Yogyakarta é o coração da pulsante cultura Javanesa e nos seus arredores pude visitar o templo hindu de Prambanam, ficando a saber que quem faz a exploração deste templo, assim como o budista de Borobudur é uma empresa privada! Diga-se, que esta situação é demonstrativa da corrupção existente no país, uma vez que o património público está a ser explorado em benefício de privados. Uma vergonha! Relativamente ao complexo de templos propriamente dito, o principal deles é de facto impressionante em termos de área e construção “sólida”. Para além da visita, na zona em redor também tive a oportunidade de assistir a um espetáculo de bailado/ballet Ramayana e o mesmo valeu bastante a pena, residindo a sua beleza nos gestos dos bailarinos – ora delicados e precisos, ora mais enérgicos – na iluminação, nos trajes, na voz do narrador em sânscrito e no som dos diferentes instrumentos musicais. No centro da cidade visitei o museu Vredeburg – antigo forte holandês – que na atualidade é o museu da história da Independência da Indonésia -, o bonito Keraton, palácio do sultão, onde voltei a observar um espectáculo de dança javanesa e o agradável museu Sonobudoyo onde assisti pela primeira vez a um espetáculo de marionetas – Wuyang Kulit. Já no interior da sala, a performance destas marionetas e o ambiente envolvente – o som dos instrumentos de percurssão, as vozes femininas e a do narrador, os gestos lentos e delicados do “jogo” de sombras – transportaram-me para um mundo mágico, mítico e mitológico de Deuses e Deusas do Oriente.
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Bailados e Danças em Yogyakarta
Às 11.30, estava de regresso ao hostel onde fiz finalmente o check-in e o meu primeiro passo foi tomar, finalmente um banho 😛 e lavar roupa. Durante a tarde, para além de repousar da ascensão, comecei a informar-me sobre tours para o vulcão Bromo e eventualmente para o vulcão Ijen (informação dada por Doni, aquando da minha estadia em Sintang), porém havia duas questões importantes. A companhia escolhida tinha de apanhar-me na cidade de Surakarta – meu próximo destino – e quando o tour terminasse, deixar-me em Surabaya – donde partiria para a ilha de Sulawesi.
Nesse sábado à noite, na zona do templo de Prambanan assisti a um espetáculo de bailado/ballet Ramayana e o mesmo valeu bastante a pena. 🙂 A sua beleza residiu principalmente nos gestos dos bailarinos, ora delicados e precisos (que algumas vezes parecem robóticos), ora mais enérgicos. A iluminação, os trajes, a voz do narrador em sânscrito e o som dos instrumentos musicais, à semelhança da performance de Wuyang Kulit, ajudaram à difusão da magia e voltei a ser transportado para o mundo místico dos deuses hindus. 🙂
No último dia em Yogyakarta, visitei o bonito Keraton (palácio do sultão), onde tive a oportunidade de ver mais um espectáculo de dança javanesa (quatro performances de dança mais curtas, com diferentes bailarinos) e o agradável museu de Sonobudoyo. Antes de voltar ao hostel onde tive uma tarde tranquila (arrumar a mala, organizar as fotografias e descansar…), voltei a comer pizza passados vários meses, mas no final fiquei ligeiramente desiludido com o sabor da Pizza Hut. Enfim, nada como a comida indonésia tradicional! 😉
Eram 3.30 quando cheguei à estação de comboios de Yogyakarta e na saída da mesma, apanhei um ojek até ao Edu hostel. Quando entrei, a receção estava fechada, tentando por esse motivo convencer os seguranças a fazer o tour para Borobudor nessa madrugada, pagando à posteriori aos rececionistas. Quando a carrinha apareceu para vir buscar outros hóspedes, perguntei à guia se ainda havia espaço e se podia seguir com eles, ao que ela respondeu que não havia qualquer problema. Assunto resolvido! 🙂
Assim, eram 5.00 quando parti para o templo de Borobudur, feliz por ter conseguido fazê-lo. Durante a viagem, a noite começou a perder intensidade, as cores do céu ganharam fulgor, a forma do Merapi tornou-se imponente e viam-se arrozais no meio da neblina. Belo! Às 6.15 estava a entrar na área do templo, já com um ikat à cintura, a luz era dourada e suave, e o céu azul. Estava de facto um dia radioso! 🙂
Durante duas horas, ainda na companhia de poucos turistas, andei a cirandar em redor deste magnífico templo. Visto de frente, encontramos uma estrutura piramidal, construída em patamares com incontáveis estátuas de Buda a contemplarem-nos. A paisagem envolvente é muito agradável: bastante verde, árvores e montanhas em que existem dois cumes em destaque o Gunung Merapi e o Gunung Merbabu, coroados com uma ligeira névoa nos cumes. Fruto de umas nuvens “fabulásticas” e do céu azulíssimo, o templo estava altamente fotogénico e o melhor momento da visita, aconteceu quando cheguei ao topo e me deparei com “sinos” (que tinham no seu interior estátuas de Buda, quais ovos “kinder surpresa”) dispostos em alinhamentos circulares e progressivamente concêntricos em redor de uma estupa maior e central. No final da visita, fiquei muito feliz por ter regressado a Yogyakarta e visitado o templo de Borobudur, o maior, o mais imponente e impressionante templo budista de todo o país. O templo entre cumes e vulcões. 😀
P.S. – À semelhança do que ocorre no templo de Prambanam, o preço para visitar Borobudur está altamente inflacionado para turistas ocidentais, mas fica o AVISO que existe a possibilidade de comprar um bilhete conjunto para estes templos, a um preço mais razoável (não se vê nenhum aviso, mas se perguntarem por essa possibilidade, verão que os ingressos vos serão vendidos).
