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Gunung Rinjani. Essa Maravilha!

Ato I – A “Antecâmara” e o Início da Caminhada

Ainda em Gili e no Gecko Cafe comprei um pack de trekking  três dias e duas noites com tudo incluído – para escalar o todo poderoso Rinjani, o segundo vulcão mais alto da Indonésia – 3726 m. No dia em que me despedi do Manu e das maravilhosas pessoas que conheci, saí de Gili na companhia da Monika. O nosso objetivo era começar o trekking o mais rapidamente possível, porém, depois da curta travessia entre as ilhas e quando chegámos a Lombok fomos aconselhados pelo Mr. Suparman e a sua companhia a começar a ascensão no dia seguinte, bem cedinho. Como não tivemos despesas acrescidas, aceitámos a sugestão com naturalidade e acabámos por ter um dia tranquilo na base do vulcão em Senaru, vila onde ficámos a dormir e onde tivemos um pequeno briefing com o nosso guia Jo, um “miúdo” de vinte anos.

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O amanhecer do dia foi esplendoroso, o sol, os azuis fortes e carregados, as nuvens densas e douradas. Depois desse momento ZEN e do pequeno-almoço partimos numa carrinha, juntamente com um simpático casal – Rahel e Mark – de Suiços para o outro lado do vulcão e durante a viagem por estradas esburacadas e sinuosas, encontrámos uma paisagem muito verde de florestas e um grande mercado tradicional.

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Começámos a ascensão na companhia do nosso guia e dos nossos carregadores, que fruto da sua excelente condição física depressa desapareceram. 🙂 Na base, encontrámos pastores, uma bonita paisagem de múltiplos verdes – desde os mais vibrantes aos mais “secos” -, vales e colinas e aos poucos e poucos e à medida que subíamos começou a intensificar-se o nevoeiro, parecia que estávamos na Escócia.

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Durante o dia encontrámos Mark 🙂 que vinha em rota descendente, conversámos e rimos uns com os outros e na paragem para almoço, vimos alguns macacos. A partir desse momento, o caminho endureceu progressivamente, o nevoeiro aumentou consideravelmente e entrámos num mundo encantando de nevoeiro, sombras e vultos de árvores.

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Quando cheguei ao local do acampamento – 2639 m -, estava um nevoeiro cerradíssimo e a visibilidade era praticamente nula, porém e passados alguns minutos, quando o grupo se voltou a reunir as nuvens e a neblina já tinham desaparecido parcialmente e podemos ver pela primeira vez o altivo Rinjani. As diferentes cores: os múltiplos castanhos, amarelos e verdes, as nuvens a correrem velozmente no céu, o vale a nossos pés e o pico formavam uma “sinfonia” bela! E esta paisagem e um jantar delicioso de frango e arroz fritos, aconchegaram o corpo e a alma para “algo” que estava ao virar da esquina…

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Chill Out em Gili Air

De Bali, partimos para as Gili  três pequenas ilhas a Noroeste de Lombok – primeiro de carrinha até à baía de Padang, onde encontrámos uma paisagem “dominada” pelo vulcão Agung, por arrozais e pela costa de águas azuis e límpidas e depois de barco até Gili Air.

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Os dias em “Air” foram tranquilos e na ilha dormi todas as noites confortavelmente num dos dois hammocks do Manu, depois da minha primeira experiência em Sumatra ter sido desconfortável e gelada, em “Air” dormi literalmente no ar. 🙂

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A ilha ficará para sempre recordada como um local de pessoasCécile, Peter e Agus – dona e staff do Gecko cafe/parque de campismo; Cécile “II” – instrutora de mergulho, que conheci no barco para Gili Air; Francis  um rapaz de Singapura, amigo de Manu com quem travei longas conversas sobre a China, vida, cultura, mundo e juntos mergulhámos nas cristalinas águas em redor da ilha; Mark – neozelandês; Amza e Justine – um casal de seres livres; Monika – rapariga alemã, amiga do Manu; Bruno – um rapaz sul-africano e luso-descendente!; Debora – uma rapariga espanhola, muito cómica e espevitada – e Jason  um americano que já conhece as Gili há uns anos e que estava constantemente em estado Zen. 😛

