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Huangshan, Montanha Amarela

Ato IV – Corpo Aqui, Mente Distante

Devo referir que durante a travessia em Huangshan houve períodos que estava com a cabeça completamente noutro lado, ou seja, estava a pensar seriamente na proposta do dia anterior da M. – feita meio séria, meia a brincar – e a pesar os prós e os contras de tal decisão. A verdade é que encontrei muitos pontos a favor e poucos contra, sendo o mais forte destes a questão puramente monetária. Durante esse processo de pensar ir a Portugal não me senti oprimido e receoso, não! Senti-me feliz com essa possibilidade… os dados estavam lançados! E tomei a minha decisão! 😀

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Huangshan, Montanha Amarela

Ato III – Engarrafamento e Fim de Trekking

Durante a ascensão, a montanha foi mudando de cor, alternando entre o branco e amarelado, mas sempre com manchas verdes associadas. No caminho para o Lotus Peak (1864 m) houve alguns momentos confusos, mas a paisagem circundante foi valendo cada degrau, cada passo e apesar do alegre caos que reinava no pico, deu-me um certo prazer lá chegar. 🙂 Mas, mais prazer ainda deu-me o percurso até ao topo. No Lotus Peak atingi a minha altitude máxima nesta montanha e o caminho descendente foi bastante rápido exceto quando apanhei um engarrafamento de pessoas a caminho do pico da Tartaruga – pico intermédio entre o Lotus Peak e o Bright-Top Peak. Sim é verdade! Um engarrafamento de pessoas numa montanha! Eu sei que é de difícil compreensão, mas estamos na China! 😉

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Sempre em rota descendente fui até Fairy Walking Bridge e nessa zona da montanha parecia que tinha regressado a WulingYuanpudendo verificar que Huangshan não era uma montanha “dupla”, antes uma montanha tripla e com extras: pontes, frinchas, caminhos estreitos… 😀 No caminho de regresso dirigi os meus passos ao Bright Top Peak e ao Pico do Alquimista e por essa altura o tempo estava novamente pardacento. Daí segui montanha abaixo durante duas horas e meia até ao “portão” da face Este da montanha, YunGu e quando aí cheguei eram 16.10, ou seja, todo o percurso demorou exatamente oito horas a ser concluído. 🙂

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Huangshan, Montanha Amarela

Ato II – Os Heróis da Montanha

Neste período o que mais me desiludiu foi ver o caminho para o Celestial Peak (1810 m) encerrado e o que mais me surpreendeu ao longo do dia foi ver a capacidade do ser humano para ser uma besta de carga, montanha acima, montanha abaixo. Vi homens a carregarem cerca de cinquenta quilogramas aos ombros e fiquei com a certeza que estes homens são uns heróis! E se existem momentos – particularmente nas ascensões – em que me sinto cansado, basta ver um destes homens para pensar que estou a ser piegas!

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Huangshan, Montanha Amarela

Ato I – Huangshan. Partida!

O trajeto entre Tangkou e o “portão” da face Oeste da montanha (Templo da Luz Misericordiosa) durou vinte minutos e a estrada era um conjunto de curvas e contra-curvas no meio de uma paisagem verde. 

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Quando comprei o bilhete (aproximadamente 29€!) referi que queria voltar no dia seguinte e recebi uma declaração para o devido efeito, deste modo o bilhete teve a validade de dois dias e não de apenas um como é normal – claro que isto não está escrito em lado nenhum e apenas soube deste “detalhe” graças à rececionista do meu hostel! 🙂 Às 8.10 comecei a ascensão da montanha Amarela e se inicialmente o dia estava bastante pardacento, a verdade é que à medida que o tempo passou, o dia foi-se tornando mais claro, o céu “azulou” e o sol despontou. 🙂 À medida que fui subindo degraus parecia que estava numa mistura de Huashan – faces escarpadas – e de Emeishan – verde, verde… verde – e a primeira parte da ascensão até Groting Guests Pine foi bastante rápida – aproximadamente duas horas. Por esta altura, a ascensão não estava ter a dificuldade que esperava, mas fruto da beleza da montanha, a experiência estava a ser muito boa.

