol despontou. 🙂 À medida que fui subindo degraus parecia que estava numa mistura de Huashan – faces escarpadas – e de Emeishan – verde, verde… verde – e a primeira parte da ascensão até Groting Guests Pine foi bastante rápida – aproximadamente duas horas. Por esta altura, a ascensão não estava ter a dificuldade que esperava, mas fruto da beleza da montanha, a experiência estava a ser muito boa.

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Crónicas O 1º Dia

Hostel a Estrear

Na chegada ao hostel, ao falar com a rapariga da receção e ao contar-lhe o sucedido, ela confirmou-me que de facto Mr. Hu era da concorrência e que muitas vezes os motoristas dos autocarros páram em frente a determinados restaurantes ou hotéis para receberem umas luvinhas extra. Finalizados os esclarecimentos, coloquei a bagagem no quarto (que cheirava completamente a novo e estava imaculado) e fizemos um briefing (super-esclarecedor e elucidativo) sobre a montanha. 🙂 Aí, percebi que para ter uma boa visão do conjunto geral da montanha iria necessitar de dois dias inteiros de trekking e preparei o “plano de ataque” para os próximos dias.

P.S. – As camas do hostel eram FABULOSAS! Um verdadeiro ninho de conforto e de longe as melhores na China! 😀

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Crónicas Em trânsito O 1º Dia

Em trânsito: Hangzhou – Tangkou. Ao Deus Dará

No dia anterior despedi-me da Shue e ao trocarmos os e-mails ficou semi-prometido que voltaríamos a encontrar-nos, desta feita em Nachang a cidade onde ela estuda. Antes de partir para Tangkou – vila nas imediações de Huangshan, a montanha amarela – comi o pequeno almoço no mesmo restaurantezito dos dias anteriores, porém como já não tinha as raparigas comigo, enganaram-me no preço da comida! Claro que fiquei irritado, sabendo imediatamente o que estava a acontecer e antes de partir fi-los perceber que eu sabia que o preço estava inflacionado!

Quanto à viagem propriamente dita, esta demorou quatro horas e meia e decorreu de forma serena, numa paisagem verde e na mesma aproveitei para escrever no caderno. O momento alto ocorreu já depois da chegada quando o condutor do autocarro decidiu parar em frente a um restaurante  para receber umas “luvas”, certamente – e tal facto fez com que eu não fizesse a mínima ideia onde me encontrava! 😛 O que valeu é que apesar da sua honestidade duvidosa, foi simpático e prontificou-se a ligar para o meu hostel, para me virem buscar. 🙂

Enquanto esperava, apareceu um carro preto com um condutor que disse ter sido enviado pelo hostel e apesar de não estar 100% certo da veracidade desta informação segui viagem com ele. O facto de ser de dia e não pensar ser raptado ajudaram-me na tomada de decisão. 😛 No caminho recolhemos um casal de alemães e na viagem falámos de estadias no pico da montanha, em diferentes alternativas e fui observando que a cidade era apenas uma estrada com edifícios de ambos os lados e que era de longe o local mais desinteressante que vi na China até esse momento. Pouco depois, fui largado nas imediações do hostel e recebi uma cartão, o senhor mistério acabara de ser batizado, Mr. Hu. No final da viagem tive a certeza que ele era da “concorrência”, mas para mim pouco importava, estava no local certo e não tinha pago nada para lá chegar. 🙂

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Crónicas

Correios Chineses

Com a ajuda de Shue e da amiga, consegui finalmente largar um pouco de lastro da bagagem e numa das estações de correio da cidade, fiz um pacote com três quilogramas – roupa mais quente, mapas e papéis, o diário que terminei na China e mais umas tralhetas – e pus tudo a caminho de Portugal. Goodbye e bon voyage! 🙂

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Hangzhou. Cidade do Amor!