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Durante os dias, fizemos snorkeling e vi bonitos e coloridos corais, muitos peixes, uma tartaruga e um peixe-leão; andei descalço; ri-me e diverti-me muito com o Manu, com a Debora e o corrosivo humor espanhol de ambos; comemos comida deliciosa e sumos divinais no pequeno restaurante Sabah; tive um primeiro e super-sónico encontro com portuguesas; percorri a ilha a pé na companhia do Manu, em todo o seu perímetro – ilha minorca – e observámos águas cristalinas de múltiplos azuis e a beleza do vulcão Agung que se assemelhava a uma pintura suave e delicada e tive longas e espetaculares conversas. Vida tranquila… vida simples… vida feliz! 😀 E foi em Gili Air, que me despedi do Manu, com um abraço apertado. Hasta un día destes Manu, non te olvidare, mi hermano mas viejo! 😀   

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Gunung Marapi e Parabéns

No lago de Maninjau, apanhámos uma carrinha para regressar a Bukittingg  e depois de largarmos os “monstrinhos” na guesthouse onde ficámos anteriormente, saímos com umas mochilas mais pequenas, preparados para fazer a ascensão do vulcão Marapi. Ao sairmos da guesthouse, o Manu encontrou na rua e “caída do céu”, uma amiga espanhola que já não via há dezassete anos!! E que estava a dar a volta ao mundo de mota com o namorado. Com esta situação, ficou mais uma vez provado que o mundo é um cubículo! 🙂 Depois de ficarmos durante um bocado à conversa, partimos para a vila de Kota Baru, onde almoçámos e comprámos mantimentos para o trekking: pão, doce de coco, donuts e um bolo de chocolate e o kit aniversário: cerveja, velas e dois bolos de chocolate.

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A entrada do trilho para o vulcão ficava a cerca de três quilómetros da vila e de um tempo agradável e solarengo, passámos primeiro para o nevoeiro e depois para  a chuva, que se foi intensificando progressivamente. Na chegada ao início do trilho, pediram-nos dinheiro e o Manu começou a ficar irritado por nos estarem a cobrar “bilhete”, depois de poucos minutos de discussão eu disse para ele ter calma e no final acabámos por pagar metade cada um. Perguntámos qual a distância até ao pico e ficámos a saber que estávamos a oito quilómetros do mesmo e que a zona para acampar ficava, apenas a um quilómetro do local onde nos encontrávamos. Como ainda eram apenas 14.00 e tínhamos tempo decidimos subir o máximo que conseguíssemos.

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O trilho era fácil de seguir e não deixava grande margem para equívocos, e apesar de ser um pouco escorregadio e lamacento nalgumas zonas, lá fomos seguindo sem grandes problemas. Aliás, o trilho foi-se revelando bastante agradável e seguiu selva acima quase até ao cume do vulcão. Enquanto subíamos e como o tempo não mostrava grandes melhorias, resolvemos fazer ascensão até ao pico – 2891 m – e depois descer o máximo que conseguíssemos e que a luz permitisse, assim e uma vez que não havia perspectivas de ver o nascer do sol, estávamos a aligeirar um pouco o dia seguinte. Subimos, subimos, subimos e ao longo do caminho fomos encontrando nativos, principalmente, acampados na zona de transição onde terminava a selva e apenas se viam rochas.

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À medida que subimos a temperatura foi descendo e a paisagem tornou-se desértica e lunar, cheia de rochas pequenas e roladas. A partir da zona de transição, necessitámos de quarenta minutos e seguir as assinaturas grafitadas nas rochas e um trilho de lixo, aliás se há algum defeito a apontar ao trekking é: “Para não se perderem e chegarem a bom porto, sigam o trilho do lixo!” 😛 Quando chegámos ao pico estávamos envoltos em neblina mas muito felizes, pois tínhamos cumprido o nosso objetivo. Tirámos os retratos da praxe, comemos um bolo de chocolate, que tinha ficado “prometido” para a ocasião e vesti o corta-vento com o qual fiquei mais confortável. Já na fase descendente e de forma repentina o vento soprou o nevoeiro e as nuvens para fora do pico e pudemos ver o verde vale e as planícies, Bukittinggi a iluminar-se, as encostas escuras do vulcão e eu recebi o meu presente de aniversário! 😀

