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Em trânsito: Chongqing – Yichang. 40 horas no Yangtze

Ato III – Domingo, Etapa final

No último dia da viagem, acordei novamente bastante cedo e como às 6.20 já estava levantado, fui até à proa do barco a tempo de ver o Xiling Gorge e a espectacular paisagem natural, em que o rio vai correndo entre “montanhas” mais elevadas. Nessa altura o sol matinal modificou as cores do rio e dos prateados passou-se aos dourados. Quando a luz começou a intensificar-se, desloquei-me até à popa do barco e vi a luz doirada sobre a margem sul do rio, pequenos portos naturais de rocha branca, a água verde e florestas “douradas”. 😀

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A manhã e tarde arrastaram-se e durante esse período, comi, arrumei a mala, tomei banho, tirei fotografias, observei a paisagem que se foi tornando mais banal, falei com os companheiros de camarata, dormitei um pouco e estive suspenso à espera do desembarque, que só aconteceu por volta das 15.00.

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IMG_7490 (FILEminimizer)A viagem de barco pelo Yangtze terminou em Gezhou e daí para Yichang distam apenas trinta e oito quilómetros que foram percorridos de autocarro. No início a estrada estava em obras mas depois apanhámos uma autoestrada impecável e pelo caminho observei uma paisagem muito verde, coberta de árvores e pequenos pináculos de rocha, lembrando-me de WulingYuan – um dos próximos destinos – e reparei que o filme a Máscara – esse “clássico” – estava a passar nos ecrãs do autocarro. 😛

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Crónicas Em trânsito Fotografia

Em trânsito: Chongqing – Yichang. 40 horas no Yangtze

Ato II – Sábado? Loooongooooo dia…

O dia começou com a minha tentativa de ver nascer do sol, porém tal tentativa revelou-se infrutífera pois a neblina era de tal modo espessa que não se via uma réstia de sol. Aproveitei então para tomar o pequeno almoço e na exploração que fiz do barco percebi que havia quartos de seis pessoas – que eram mais baratos, mas que possivelmente quando comprei o meu bilhete já teriam esgotado – um refeitório/sala de refeições e uma zona para lavar a roupa.

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Durante o dia aproveitei para fazer uma higiene pessoal mais profunda e aproveitei para lavar o softshell que por esta altura já estava um bocado encardido. Organizei as fotografias tiradas em Kunming e Chongqing, atualizei o excel, escrevi no caderno e almocei. Ao longo do dia e recorrentemente fui olhando para a paisagem do Yangtze e tirando notas: a manhã esteve coberta de nevoeiro, que depois foi progressivamente levantando e a partir das 14.00 o sol despontou. Percorridos duzentos e trinta e nove quilómetros, as encostas dos montes à nossa volta parecem acentuadas e o largo rio dá a sensação de open space. 🙂 Há sempre uma neblina embrenhada no ar. Passei uma barreira e do topo vi a proa do barco (16.40). Sentei-me de pernas cruzadas, acompanhado de chá na minha garrafa XPTO – encontrada no viagem entre Kunming e Chongqing – da máquina fotográfica e do computador finalmente operacional. Vista desafogada. Caderno a ser atualizado em tempo real. Lembrar-me volta e meia da M. Estar deitado no convés quente e com o sol a bater-me na face – tempo muito agradável e soalheiro. Vi o pôr do sol e voltei ao quarto, onde jantei cedo.

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Durante e depois de jantar estive a conversar com os meus companheiros de camarata, fiquei a saber que todos andavam a viajar pelo seu país e fiquei encantado por ver pessoas tão ativas com aquela idade. 🙂 Quando passámos pela cidade de Yun Yuan vi a iluminação louca dos seus arranha-céus  – prédios que mudavam de padrões luminosos – da sua ponte e ao mesmo tempo dos múltiplos raios que rasgavam os céus e fiquei tal como em Chongqing com a forte sensação de estar a ver uma típica cidade asiática.