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WulingYuan Floresta de Pedra

Ato VI – Trilho Final e Circularidades

Depois desse momento curioso apanhei um autocarro que me levou até à vila de Wulang. A parte inicial do trilho foi percorrida numa estrada de terra e só passado uns momentos é que recomeçaram os degraus e a primeira visão da vila foi bastante diferente de tudo até aquele momento, pois à distância parecia que a construção estava completamente embutida na pedra. 🙂 Segui na sua direção e a partir de certo momento o caminho era feito por entre “frinchas” dos rochedos. Depois de visitar a zona da mansão de Tianbo senti que aquele foi um local especial, por vários motivos: a “ponte suspensa” de cordas e um parvalhão a saltar nela que foi imediatamente empurrado (“Queres saltar?Salta! Mas não enquanto eu estiver em cima dela!”); as escadas verticais e de declives acentuados; os locais de passagem muito estreitos e a excelente panorâmica sobre os picos. 😉

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Quando saí de lá, parti na direção de outro trilho e ao percorrê-lo, fiquei com a certeza que este também era bastante selvagem e se inicialmente parecia que iria ser outro trilho deserto, o tempo encarregou-se de me mostrar que nem por isso. 😛 Este trilho levou-me a locais espectaculares entre os quais One step to the Heaven e o mágico Corridor in the Cliffs que terminou num espaço aberto magnífico e com umas vistas esmagadoras. 😀 A partir de certo momento e apesar de ter sido aconselhado a voltar para trás – pelas recomendações que recebera das pessoas do hostel e que me ajudaram a organizar os dias no parque – continuei o caminho em sentido descendente até encontrar uma bifurcação. Nesse momento tinha como opções continuar a descer até à saída do parque ou alternativamente voltar a entrar na floresta, por um trilho que não fazia a mínima ideia aonde me conduziria e… optei pela segunda opção. 🙂

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A floresta estava demasiado convidativa com as suas sombras e os seus reflexos verdes. O início do trilho foi bastante duro, uma vez que o sentido foi sempre ascendente e com inclinações bastante acentuadas, mas depois e mais perto do topo acabou por suavizar-se aos poucos. Quando lá cheguei não sabia onde me encontrava, apenas que o trilho seguia para Este e que tinha o sentido descendente. Exatamente o que pretendia! 🙂 Quando encontrei umas placas confirmei que estava no direção correta e com a ajuda de um pouco de céu azul e sol – finalmente! Pois os dias anteriores foram sempre muito pardacentos – o caminho tornou-se mais agradável. O trilho desembocou em Zicao Pool e no trilho no qual comecei a minha viagem em WulingYuan. Na despedida optei por percorrer o trilho no sentido que não conhecia e depois percorrê-lo em sentido inverso em toda a sua extensão. Durante o caminho pensei que este trilho era muito mais desinteressante sem a variação que fizera no primeiro dia e a partir de certo momento lembrei-me do meu “amigo” Theo Angelopoulos, dos seus travellings circulares e da circularidade do espaço com a acentuação do fator tempo. E para a minha visita acabar de uma forma perfeitamente circular, ainda fui a tempo de encontrar um rapaz que meteu conversa comigo quando estava sentado no início do trilho a tomar o pequeno almoço no primeiro dia! Curioso, não?! 😉

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WulingYuan Floresta de Pedra

Ato V – Reencontro na Montanha

O último dia começou quando apanhei o autocarro e fui largado exactamente no mesmo local onde tinha chegado na tarde/noite anterior e logo no início do trilho, a primeira ponte estava guardada por macacos que felizmente não me arreliaram. 🙂 Desta vez o caminho foi feito em sentido ascendente, sendo por isso mais duro, mas ao mesmo tempo mais relaxado, pois já não havia a pressão do tempo associada e durante a ascensão fui observando com atenção o verde da “selva” e os picos que me rodeavam.

