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Crónicas Fotografia

Regresso à Cozinha

Ao longo do dia fomos acertando agulhas no sentido de fazermos um jantar para toda a gente – staff do hostel e para nós – e quando voltámos ao centro da cidade e posteriormente ao hostel a decisão já estava tomada. Por isso, assim que chegámos, largámos as malas e partimos em direção do supermercado com o objetivo de comprarmos os ingredientes para o repasto e no caminho ainda deu para ver uma bonita praça com uma pagoda e o sol poente refletidos na água. Belo! 🙂 No supermercado e enquanto andávamos a decidir que ingredientes comprar, estava FELIZ! 😀 Estava mesmo feliz, com a possibilidade de voltar a cozinhar e inventar novos sabores, ainda para mais porque iria fazê-lo para nativos do país que estou a visitar. No caminho de regresso disse à Shue que tinha gostado muito de ter passado o dia com ela, e ela por sua vez, disse-me que para si o dia fora muito “rico“. Claro que fiquei contente e orgulhoso. 🙂

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A confeção do jantar foi divertida e quando demos por nós já estávamos a alimentar seis pessoas – no início eramos quatro, mas juntaram-se mais dois rapazes que andavam a viajar pelo país de bicicleta – e a ementa final consistiu em: arroz; sopa de tomate e ovo; ovos com cebola e chili; batata doce e cenoura (minha autoria); “talisca” com alho francês, cebola e chili; um prato de chilis verdes “venenosos”; Ah! E snickers e fruta para sobremesa. Foi um belo jantar! Cheinho de comida saborosa e “combibio”. 😀

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Crónicas Fotografia O 1º Dia

Shaoxing e Simbolismos

Depois do pequeno almoço e de comprarmos uma capa de chuva para a Shue, uma vez que chovia com bastante intensidade, partimos à descoberta da cidade e dirigimo-nos para o seu centro histórico, onde a figura de monta é o escritor Lu Xun.

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Quando começámos a visita ao lago Este da cidade, inicialmente o local não parecia nada de especial, mas à medida que o percorremos, este foi-se revelando e acabou por ser de longe a melhor visita do dia: o lago, as pontes, as colinas escarpadas, os barcos, as paredes brancas e as telhas negras, a vista do topo das colinas, a diferença de cor entre o rio e o lago, as rochas, a vegetação e a conversa! 🙂 E esta – à semelhança do que aconteceu no museu de Suzhou com a Yue – girou em torno dos números e do seu significado na cultura chinesa: número 4 – evoca a morte; número 6 – as “coisas” vão correr suavemente; número 8 – associado ao dinheiro; número 9 – associado ao Imperador, à longevidade sendo o maior número individual. 🙂

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Para chegarmos aos outros locais que pretendíamos visitar ainda tivemos que percorrer uma longa distância e durante o percurso deu para observar que: a cidade é bastante grande e que a área envolvente é muito rica em água. Apesar dos outros locais que visitámos terem sido ligeiramente desapontantes, uma vez que não corresponderam às expetativas que inicialmente tinha, a conversa foi ótima e eu continuei a aprender sobre a cultura chinesa – poder e influência da família e da tradição na vida dos jovens – “advocacia, não é profissão de mulher!”, frase proferida pela família da Shue, apesar de ser para isso que ela está a estudar. :/

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Crónicas O 1º Dia

De Mal… a Melhor

A chegada ao hostel de Shaoxing não começou muito bem. Primeiro o rapaz da receção não percebia inglês, depois a minha reserva não estava no registo Mau! Porém e depois da chegada duma rececionista, as coisas encarrilharam e depois de um telefonema para o patrão, lá foi resolvido o problema e fiquei com um quarto individual ao preço do dormitório! Merci! 🙂

IMG_0849 (FILEminimizer)Depois de colocar a bagagem no quarto, voltei ao hostel ficando a conversar com uns chineses de Xangai e comi uma tigela de sopa feita por eles – este foi o primeiro hostel que vi no país com cozinha. 🙂 Enquanto conversava com a rececionista e lhe mostrava algumas fotografias da China, apareceu uma rapariga chinesa – Shue Tien Yuen, de seu nome – que tinha um trajeto exatamente igual ao meu durante essa semana – chegou vinda de Xangai no mesmo dia, iria para Hangzhou no mesmo dia e partiria daí no mesmo dia e não pudemos deixar de sorrir com tanta coincidência 🙂 – e com quem combinei visitar a cidade, no dia seguinte.