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Crónicas Em trânsito Fotografia O 1º Dia

Em trânsito: Chongqing – Yichang. 40 horas no Yangtze

Ato I – Sexta Feira? Partida!

A minha viagem de seiscentos e quarenta quilómetros pelo Yangtze começou em Chongqing cerca das 22.00, depois do fabuloso embarque e quando vi a embarcação, percebi que a mesma era muito mais pequena do que eu inicialmente imaginara. A boa surpresa veio quando cheguei ao quarto e vi que este tinha quatro camas e uma casa de banho ensuite. Excelente! 🙂 Uma vez que por esta altura, já fazia contas ao dias que iria estar sem tomar banho, contando que já vinha de Kunming e de uma viagem muito longa! Desse modo, aproveitei para tomar banho e para tirar fotografias antes da partida e no início da mesma. Quando voltei ao quarto conheci os meus companheiros de camarata, dois senhores e uma senhora todos já com idades na casa dos cinquenta e muitos e infelizmente quando me deitei para dormir, os roncos já faziam estremecer o beliche. 😛

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Crónicas Fotografia O 1º Dia

Yadzin. O Parque das Rochas Vermelhas

No dia anterior e depois da chegada a Lin Qi, acabámos por não nos despedir do Johny e da “amiga”. Uma vez que a nossa rota era semelhante, a boleia continuou e seguimos todos juntos, até Hai luo gou. Aí passámos a noite num hostel barato e de manhã fomos com os nosso benfeitores até ao Parque Natural de Yadzin e ao planeta das rochas brancas e vermelhas.

      

Este local foi uma grande surpresa e para mim algo totalmente inesperado. A paisagem é diferente de tudo o que vi e consiste numa área gigantesca de pedras vermelhas e brancas junto a um rio. À primeira vista e pela descrição pode não parecer muito apelativo, mas posso afirmar que é mesmo ver para crer. É lindo! O facto mais interessante é que o vermelho não passa de uma película exterior e se observarmos com atenção vemos que as rochas por debaixo da película são brancas. A melhor maneira de explicar é imaginarem o tronco de uma árvore coberto de líquenes, mas neste caso o tronco é substituído pela rocha branca que fica total ou parcialmente coberta por um revestimento vermelho. Descoberta positiva e diferente, valeu a pena ter vindo a Yadzin, o parque das rochas vermelhas. 🙂

   

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Dujiangyan. “Esta é a minha praia!”

      

No dia seguinte, fui até Dujiangyan visitar a obra hidráulica mais antiga do mundo! 🙂 O fabuloso sistema de irrigação construído em 256 a.C. por Lin Bin e pelos seus conterrâneos, que demorou oito anos a concluir. Para lá chegar necessitei de andar duas horas de autocarro, uma dentro da imensa Chengdu e a outra para percorrer os setenta quilómetros que separam as duas cidades.   

       

Durante o dia, observei as visitas turísticas de bandeirinha em riste e senti-me diferente pois era o único ocidental entre multidões. 🙂 Vi um extraordinário exemplo de megalomanismo chinês, quando no topo da colina Yulei me deparei com seções e seções de escadas rolantes! :/ Ao percorrer esta fantástica obra de engenharia, vi a “modelação” operada no rio Min e toda a sua envolvente: as ilhas, as múltiplas pontes, os jardins harmoniosos e super bem cuidados, as margens e a cor da água do rio, os templos grandiosos e majestosos (Erwang e Fulonguan), os pavilhões, as muralhas e torres, a pagoda Yulei e senti-me um privilegiado. 😀 Aliás, foi mais intenso do que isso! Senti-me talhado para viajar! Para a vida de nómada! Se houve quem nascesse para ser pintor, escritor, padeiro, engenheiro, porque não há-de alguém ter nascido para viajar!? Este é o meu habitat, o meu ambiente. Esta é a minha essência. Esta é a minha praia! 😀