IMG_8035 (FILEminimizer)A ascensão durou hora e meia e quando cheguei ao topo dei de caras com a chinesa do dia anterior. 🙂 Quando nos reencontrámos, rimo-nos da coincidência e ficámos a conversar um pouco. Vim a saber que ela era de Suzhou e ao trocarmos os e-mails ficou combinado encontrarmo-nos lá e que ela seria minha cicerone na cidade. 😉

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WulingYuan Floresta de Pedra

Ato IV – Enganos e Aposta Arriscada

Durante o percurso tentei encontrar o caminho que me levaria à zona inferior da montanha, sem sucesso e quando perguntei a um funcionário do parque o preço do teleférico e ele me respondeu: 22Y (quase 3€) pensei que o mesmo era razoável e por esse motivo apanhei um autocarro que me levou até à zona do mesmo. Porém quando lá cheguei, surpresa das surpresas o preço era 72Y (aproximadamente 9€). Fiquei chocado! :/ Era muito dinheiro por um teleférico e no meio de uma excursão de chineses dirigi-me até à sua entrada com duas pequenas esperanças: não pagar; perceber quais eram as minhas alternativas. Não obtive nem uma, nem outra e num cenário de stress – fruto da hora já avançada, 18.00 – apanhei o autocarro de volta à zona dos Avatares. Aí tentei voltar a encontrar o trilho, mas esse devaneio apenas durou três minutos pois percebi que estava a queimar tempo útil e precioso. Comecei a raciocinar muito rapidamente sobre as minhas opções e ao olhar para o mapa, percebi que a minha melhor hipótese era apanhar um autocarro para o topo da montanha e zona do pavilhão Tianzi  onde tinha estado durante a manhã – e a partir daí descer até encontrar a estrada.

IMG_8012 (FILEminimizer)Era arriscado e um tiro incerto, mas naquele momento não havia tempo para mais. Para além disso já estava a improvisar! E muuuuuuuito! 😛 Apanhei então o autocarro – ainda estive dez/quinze minutos à espera que partisse, o que complicou ainda mais o cenário – que me levou de volta ao topo da montanha e fiz uma viagem que me pareceu interminável – mas que durou apenas meia hora – sozinho com o motorista, o que àquela hora não era de estranhar! Assim que o autocarro parou, sai disparado a correr em direção à descida e nesta altura as probabilidades de sucesso eram diminutas, uma vez que já eram 18.47 e os autocarros no parque páram às 19.30. Comecei a andar com um ritmo elevado e mesmo apertadíssimo de tempo, o caminho e a paisagem eram de tal modo apelativas que não resisti a tirar duas ou três fotografias. 😉 À medida que fui descendo, a luz do dia foi-se esvanecendo e o trilho tornou-se mais verde, mais húmido, mais escorregadio. A partir de certa altura tive de abrandar o ritmo pois pensei: “O mais importante é não cair, porque senão fico aqui estatelado e não sei quando é que me encontram” – o trilho estava de tal modo com tanto musgo e “verdete” que parecia não ser utilizado por ninguém há já algum tempo.

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No final do trilho passei por umas pontes antigas que me agradaram, por umas casas abandonadas e comecei a descer finalmente em direção à estrada, sem saber onde me encontrava e qual a direção da saída do parque. Atingi a mesma às 19.27 já de noite. Passados poucos momentos comecei a ouvir o som de um autocarro e quando lhe vi os faróis comecei a agitar os braços freneticamente. Parecia uma galinha esbaforida! 😛 O autocarro que tinha apenas os faróis ligados, estancou, o motorista abriu a porta e perguntou: “WulingYuan?” eu acenei que sim com a cabeça e o autocarro que estava na mais completa escuridão foi subitamente iluminado e vi então, que estava cheio de pessoas que olharam para mim com um ar completamente aparvalhado, intrigado e curioso, algo do género: “Mas de onde é que este tipo saiu?”. Quando o autocarro arrancou estava orgulhoso de ter conseguido, mas ao mesmo tempo ciente da minha boa sorte. 😀 Durante a viagem o corpo foi descomprimindo e enquanto percorria o caminho até à entrada do parque pensava que se não tivesse apanhado este autocarro estava bem lixado porque a distância era longa, muuuuuito looooonga! Quando cheguei à entrada do parque tive a oportunidade de ver a sua bonita iluminação e na despedida de mais um dia, observei as típicas coreografias chinesas – comuns a quase todos os parques e praças do país. 🙂

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WulingYuan Floresta de Pedra