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Crónicas Em trânsito

Em trânsito: Xangai – Shaoxing. Bebe meu amigo bebe

No último dia em Xangai, almocei com o Adam e demos um abraço apertado numa despedida que não tem data marcada de reencontro. 🙂 Depois de ir ao hostel buscar a mochila – infelizmente não me consegui despedir de Chen  parti para a estação de Xangai HongQiao – estação principal da cidade, mas mais afastada do centro – que mais parecia um terminal de aeroporto tal a sua dimensão e monumentalidade. 😛

IMG_0844 (FILEminimizer)Pouco tempo depois de me sentar no comboio, chegou um rapaz que se sentou à minha frente e que me pediu água. O pobre diabo, arfava… arfava… arfava! E depois de beber o precioso “néctar” e recuperar o fôlego contou-me que ia visitar a namorada a NingBo e foi comprar uma garrafa de água com sabor, para me compensar da água que bebera. Ai, ai my friend não era necessário tanta educação e polidez! 😉

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Crónicas Fotografia Reflexões

Skyline

Quando me estava a aproximar do rio e vindo da Avenida de Nanjing  onde fui interpelado pelo menos umas cinco vezes por prostitutas e pimp´s a oferecerem “massagens” ou coisa que o valha 😛 – senti que estava a ficar cada vez mais satisfeito e quando desemboquei na Zhongshan Road e vi o skyline de Xangai estva verdadeiramente feliz! 😀

IMG_0636 (FILEminimizer)Antes de começar a deambular no passadiço e ainda com os olhos no horizonte, vi uma estátua imponente de alguém que me parecia o Mao e instantaneamente pensei: ”F@£$-&%, até aqui?! Mas o que é que esta múmia tem a ver com a cidade, ou qual o seu mérito na construção desta China capitalista e vibrante?”. Uns metros mais à frente e depois de ler a placa comemorativa da mesma fiquei muito mais “aliviado”, pois a estátua nada tinha a ver com Mao, era sim de Chen Yi, o primeiro presidente da cidade, após o advento comunista de 1949.

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No passadiço, fui andando e tirando fotografias desde o entardecer até ser finalmente noite e os edifícios brilharem, literalmente e mostrarem todo o seu esplendor. 🙂 Durante grande parte do tempo fui observando o skyline, mas a partir de certa altura comecei a dirigir a minha atenção para as pessoas que por lá circulavam e ao observá-las, constatei que 99% das mesmas estavam acompanhadas. Não sei se por esse facto, se por esperar que o Juan me dissesse algo e ele não ter dito, se por uma combinação de ambas ou até nenhuma das anteriores, a verdade é que nesse momento me senti sozinho. Sozinho, não no sentido miserável, apenas e só… sozinho. Sem ninguém ao meu lado com quem pudesse partilhar. Tinha que me bastar a mim mesmo e foi isso que fiz… até chegar ao hostel e reencontrar Roberto com que fiquei a conversar sobre empregos e desempregos, países, locais para trabalhar ou viver, sobre nós, sobre a crise… sobre os pequenos tudos e nadas que fazem as nossas vidas. 🙂

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Crónicas Fotografia Reflexões

Incompreensões

Na zona da cidade que abrange a concessão francesa e apesar de lá ter visto algumas casas elegantes, fiquei a pensar qual o encanto especial da área ou no porquê de tanta fama, uma vez que para mim não passou de mais um local, que aposto se revelará facilmente “esquecível”.

IMG_0579 (FILEminimizer)O que de facto me saltou mais à vista, foi observar os ocidentais – principalmente, mas não só – nalgumas esplanadas da zona e ficar com a certeza que nunca ou muito dificilmente vou compreender estas pessoas que esbanjam o dinheiro a comprar cafés, cervejas e pizzas ao preço dos seus países de origem, como se o preço não tivesse que “obrigatoriamente” que descer porque estão na China. :/

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No final a sensação que me dá, é que estas pessoas buscam nos outros países o que já têm nos seus países, ou sejam buscam a standarderização, a globalização e os luxos/confortos que os fazem sentir em casa. Não percebendo que para haver evolução é preciso existir dialética e esta só existe se houver antagonismo e diferenciação espacial – cultural – temporal.

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Crónicas Dicas

Esquema Dourado Made In Xangai

À saída do parque fui interpelado por três jovens que me perguntaram se lhes podia tirar uma fotografia e a seguir continuámos na conversa enquanto nos dirigíamos ao Champs Elysées de Xangai. Segundo eles o museu da cidade  que era o meu destino – estava com umas filas bastante grandes e era melhor fazer um compasso de espera, antes de ir para lá. Antes de entrarmos nos Champs Elysées – centro comercial, pedi para lhes tirar uma fotografia e depois da mesma seguimos pelos corredores. Só quando comecei a entrar num local mais pequeno, comecei a estranhar o ambiente e quando vi os meus ”três amigos” a sentarem-se numa mesinha com chávenas de chá à frente, tive a certeza absoluta onde estava e com quem estava! E pensei: “Filhos da P$%€! Não acredito nesta m£§%@! Outra vez?!”. Claro que nesse momento e instantaneamente disse que tinha que ir e abandonei o local qual relâmpago. No caminho ainda houve um ligeiro momento no qual pensei voltar atrás e confrontar estes mafiosos e dizer-lhes na cara: “Eu sei perfeitamente quem vocês são e o que fazem!”. Mas logo de seguida pensei que não pretendia meter-me em chatices e que queria ultrapassar a situação o mais rapidamente possível.