Depois da “sova” infligida pelo Merapi, acordei cedo e empacotei a mochila pronto para fazer o check-out e seguir para a zona do templo de Borobudur, porém quando fui à janela… a cor do céu e da cidade estava estranha! Pus os óculos e interroguei-me, “tempestade de areia? na Indonésia?” Naaaaaaaaa… cinza! A cidade estava coberta de cinza de um vulcão, que tinha entrado em erupção no leste da ilha!
Desse modo, desisti de ir até Borobudur, aliás tal, nem sequer era possível pois o templo tinha sido encerrado. O ambiente e a cor da cidade eram doentias e mesmo dentro do hostel havia muitas pessoas com máscaras postas! Durante o dia, aproveitei para limar algumas arestas pendentes de alguns textos do blog e escrevi novas crónicas. Ao fim do dia, recebi a informação que o templo iria permanecer encerrado durante duas semanas!! E se até esse momento estava com dúvidas do que iria fazer, a partir daí tudo na minha mente ficou claro e límpido! Voltaria a Jakarta e assim que conseguisse voaria para Pontianak em Kalimantan (Bornéu Indonésio). À hora do jantar, sai pela primeira vez do hostel nesse dia e o ambiente que encontrei nas ruas foi algo de fantasmagórico.
Às oito em ponto, do dia seguinte, estava na estação de comboios e quando tentei comprar um bilhete para Jakarta fiquei ligeiramente chocado, comboios para a capital só dali a dois dias e para Badung nessa noite. Assim, parti em busca de uma alternativa e apanhei um ojek para estação de autocarros de Ciwangan. Aí, encontrei o que procurava! Um autocarro para Jakarta às 14.00! Num cenário de crise? Perfeito! 😀 Enquanto esperava conheci duas francesas (Stéfanie de Marselha e uma amiga que vivia na Argentina) e pouco depois apareceu Eddy (um rapaz indonésio que estuda medicina na Holanda e que tinha conhecido no hostel), que se juntou a nós.
Parti de Yogyakarta, com uma hora de atraso no meio de um ambiente surreal, mas à medida que fomos percorrendo quilómetros na direção oeste da ilha, o ambiente foi-se desanuviando. Durante a viagem, estive quase sempre a dormir e os únicos momentos em que estive acordado, aproveitei para comer na companhia de Lestari, uma senhora muito simpática que estava sentada ao meu lado. Cheguei a Jakarta às 5.00 e imediatamente apanhei um ojek para o aeroporto…
Yogyakarta. Cultura Javanesa
Depois da noite passada no comboio – onde fui dormindo aos bocados – cheguei a Yogyakarta às 6.30. Depois de percorrer parte da cidade, encontrei o Edu hostel, possivelmente um dos melhores hostels de toda a viagem (bem decorado; staff eficiente e prestável; bons serviços; zona de estar confortável – puff´s, sofás, televisão, wifi; cama com um bom colchão, ar condicionado e água quente). Pedir mais era de facto difícil! 😀
Depois de guardar a bagagem, parti de autocarro para o templo hindu de Prambanam e pelo caminho conheci um rapaz indonésio com quem entrei no complexo. Graças a esse facto, tive conhecimento da gritante diferenças de preços paga pelos turistas ocidentais em relação aos nativos (de 30.000 IDR, o preço passa para 210.000 IDR, “apenas” sete vezes mais!!) e fiquei a saber que quem faz a exploração deste templo, bem como o de Borobudur é uma empresa privada! Diga-se, que esta situação é demonstrativa da corrupção existente na Indonésia, uma vez que temos o património público a ser explorado em benefício de privados. Uma vergonha!
Relativamente ao complexo de templos propriamente dito, o principal deles é de facto impressionante em termos de área e construção “sólida”, porém tendo em conta a minha visita ao “triângulo” da Tailândia (Sukhothai, Ayutthaya e Phimai) não posso dizer que tenha ficado deslumbrado. Tal, não quer dizer que não valha a pena visitar o local, apenas que não houve nenhuma “magia” associada. Continuei a minha deambulação pelo complexo e quando estive sozinho no Wat Sewu (segundo maior templo budista do país, depois do de Borobudur) e na zona do museu, senti então uma atmosfera tranquila e serena. 🙂
Quando voltei ao centro da cidade, fui deixado na rua mais turística da cidade, a Jalan Malioboro. Aí almocei um excelente Bakso (sopa com “almôndegas”), fui interpelado à vez e por três indivíduos que pela conversa me pareceram burlões e quase no final visitei o museu Vredeburg (antigo forte holandês e que na atualidade é o museu da história da Independência da Indonésia). Daí segui para as imediações da Masjid Gedhe Kauman e do Keraton (palácio do sultão) que tentei visitar, mas que já estava fechado.
Depois de jantar dirigi-me para o museu Sonobudoyo, para assistir a um espetáculo de marionetas (Wuyang Kulit) e antes do início pude admirar o trabalho dos artesãos quem fazem aquelas pequenas obras de arte (marionetas feita em pele e pintadas com cores muito vivas). A verdade é que fiquei de tal modo, impressionado, que fui “levado” a comprar uma delas, pensando que quando chegasse Portugal a ia colocar num quadro. 🙂 Dirigi-me então para o interior da sala onde assisti pela primeira vez a uma performance de Wuyang Kulit e depois do que vi, posso afirmar que mesmo não percebendo nadinha de sânscrito, gostei bastante do ambiente envolvente (o som dos instrumentos de percurssão, as vozes femininas e a do narrador, os gestos lentos e delicados do “jogo” de sombras e a possibilidade de ver o lado reverso) e fui transportado para um mundo mágico, mítico e mitológico de Deuses e Deusas do Oriente.































