Ato III – Ascensão e Avatares

Na manhã do segundo dia, apanhei o autocarro para a zona de Ten Mille Natural Gallery e junto ao carril do comboio turístico comecei a andar em terreno plano. Porém e a partir da zona onde o carril do comboio acabou, o trilho mudou e até ao pavilhão de Tianzi, foi sempre a subir. Durante o caminho suei, vi um “super-pai” – ocidental – a carregar a filha de aproximadamente três anos às costas! E continuei a ver picos de pedra coroados de verde. Depois do bonito pavilhão e já no topo vi um Macdonald´s a ser construído e encontrei para além de uma grande praça com uma estátua de gosto duvidoso – versão ultra-romantizada de um herói de guerra – muitas bancas de comida e quinquelharia e um “terminal” de autocarros.

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Aí, voltei a apanhar um autocarro que me deixou num local onde contava fazer mais um percurso fora dos trilhos mais batidos, mas infelizmente recebi a informação que tal era impossível pois os mesmos estavam parcialmente destruídos e bloqueados há vários anos. Desse modo, tive de me contentar com o trilho mais frequentado, mas que não deixou de ser tranquilo e onde andei durante duas horas. Os meus destaques vão para: os picos One Dangerous Step, Celestial Bridge e Emperor´s Throne; a compra de uma maçaroca de milho cujo preço foi regateado; o almoço sossegado em Dragon Head Peak; e encontrar uma simpática chinesa. 🙂

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Findado o percurso voltei a apanhar outro autocarro que me levou montanha abaixo e parque adentro até à zona de YuanJiaJie onde fiz o percurso dos “Avatares” – local no qual James Cameron se inspirou para criar parte de um dos cenários do seu Avatar. Para mim, um local bonito mas depois do que vi até esse momento sem nenhum destaque especial excetuando a Greatest Natural Bridge e a zona onde as pessoas deixam os seus desejos em forma de cadeados – à semelhança do que encontrei na montanha de Huashan. Porém este local, não sei se fruto dos “Avatares” ou por ser uma zona central com bons acessos – múltiplos autocarros e teleféricos – estava “atulhada” de pessoas que viajavam de forma independente  e de grupos de bandeirinha em riste. Deixei o local a sentir que a minha experiência não foi tão aprazível, como em outros locais de WulingYuan.

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Crónicas Fotografia O 1º Dia

WulingYuan Floresta de Pedra

Ato II – Macacos e Desvios

Antes de começar a andar, tomei o pequeno almoço – uma lata de feijões doces que tinha sobrado da viagem pelo Yangtze  e segui pelo trilho marcado onde fui penetrando na escura floresta. À medida que fui andando, comecei a ver algumas pessoas – mas nada de aflitivo, segundo os padrões chineses – e finalmente alguns picos e não pequenas amostras, como até esse momento. Ah! E numa zona específica, macacos! Felizmente, bem mais calmos que os pequenos demónios de Emeishan. 🙂

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A certa altura percebi que me enganara no caminho, pois por sugestão da rapariga do hostel deveria ter cortado por um trilho mais antigo. Voltei então atrás e na zona dos macacos – que felizmente  não me incomodaram – encontrei a passagem que procurava. E a partir daí… WulingYuan mudou de tom e subiu de interesse, pelo menos durante três horas e meia. A primeira parte deste trilho levou-me em rota ascendente, sempre a subir, sem banquinhos, sem comes e bebes, sem pessoas e com uma paisagem envolvente verde e selvagem, quase que me “cheirava” a selva! 😀

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Quando parei a ascensão, vi pela primeira vez os picos bastante próximos e antes de subir ao topo de um “monte”, cruzei a ponte do paraíso e não posso negar que no início, estava com um bocadinho de “cagunfa”. 😛 Depois desse momento e quando terminei a pequena ascensão de um “monte”, vi finalmente os picos ao nível do meu olhar ou de cima. A vista era magnífica e à medida que “circum-naveguei” o topo deparei-me com um mar, um oceano de picos que emergiam do solo. Belo! 😉