Depois de efectivado o negócio voltámos ao lago Oeste e calmamente começámos a percorrê-lo no sentido dos ponteiros do relógio. Aqui, pude finalmente observar qual o motivo que leva os chineses a batizar Hangzhou de “Cidade do Amor”. A paisagem serena, as pessoas a conversar, os jardins cuidados, as múltiplas pontes, as florestas, as flores – entre elas, os lótus brancos – os templos, as pagodas, os casalinhos apaixonados, os barcos no lago, as colinas circundantes – entre as quais a Solitary Hill  a vista sobre a cidade, a relva verde, mais casalinhos apaixonados, fotografias e retratos de casais com vestidos e fatos de noivos. Tudo isto faz parte do puzzle, Hangzhou, a cidade do Amor! 😀

IMG_1154 (FILEminimizer)      IMG_1194 (FILEminimizer)IMG_1179 (FILEminimizer)       IMG_1183 (FILEminimizer)IMG_1208 (FILEminimizer)      IMG_1238 (FILEminimizer)

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Crónicas Fotografia

A Prova do Chá

No nosso primeiro dia a sério em Hangzhou visitámos a zona a sul do lago e aí encontrámos pequenos lagos, cascatas e trilhos de pedra por entre árvores e vegetação frondosa e lembrei-me de Sintra, tais as semelhanças. 🙂 Ao longo do caminho, também fomos encontrando plantações do famosíssimo chá – LongJing  e numa delas a Shue e a amiga falaram com uma camponesa. Partimos então para uma prova de chá e ficou acordado que se quiséssemos no final podíamos comprar o mesmo. 😉

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Andámos até uma aldeia nas imediações e num terraço com vista para os montes e plantações circundantes, tivemos a nossa “degustação” de chá e mais tarde uma pequena “discussão” de preços e qual a quantidade a comprar por cada um de nós – acabei por ficar com cem gramas. Mas durante todo o “processo” o que gostei mesmo, foi da vista e de observar um velhote castiço – que dizia falar japonês – que era o marido da camponesa que encontrámos. 🙂

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Crónicas Em trânsito

Em trânsito: Shaoxing – Hangzhou. Separação Forçada, Reencontro e Pandemónio!

Na estação de comboios quando estava para comprar o bilhete para seguir para Hangzhou com a Shue, o comboio estava esgotado e tive de comprar um bilhete para seguir noutro – que partia mais cedo, mas chegaria depois – e ela esperaria por mim na estação durante sensivelmente meia hora. Os pequenos problemas com que nos deparávamos eram: a Shue tem miopia, que não é completamente inofensiva e não usa óculos! :/ A estação de comboios de Hangzhou é “grandita” e com bastante afluência de pessoas – que novidade! – e não havia a possibilidade de telefonarmos – ela com um número chinês e eu com um número português. A verdade é que estava um pouco expetante e por isso arranjámos uma solução com cores fortes: o azul do meu softshell e o cor-de-laranja do saco que lhe pûs nas mãos antes de partir. 🙂

Felizmente correu tudo bem, na estação de comboios de Hangzhou voltámos a reencontrar-nos e nas imediações da estação esperámos por uma amiga da Shue, que veio da cidade onde elas estudam e que iria viajar em Hangzhou e Xitan com a Shue – no dia em que eu seguiria para Huangshan, elas iriam para Xitan. Daí seguimos de autocarro para as imediações do lago Oeste e a viagem para além de cara – preços inflacionados por ser altura de feriados!* – bastante lenta – tivemos de mudar de autocarro e esperar, esperar… esperar – e muito confusa – tanto no interior como no exterior do autocarro, existiam demasiadas pessoas – revelou-se um autêntico pandemónio! Nessa altura, Hangzhou pareceu-me o inferno na terra. :/


*Nunca vi uma companhia de transportes fazer tal coisa. E não, aviação não conta. 😛

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Crónicas Fotografia Reflexões

Hello, Monsieur President!

No último dia na cidade visitámos a casa do primeiro Presidente chinês Zhou Enlai e vi o respeito que a Shue nutre pelo mesmo. Para além disso falámos abertamente sobre Mao e percebi finalmente que a sua glorificação começa na escola com a educação e que apenas se as pessoas procurarem informação extra talvez consigam ver mais longe que os demais, a Shue é uma dessas pessoas! 😀 E a sua visão de Mao não está deturpada por informação suavizada – a propósito ela também gosta de Diao Xiao Ping. 😉

IMG_1071 (FILEminimizer)Para além disso, visitámos o principal jardim da cidade, associado a uma história de Amor! Ai tão bonitoooooooo! 😛 E nas imediações da casa de Lu Xun comemos uma gelatina com sabor a mentol – fresca e desenjoativa – e na despedida da cidade, brindámos e bebemos uma taça do famoso vinho de Shaoxing. Ao fazê-lo, pude observar uma vez mais que tudo na vida é relativo, pois o vinho que para mim tinha um sabor delicado e leve, para a Shue que nunca tinha bebido vinho, um sabor forte. 🙂

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