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Como já estávamos no lusco-fusco e já não havia muita luz, não descemos muito e assim que entrámos na zona das árvores montámos os nossos hammocks, protegemos as nossas mochilas, vestimos roupa seca – calcei umas meias, depois de horas com os pés molhados – e em camadas para aquecer o corpo, jantámos, cantámos os Parabéns em castelhano, soprei as velas e bebemos as cervejas que nesta altura estavam bem geladinhas 😀 e deitámo-nos para dormir. A verdade é que fomos dormindo aos bocados e quando recomeçou a chover, comecei a ficar molhado, pois o nosso “teto” estava mal montado! Upsssss! Desse modo, o Manu teve de mudar a localização do meu hammock e ficámos a dormir na mesma árvore mas em alturas diferentes.

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Por volta das três da manhã, estava tanto frio que disse ao Manu, que mais valia desfazer o nosso “acampamento” e seguir para baixo no meio das trevas acompanhados das nossas lanternas e foi isso que acabámos por fazer. Da descida o relato resume-se em poucas palavras: ambiente escuro, piso muito escorregadio e transição da noite para o dia. Já na base do vulcão, havia zonas com boa visibilidade e sem nevoeiro e em alguns momentos a vista do cume estava perfeita. Com um pouquinho de sol a iluminar a paisagem em nosso redor e bem cedinho já estávamos de regresso a Bukittinggi, transportando o Gunung Marapi na nossa memória e nos nossos corações. 

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Berastagi & Gunung Sibayak

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Nos dias em que estive em Berastagi e à semelhança de Medan, fui entrevistado umas quantas vezes; vi igrejas, mesquitas, camponeses e cenouras… muitas cenouras 😛 ; visitei a zona do mercado, onde encontrei uma grande variedade de frutas e produtos desconhecidos, sentindo o calor e simpatia dos “nativos”; subi à colina de Gundaling de onde observei a panorâmica da vila e já no topo, uma visão magnífica de… neblina e trevas! Berastagi também marca o meu primeiro encontro com o delicioso martabak de chocolate e amendoins. Huuuuuuuuuumm! 😀

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Já nas imediações da vila, na companhia de duas raparigas francesas e de um guia, tive a minha primeira oportunidade de escalar um vulcão ativo, mas adormecido, o Gunung Sibayak e diga-se que o trekking não desiludiu. Nadinha! 🙂 O nosso primeiro “passo” foi apanhar um pequeno autocarro – no qual observei, o motorista que fumava qual um dragãozinho – para as imediações da cascata de Sikulikap e depois de a contemplarmos a partir de um miradouro elevado, começámos a nossa ascensão.

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O trekking fez-se por uma encosta coberta de selva: lama e zonas barrentas, vegetação cerrada, muitos obstáculos e troncos caídos, períodos de chuva leve e uma temperatura agradável, assim foi a nossa ascensão. Quando chegámos à zona da cratera, nuvens corriam velozmente no céu, mudando rapidamente a nossa perceção, sendo a paisagem um misto de cinzentos, verdes e fumos. Passados apenas dez minutos de aí termos chegado, começou a chover torrencialmente.

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A partir desse momento tudo mudou, tornando-se a paisagem surreal: as rochas de múltiplas cores – cinzentas, esverdeadas, avermelhadas -, a formação de rios e cascata no meio do trilho, o contraste entre o vulcão “fumante” e o dilúvio! Belo e memorável. 😀 No meio daquela tempestade, fomos andando o mais rápido que conseguimos e quando chegámos à estrada o nosso guia contactou um amigo para nos ir buscar.

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Passados vinte minutos chegou uma pequena carrinha com um sorridente Rastman a bordo, Smiley o nosso “taxista” era  relaxado, simpático e muito “boa onda” e levou-nos até às hot springs, lá do sítio. Foi aí que o nosso trekking teve o seu final perfeito, todos de molho numa piscina a fumegar, a chuva a cair e o Gunung Sibayak no horizonte. 😉    

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