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Durante o caminho de regresso ao parque recordei Pequim, o profissionalismo destes gangues e no à vontade que demonstram a enrolar a vítima e a distraí-la com conversa, para além de revelarem uma enorme capacidade de adaptação e de criação de empatia com a mesma. :/

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Crónicas Fotografia

Procuras no People´s Park

Antes de sair do hostel passei pelo Skype e constatei que o Juan também estava na cidade e ficámos de jantar juntos e beber uma cerveja nessa noite. 🙂 Do hostel dirigi-me de metro para o centro da cidade e quando andava a passear no People´s Park e já mais restabelecido, vi pessoas com papéis ao peito (escritos em caracteres) à procura de companheiros ou companheiras para eles próprios ou para os filhos. Não foi a primeira vez que o vi na China, mas talvez tenha sido a primeira vez que vi um número tão elevado de pessoas a fazê-lo.

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Crónicas Fotografia O 1º Dia

Arranha-Céus, Encontros e Reencontros

em Xangai dirigi-me a um hostel especial… voltei a reencontrar Chen e conheci a sua família – o pai, a esposa que estava grávida e a filha de dois aninhos. Na altura de pagar o alojamento, fez-me um mega desconto e deixou-me à vontade para ficar o número de dias que desejasse. 🙂

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Entretanto não sentia o corpo muito confortável mas sabia que tinha de comer, desse modo Chen mandou um empregado do hostel comigo para comprar Qi Fang – comida muito suave à base de um caldo com arroz. Quando voltei e enquanto comia estivemos a conversar durante um bocado, mas depois ele teve de ir tratar de uns assuntos relacionados com umas remodelações que andavam a fazer no átrio do hostel e fui até ao quarto pôr a bagagem e preparar uma pequena mala, para partir à descoberta da cidade. E aí… conheci Roberto, italiano de Pádua, emigrante na China, Engenheiro Civil e… desempregado! :/ Parece piada mas é verdade, nem num país onde só vejo gruas existe trabalho!? E estivemos a conversar durante quase uma hora.

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Apesar de sentir o corpo um bocado lento parti face à cidade desconhecida e ao percorrer a avenida de Pudong, vi os arranha-céus do centro financeiro a agigantarem-se e a “aproximarem-se” de mim. Durante essa tarde deambulei pelo centro financeiro e por entre as suas torres de aço, betão e vidro, “parti o pescoço” a fotografar as mesmas. 🙂  

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Entretanto por volta das 18.00 meti-me no metro e dirigi-me para Dong´An, onde tive o meu segundo reencontro do dia, desta feita com Adam (o rapaz palestiano que conheci em Pequim e que agora estuda mandarim em Xangai) e quando nos vimos abraçámo-nos calorosamente. Juntos jantámos, aliás ele jantou e eu tentei, pois quando estava a comer os meus noodles – que eram bastante soft – senti-me repentinamente indisposto e em pleno restaurante comecei a vomitar – felizmente as mesas dos restaurantes na China têm baldes de lixo aos pés das mesas 😉 – e depois de sair para o exterior, continuei a vomitar. No entanto aquele vómito fez-me bem e senti o meu organismo mais aliviado. 🙂

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Do restaurante seguimos novamente para a zona do centro financeiro e no meio da conversa que fluiu naturalmente, porque nos entendemos verdadeiramente, fui tirando fotografias aos mesmos edifícios, agora iluminados e a “faiscar”. O ambiente envolvente era espectacular e cosmopolita… 😀 e o reencontro foi realmente sentido, pois antes de nos despedirmos “prometemos” voltar a reencontrar-nos antes de eu partir definitivamente de Xangai.

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Crónicas Em trânsito

Em trânsito: Suzhou – Xangai. A Viagem que se Cristalizou no Tempo

Já mais aliviado fui comprar o bilhete para Xangai e verifiquei que por acaso, o número do comboio era o mesmo que utilizara dois dias antes para chegar a Suzhou! 🙂 Por isso, neste dia continuei a viagem que começara na quinta-feira e batizei a mesma de, a viagem que se cristalizou no tempo. 😉