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A ausência de pessoas era total e findado o desvio, voltei ao trilho que entretanto mudou de inclinação. Em rota descendente cheguei às proximidades da entrada Sul do parque, por volta das 16.00 e uma vez que ainda tinha tempo, parti para a ascensão do monte na zona de Hungshi. Enquanto trepava degraus só via pessoas a descer – a grande maioria dos visitantes fazem a ascensão com recurso ao teleférico e depois descem a pé – e na parte final da ascensão estava bastante cansado uma vez que estava com um ritmo demolidor – a certa altura da ascensão encontrei umas chinesas que me informaram que ainda estava longe do topo – e quando cheguei ao topo suava em bica. De qualquer modo, a visão do topo compensou o esforço físico e foi recompensa mais que suficiente para me deixar animado e recarregar as baterias para a parte final do trilho. 🙂 Desse modo e uma vez que o tempo estava perfeitamente controlado, o caminho em sentido descendente foi bastante mais pacífico e tranquilo e às 18.00 já estava de saída do parque e dentro de um mini-bus no qual regressei à povoação de WulingYuan.

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Crónicas Fotografia O 1º Dia

Deambulando em Cangshan

Quando acordei era bastante cedo e o céu estava fantástico, uma vez  que as nuvens estavam com uma densidade como nunca antes presenciara. 🙂 Depois de uma bela sopa de noodles, parti para Cangshan que é a montanha que fica a oeste de Dali. Logo no início tentei escapulir-me ao pagamento do bilhete e tentei entrar na montanha por trilhos alternativos, porém e mesmo assim não consegui evitar o controlo e tive mesmo de pagar bilhete, que diga-se em abono da verdade não foi assim tão dispendioso – cerca de 4€. 😛

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Na subida para o templo de Zhanghe, o trilho de terra batida tinha algumas inclinações elevadas, mas o facto mais curioso era a encosta estar coberta de campas, estava por isso a fazer a minha ascenção no meio de um cemitério. A partir do templo segui o trilho do hiking, serpeteando pela montanha e vendo diferentes faces da mesma, verdes florestas, panorâmicas de Dali, rochedos com formas curiosas – caras e esqueletos – algumas escarpas, rochas com fungos verdes e infelizmente por ser época de incêndios grande parte dos trilhos estavam cortados – o que impossibilitou a ida a alguns locais, havendo um controlo das horas a que as pessoas passavam (checkpoints).

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No Grande Canyon de Cangshan, junto ao leito do rio que agora está seco tive a oportunidade de andar no meio de escarpas bastante altas e a partir de certo ponto do trilho a manutenção torna-se inexistente e ao continuar a andar, senti-me um pouco como o Indiana Jones a entrar na selva 🙂 e voltei para trás quando encontrei o trilho completemente destruído.

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Na zona de Qing Bi e nas imediações do teleférico, pude ver uma bela cascata de águas azuladas e divertir-me ao observar as pessoas a jogar Xiàngqí em formato gigante. 🙂 Como o  teleférico que une as montanhas está altamente inflacionado, tentei arranjar uma alternativa ao mesmo e apesar de no mapa da montanha não aparecer nenhum trilho marcado, consegui perceber que de facto existe um! 😛 O mesmo está num estado de conservação absolutamente perfeito, é altamente dinâmico – sobe e desce constantes – e faz a ligação entre Qing Bi Xi e o templo de Gantong. Durante o caminho pude observar o verde da montanha, as campas nas imediações do templo e fui pensando se o facto do trilho não aparecer marcado se deve ao facto deste ser um caminho relativamente “recente” – concluído em Outubro de 2011 – ou de existir interesse em manter este trilho no anonimato para haver uma rentabilização do teleférico. 😉

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Entre o caminho do templo de Gantong e o templo de Guan Yin – que foi sem dúvida o mais belo do dia, com as coloridas bandeiras e torres brancas a harmonizarem todo o espaço – encontrei uma zona em reconstrução total – pó, camiões, entulho, escavadoras… – e que me ofereceu panorâmicas para a montanha e sobre a cidade de Dali. Ao fazê-lo, senti-me bem porque andei por caminhos praticamente inexplorados, nos quais os turistas não circulam e vi a cidade não maquilhada, a cidade das crianças, dos velhotes e dos artesão. 😀

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