Ato I – Carrossel
De Pak Chong para uma das entradas do parque natural distam apenas vinte e seis quilómetros, mas os mesmos foram feitos de forma muito… muito vagarosa num dos famosos táxis coletivos do país. Já no pórtico de entrada, pagámos o bilhete e assim que metemos o pé na estrada, pedimos boleia a uma carrinha do staff que estava de passagem. 🙂 Os últimos dez quilómetros da viagem – que começara nessa manhã em Ayutthaya – já em direção ao HQ (Headquarters) foram desse modo, feitos numa carrinha de caixa aberta e com um sentimento profundo de felicidade e liberdade. 😀
Quando aí chegámos marcámos duas noites num dos bungalows e recebemos mapas e informações gerais sobre o parque e o seu funcionamento: horários, regras, trilhos… Do HQ até à zona do nosso alojamento, distavam dois quilómetros e os mesmos foram feitos de mochilas às costas, num ambiente quente e húmido numa estrada de alcatrão, que ficava no meio de uma paisagem vasta e muito verde. Belo! Senti que estava num lugar “mesmo” natural e esse sentimento foi acentuado pela presença de macacos e de “bambis” que fomos vendo à medida que caminhávamos. 🙂
O segundo dia, foi um carrossel de emoções. Mas vamos aos factos. De manhã eu e a M. decidimos fazer uns passeios em trilhos marcados mas por conta própria, porque desconfiámos da informação que referia que apenas dois dos trilhos existentes no parque, poderiam fazer-se sem recurso a guias/rangers – achámos que aquela era mais uma tentativa de “sacar” dividendos e uma armadilha made in Tailândia, para turistas – porém…
A manhã foi passada nas imediações do HQ a ser atacados por exércitos de mini sanguessugas muito persistentes e a andar para trás e para a frente sem conseguirmos quase sair do mesmo sítio! Os trilhos no início pareciam claros e óbvios, mas bastavam apenas cinco minutos, para mudarmos de opinião e voltarmos para trás. O ambiente era quente, húmido e a vegetação muito, muito, muito densa… pela primeira vez vimos e sentimos o que era a SELVA! Aos poucos caímos na realidade e percebemos que a informação que recebêramos não era nenhuma “balela” para “papalvos”, mas uma verdade cristalina! Só com o acompanhamento de alguém experiente e devidamente treinado se poderia chegar a bom porto.
Nessa altura, senti um misto de irritação e desilusão. Sentia-me preso e confinado a um espaço muito pequeno e com alternativas muito reduzidas, num local tão vasto como é o parque. Naquele momento pensei que a visita não estava a valer o investimento – tanto em termos de tempo, como de dinheiro – e que seria necessário algo realmente especial, para haver uma mudança no meu estado de espírito e eu modificar a minha opinião acerca de Khao Yai.